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A luta dos povos originários passa dos 521 anos.

Desde a chegada dos portugueses ao Brasil,


manterem seus territórios e sua cultura se constituem em seus maiores desafios. Para além
dos desafios territoriais, os povos indígenas enfrentam, ainda nos dias de hoje, problemas com
racismo, preconceito, violação aos direitos das mulheres indígenas, falta de acesso à saúde e
serviços públicos, além da alimentação escassa e pobre em nutrientes. 

A frase “essa terra tem guardião” foi dita no dia 7 de fevereiro de 1756, dia da morte de Sepé
Tiaraju, durante a batalha, ocorrida no Rio Grande do Sul, contra a divisão da América do Sul
entre portugueses e espanhóis pelo Tratado de Madri, como se neste território não houvesse
povos originários, famílias e organizações sociais milenares.

Os povos nunca desistiram. Lutaram deste sempre pela manutenção de seus territórios. E na
época do Tratado de Madri, foram para a batalha pelos territórios localizados onde,
atualmente, estão situados o centro-leste do Paraguai, noroeste da Argentina, Sul do Brasil e
norte do Uruguai. Desde então Sepé Tiaraju se tornou símbolo de resistência. A data também
significa o reconhecimento da luta dos povos originários em oposição ao dia 19 de abril, data
oficial do Estado brasileiro, que foi deixada de lado até ser esquecida. Os povos originários
nunca reconheceram aquela data como sua.

Quando o 19 de abril caiu no esquecimento, escolheram uma data que os representasse de


fato. E, dentre muitas, trouxeram para a memória nacional uma de suas mais duras lutas que
retratam as imensas e desiguais batalhas contra a opressão, o saqueio de suas terras e
riquezas, os assassinatos de lideranças, o extermínio de jovens, velhos, crianças, homens e
mulheres, o genocídio étnico, o apagamento, a colonização e toda a forma de mando, de
domínio e de roubo. Por isso foi escolhido o 7 de fevereiro para ser o Dia Nacional de Luta dos
Povos Indígenas.

Atualmente,  com a chegada de um governo conservador e fascista, a luta dos povos


originários também deve ser de todos e todas para barrar leis que afetam, diretamente, os
direitos dessa população, como o avanço do agronegócio sobre as suas terras, o
desmatamento, o garimpo ilegal e a disseminação de doenças que destroem cada dia mais as
suas vidas.

Como consequência da falta de fiscalização, há outros fatores que colocam em risco os direitos
e as vidas indígenas. Isso porque grileiros e garimpeiros travam uma guerra sangrenta a fim de
explorar e invadir terras que não lhes pertencem. 

É importante também destacar o direito à educação que valorize seus costumes e sua
ancestralidade. Manter viva a história dos povos originários é valorizar a nossa história

Para além da luta pelas suas terras e o direito à saúde, educação, alimentação, água potável,
vacinação, luz e todos os direitos fundamentais, a luta é para manter seus territórios e a
floresta em pé, bem como as vidas que existem nela.

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