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Propriedades e transformações da

matéria
2.3. Transformações químicas
PROFESSORA PAULA MELO SILVA
QUÍMICA 10
REAÇÕES QUÍMICAS E ENERGIA DE LIGAÇÃO

REAÇÃO QUÍMICA
Corresponde a uma transformação química da qual resulta a
formação de novas substâncias.

As reações químicas podem ser representadas por equações


químicas.

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Representação da combustão do hidrogénio.

Uma vez que a razão do número de moléculas é igual à razão da


quantidade de matéria, a equação química pode ler-se:

duas moles de moléculas de hidrogénio no estado gasoso reagem


com uma mole de moléculas de oxigénio no estado gasoso dando
origem a duas moles de moléculas de água no estado líquido.

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Processo endoenergético
Implica fornecimento de energia a um
sistema para que ocorra uma
transformação.

Processo exoenergético
Implica libertação de energia de um
sistema quando ocorre uma
transformação.

Para que a reação ocorra em sistema


isolado é necessário recorrer a um
recipiente hermeticamente isolado.

Reação química em sistema aberto.


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Durante uma reação química existe rutura de ligações químicas
nos reagentes e formação de novas ligações químicas nos
produtos.

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Esboço do diagrama de energia associado à rutura de ligações nos reagentes.

 A rutura das ligações químicas nos reagentes envolve


absorção de energia − processo endoenergético.

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Esboço de diagrama de energia associado à formação de ligações nos produtos.

 A formação das ligações químicas dos produtos provoca


libertação de energia − processo exoenergético.

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REAÇÕES QUÍMICAS ENDOTÉRMICAS E EXOTÉRMICAS


Utilizam-se os termos endotérmico e exotérmico para mencionar
os processos de transformação química que ocorrem,
respetivamente, com absorção e libertação de energia térmica.

VARIAÇÃO DE ENTALPIA
A variação de energia térmica resultante da troca de calor que se
estabelece entre o sistema reacional e a vizinhança, em
condições de pressão constante, tem a designação de variação
de entalpia, H, de uma reação química.

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• Uma reação química
é endotérmica quando
o sistema reacional
exige um consumo de
energia para que a
reação ocorra,
apresentando uma
variação de entalpia
positiva.
ΔH > 0

• Em sistema isolado
provoca uma
diminuição da
Diagrama de balanço energético para uma reação
temperatura do
endotérmica. sistema.
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• Quando há libertação
de energia do sistema
reacional a reação
química é exotérmica,
apresentando uma
variação de entalpia
negativa.
ΔH < 0

• Em sistema isolado
provoca um aumento
da temperatura do
sistema.
Diagrama de balanço energético para uma reação exotérmica.

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EQUAÇÃO TERMOQUÍMICA
Equação química que inclui a variação de entalpia da reação em
causa.

A variação de entalpia da reação é de – 571,6 kJ, o


que significa que há a libertação de 571,6 kJ de
energia quando 2 moles de H2(g) reagem com 1 mole
de O2(g) para formar 2 moles de H2O(ℓ). Como a
equação química indica a combustão de 2 moles de
H2(g) ou a formação de 2 moles de H2O(ℓ), a variação
de entalpia pode também ser expressa por:
ΔH = – 285,8 kJ mol–1.

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ESTIMATIVA DA VARIAÇÃO DE ENTALPIA DE UMA REAÇÃO
A variação da entalpia de uma reação química pode ser estimada
pela diferença da soma das energias (entalpias) de ligação
quebradas nos reagentes (Dreagentes) com a soma das energias
(entalpias) de ligação formadas nos produtos (Dprodutos).

TABELA I – ENERGIAS (ENTALPIAS) DE LIGAÇÃO EM KJ MOL-1

Ligação C≡O N≡N C≡N C≡C C=O C=N C=C S=O


Energia de ligação 1072 946 891 837 799 615 611 523
Ligação O=O O–H C–F H–H H – Cℓ C–H N–H C–O
Energia de ligação 498 463 439 436 431 414 389 351
Ligação C–C C – Cℓ C–N C ℓ– Cℓ N–O N–N F–F O–O
Energia de ligação 348 328 293 242 201 163 159 146
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A combustão do etano pode ser traduzida pela equação química:

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A variação de entalpia será dada por:

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A equação termoquímica para esta


combustão será:

Nesta reação libertam-se 2798 kJ de energia por cada 2 moles de


etano e 7 moles de oxigénio consumidas e por cada 4 moles de
dióxido de carbono e 6 moles de água formadas.

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REAÇÕES FOTOQUÍMICAS NA ATMOSFERA
REAÇÕES FOTOQUÍMICAS
Reações químicas desencadeadas por ação da luz.

FOTOIONIZAÇÃO
Reação química desencadeada pela absorção de um
fotão capaz de provocar a ejeção de um eletrão, ou
seja, de ionizar a substância.

FOTODISSOCIAÇÃO
Reação química desencadeada pela absorção de um
fotão capaz de provocar a quebra homolítica de uma
ligação entre os átomos que constituem a substância.

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RADICAL
Átomo, molécula ou ião que apresenta um eletrão desemparelhado.
É, normalmente, uma espécie química extremamente reativa.

Os radicais apresentam as fórmulas ou símbolos químicos com um


ponto que representa o eletrão desemparelhado.

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ESTABILIDADE DE ESPÉCIES QUÍMICAS NA ATMOSFERA

A existência das três zonas


de inflexão (pausas) exibidas
pela variação da temperatura
da atmosfera terrestre em
função da altitude levou a que
a atmosfera terrestre fosse
dividida em quatro camadas:
troposfera, estratosfera,
mesosfera e termosfera.

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Os dois principais constituintes da atmosfera
são o nitrogénio (N2) e o oxigénio (O2).

Sujeitas à radiação, estas moléculas podem


sofrer fenómenos de:

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De acordo com os valores das variações de entalpia de cada uma
das reações:
• todos os processos são endoenergéticos;

• a energia requerida para a ionização das moléculas é


consideravelmente superior à que é necessária para as dissociar;

• para quebrar a ligação entre os átomos de nitrogénio na molécula


de N2, é envolvida quase o dobro da energia necessária à
dissociação dos átomos de oxigénio na molécula de O2.

A ligação da molécula de nitrogénio é bastante mais forte do que a


ligação da molécula de oxigénio.

Quanto maior for a energia de dissociação de uma molécula


diatómica mais forte é a ligação da molécula.
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Não ocorre fotoionização nem fotodissociação.

Ocorre fotoionização ou fotodissociação, sendo a energia


excedente transformada em energia cinética do eletrão removido
ou do gás, provocando um aumento da temperatura.
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• Existindo radiações muito energéticas, na termosfera, a interação
da radiação com a matéria desencadeia reações de fotoionização.

• Requerendo, no geral, menos energia as reações de


fotodissociação podem desencadear-se também em camadas
inferiores da atmosfera.

A fotoionização e a fotodissociação
das moléculas de N2 e O2 são
desencadeadas por radiações das
gamas mais energéticas do
espetro eletromagnético.
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A molécula de ozono (O3) apresenta um papel relevante no controlo
da radiação que atinge a superfície da Terra.

A fotodissociação da molécula O3 é desencadeada por radiações


ultravioleta.

A ligação entre os átomos de oxigénio é mais forte na molécula de


oxigénio, O2, do que na molécula de ozono, O3.

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OZONO ESTRATOSFÉRICO
Atendendo aos diferentes efeitos que provocam, é usual dividir a
radiação UV em três zonas:

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A interação da radiação UV com a matéria na estratosfera é
fundamental para a proteção da vida na Terra pois esta funciona
como uma das principais barreiras à passagem da radiação UV.

CAMADA DE OZONO
Zona da estratosfera,
onde se encontra cerca
de 90% do ozono que
existe na atmosfera.

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Foi Sydney Chapman que propôs, em 1930, um mecanismo de
formação e decomposição do ozono que explica a existência da
camada de ozono.

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• As fotodissociações, das moléculas de O2 e O3 durante a formação
e decomposição do ozono, são as reações fotoquímicas
responsáveis pela absorção de uma parte importante da radiação
ultravioleta.

• A camada de ozono impede, assim, a passagem


desta radiação para a superfície terrestre,
funcionando como um filtro solar e protegendo a
vida na Terra.

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Num estudo de 1985, Joseph Farmane a sua equipa reportaram a
existência de uma expressiva rarefação de ozono sobre a Antártida,
que denominaram de “buraco na camada de ozono”, cuja origem foi,
mais tarde, atribuída ao uso dos clorofluorocarbonetos (CFC).

Ao atingirem a estratosfera sem se modificarem, os CFC são


decompostos fotoquimicamente pela radiação UVC, com formação
de radicais cloro, que vão alterar o ciclo do ozono.

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De acordo com esse mecanismo, o radical cloro reagiria com uma
molécula de ozono para formar um radical monóxido de cloro e
dioxigénio.

Num último passo, o monóxido de cloro reagiria com um radical


oxigénio para se estabilizar, formando-se de novo o dioxigénio e o
cloro radical, que fica livre novamente para atacar outra molécula
de ozono.

Ciclo da decomposição do ozono por ação do radical cloro.

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O ozono estratosférico é conhecido como “bom ozono”, uma vez


que funciona como filtro das radiações UV, protegendo a superfície
terrestre da sua ação danosa.

O ozono troposférico é conhecido como “mau ozono” quando


apresenta uma concentração acima do recomendável, podendo
ser considerado um poluente.
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