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Energia e

fenómenos elétricos
FÍSICA 10
CORRENTE ELÉTRICA E DIFERENÇA DE POTENCIAL

CIRCUITO ELÉTRICO
Um circuito elétrico é um conjunto
de elementos elétricos ligados
entre si.

A história da eletricidade

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TABELA I – ALGUNS SÍMBOLOS UTILIZADOS NA
REPRESENTAÇÃO DE CIRCUITOS ELÉTRICOS

Para facilitar a
representação dos
circuitos e tornar os
esquemas mais
universais, usam-se
símbolos elétricos
para representar
cada um dos
diferentes elementos.

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Circuito elétrico de uma lanterna: montagem (A)


e diagrama esquemático (B).

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CARGA
A carga (Q) é uma propriedade elétrica das partículas atómicas que
compõem a matéria. O valor da carga elétrica é medido no SI em
coulomb (C).

Um eletrão apresenta uma carga elétrica de 1,602×1019 C, o valor mais


pequeno de carga elétrica medido, e o seu módulo corresponde à carga
elementar.

A existência de duas partículas com carga elétrica conduz à


existência de uma força elétrica entre elas.
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São considerados condutores elétricos os corpos que possuem
quantidades consideráveis de partículas livres eletrizadas, eletrões
ou iões. Nestes corpos é possível estabelecer com facilidade um
movimento de cargas.
O movimento de cargas elétricas
também se pode efetuar em
Os metais são exemplos de soluções líquidas e gasosas.
bons condutores elétricos.

Representação
de iões positivos
e negativos em
movimento numa
solução aquosa.
Representação de eletrões livres em movimento
num fio metálico.

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A B

Recipientes independentes com diferentes níveis de água (A)


e recipientes com diferentes níveis de água ligados por um tubo (B).

Ao ligar os dois recipientes por um tubo, verifica-se que surge uma


corrente de água ao longo do tubo, com sentido do recipiente com
maior nível de água para o que tem o nível mais baixo. Esta corrente
mantém-se enquanto houver desnível (U).

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Embora envolva forças de natureza distintas, um processo análogo


tenderá a ocorrer se um fio de um condutor metálico for ligado às
extremidades de uma pilha.

A B

Representação do fluxo de cargas num condutor metálico: movimento ordenado de eletrões livres (A);
fluxo de cargas elétricas que atravessa a secção transversal (B).

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CORRENTE ELÉTRICA
Movimento ordenado de cargas correspondendo à quantidade de
carga que atravessa a secção transversal de um condutor por
unidade de tempo.

Um ampere corresponde ao movimento de uma carga de um coulomb


que atravessa uma secção transversal de um condutor durante um
segundo.
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SENTIDO CONVENCIONAL
Sentido convencionado para a corrente elétrica, do polo positivo para
o negativo.

Representação do sentido convencional para a corrente elétrica.

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DIFERENÇA DE POTENCIAL ELÉTRICO
Corresponde ao trabalho realizado para deslocar uma carga unitária
entre dois pontos, ou seja, a energia transferida no deslocamento de
carga.

Um volt corresponde à diferença de potencial entre dois pontos


quando é utilizado um joule de energia para mover uma carga de um
coulomb de um ponto para o outro.

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Durante o movimento ao longo do
circuito, a energia elétrica
que o transportador carrega é
transferida (a maior parte para a
lâmpada) e transformada noutras
formas de energia. Note-se
que é apenas a energia elétrica que
é cedida ao circuito, não é a
carga nem a corrente elétrica.

Representação da analogia da corrente


elétrica
com transportadores de eletricidade.
A diferença de potencial da pilha pode ser entendida como a
energia, por unidade de carga, que é fornecida ao circuito e a
diferença de potencial da lâmpada como aquela que é utilizada pela
lâmpada.
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CORRENTE CONTÍNUA E CORRENTE ALTERNADA

CORRENTE CONTÍNUA
Corrente elétrica que se efetua, ao longo do tempo, sempre no
mesmo sentido.

Esboço do gráfico de I = f(t) para uma corrente contínua (CC ou DC) produzida por uma pilha.
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CORRENTE ALTERNADA
Corrente elétrica em que existe inversão do sentido ao longo do
tempo.

Esboço do gráfico de I = f(t) para uma corrente alternada (AC) como a que se utiliza nas habitações.

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Exemplo de gráficos da diferença de potencial elétrico e da corrente elétrica em


função do tempo, associados a corrente contínua (A) e a corrente alternada
(B). 15
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RESISTÊNCIA DE CONDUTORES FILIFORMES
E RESISTIVIDADE

Materiais onde é possível estabelecer uma corrente de eletrões com


facilidade são considerados condutores elétricos, designando-se
semicondutores quando a sua condutividade não é tão elevada. São
considerados maus condutores elétricos os materiais que
apresentam reduzida condutividade elétrica.

A B C

Fio de cobre usado como condutor elétrico (A), placa semicondutora de silício (B) e porcelana isoladora
elétrica aplicada na fixação de cabos de alta tensão (C).
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RESISTÊNCIA ELÉTRICA
Corresponde à oposição que um material oferece à passagem de
corrente elétrica.
A resistência elétrica tem como unidade no SI o ohm (Ω).

As principais aplicações das resistências são limitar a corrente


elétrica, a tensão elétrica e, em certos casos, transferir energia sob a
forma de calor.

A B C

Exemplo de uma resistência fixa (A) e de resistências variáveis: potenciómetros (B) e reóstato
(C). 17
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LEI DE OHM
Estabelece que, para uma dada temperatura, a tensão elétrica entre
os terminais de uma resistência é diretamente proporcional à corrente
elétrica que o atravessa.

Um ohm de resistência elétrica quando uma corrente elétrica de um


ampere percorre um material em cujos terminais existe uma diferença
de potencial elétrico de um volt.
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Curvas características da tensão elétrica em função da corrente elétrica para uma resistência linear (A) e
para uma resistência não linear (B).

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RESISTIVIDADE
Depende da natureza e da temperatura do material e traduz a
dificuldade com que os eletrões se deslocam através desse material.

Parâmetros usados na determinação da resistência elétrica de um


material.

Além da resistividade, a resistência elétrica depende da área da


secção transversal e do comprimento do condutor filiforme .
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A resistência elétrica de um material é diretamente proporcional à sua
resistividade e ao seu comprimento mas inversamente proporcional à
área da sua secção transversal.

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TABELA II – RESISTIVIDADE DE ALGUNS
MATERIAIS COMUNS, A 20 °C

A resistividade de
condutores é inferior
à apresentada pelos
semicondutores que,
por sua vez, é
inferior à dos maus
condutores e
isoladores.

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VARIAÇÃO DA RESISTIVIDADE COM A TEMPERATURA
A temperatura a que se encontra um condutor tem implicação no
valor da resistividade que este apresenta. De um modo geral, a
resistividade e, portanto, a resistência elétrica dos metais aumentam
com o aumento da temperatura.

Gráfico da resistividade de vários metais em função da


temperatura. 23
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EFEITO JOULE

POTÊNCIA ELÉTRICA
Mede a energia elétrica transferida por unidade de tempo e
corresponde ao produto da tensão elétrica nos terminais de um
elemento pela corrente elétrica que o atravessa.

Para condutores óhmicos, em que se pode aplicar a Lei de Ohm, a


potência também pode ser dada por P  R I2 ou P  U2.
R
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ENERGIA DISSIPADA POR EFEITO JOULE

EFEITO JOULE
Efeito térmico provocado pela passagem de corrente elétrica através
de um condutor elétrico, que transfere energia como calor para a
vizinhança.

Efeito Joule no filamento de uma lâmpada de


incandescência. 25
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A potência elétrica de um condutor sujeito ao efeito Joule
corresponderá à potência por este dissipada quando é atravessado
pela corrente elétrica.
Pdissipada  U I

A energia dissipada como calor por um condutor no intervalo de


tempo em que é atravessado pela corrente elétrica, pode ser
determinada pela expressão:
Edissipada  U I t

Para condutores óhmicos, em que se pode aplicar a Lei de Ohm, a


energia dissipada também pode ser expressa por:
Edissipada  R I2 t

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Dependendo da função do componente elétrico, o efeito Joule tanto
pode ser benéfico como prejudicial.

Circuito elétrico danificado por excessivo aquecimento (A); conjunto de dissipação térmica do processador
de um computador (cooler) (B); resistência elétrica de um aquecedor ao rubro (C).
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GERADORES DE CORRENTE CONTÍNUA

Para manter uma corrente de água


ao longo do tubo, terá de se utilizar
uma bomba que crie e mantenha
uma diferença de níveis de água
nos dois recipientes (U). Mantendo
a diferença de níveis constante,
obtém-se uma corrente de água
contínua ao longo do tubo.
A bomba B faz mover a água
e cria uma diferença de níveis.

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GERADOR ELÉTRICO
Elemento responsável pela aplicação de uma diferença de potencial
elétrico capaz de criar corrente elétrica no circuito.
Para se obter uma corrente contínua num circuito a diferença de
potencial elétrico aplicada ao circuito deverá ser constante.
As baterias são exemplos de geradores de corrente contínua num
circuito.

FORÇA ELETROMOTRIZ
Diferença de potencial elétrico de
um gerador em circuito aberto, ou
seja, corresponde à energia por
unidade de carga fornecida pelo
gerador.
Gráfico da tensão elétrica em função da
corrente elétrica para um gerador ideal.
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RESISTÊNCIA INTERNA
A resistência interna de um gerador provoca dissipação de energia no
próprio componente.
É responsável pela diminuição da energia que o gerador, em
funcionamento, pode transferir para o circuito elétrico.

Os geradores elétricos reais apresentam sempre resistência interna,


ainda que por vezes esta seja muito pequena e possa ser
desprezada.
A tensão elétrica nos terminais de
um gerador em circuito aberto
corresponde à sua força
eletromotriz.

Representação da resistência interna


do gerador em circuito aberto.
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A diferença de potencial elétrico aplicada
por um gerador num circuito fechado
corresponde à diferença entre a sua força
eletromotriz e a tensão elétrica decorrente
da sua resistência interna.

Representação da resistência interna


do gerador em circuito fechado.

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CURVA CARACTERÍSTICA DE UM GERADOR
Curva do gráfico da tensão elétrica em função da corrente elétrica
para um gerador.
Num gerador real, para valores de
correntes elétricas muito baixas, a
tensão elétrica depende da
corrente fornecida de um modo
linear e o gráfico corresponde a
uma reta que se traduz pela
expressão: Gráfico da tensão elétrica em função da
U    Ri I corrente elétrica para um gerador real.

Na curva característica, o módulo do declive da curva e a ordenada


na origem correspondem, respetivamente, à resistência interna e à
força eletromotriz do gerador.
A força eletromotriz e a resistência interna são duas características
de um gerador. 32
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ASSOCIAÇÕES EM SÉRIE E EM PARALELO
O modo como os elementos que constituem um circuito elétrico estão
ligados entre si é um fator muito importante a ter em conta quando se
estudam estes circuitos.
ASSOCIAÇÃO EM SÉRIE
Elementos elétricos ligados
entre si de modo a
constituírem apenas um
caminho para a passagem da
corrente elétrica. Diagrama esquemático de uma associação em série de
resistências.
Numa associação em série a corrente elétrica é a mesma em
qualquer ponto e a tensão elétrica nos terminais da associação é
igual à soma das diferenças de potencial elétrico nos terminais de
cada elemento.
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ASSOCIAÇÃO EM PARALELO
Elementos elétricos ligados entre si de tal modo que se constituem
vários caminhos para a passagem da corrente elétrica.

Numa associação em paralelo a


corrente elétrica no circuito principal é
igual à soma das correntes elétricas
das várias derivações existentes e a
tensão elétrica nos terminais da
associação é igual à diferença de
potencial elétrico nos terminais de cada
derivação existente. Diagrama esquemático de uma
associação em paralelo de resistências.

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A corrente elétrica é medida com


amperímetros que são instalados
em série.

Diagrama esquemático de um amperímetro


instalado em série (A) e amperímetro (B).
A tensão elétrica é medida com
voltímetros instalados em paralelo.

Diagrama esquemático de um voltímetro instalado


em paralelo (A) e voltímetro (B).

A resistência elétrica pode ser


medida com ohmímetros instalados
Multímetro, aparelho com múltiplas funções como
em paralelo num circuito aberto. amperímetro, voltímetro ou ohmímetro.
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 Associações em série têm  Numa associação em
como vantagem o facto de a paralelo, pelo contrário, a
corrente elétrica ser igual em corrente elétrica é dividida
qualquer ponto do circuito. pelas várias derivações ao
 No entanto, a tensão elétrica circuito principal,
nos terminais deste tipo de mas a diferença de potencial
associações é dividida por todos elétrico é a mesma para todas
os elementos elétricos que a as derivações.
constituem.

Esquema de um circuito
elétrico de uma habitação.
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CONSERVAÇÃO DA ENERGIA
EM CIRCUITOS ELÉTRICOS
A abordagem do conceito de resistência elétrica e do efeito Joule leva
a pensar em dissipação de energia.

Montagem de um circuito elétrico com elementos puramente resistivos.

No entanto, nas transferências e transformações de energias


envolvidas nos circuitos elétricos existe conservação de energia.
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Nesta situação, uma vez que a
associação é em série:
Uútil, pilha  UR1  UR2

Uútil, pilha I  UR1 I  UR2 I

Diagrama esquemático de um circuito elétrico


com elementos puramente resistivos. Pútil, pilha  PR1  PR2

Pútil, pilha t  PR1 t  PR2 t

Eútil, pilha  ER1  ER2

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Em cada resistência, segundo
a lei de Ohm, UR  RR I. Então:
PR  RR I2

ER  RR I2 t

Diagrama esquemático de um circuito elétrico


com elementos puramente resistivos. Uútil, pilha  pilha  URi, pilha

Edissipada  URi, pilha I t  Ri I2 t Eútil  Epilha  Edissipada

A energia elétrica fornecida ao circuito pelo gerador (e que poderá


ser utilizada pelos recetores) é igual à energia elétrica total gerada
subtraída da energia dissipada na resistência interna.
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