Você está na página 1de 21

Teoria da Elasticidade Infinitesimal Isotrópica

Linear Elástica para Análise Estática

Prof. Luis Roberto Centeno Drehmer


SIMBOLOGIA

Desenvolvimento de cálculos. Desenvolvimento de conceitos


e ideias alcançados no processo
de ensino e aprendizagem.

Pausas para diálogo avaliativo com


Verificação de um acerto.
o aluno. Percepção de dúvidas.

Atenção do aluno em determinado


momento.
BIBLIOGRAFIA

BEER, F. P.; JOHNSTON JR., E. R.; DEWOLF, J. T.; MAZUREK, D. F. Mecânica dos materiais. 5a ed.
Porto Alegre : AMGH, 2011.
NORTON, R. L. Projeto de máquinas: uma abordagem integrada. 4ª ed. Porto Alegre : Bookman,
2013.
POPOV, E. P. Introdução à mecânica dos sólidos. 1ª ed. São Paulo : Edgar Blüncher, 1978.
METODOLOGIA
PASSO A PASSO
METODOLOGIA
PASSO A PASSO
Passo 1 – Considerações e Hipóteses

Passo 2 – Campo de Deslocamentos

Passo 3 – Tensor de Deformação

Passo 4 – Relações Constitutivas

Passo 5 – Tensões Principais

Passo 6 – Critérios de Falha e Coeficiente de Segurança Estático


METODOLOGIA
PASSO A PASSO
Deslocamentos

Critérios de
Deformações
falha

Relações
Tensões
Constitutivas
METODOLOGIA
PASSO A PASSO
Teoria da Elasticidade Infinitesimal Isotrópica Linear Elástica

Passo 1 – Considerações e Hipóteses


Assume-se que o material isotrópico, uniforme e homogêneo para o regime elástico, em um
sistema linear, submetido a pequenos deslocamentos, deformações e rotações, atendendo o
princípio de superposição de efeitos, dentro da mecânica do meio contínuo para materiais
preferencialmente dúcteis. Assume a simetria do tensor de tensão e de deformação.
METODOLOGIA
PASSO A PASSO
Passo 2 – Campo de Deslocamentos
O campo de deslocamentos é dado por

T
𝑑 = 𝑋1 𝑋2 𝑋3 m
ou seja,
T
𝑑 = 𝑢 𝑥, 𝑦, 𝑧 𝑣 𝑥, 𝑦, 𝑧 𝑤 𝑥, 𝑦, 𝑧 m

e o ponto de análise é 𝑃 𝑃1 ; 𝑃2 ; 𝑃3 . O campo de deslocamento é composto de coordenadas


de uma função contínua no domínio de análise.
METODOLOGIA
PASSO A PASSO
Passo 3 – Tensor de Deformações
Aplica-se o operador 𝛻 (nabla) e as derivadas para obter o Tensor de Deformações, a partir do
Campo de Deslocamentos, tal que

𝜕𝑢 𝜕𝑢 𝜕𝑢 𝜕𝑣 𝜕𝑢 𝜕𝑤
+ + +
𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑥 𝜕𝑧 𝜕𝑥
1 𝜕𝑣 𝜕𝑢 𝜕𝑣 𝜕𝑣 𝜕𝑣 𝜕𝑤
𝜺𝒊𝒋 = + + +
2 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑦 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑦
𝜕𝑤 𝜕𝑢 𝜕𝑤 𝜕𝑣 𝜕𝑤 𝜕𝑤
+ + +
𝜕𝑥 𝜕𝑧 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑧 𝜕𝑧
METODOLOGIA
PASSO A PASSO
onde

𝜀𝑥𝑥 𝜀𝑥𝑦 𝜀𝑥𝑧


𝜀
𝜺𝒊𝒋 = 𝑦𝑥 𝜀𝑦𝑦 𝜀𝑦𝑧
𝜀𝑧𝑥 𝜀𝑧𝑦 𝜀𝑧𝑧

Cuidado! É usual utilizar a deformação angular (distorção) ao invés da deformação linear, pois
a tensão de cisalhamento é definida como função da distorção. Logo,

𝜕𝑢 𝜕𝑣
𝛾𝑥𝑦 = 2𝜀𝑥𝑦 ≡ +
𝜕𝑦 𝜕𝑥
𝜕𝑢 𝜕𝑤
𝛾𝑥𝑧 = 2𝜀𝑥𝑧 ≡ +
𝜕𝑧 𝜕𝑥
𝜕𝑣 𝜕𝑤
𝛾𝑦𝑧 = 2𝜀𝑦𝑧 ≡ +
𝜕𝑧 𝜕𝑦
METODOLOGIA
PASSO A PASSO
Lembre-se de que o tensor é simétrico; logo,

𝜀𝑥𝑦 = 𝜀𝑦𝑥
𝜀𝑥𝑧 = 𝜀𝑧𝑥
𝜀𝑦𝑧 = 𝜀𝑧𝑦

Simplificando, tem-se

𝜀𝑥𝑥 𝛾𝑥𝑦 𝛾𝑥𝑧


𝛾
𝜺𝒊𝒋 = 𝑦𝑥 𝜀𝑦𝑦 𝛾𝑦𝑧
𝛾𝑧𝑥 𝛾𝑧𝑦 𝜀𝑧𝑧

Aplica-se, então, no ponto de análise 𝑃 𝑃1 ; 𝑃2 ; 𝑃3 .


METODOLOGIA
PASSO A PASSO
Passo 4 – Relações Constitutivas
A partir das considerações e hipóteses previamente assumidas, aplicam-se as propriedades do
material a ser analisado, tal que

𝐺 3𝜆 + 2𝐺
𝐸= módulo de elasticidade
𝜆+𝐺
𝐸
𝐺= módulo de cisalhamento
2 1+𝜈
𝐸
𝐾= módulo de compressibilidade
3 1 − 2𝜈
𝜆
𝜈= coeficiente de Poisson
2 𝜆+𝐺
𝜈𝐸
𝜆= constante de Lamé
1 + 𝜈 1 − 2𝜈
METODOLOGIA
PASSO A PASSO
Aplica-se, então, para o material analisado, obtendo os valores de 𝐺 e 𝜆. De posse desses dois
valores, a relação constitutiva para materiais isotrópicos permite calcular o Tensor de Tensões,
atendendo a Lei de Hooke tal que

𝝈𝒊𝒋 = 𝑪𝒊𝒋𝒌𝒍 𝜺𝒌𝒍

onde

𝜎𝑥𝑥 = 𝜆 𝜀𝑥𝑥 + 𝜀𝑦𝑦 + 𝜀𝑧𝑧 + 2𝐺𝜀𝑥𝑥


𝜎𝑦𝑦 = 𝜆 𝜀𝑥𝑥 + 𝜀𝑦𝑦 + 𝜀𝑧𝑧 + 2𝐺𝜀𝑦𝑦
𝜎𝑧𝑧 = 𝜆 𝜀𝑥𝑥 + 𝜀𝑦𝑦 + 𝜀𝑧𝑧 + 2𝐺𝜀𝑧𝑧
𝜏𝑥𝑦 = 𝐺𝛾𝑥𝑦
𝜏𝑥𝑧 = 𝐺𝛾𝑥𝑧
𝜏𝑦𝑧 = 𝐺𝛾𝑦𝑧
METODOLOGIA
PASSO A PASSO
E, lembrando que o Tensor de Tensões é também simétrico,

𝜎𝑥𝑥 𝜏𝑥𝑦 𝜏𝑥𝑧


𝝈𝒊𝒋 = 𝜏𝑦𝑥 𝜎𝑦𝑦 𝜏𝑦𝑧
𝜏𝑧𝑥 𝜏𝑧𝑦 𝜎𝑧𝑧

Observação. As tensões de cisalhamento podem ser negligenciáveis em alguns casos, restando


apenas as tensões que estão alinhadas nos eixos principais. Estes elementos na diagonal
principal podem ser diretamente as tensões principais 𝜎1 , 𝜎2 , 𝜎3 .
METODOLOGIA
PASSO A PASSO
Passo 5 – Tensões Principais
O próximo passo consiste no cálculo das tensões principais (normais e de cisalhamento). Estas
tensões são decorrentes da solução do problema de autovalores e autovetores do sistema de
equações lineares tal que

det 𝝈𝒊𝒋 − 𝜎𝐈 = 0

ou seja,

𝜎𝑥𝑥 − 𝜎 𝜏𝑥𝑦 𝜏𝑥𝑧 𝑛𝑥 0


𝜏𝑦𝑥 𝜎𝑦𝑦 − 𝜎 𝜏𝑦𝑧 𝑛𝑦 = 0
𝜏𝑧𝑥 𝜏𝑧𝑦 𝜎𝑧𝑧 − 𝜎 𝑛𝑧 0
METODOLOGIA
PASSO A PASSO
onde 𝜎 é a magnitude da tensão principal, e 𝑛𝑥 , 𝑛𝑦 e 𝑛𝑧 são as componentes do versor 𝑛, que é
normal ao plano principal

𝒏∙𝒏 =1
𝒏 = 𝑛𝑥 𝒊 + 𝑛𝑦 𝒋 + 𝑛𝑧 𝒌

Resolve-se o determinante do sistema para obter a equação característica. Além disso, há uma
fórmula direta dada por

𝜎 3 − 𝐶2 𝜎 2 − 𝐶1 𝜎 − 𝐶0 = 0
METODOLOGIA
PASSO A PASSO
onde

𝐶2 = 𝜎𝑥𝑥 + 𝜎𝑦𝑦 + 𝜎𝑧𝑧


2 2 2
𝐶1 = 𝜏𝑥𝑦 + 𝜏𝑥𝑧 + 𝜏𝑦𝑧 − 𝜎𝑥𝑥 𝜎𝑦𝑦 − 𝜎𝑥𝑥 𝜎𝑧𝑧 − 𝜎𝑦𝑦 𝜎𝑧𝑧
2 2 2
𝐶0 = 𝜎𝑥𝑥 𝜎𝑦𝑦 𝜎𝑧𝑧 + 2 𝜏𝑥𝑦 𝜏𝑥𝑧 𝜏𝑦𝑧 − 𝜎𝑥𝑥 𝜏𝑦𝑧 − 𝜎𝑦𝑦 𝜏𝑥𝑧 − 𝜎𝑧𝑧 𝜏𝑥𝑦

Os coeficientes 𝐶0 , 𝐶1 e 𝐶2 são chamados de invariantes de tensor, porque eles possuem os


mesmos valores, independentemente da escolha inicial dos eixos, em relação aos quais as
tensões aplicadas foram medidas ou calculadas. As três tensões principais 𝜎1 , 𝜎2 , 𝜎3 são as três
raízes desse polinômio cúbico. As raízes do polinômio são sempre reais e são geralmente
ordenadas de modo que 𝜎1 > 𝜎2 > 𝜎3 . Resolva por meio de um método numérico.
METODOLOGIA
PASSO A PASSO
Se necessário, as direções dos versores das tensões principais podem ser obtidas substituindo
cada raiz e resolvendo para 𝑛𝑥 , 𝑛𝑦 e 𝑛𝑧 em cada uma das três tensões principais. As direções
das três tensões principais são mutuamente ortogonais.

As raízes da equação característica (os autovalores) são as tensões principais normais. Faltam
as tensões principais de cisalhamento, dadas por

𝜎1 − 𝜎3 𝜎1 − 𝜎2 𝜎2 − 𝜎3
𝜏13 = 𝜏12 = 𝜏23 =
2 2 2
METODOLOGIA
PASSO A PASSO
Passo 6 – Critérios de Falha
Este passo é o mais importante para o projeto mecânico de falhas estáticas. Deve-se utilizar
algum critério de falha baseado em Teorias de Falha. O critério mais tradicional para materiais
dúcteis é o de Von Mises, dado por

𝜎𝑒𝑞 ≡ 𝜎𝑉𝑀 = 𝜎12 + 𝜎22 + 𝜎32 − 𝜎1 𝜎2 − 𝜎1 𝜎3 − 𝜎2 𝜎3


METODOLOGIA
PASSO A PASSO
Por fim, aplica-se o Coeficiente de Segurança Estático 𝑁𝑠 , relacionando os limites de tensão
admissíveis do material e a tensão equivalente calculada, tal que

𝜎𝑎𝑑𝑚 𝜎𝑒𝑠𝑐
𝑁𝑠 = ≡
𝜎𝑒𝑞 𝜎𝑉𝑀

o qual deve ser superior a 1,0 ou o projeto será negado estaticamente.


AGRADECIMENTO

Você também pode gostar