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2021/2022
Uma reação química é uma transformação que leva à formação de novas substâncias. Durante uma reação
química existe rutura (quebra) de ligações químicas nos reagentes e formação de novas ligações nos produtos
de reação.
A rutura de ligações químicas nos reagentes A formação de ligações químicas nos produtos da
envolve absorção de energia – processo reação envolve libertação de energia – processo
endoenergético. exoenergético.
Um sistema aberto é aquele que permite trocas de energia e de matéria com o meio exterior (vizinhança). Um
sistema fechado é um sistema que permite trocas de energia com o meio exterior, não permitindo, no entanto,
trocas de matéria. Um sistema isolado é aquele em que não há trocas nem de matéria nem de energia com o
meio exterior.
A energia interna (U) de um sistema reacional resulta da soma das energias potencial e cinética das unidades
estruturais que o constituem (a nível microscópico).
U = Ec interna + Ep interna
Enquanto a energia potencial interna (Ep interna) se relaciona com as interações entre as partículas (energia das
ligações), a energia cinética interna (Ec interna) está associada ao movimento dessas partículas. Uma variação
da energia potencial do sistema, quando ocorre um rearranjo molecular numa reação química, leva a uma
variação da energia cinética que lhe está associada, o que se traduz numa diminuição, ou num aumento, de
temperatura (medida do grau de agitação corpuscular). A energia interna de um sistema pode ou não se
manter constante dependendo se o sistema é isolado ou não isolado (fechado ou aberto).
químicas dos reagentes é superior, em valor ligações químicas dos reagentes é inferior, em
absoluto, à energia libertada na formação das valor absoluto, à energia libertada na
ligações químicas dos produtos da reação. formação das ligações químicas dos produtos
da reação.
• A variação de entalpia é positiva (ΔH > 0). • A variação de entalpia é negativa (ΔH <0).
ligações químicas dos reagentes é superior, ligações químicas dos reagentes é inferior, em
em valor absoluto, à energia envolvida na valor absoluto, à energia envolvida na
formação das ligações químicas dos produtos formação das ligações químicas dos produtos
da reação. da reação.
• Consequentemente, sendo a energia cinética • Consequentemente, sendo a energia cinética
das partículas do sistema menor, verifica-se das partículas do sistema maior, verifica-se um
uma diminuição da temperatura do sistema aumento da temperatura do sistema
reacional. reacional.
A variação da entalpia de uma reação química pode ser estimada pela diferença da soma das energias de
ligação quebradas nos reagentes com a soma das energias de ligação formadas nos produtos.
ΔH = 2 x E ligação C–C + 12 x E ligação C–H + 7 x E ligação O=O – (8 x E ligação C=O + 12 x E ligação O–H)
Este valor significa que há libertação de 2798 kJ de energia quando 2 moles de gás metano (C2H6) reagem com
7 moles de oxigénio gasoso (O2) para formar 4 moles de dióxido de carbono (CO2) e 6 moles de vapor de água
(H2O).
Dependendo da substância em causa e da energia dos fotões incidentes, podem desencadear-se dois tipos de
reações fotoquímicas:
FOTOIONIZAÇÃO FOTODISSOCIAÇÃO
• Reação química desencadeada pela absorção de • Reação química desencadeada pela absorção de
O que é um radical?
Um radical é um átomo, uma molécula ou um ião que apresenta, pelo menos, um eletrão desemparelhado,
ou seja, tem pelo menos um eletrão isolado numa orbital. A existência desse eletrão desemparelhado faz com
que, em geral, os radicais sejam espécies químicas extremamente reativas, tendo o eletrão grande tendência
a ligar-se a outro eletrão, de spin oposto, mesmo que esteja localizado noutra espécie química.
Os radicais apresentam as fórmulas ou símbolos químicos com um ponto que representa o eletrão
desemparelhado.
luz luz
H2O → OH● + H● Br2 → Br● + Br●
A atmosfera terrestre é composta por cinco camadas: troposfera, estratosfera, mesosfera, termosfera e
exosfera. No entanto, pelo facto de a exosfera ser constituída por uma mistura gasosa muito pouco densa e
sem limite superior bem definido, a termosfera é por muitos especialistas considerada a camada mais externa
da atmosfera terrestre.
A termosfera é atingida por toda a gama de radiações eletromagnéticas (radiação solar que chega à Terra). É
nesta camada que são absorvidas as radiações mais energéticas pela interação da radiação com a matéria que
constitui esta camada, a qual desencadeia reações de fotoionização.
luz
N2 → N2+ + e− ΔH = 1505 kJ mol–1
luz
O2 → O2+ + e− ΔH = 1144 kJ mol–1
Na estratosfera também ocorre interação entre a radiação eletromagnética que atinge esta camada e a
matéria que a constitui. Pelo facto de ser uma gama de radiações menos energéticas, o processo fotoquímico
que aí ocorre envolve a absorção de menos energia: fotodissociação.
luz
N2 → N● + N● ΔH = 945 kJ mol–1
luz
O2 → O● + O● ΔH = 498 kJ mol–1
luz
O3 → O2● + O● ΔH = 373 kJ mol–1
Quanto maior a energia de dissociação de uma molécula, mais forte é a ligação na molécula: a ligação na
molécula de N2 é bastante mais forte do que a ligação na molécula de O2 e a ligação entre os átomos de
oxigénio na molécula de O2 é mais forte do que na molécula de ozono, O3.
A camada de ozono – zona da estratosfera onde se encontra cerca de 90 % do ozono que existe na atmosfera
– absorve grande parte da radiação UV, funcionando como um filtro solar de radiações UVB, bem como de
radiações UVC que não foram absorvidas pelas moléculas de oxigénio na mesosfera, impossibilitando a sua
passagem para a superfície terrestre.
Sydney Chapman propôs, em 1930, um mecanismo de formação e decomposição do ozono que explica a
existência da camada de ozono.
O balanço entre a formação e a decomposição do ozono na estratosfera é de grande importância para os seres
vivos, uma vez que, devido a estas reações químicas, se dá a absorção das radiações UV emitidas pelo Sol que,
se chegassem à superfície da Terra, provocariam graves danos nas células de animais e plantas, levando à
extinção.
Num estudo de 1985, Joseph Farman e a sua equipa reportaram a existência de uma expressiva rarefação de
ozono sobre a Antártida, a qual denominaram de “buraco na camada de ozono”, cuja origem foi, mais tarde,
atribuída ao aumento da concentração de clorofluorocarbonetos na estratosfera, pelo seu uso indiscriminado.
Por serem gases muito estáveis, os clorofluorocarbonetos (CFC) podem atingir a estratosfera sem se
modificarem. Nessa camada sofrem fotodissociação pela radiação UVC (suficientemente energética para
quebrar a ligação C–Cℓ), formando radicais cloro (Cℓ●) que alteram o ciclo do ozono.
UVC
●
CCℓ3F (g) → CCℓ2F + Cℓ●
O radical cloro reage com uma molécula de ozono para formar o radical monóxido de cloro e oxigénio gasoso.
Num último passo, o monóxido de cloro reage com um radical oxigénio para se estabilizar, formando-se o
dioxigénio e o radical cloro, que fica livre novamente para reagir com outra molécula de ozono.
Trata-se de um ciclo em que o radical cloro viabiliza a decomposição do ozono, contribuindo para a sua drástica
diminuição, sem ser consumido. Dessa forma, os gases destruidores do ozono permanecem ativos durante
décadas na estratosfera.
Assim, pode falar-se em dois tipos de ozono, consoante a camada da atmosfera em que este está localizado:
o ozono estratosférico, que funciona como filtro de radiações UV protegendo a superfície terrestre da sua
ação danosa, e o ozono troposférico, que atua como poluente quando apresenta uma concentração acima do
aconselhável.