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CORRENTE ELÉTRICA E DIFERENÇA DE POTENCIAL

CIRCUITO ELÉTRICO

Um circuito elétrico é um conjunto de elementos elétricos ligados entre si.

Para facilitar a representação dos circuitos e tornar os esquemas mais universais,


usam-se símbolos elétricos para representar cada um dos diferentes elementos.

TABELA I – ALGUNS SÍMBOLOS UTILIZADOS NA REPRESENTAÇÃO DE CIRCUITOS


ELÉTRICOS

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Circuito elétrico de uma lanterna: montagem (A)

e diagrama esquemático (B).


A

Circuito elétrico de uma lanterna: montagem (A) e diagrama esquemático (B).

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CONCEITO DE CARGA

A carga (Q) é uma propriedade elétrica das partículas atómicas que compõem
a matéria. O valor da carga elétrica é medido no SI em coulomb (C).

A existência de duas partículas com carga elétrica conduz à existência de


uma força elétrica entre elas.

São considerados condutores elétricos os corpos que possuem quantidades


consideráveis de partículas livres eletrizadas, eletrões ou iões. Nestes corpos é
possível estabelecer com facilidade um movimento de cargas.

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Os metais são exemplos de bons condutores elétricos.

O movimento de cargas elétricas também se pode efetuar em soluções


líquidas e gasosas.

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CORRENTE ELÉTRICA

Movimento ordenado de cargas correspondendo à quantidade de carga que


atravessa a secção transversal de um condutor por unidade de tempo.

Um ampère corresponde ao movimento de uma carga de um coulomb que


atravessa uma secção transversal de um condutor durante um segundo.

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SENTIDO DA CORRENTE ELÉTRICA
1 - SENTIDO CONVENCIONAL

Sentido convencionado para a corrente elétrica, do polo positivo para o


negativo.

2 – SENTIDO REAL

Sentido da corrente do polo negativo para o polo positivo

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DIFERENÇA DE POTENCIAL ELÉTRICO

Corresponde ao trabalho realizado para deslocar uma carga unitária entre


dois pontos, ou seja, a energia transferida no deslocamento de carga.

Um volt corresponde à diferença de potencial entre dois pontos quando é


utilizado um joule de energia para mover uma carga de um coulomb de um
ponto para o outro.

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Durante o movimento ao longo do circuito, a energia elétrica que o
transportador carrega é transferida (a maior parte para a lâmpada) e
transformada noutras formas de energia. Note-se que é apenas a energia
elétrica que é cedida ao circuito, não é a carga nem a corrente elétrica.

A diferença de potencial da pilha pode ser entendida como a energia, por


unidade de carga, que é fornecida ao circuito e a diferença de potencial da
lâmpada como aquela que é utilizada pela lâmpada.

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CORRENTE CONTÍNUA E CORRENTE ALTERNADA

CORRENTE CONTÍNUA

Corrente elétrica que se efetua, ao longo do tempo, sempre no mesmo


sentido.

Esboço do gráfico de I = f(t) para uma corrente contínua (CC ou DC)


produzida por uma pilha.

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CORRENTE ALTERNADA

Corrente elétrica em que existe inversão do sentido ao longo do tempo.

Esboço do gráfico de I = f(t) para uma corrente alternada (AC) como a que se
utiliza nas habitações.

Exemplo de gráficos da diferença de potencial elétrico e da corrente elétrica


em função do tempo, associados a corrente contínua (A) e a corrente
alternada (B).

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RESISTÊNCIA DE CONDUTORES FILIFORMES E RESISTIVIDADE

Materiais onde é possível estabelecer uma corrente de eletrões com facilidade


são considerados condutores elétricos, designando-se semicondutores quando
a sua condutividade não é tão elevada. São considerados maus condutores
elétricos os materiais que apresentam reduzida condutividade elétrica.

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A B C

Fio de cobre usado como condutor elétrico (A), placa semicondutora de silício
(B) e porcelana isoladora elétrica aplicada na fixação de cabos de alta
tensão (C).

RESISTÊNCIA ELÉTRICA

Corresponde à oposição que um material oferece à passagem de corrente


elétrica.

A resistência elétrica tem como unidade no SI o ohm (Ω).

As principais aplicações das resistências são limitar a corrente elétrica, a


tensão elétrica e, em certos casos, transferir energia sob a forma de calor.

A B C

Exemplo de uma resistência fixa (A) e de resistências variáveis: potenciómetros (B) e


reóstato (C).

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LEI DE OHM

Estabelece que, para uma dada temperatura, a tensão elétrica entre os


terminais de uma resistência é diretamente proporcional à corrente elétrica que
o atravessa.

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Um ohm de resistência elétrica quando uma corrente elétrica de um ampere
percorre um material em cujos terminais existe uma diferença de potencial
elétrico de um volt.

Curvas características da tensão elétrica em função da corrente elétrica para uma


resistência linear (A) e para uma resistência não linear (B).

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RESISTIVIDADE

Depende da natureza e da temperatura do material e traduz a dificuldade


com que os eletrões se deslocam através desse material.

Além da resistividade, a resistência elétrica depende da área da secção


transversal e do comprimento do condutor filiforme .

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A resistência elétrica de um material é diretamente proporcional à sua
resistividade e ao seu comprimento mas inversamente proporcional à área da
sua secção transversal.

VARIAÇÃO DA RESISTIVIDADE COM A TEMPERATURA

A temperatura a que se encontra um condutor tem implicação no valor da


resistividade que este apresenta. De um modo geral, a resistividade e, portanto,
a resistência elétrica dos metais aumentam com o aumento da temperatura.

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EFEITO JOULE

POTÊNCIA ELÉTRICA

Mede a energia elétrica transferida por unidade de tempo e corresponde ao


produto da tensão elétrica nos terminais de um elemento pela corrente
elétrica que o atravessa.

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Para condutores óhmicos, em que se pode aplicar a Lei de Ohm, a potência
também pode ser dada por

ENERGIA DISSIPADA POR EFEITO JOULE

EFEITO JOULE

Efeito térmico provocado pela passagem de corrente elétrica através de um


condutor elétrico, que transfere energia como calor para a vizinhança.

A potência elétrica de um condutor sujeito ao efeito Joule corresponderá à


potência por este dissipada quando é atravessado pela corrente elétrica.

Pdissipada = U I

A energia dissipada como calor por um condutor no intervalo de tempo em


que é atravessado pela corrente elétrica, pode ser determinada pela
expressão:

Edissipada = U I t

Para condutores óhmicos, em que se pode aplicar a Lei de Ohm, a energia


dissipada também pode ser expressa por:

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Edissipada = R I t

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GERADOR ELÉTRICO

Elemento responsável pela aplicação de uma diferença de potencial elétrico


capaz de criar corrente elétrica no circuito.

Para se obter uma corrente contínua num circuito a diferença de potencial


elétrico aplicada ao circuito deverá ser constante.

As baterias são exemplos de geradores de corrente contínua num circuito.

FORÇA ELETROMOTRIZ

Diferença de potencial elétrico de um gerador em circuito aberto, ou seja,


corresponde à energia por unidade de carga fornecida pelo gerador.

Gráfico da tensão elétrica em função da corrente elétrica para um gerador


ideal.

RESISTÊNCIA INTERNA

A resistência interna de um gerador provoca dissipação de energia no próprio


componente.

É responsável pela diminuição da energia que o gerador, em funcionamento,


pode transferir para o circuito elétrico.

Os geradores elétricos reais apresentam sempre resistência interna, ainda que


por vezes esta seja muito pequena e possa ser desprezada.

Representação da resistência interna do gerador em circuito aberto.

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A tensão elétrica nos terminais de um gerador em circuito aberto corresponde
à sua força eletromotriz.

A diferença de potencial elétrico aplicada por um gerador num circuito


fechado corresponde à diferença entre a sua força eletromotriz e a tensão
elétrica decorrente da sua resistência interna.

CURVA CARACTERÍSTICA DE UM GERADOR

Curva do gráfico da tensão elétrica em função da corrente elétrica para um


gerador.

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Num gerador real, para valores de correntes elétricas muito baixas, a tensão
elétrica depende da corrente fornecida de um modo linear e o gráfico
corresponde a uma reta que se traduz pela expressão:

U =  − Ri I

Na curva característica, o módulo do declive da curva e a ordenada na


origem correspondem, respetivamente, à resistência interna e à força
eletromotriz do gerador.

A força eletromotriz e a resistência interna são duas características de um


gerador.

ASSOCIAÇÕES EM SÉRIE E EM PARALELO

O modo como os elementos que constituem um circuito elétrico estão ligados


entre si é um fator muito importante a ter em conta quando se estudam estes
circuitos.

ASSOCIAÇÃO EM SÉRIE

Elementos elétricos ligados entre si de modo a constituírem apenas um


caminho para a passagem da corrente elétrica.

Diagrama esquemático de uma associação em série de resistências.

Numa associação em série a corrente elétrica é a mesma em qualquer ponto


e a tensão elétrica nos terminais da associação é igual à soma das diferenças
de potencial elétrico nos terminais de cada elemento.

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ASSOCIAÇÃO EM PARALELO

Elementos elétricos ligados entre si de tal modo que se constituem vários


caminhos para a passagem da corrente elétrica.

Numa associação em paralelo a corrente elétrica no circuito principal é igual


à soma das correntes elétricas das várias derivações existentes e a tensão
elétrica nos terminais da associação é igual à diferença de potencial elétrico
nos terminais de cada derivação existente.

Diagrama esquemático de uma associação em paralelo de resistências.

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CONSERVAÇÃO DA ENERGIA EM CIRCUITOS ELÉTRICOS

A abordagem do conceito de resistência elétrica e do efeito Joule leva a


pensar em dissipação de energia.

No entanto, nas transferências e transformações de energias envolvidas nos


circuitos elétricos existe conservação de energia.

A energia elétrica fornecida ao circuito pelo gerador (e que poderá ser


utilizada pelos recetores) é igual à energia elétrica total gerada subtraída da
energia dissipada na resistência interna.

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