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de Gestão Comportamental
em Segurança do Trabalho
edição 2012
3
Apresentação
Prezados líderes
A segurança é um valor que orienta nossas decisões no dia a dia para a construção
de um ambiente seguro em nossas operações. Hoje temos um grande desafio: o
zero acidente.
Atingir esta meta demanda trabalho, esforço e dedicação, mas principalmente com-
prometimento. Hoje oferecemos em nossas operações capacitação, equipamentos
e procedimentos adequados. Além de continuar aperfeiçoando nossas práticas atu-
ais, queremos reforçar o comportamento seguro, pois a atitude individual também é
fundamental para alcançarmos nosso objetivo.
Desejamos que este material seja útil no reforço permanente da segurança das
pessoas acima de tudo.
Boa leitura!
Claudio Johannpeter
COO
Índice
Apresentação 03
1 Alinhamento Conceitual 09
3 Disciplina Operacional 53
8 Conclusões 203
9 Anexos 207
10a - Exemplos para Análise
10b - Gabaritos
10c - Referências Bibliográficas
12
Alinhamento Conceitual
1. Alinhamento conceitual 9
Objetivos e pontos-chave
Objetivos
Este capítulo - alinhamento conceitual - descreve como segurança vem da es-
tratégia da organização, como um dos valores. Pretende garantir o entendimen-
to dos principais conceitos relacionados e a compreensão da gestão comporta-
mental como parte integrante do Sistema de Segurança da Gerdau.
Alinhamento conceitual
Neste capítulo estão alinhados e descritos os conceitos mais relevantes ligados à
gestão comportamental em segurança do trabalho e que são pré-requisitos para
utilização adequada deste Manual nas Unidades do Grupo Gerdau.
A aplicação destes conceitos está diretamente relacionada ao valor de segurança
na Gerdau, oriundo de sua estratégia, de ser percebida como uma organização de
referência mundial.
Para tal, apoia-se em sua Política Integrada, que define e compartilha as responsa-
bilidades. A partir dos direcionadores estratégicos se alinha o desenvolvimento do
Plano Executivo (PEX).
• Mais fáceis de
Informações organizadas
Conhecimento serem observados
sobre um assunto/área
(saber) (objetivos) e
específica.
desenvolvidos.
• Necessários para
Habilidade Aplicação mental ou motora
alta performance,
(fazer) de técnicas.
mas não suficiente.
• Mais difíceis de
Disposição geral para se
serem aferidas
comportar de uma certa
(subjetivas) e
maneira, envolvendo:
Atitude desenvolvidas
(querer/poder) • Crenças;
• Características
• Valores;
que impactam em
• Traços;
desempenho de
• Motivos.
longo prazo.
C - Conhecimento
• Conhecer a evolução de segurança na Gerdau, entendendo-a como
valor da organização;
• Conhecer profundamente as práticas descritas no sistema Gerdau
de saúde e segurança do trabalho;
• Compreender a interrelação entre as práticas Gerdau de segurança
e a atuação sobre as três barreiras: físicas, procedimentos e
atitudes;
• Conhecer perigos e riscos da sua célula/área de trabalho;
• Conhecer aspectos humanos no trabalho e fatores ativadores de
comportamento, para avaliar suas interferências na atuação da
equipe;
• Ter metodologia e didática de ensino para interagir no tema com sua
equipe e demais lideranças.
H - Habilidade
• Planejar e desenvolver as práticas do SGSS na gestão da sua
célula;
• Colocar em prática na gestão da célula as diretrizes e ações para
segurança;
• Checar o andamento do SGSS no comportamento da sua respectiva
equipe constantemente;
• Tratar os desvios de forma sistêmica;
A - Atitude
• Ter a segurança como um valor pessoal;
• Demonstrar interesse genuíno sobre as questões de segurança e
sobre a melhoria continua;
• Ter disciplina e rigor para seguir os parâmetros do SGSS na gestão
do dia a dia;
• Questionar;
• Recontratar;
• Compartilhar;
• Agir proativamente;
• Buscar soluções para as necessidades de condições físicas,
sistêmicas e comportamentais da área/célula;
• Promover o diálogo e parcerias;
• Motivar para segurança;
• Agir no tema da segurança como preservação da vida, tendo-a como
decisiva nas situações do dia a dia.
12 11,5
10
Foco em ações
8,1 comportamentais
8
6,4
6 Implantação de
regras, padrões
e procedimentos
4 3,4
3 3,3
2 1,5
Investimento 1,1
0,9 0,7 0,9 curva de
em tecnologia 0,6 Bradley
0
ano 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Como ponto-chave, os líderes têm que, como primeiro passo, entender e consi-
derar a cultura local. E assumir seus compromissos pessoais, compreendendo e
compartilhando com sua equipe este valor, como uma forma inequívoca de operar,
produzindo aço com segurança.
Acidentes x barreiras
Barreiras
físicas
Acidente
Barreiras sistêmicas
(práticas GBS)
Barreiras de
comportamento
(gestão comportamental)
Lesões graves
1
Lesões leves
10
Acidentes com danos materiais
30
Quase acidentes
600
Desvios (atos e condições abaixo do padrão)
30000
ATUAÇÃO PERDAS
REATIVA • Fatalidades
• Ferimentos
• Doenças ocupacionais
• Danos materiais
• Perdas de produtos
ATUAÇÃO DESVIOS
PROATIVA • Práticas e
condições inseguras
Sensação Percepção
(dados brutos) (interpretação, significado)
Informação
(som, luzes, odores)
Receptores
(olhos, ouvidos,
nariz, pele, língua)
mundo externo
Questionamentos
Consciência
Cuidar de mim
Aceitar o cuidado
Cuidar dos colegas
dos colegas
Conceitos
São apresentados a seguir conceitos associados à Gestão Comportamental de Se-
gurança, cuja leitura e compreensão são fundamentais para o adequado entendi-
mento deste tema.
Conceitos Descrição
Resumo/reflexão
A prática da segurança esta orientada pelos valores, política integrada e respectivos
direcionadores estratégicos da organização. Esta evolução vem da estratégia da
organização e é resultante do amadurecimento do sistema de saúde e segurança
da Gerdau. Os líderes devem assumir e demonstrar seu compromisso pessoal para
segurança.
Uma quantidade significativa de acidentes e quase acidentes pode ser evitada atra-
vés do desenvolvimento de comportamentos mais seguros. A atuação estruturada
sobre comportamentos é base para se avançar na construção de ambientes segu-
ros.
A resposta, praticada por nós, líderes, e percebida por nossas equipes, vai consoli-
dar um novo estágio em nossa jornada rumo ao Zero CPT.
Teste de aprendizado
Nesta etapa é importante que você reflita sobre seu aprendizado, analisando as
questões abaixo e respondendo às seguintes perguntas:
P 1 - Como o modelo das barreiras auxilia na prevenção de acidentes e nos ajuda a
entender aqueles de origem comportamental?
P 2 - Baseado no conceito da pirâmide de Bird, por que é mais efetivo se atuar na
sua base?
P 3 - Identifique alguns conceitos descritos neste capítulo que estão associados
com uma Liderança efetivamente percebida, justificando a relação.
P 4 - Baseado no conceito de competência do líder em segurança e seu “CHA”,
descreva exemplo de conhecimento , habilidade e atitude que o mesmo deve
demonstrar.
2
Atuação da Liderança e
Maturidade da Organização
28 2. Atuação da liderança e maturidade da organização
Objetivos e pontos-chave
Objetivos
• Conhecer o conceito de maturidade baseado na curva de Bradley e ser capaz
de identificar características típicas de cada estágio, gerando a devida reflexão
de como avançar neste tema, como líder e com as equipes.
• Entender que o líder, para ser eficaz na gestão de segurança, deve adequar
sua atuação em cada situação, frente à senioridade/prontidão do operador/
equipe para executar determinada tarefa, independente da maturidade do gru-
po.
Evolução da maturidade:
cumprimento x comprometimento
Para a evolução da maturidade é necessário que as pessoas internalizem seu com-
prometimento no processo, agindo efetivamente por consciência, conforme descrito
no quadro a seguir.
“Eu sigo as regras porque eu tenho “Eu sigo as regras porque eu quero
que segui-las” segui-las”
Instinto natural
Ponto chave: avançar além da
dependência, pela atuação da
liderança e envolvimento da equipe
Taxa de acidentes
Supervisão
Individual
Equipes
Estágio da
Descrição típica
curva
Expectativa de
Exemplo clássico
resultado
É irrealístico esperar
• “finge que não vê”.
melhoria sustentável.
Tempo
Mediana
Reativo
Dependente
Independente
Interdependente
2º ESTÁGIO
Supervisão de
pessoas
1º ESTÁGIO
Instinto natural
Reativo Dependente
• SST totalmente dissociada dos • SST dissociada dos processos
processos produtivos; produtivos;
• Ausência de planejamento • SST a cargo do SESMT que atua
das ações de SST; como fiscal;
• Ações pautadas em • Foco centrado na legislação;
improvisações e urgências; • Avaliação de desempenho apenas
• SST movida por crises - só age reativa (TF e TG);
mediante pressões (ocorrência de • Sanção como mecanismo de controle
acidente grave e/ou fiscalização); (salvaguarda);
• Ausência de responsável pela • SST não planificada;
condução das ações de SST;
• Atendimento por demanda das áreas;
• Ausência de avalição de
• Causas de acidentes centradas no
desempenho em SST.
comportamento dos trabalhadores.
4º ESTÁGIO
Agir em equipe
3º ESTÁGIO
Agir por
si mesmo
Independente Interdependente
• Políticas e diretrizes de SST • Políticas e diretrizes de SST conduzi-
definidas pela direção da empresa; das pela direção da empresa;
• SST integrada aos processos • SST como valor agregado ao negó-
produtivos; cio da empresa;
• SST razoavelmente planificada; • SST totalmente integrada aos pro-
• Uniformidade na gestão das ações cessos produtivos;
de SST; • SST totalmente planificada;
• Avaliação de desempenho com • Avaliação de SST associada à ava-
características proativas; liação de desempenho dos liderança;
• SST a cargo das lideranças das • SST conduzida pelas lideranças
áreas operacionais; das áreas operacionais com foco no
• Técnicos do SESMT como trabalho em equipe;
assessores das lideranças das áreas • Uniformidade nas ações de SST em
operacionais. toda a organização.
2º ESTÁGIO
Supervisão de
EVOLUÇÃO x GANHOS
1º ESTÁGIO pessoas
Instinto natural
rotina
rotina A S A S
C D C D
Reativo Dependente
COMPORTAMENTO COMPORTAMENTO REATIVO
ALTAMENTE REATIVO • Liderança assume as ações de SST
• Liderança totalmente alheia à SST; no discurso;
• Liderança totalmente despreparada; • Liderança que age mediante estímulos
• Liderança altamente permissiva; externos (recompensa e/ou sanção);
• Liderança orientada por condutas • Liderança com conhecimento limitado
imediatistas; de SST;
• Liderança paternalista (passa a mão • Liderança permissiva;
na cabeça do colaborador); • Liderança que promove
• Liderança conivente (finge não ver o ações reativas pautadas em
cometimento de erros); improvisações e urgências;
• Liderança orientada por ações • Liderança que finge não ver os riscos
improvisadas, perigosas e sem do trabalho e que maquiam resultados
controle. (escondem acidentes);
• Liderança que costuma transferir
responsabilidades suas para terceiros.
3º ESTÁGIO 4º ESTÁGIO
Agir em equipe
Agir por
si mesmo rotina
A S
rotina A S C D
C D
Independente Interdependente
COMPORTAMENTO PROATIVO COMPORTAMENTO
• Liderança consciente de suas ALTAMENTE PROATIVO
atribuições em SST; • Liderança altamente comprometida
com SST; tolerância zero.
• Liderança com razoável nível de
• Liderança altamente capacitada em
capacitação em SST;
SST;
• Liderança pouco permissiva, • Liderança não permissiva, com tolerân-
com baixa tolerância a desvios; cia zero em relação a desvios;
• Liderança com elevado nível de • Liderança busca soluções planejadas e
exigência em relação a SST; compartilhadas;
• Liderança que valoriza e • Liderança que entende e pratica discipli-
promove o trabalho em equipe; na como compromisso;
• Liderança que valoriza e promove o
• Liderança que cobra e exige
trabalho em equipe;
cumprimento de regras formais
de SST; • Liderança que planeja totalmente as
ações de SST;
• Liderança que assume os
• Liderança que entende e exerce o poder
erros de seus subordinados; como meio de democratizar o conheci-
• Liderança que presta contas das mento;
ações de SST em toda a sua • Liderança que busca tomar decisões
integralidade. compartilhadas.
Aspectos da organização e
impactos no comportamento
As organizações agem nos estágios 1 e 2 (reativos), diferentemente dos estágios 3
e 4 (proativos), conforme demonstrado neste resumo baseado em análise do pro-
fessor João Cândido.
• Líderes de área são donos incontestes das ações e tem esta responsabilidade
definida formalmente.
• SST vivenciada nas práticas do dia a dia e percebida nas tomadas de decisão.
Instinto natural
Ponto chave: avançar além da
dependência, pela atuação da
liderança e envolvimento da equipe
Taxa de acidentes
Supervisão
Individual
Equipes
Evolução da Maturidade
Estratégia recomendada
A (alta) Delegar
B (média) Compartilhar
Senioridade
(prontidão) para ex-
ecutar a tarefa
C (moderada) Persuadir
D (baixa) Determinar
avaliar
• Confiar na tomada de decisão do
designar
liderado (sabe e vai fazer bem).
acompanhar
incentivar
motivar • Deixar participar das decisões;
facilitar • Preocupação com as pessoas.
apoiar
estabelecer claramente
treinar • Acompanhamento e controle
definir (rédeas curtas);
estruturar • Determinar cumprimento de regras.
supervisionar
OPERADOR X EVENTO
Nível de
maturidade? Resultado esperado
(curva de Senioridade para
Situação em
Bradley) esta atividade
segurança
INDEPENDENTE NOVA
Atuam de forma BAIXA Situação de MÉDIO/BAIXO
compartilhada; Operador nunca emergência, Operador demonstra
operadores alertam havia passado por fora de rotina, ain- ser responsável, sem
seus colegas de esta situação da não vivenciada ter vivido esta situação
riscos) por este operador
Estratégia recomendada
A (alta) Delegar
D (baixa) Determinar
Exemplo:
Na aciaria de uma unidade há mais de dois anos sem acidentes a equipe tem de-
mostrado atuar com responsabilidade compartilhada; existem vários casos em que
operadores, atentos aos riscos, alertam seus colegas. A liderança é pouco permissi-
va e tem atuado no sentido de aumentar a liberdade de atuação da equipe. Há seis
meses foi contratado um novo operador do FEA e todo o processo de integração e
apadrinhamento foi recém concluído com sucesso. Este colaborador tem demons-
trado elevada responsabilidade em suas atividades. Nesta tarde ele percebeu in-
dícios de água no forno, de causa não conhecida. Consulta seu facilitador para se
certificar dos procedimentos a adotar. Qual é a ação recomendada ao líder?
Como agir
LÍDER OPERADOR
DETERMINAR
CUMPRIR
Estabelecer claramente
Com acompanhamento
como fazer e acompanhar
direto da supervisão
de perto
estabelecer claramente
• Acompanhamento e controle (rédeas curtas);
treinar, definir, estruturar
• Determinar cumprimento de regras.
supervisionar
Habilidades,
experiências
e hábitos
Capacidade
para perceber e
controlar riscos novato veterano
OBSERVAÇÃO
Questões de ordem pessoal podem influir nas condições emocionais
do colaborador e o líder deve estar atento a estes pontos. Algumas
práticas, como por exemplo o emocionômetro, são recomendadas.
Para sua reflexão no anexo está apresentado o exemplo 8.
Resumo/reflexão
A melhoria consistente dos resultados de segurança está relacionada com a evo-
lução da maturidade da organização, seus líderes e equipes. O estudo, que é refe-
rência no tema, foi desenvolvido por Bradley e seu entendimento aprofundado foi
descrito pelo prof. João Cândido.
Desta maneira, compreendendo as características em cada estágio, podemos refle-
tir e planejar nossos pontos de evolução, avançando na construção de uma cultura
de segurança.
Esta evolução deve ser construída, etapa a etapa, sobre cada um dos pontos: não
se consegue avançar para níveis superiores de maturidade sem esgotar as ques-
tões pendentes de estágios anteriores.
Uma situação que frequentemente gera confusão e entendimentos indevidos é
quando líderes de equipes que já demonstram, via de regra, estar em um estágio
superior de maturidade, se vêem frente a situações que exigem uma atuação mais
diretiva (por exemplo, riscos oriundos de uma atividade não rotineira e desconheci-
da por vários).
Nestes casos, é fundamental que os líderes compreendam a situação, baseados
na senioridade da equipe para a tarefa específica, e ajustem sua forma de atuação.
Ao reconhecer uma baixa prontidão para a tarefa, não devem hesitar em determinar
como agir, estabelecendo claramente a atividade e fazendo um acompanhamento
e controle eficaz.
Reflita sobre alguma situação real que você viveu e conte a um colega como agiu
para ajustar sua atuação. Ou, se os resultados não foram satisfatórios, qual a mu-
dança de estratégia que você faria agora?
Teste de aprendizado
Nesta etapa é importante que você reflita sobre seu aprendizado, analisando as
questões abaixo e respondendo às seguintes perguntas:
P 1 - A partir de que estágio de maturidade se percebem que os resultados em se-
gurança mostram uma evolução consistente?
P 2 - Que pontos que o líder deve considerar para orientar sua atuação, consideran-
do o conceito de senioridade e prontidão do colaborador para a tarefa?
P 3 - A capacidade de perceber e controlar riscos é crescente com a experiência e
familiarização com a tarefa? Justifique sua resposta.
P 4 - Descreva a forma característica das pirâmides de Bird para cada estágio de
maturidade da curva de Bradley.
P 5 - Em uma organização que já demonstra, na absoluta maioria das situações,
características de maturidade de nível 3 – Independente, qual é a estratégia
recomendada de atuação do líder, perante uma situação nova, que um deter-
minado colaborador envolvido não vivenciou?
3
Disciplina Operacional
52 3. Disciplina Operacional
Objetivos e pontos-chave
Objetivos
• Entender como líderes constroem disciplina operacional em suas equipes,
através de uma liderança percebida, com comprometimento e atitudes exem-
plares, envolvendo e compartilhando responsabilidades com as pessoas.
• Desenvolver a compreensão dos líderes de fatores que afetam os comporta-
mentos humanos, permitindo que realizem em seu dia a dia uma gestão de
consequências justa, na qual reconhecimentos e sanções sejam utilizados de
forma equilibrada, construindo comportamentos seguros.
Disciplina operacional:
base para estabilização de processos
A disciplina operacional, como um processo, exige execução conforme
padrões e atuação coerente do líder nos seguintes pontos:
• Liderança pelo exemplo;
• Responsabilidade de linha;
• Conceito de dono;
• Foco no comportamento;
• Administração de desvios.
PONTO CHAVE
Perante falhas e desvios, o líder deve, como indicado, voltar para
rever a padronização e treinamento, e não focar a ação na cobrança
simplista do resultado indesejado. O bom resultado é fruto de bons
procedimentos, adequadamente seguidos.
Disciplina operacional x
estabilização de processos
Treinamento
de Falhas
Execução
Padronização Treinamento
conforme Resultados
Operacional Crítico
Padrões
Auditoria de
Padrões
TODOS
TODAS AS VEZES
Comportamento seguro:
orientando decisões
A decisão por um comportamento seguro é um processo que envolve a percepção
de risco, é influenciada pelo clima e cultura de segurança vigente e é estimulada
pelas consequências percebidas (sejam de reforço positivo, possível sanção ou in-
diferença).
Identificação do perigo
Análise consequências
PROCESSO
Estímulos discriminativos
(positivos e negativos)
Clima e cultura
Possibilidades de ação
Comportamento seguro
Ativadores de comportamento
Por que as pessoas fazem o que fazem e não
o que se esperaria que fizessem?
Comportamentos podem ser gerenciados e são resultado de um processo que en-
volve: situação + ação + consequência.
Para uma gestão coerente, deve-se entender os ativadores dos comportamentos
bem como gerir as consequências, reforçando ou inibindo-os.
observamos o ato
Situação Ação/ato
Consequência
(antecedentes) (Comportamento)
Comportamento humano:
como agir positivamente
Reconhecer as questões associadas aos comportamentos e a forma como nossos
atos podem reforçar ou coibir atos inseguros é ponto crucial no desenvolvimento de
ambientes seguros e equipes colaborativas
SISTEMA DE GESTÃO
• Procedimentos
• Padrões
• Normas DISCIPLINA OPERACIONAL
• Remuneração variável • Regras gerais
• Regras específicas
• Política de consequências
PROGRAMAS
CORPORATIVOS
• Sipat Política de
Segurança
• Dia D
• Semana da excelêcia
PROGRAMAS
COMPORTAMENTAIS
• Escalada da segurança
• Atitude segura
• Outros programas da
unidade CAPACITAÇÕES
PROGRAMAS • Treinamento
CORPORATIVOS • SCI
• Sipat
• Dia D
• Semana da excelêcia
O reforço positivo, realizado de forma rotineira sobre atitudes seguras e seu devido
reconhecimento, é a forma mais efetiva de se construir comportamentos seguros.
Todavia, no caso de descumprimento ou omissões, cabe efetuar uma análise equi-
librada, buscando identificar os agentes ativadores de comportamento, verificando
se houve erros ou violações e tomando ações justas.
Exemplos
Reconhecimentos podem ser realizados por equipes ou individuais e de maneira
formal ou informal. Importante lembrar que quanto mais próximos do fato gerador,
mais percebidos e valorizados tendem a ser. Todavia, quando realizados em even-
tos, demonstram ao grupo, de maneira mais clara e abrangente, a importância dada
pela organização ao valor segurança.
Política de consequências:
reconhecimentos
Exemplos de Reconhecimento do CEG por 4 anos sem acidentes CPT na Usina
Barão de Cocais e por 3 anos na Usina Cearense.
Política de consequências:
reconhecimentos
Reconhecimento realizado pelo Comitê da Unidade a operador destaque em segu-
rança.
“Se tivéssemos que definir uma letra para representar um trabalhador consciente
com relação as questões de segurança, esta letra seria o “R” de responsável” –
Hudson Couto.
Gestão de consequências:
erros x violações
Um ponto básico na qualificação de falhas humanas é uma avaliação para entender
se houve um erro ou uma violação; para tal recomenda-se usar a estrutura de cate-
gorização abaixo e a árvore de tomada de decisões seguinte.
Política de consequências:
descumprimentos e/ou omissões
O que fazer perante um possível descumprimento de regras e procedimentos
e/ou omissões, com consequências em um acidente?
Avaliar:
• A críticidade da ocorrência, verificando sua perda ou potencial de perda;
• A característica da ocorrência, se foi uma violação ou erro;
• Se a falha foi induzida pelo sistema, avaliar ponto de falha e a atuação da liderança
(procedimentos, treinamento, etc.);
• Ampliar análise para falhas nas demais barreiras e/ou no sistema de gestão;
• Identificar e analisar os ativadores de comportamento;
• Aplicar a política de consequências, decidindo com apoio da árvore de tomada de
decisões.
Política de consequências:
descumprimentos
A avaliação deve ser realizada pela matriz de criticidade e a sanção, quando aplicá-
vel, pela recomendação da matriz de consequências.
Política de consequências:
orientações para aplicação
• A árvore de tomada de decisões orienta para uma aplicação justa e equilibrada
da política de consequências, quando se está avaliando rupturas na barreira de
comportamento. Tem por finalidade garantir uma aplicação consistente e alinhada.
• De uma maneira geral, ações neste sentido não devem ser tomadas até que a
investigação adequada seja completada. Todavia, se após as entrevistas e análi-
ses iniciais, ficar claro que houve uma quebra grave de regra e/ou procedimento,
os envolvidos podem ser retirados temporariamente de sua atividade de rotina ou
serem enviados para casa, até o encerramento das investigações.
• Todo este processo deve ser detalhado, porém rápido; recomenda-se nunca supe-
rior a sete dias, sob pena de eventuais sanções já serem entendidas pela equipe
como não aplicáveis.
Houve ruptura
da barreira SIM
comportamental SIM Procedimentos
por atitude Seguir política estavam
abaixo do de álcool e disponíveis,
padrão? droga entendidos e
bem
comunicados?
Foi treinado e
sua capacitação
Confirmado o NÃO checada?
uso de álcool e A ação foi
droga? intencional?
NÃO
Conhecia o
procedimento
seguro que não NÃO
foi observado? Um outro em
seu lugar teria
feito o mesmo?
(teste de
substituição)
Recomendação
de aplicar
sanção
SIM
violações
Checar Recomendação
Possível
estimuladores de de aplicar
violação por
comportamento. sanção
imprudência.
NÃO Recomendação
Checar
Possível de aplicar
tolerância da
violação ou erro sanção nos
gravidade crescente
liderança/
induzido pelo responsáveis
sistema.
sistema. pelo sistema.
NÃO Checar
Recomendação
Possível erro estimuladores
de aplicar
por negligência. do
sanção
comportamento.
NÃO
Deficiência no
treinamento,
seleção ou
experiência?
SIM Estruturar plano
Erro induzido de correção
pelo sistema com Liderança
Avaliar sua
erros
SIM SIM
adequação
Tem histórico Erro não
à atividade e
de atitudes intencional
contratar
inseguras? (sem culpa).
compromisso.
Recomendação
NÃO de identificar e
Erro sem culpa. corrigir falhas no
sistema.
Política de consequências:
fatores que limitam aplicação
Uma gestão adequada de consequências exige do líder uma atenção cuidadosa e,
às vezes, sofre limitações, por algum dos motivos abaixo exemplificados.
Resumo/reflexão
A disciplina operacional é um dos fundamentos de uma gestão eficaz de segurança,
e sua prática é fortemente dependente da atuação percebida do líder, que com seu
exemplo, orienta e a conduz com a equipe.
Através desta disciplina, com todos fazendo certo todas as vezes, constrói-se a
excelência operacional, através de procedimentos e regras, cumpridos conforme
foram planejados.
Neste contexto, eventuais desvios detectados devem ter uma atuação adequada
do líder, com reforços positivos e reconhecimentos nas situações pertinentes e uma
análise e atuação frente a descumprimentos.
Teste de aprendizado
Nesta etapa é importante que você reflita sobre seu aprendizado, analisando as
questões abaixo e respondendo às seguintes perguntas:
P 1 - No seu entendimento, como se constrói uma disciplina operacional efetiva no
dia a dia?
4
Apresentação das Práticas Gerdau
80 4. Apresentação das práticas Gerdau
Objetivos e pontos-chave
Objetivos
Este capítulo – Apresentação das Práticas Gerdau - descreve a metodologia
recomendada para líderes e colaboradores, pela experiência desenvolvida em
várias unidades da Gerdau nos últimos anos, com resultados comprovados.
Estão descritas a estrutura e desdobramento do método, seu passo a passo,
recomendações para adequada utilização, responsabilidades de líderes e cola-
boradores e referenciados cases de sucesso.
Descrição/ Consequência
Metodologia
Finalidade Quem / Como
Descrição/ Consequência
Metodologia
Finalidade Quem/como
Observações de Comportamento
4.a
pelos Líderes
Objetivo
A realização de observações comportamentais pelos líderes é uma atividade básica
para a construção de comportamentos seguros.
Neste capítulo são estabelecidas as diretrizes para realização de observações de
comportamento pelos líderes pelo método Gerdau, estabelecendo:
• Responsabilidades para a execução e administração do programa;
• Como esta deve ser desenvolvida pelas lideranças;
• Critérios padronizados para a aplicação nas unidades;
• Orientações para identificar e reforçar comportamentos seguros e como identificar
e interagir para modificar comportamentos inseguros;
• Método para análise dos dados gerados pelas observações, permitindo interven-
ções planejadas e análise de tendências e evoluções.
Estar adequado
Fazer um check para ver se esta preparado para
3 para realizar a
realizar a observação
abordagem
2. Pare e observe
Realizar a
observação 3. Análise
4 (tempo estimado
de 15 a 30
minutos)
4. Inicie a conversa
Registrar a
Descrever a abordagem realizada conforme
5 observação
formulário padrão
realizada
Ponto-chave
Gestor da Unidade 2
Exemplo de situação
Neste caso, o líder deve, imediatamente, parar a atividade. Esta intervenção deve
ser realizada de forma adequada, evitando, pela surpresa do colaborador, agravar
o risco.
Exemplos de
Etapa O que fazer?
situação
Responsabilidades
Diretor Executivo ou Gerente Executivo da Unidade
• Promover a implantação do programa de observação de comportamento, objeti-
vando seu uso rotineiro e sistêmico na unidade;
• Participar ativamente do processo, orientando, aconselhando, disciplinando e reco-
nhecendo, assegurando a internalização e sustentabilidade do programa;
• Acompanhar os indicadores, garantindo a sistemática em todas as áreas;
• Reconhecer práticas e comportamentos que demonstrem a evolução e reorientan-
do situações de desvios ou avanços insuficientes;
• Realizar a gestão deste processo junto a liderança e garantindo seu sucesso na
unidade.
Recomendações finais:
observações pelos líderes
• Somente deverão realizar as observações comportamentais líderes treinados na
técnica (conceitos e prática);
• Durante a observação verificar as condições físicas da área onde está sendo reali-
zada a observação, mas concentre-se na atividade do observado e como ele age/
reage em relação a este ponto;
Foco da Unidades
Focos de Atuação
Ação de referência
• Diagnóstico inicial;
• Atuação da liderança;
Diaco • Observações de comportamento
Mogi pela liderança;
Sizuca • Atuação dos líderes medido
por Indicadores proativos;
• Follow up do plano de ação
Atuação da liderança
• Treinamento da equipe;
Jacksonville
• Aplicação dos cartões.
Principais Resultados
• Envolvimento de operadores;
• Ferramenta para gestão de situações no dia a dia.
1. Análise da relação
comportamentos inseguros A resolução efetiva de incidentes afeta
(incidentes e desvios) com as claramente a ocorrência de acidentes.
perdas (acidentes CPT).
4. Desenvolvimento de indicadores
proativos de atuação da
liderança.
Evidência Objetiva
• Evolução em relatos de
incidentes e sua correção;
• Realização de observações
comportamentais e devida
análise.
• Diagnóstico inicial;
• Atuação da liderança no dia
a dia, com as praticas de
gestão e observações de
desvios.
• Evolução de TF, TG e
encerramento de desvios
comportamentais.
Evidências
acumulado maio/2012
Acidentes CTP
Observações de Comportamento
4.b
entre Operadores
Objetivo
Esta metodologia visa desenvolver nos colaboradores uma mudança consciente no
seu comportamento, buscando aumentar sua percepção dos riscos, capacitando os
operadores a observar seus pares na execução de suas atividades diárias, identifi-
cando comportamentos, atitudes, práticas e condições de risco.
Os estados causam erros, que fazem ocorrer riscos menores, que se tornam riscos
maiores (críticos) e podem acabar gerando um acidente.
Treinamento dos
multiplicadores
Prática da Observação
Conceito do método
Se você conseguir reconhecer os estados que levam a erros e refletir, irá diminuir
o risco de sofrer um incidente.
Riscos Riscos
Estados causam Erros que fazem Menores Maiores
maiores maiores
• pressa • olhos longe da tarefa
• frustração • mente longe da tarefa
• cansaço • linha de fogo menores menores
• complacência • equilíbrio/tração/firmeza
quase acidentes quase acidentes
riscos com um
erro crítico
Acidente
Detalhamento da prática
de observação entre operadores
Ato abaixo do
padrão
Eu Reflito Pressa
sobre:
Frustração
Registro
Cartão
Cansaço
Mente longe
da tarefa
Registro
cartão
Linha de
fogo
Equilíbrio
mudança de comportamento tração - firmeza
Indicadores e gestão
• Tema semanal no DDS;
• Tratamento/plano de ação dos cartões em reuniões de células:
• Reuniões mensais de análise de resultados por área;
• Análise no Comitê de Segurança
22%
26% 32%
13%
cansaço complacência equilíbrio, tração, firmeza linha de fogo
frustração pressa mente longe da tarefa olhos longe da tarefa
3% 1%
32%
42%
40%
57%
25%
• Procurar fazê-lo pensar sobre o fato ocorrido: o que o levou a cometer tal
atitude?
Etapa Pontos-chaves
• Envolvimento de operadores,
Resultados com maior percepção dos riscos
• Redução dos acidentes CPT e SPT´s
• Desenvolvimento do cuidado entre equipes
Evidências
Evidências
Etapa Pontos-chaves
Evidências
Resumo/reflexão
A metodologia apresentada teve seus conceitos e práticas desenvolvidas em Uni-
dades Gerdau, com base na experiência desenvolvida com várias consultorias em
diversas partes do mundo e estão adequadas à necessidade e realidade de nossos
processos industriais. Estão também alinhadas com recentes orientações da Worl-
dsteel em seu documento - “Creating a Positive Safety Culture”.
Teste de aprendizado
Nesta etapa é importante que você reflita sobre seu aprendizado, analisando as
questões abaixo e respondendo às seguintes perguntas:
P 1 - Por que é fundamental os líderes realizarem observações comportamentais?
E como garantir que os operadores entendam positivamente esta atividade?
5
Gerenciando Comportamentos
128 5. Gerenciando comportamentos seguros
Objetivos e pontos-chave
Objetivos
• Conhecer os Indicadores que permitam monitorar a evolução comportamental
em sua unidade e como gerenciá-los;
• Entender em detalhe o Indicador de Comportamento Seguro (ICS) e planejar
intervenções;
• Compreender como utilizar o indicador de atuação proativa da liderança, que
mede o esforço da liderança em suas atribuições no tema;
• Mapear o posicionamento da maturidade de sua unidade e perceber eventuais
diferenças entre áreas;
• Compreender como a gestão adequada e sistêmica destes indicadores com-
portamentais permite focar seu plano de ação, acompanhar e orientar a evolu-
ção de suas equipes em comportamentos seguros.
Indicadores comportamentais
O gerenciamento de comportamentos seguros é fundamental para a evolução do
processo. Para tal, existem estes indicadores recomendados para monitoramento.
Na tabela abaixo estão descritos estes indicadores, objetivos e quem/como é rea-
lizado.
Item/atividade Indicador
Comportamento seguro
ICS (indicador de comportamento seguro).
das equipes
• % execução da prática;
Observações
• % desvios por categoria;
comportamentais pelos líderes
• % atos seguros.
Objetivo Quem/como
Objetivos
O Indicador de Comportamentos Seguros (ICS) representa o percentual de ativi-
dades seguras, ou seja, é uma ferramenta que demonstra o grau de aderência das
pessoas, demonstradas por seus comportamentos, aos padrões do SST na execu-
ção das tarefas em uma determinada área de trabalho.
Fornece um Indicador da evolução da cultura de segurança, através de uma ava-
liação de desempenho objetiva e estruturada, que demonstra percentualmente o
grau de conscientização e comprometimento da equipe, considerando o potencial
de perda (gravidade) observado.
Quanto maior for o Indicador ICS, maior é o nível de conscientização e de disciplina
operacional da equipe.
ICS – Método
Utiliza um procedimento de observações programadas, realizadas por dois obser-
vadores treinados para a avaliação, que registram os comportamentos de risco ve-
rificados em rotas críticas, pré-determinadas, seguida da quantificação do compor-
tamento de risco e elaboração de relatório, que permite aos lideranças entender os
tipos clássicos de desvios e agir com intervenções planejadas para eliminar/mitigar
estes comportamentos.
Principais etapas:
• apresentação e divulgação do método para lideranças e equipes;
• capacitação dos observadores;
• análise e definição de rotas (áreas e roteiros);
• programação das observações com frequência definida;
• observação conforme procedimento padrão;
• avaliação da quantidade e gravidade dos desvios observados;
• cálculo do ICS conforme fórmula padrão;
• análise crítica do relatório estruturado - Comitê de Segurança da Unidade;
• definição de ações de melhoria e follow up.
Exemplo 01 Exemplo 02
Onde:
Q - é o número de comportamentos inseguros (ex: 2 colaboradores s/óculos: Q=2)
P - potencial de riscos
N - número de pessoas presentes nas áreas observadas
Classes de Desempenho
Rota X, definida em
parte do processo
de uma área.
100
excelente
95
muito bom
90
bom
85
80 regular
75
70
65
insatisfatório
60
55
50
rota1 rota 2 rota 3 rota 4 rota 5 rota 6 rota 7 rota 8 rota 9 rota 10 resultado
Exemplo: não uso de EPI´s é o maior desvio observado neste período na unidade.
600 AÇÕES:
ferramentas e equipamentos
EPI
• avaliar desvios
limpeza e organização
do comitê);
400
• entender causas
procedimentos
200
• executar intervenções
100 e acompanhar
resultado.
0
toda a planta
35
68,4%
65,1%
80%
61,5%
30
57,5%
52,7%
25
47,6%
60%
41,8%
20
35,3%
40%
15
25,5%
12,7%
10
20%
5
12,7%
12,7%
9,8%
6,5%
5,8%
5,1%
4,7%
4,0%
3,6%
3,3%
0 0%
ficar preso
risco de queda
risco de queimadura
esforço inadequado
procedimento inadequado
procedimento inexistente
local desorganizado
Cumprimento %
Reunião com operadores (DDS)
Participação de operadores %
Cumprimento %
Hora da segurança
Ações concluídas %
Cumprimento %
Observação de comportamento
Comportamentos seguros %
dos líderes
Emissão de relatos
Relatos tratados %
de operadores
Reconhecimentos No.
Política de consequências
Tratamento de desvios No.
2012
Acumulado Meta
Jan Fev Mar Abr Mai
100 95 75 88 96 91 > 90
95 97 60 80 85 83 > 90
95 93 75 85 91 88 > 90
83 85 77 84 79 82 > 80
94 81 83 94 93 89 > 90
91 89 74 86 90 86 > 85
0 1 4 1 3 2 0
82 89 50 78 88 77 > 80
3 4 0 2 3 2 >=3
92 95 60 85 93 85 > 90
7 5 10 2 0 5 >4
1 0 0 0 2 1 >=2
5 4 1 3 5 4 >=4
10 12 3 7 9 8 >=8
92 97 60 85 90 85 > = 90
Infrações penalizadas
SPT (potencial)
obtidos
Pontos
Líderes
CDM
CPT A B C
(A)
-40 -20 -10 -5 -20
João da Silva 98 0 0 0 1 0
Felipe Andrade 91 0 0 0 2 0
Manuel Ribeiro 89 0 0 0 1 0
Luiz Pereira 86 0 0 1 1 0
José Oliveira 85 1 0 2 0 1
Leonardo Souza 77 1 0 0 2 1
Leandro Rocha 71 1 1 0 0 1
Eduardo Júnior 59 2 1 1 1 2
Pontos ganhos
CDM (B e C) Incidentes
1 4 93
0 3 85
1 5 81
1 4 84
2 5 71
4 8 5
5 12 7
4 9 0
7 15 0
Líderes
Acumulado
Mar
Jan
Fev
Abr
Mai
Atuação da
• Tabela consolidada de atividades
Liderança nas Líderes/tabela de
previstas x realizadas, por célula/líder
atividades de sua indicadores de nível
• Avaliação do esforço em segurança
responsabilidade de atuação
(% execução) + resultado, por líder
Operadores/método
Observação entre • Operadores registram dados
cartão de atos
operadores, de em cartão padronizado
seguros e desvios.
comportamentos • Líderes avaliam periodicamente e
Líderes apóiam e
seguros retornam análise aos operadores
orientam.
Tempo
Resumo/reflexão
Uma adequada gestão comportamental na Unidade requer se ter indicadores que
demonstrem a evolução da adesão da equipe aos comportamentos seguros.
Neste capítulo estão listados e descritos alguns destes indicadores, com destaque
para o Indicador de Comportamentos Seguros (ICS), que demonstra o grau de ade-
rência das pessoas, demonstradas por seus comportamentos aos padrões de segu-
rança na execução das tarefas.
O ICS, embora de entendimento simples, exige uma capacitação adequada e cui-
dadosa, evitando vieses posteriores em sua interpretação. O método de execução
e avaliação estão descritos e valores abaixo de 75% são insatisfatórios e devem ter
atuação de curto prazo pelos líderes.
A atuação proativa dos líderes pode ser medida pela execução, em quantidade e
qualidade adequadas, das atividades sob sua responsabilidade direta. Neste méto-
do, a pontuação é demeritada pelos eventos indesejáveis, o que é uma medida da
eficácia das ações do líder.
Outro indicador fundamental é a avaliação do posicionamento da unidade/áreas na
curva de maturidade. A forma de estabelecê-lo esta recomendada neste capítulo.
Como sua variação ocorre em um tempo maior, recomenda-se esta avaliação anu-
almente, como parte da análise crítica. A necessidade de sua avaliação decorre do
fato de que, se adotada uma estratégia inadequada para o real estágio de maturida-
de, as ações dos líderes serão provavelmente inócuas.
As demais atividades citadas neste capítulo, de observações comportamentais dos
líderes e o de interação entre operadores, tem indicadores de execução e avalia-
ção citados na tabela específica. A forma de execução e demais informações foram
descritas no capítulo 4.
O entendimento adequado do significado destes indicadores é informação impor-
tante para a etapa seguinte – avaliação da unidade – análise crítica, descrita no
capítulo 6.
Teste de aprendizado
Nesta etapa é importante que você reflita sobre seu aprendizado, analisando as
questões abaixo e respondendo às seguintes perguntas:
P 1 - Quais os indicadores que permitem monitorar a evolução comportamental em
sua unidade?
P 2 - Qual o objetivo em se utilizar o indicador ICS (indicador de comportamento
seguro)?
P 3 - Descreva, com suas palavras e de forma resumida, o método do ICS
P 4 - Como deve agir a liderança, a partir desta análise estruturada dos comporta-
mentos de risco?
P 5 - Qual a importância de se medir a atuação proativa da liderança?
6
Avaliação por unidade
Análise Crítica
164 6. Avaliação por unidade - análise crítica
Objetivos
• Conhecer a metodologia para a realização da análise crítica do status da uni-
dade, possibilitando a identificação de gaps e oportunidades de melhorias que
devem ser, posteriormente, contempladas no plano de ação de evolução.
Orientações gerais
O processo recomendado é que os líderes, no âmbito do comitê de segurança da
unidade, realizem, através de uma análise crítica estruturada, a avaliação do seu
status atual, identificando os respectivos gap´s e oportunidades, e os considerem
em seu plano de ação.
Desta forma, é possível contemplar todas as atividades e iniciativas em andamento,
com base no estágio atual da unidade, e pode-se construir uma proposta de evolu-
ção, tendo claro o que deve ser melhorado em sua gestão da rotina (SDCA) e o que
necessita ser implantado como uma melhoria (PDCA).
Indicadores Proativos tais como a atuação da liderança nos requisitos das prá-
ticas 1 e 13, as questões da pesquisa de opinião referentes à segurança (q. 18
- condições, 20 - líder, 36 - equipe), a evolução da qualidade da pirâmide de Bird
(particularmente em sua base) e a evolução do ICS (Indice de Comportamentos
Seguros)
Indicadores Reativos como a taxa de frequência (TF), taxa de eventos “A” (re-
ais ou potenciais) e a evolução histórica da TF x curva de Bradley típica de cada
estágio.
Condições físicas em
riscos críticos x atuação do líder
• A atuação do líder em relação ao controle e mitigação de riscos críticos é repre-
sentativo de sua atuação;
• Recomenda-se checar o envolvimento do líder na discussão e encaminhamento
de soluções, bem como o seu envolvimento no follow up dos riscos críticos em sua
área de atuação;
• Perante situações ainda não resolvidas, verificar se existem medidas de mitigação
e/ou controle.
Qtd abaixo do
Pontos
padrão
Peso
Categoria
Riscos Críticos
• Possui válvulas para
Vias de circulação 7 2
fechamento geral de
Trabalho em altura 6 0 água de refrigeração,
com acionamento à
Equipamentos móveis 9 2 distância;
• Possui manipulador
Ponte rolante 4 2
(lanças na porta do
30 21,6
Espaço confinado 8 3 FEA e para medição de
temperatura e retirada
Caminho aço líquido 12 3 de amostra);
• Cabine de vazamento
Vias ferroviárias 0 0
é reforçada com vidros
blindados e com chapas;
Bloqueio e etiquetagem 4 2
• Área definida para
operação de virada de
escória da panela que
está adequadamente
• Dispositivos de bloqueio isolada.
bem acondicionados.
• Equipamentos
bloqueáveis.
Qtd verificada
Qtd abaixo do
Pontos
padrão
Peso
Categoria • Capacidade de carga
identificada;
• Travas de segurança
existentes e
Equipamentos funcionais;
Ferramentas manuais 3 1 • Cabos e cintas em
bom estado de
Proteções de conservação.
5 4
equipamentos e máquinas
Equipamentos de içamento 3 2
Sistemas pneumáticos 8 5
Sistemas elétricos
7 1 • Luminárias limpas e
e de potência
em funcionamento;
Válvulas em geral 8 1
• Iluminação ambiente
Exposição à riscos específicos adequada para o
trabalho;
Iluminação 12 3 • Possui proteção
contra quedas.
Ventilação 5 2
Exposição a ruído 5 2
Qtd verificada
Qtd abaixo do
Pontos
padrão
Peso
Categoria
Geral
Prática 1 – liderança.
Exemplos de critérios a avaliar.
A atuação da liderança está descrita no GBS de SST na prática 1. Alguns exemplos
de requisitos e expectativas estão descritos abaixo. Utilize-o como apoio, junto com
as guias do GBS, para a auto-avaliação em sua unidade, identificando suas opor-
tunidades.
Responsabilidade
• Líderes conhecem sua Líder não resolve com
do líder,
responsabilidade e demons- 1 eficácia ações sob sua
percebida pela
tram atuar como donos. responsabilidade.
equipe
Caminhos de pedestres
• Líder demonstra, com
com pontos críticos a
Atuação em planos e exemplos, sua
3 definir, com a anuência
riscos críticos contribuição na eliminação
passiva (omissão) do
de riscos críticos.
líder.
• Contribuição de operadores em
Comportamento atividades como emissão de Relatos emitidos fo-
dos relatos, organização e limpeza, 2 cados em sua maioria
colaboradores cuidado de si próprio e com os em condições físicas.
outros, etc.
Garantir rotina de
• Capacitação realizada e é
observações de
Observações de adequada;
comportamento pelos
Comportamento • Observações de comportamento
2 líderes, com avaliação
realizados pelo realizadas de forma sistêmica,
de desvios recorren-
líder com análises periódicas, geran-
tes e ações gerenciais
do ações de melhoria.
para mitigação.
Item Objetivo
Realização de
• Líderes realizem observações de comportamento com
observações de
método.
comportamento
Ações gerenciais de
• Definir ações gerenciais (intervenções)
mitigação de desvios
• Acompanhar efeito nas equipes.
recorrentes
O que? Como?
Avaliação
por Barreiras Físicas Barreiras de Gestão
Barreiras
Resultado do GBS
Pesquisa
Comportamento
Pesquisa
Check list de
Opinião
Opinião: q.18
Avaliação de q. 20 - percepção
GBS
recursos
Riscos Crítico de como agem
disponibilizados
as pessoas das
pela empresa
equipes
média 30% e
60 a 74 maioria dos check 71 a 80 2 2 2 71 a 80
list sendo aplicados
Usar orientações
fornece os pessoas de
do Manual do SST Usar resultado do
Como recursos minha célula/
- cap. 1/ liderança assesment ou self
fazer necessários área atuam
- item 1.10/Diretriz assesment
para garantir a conforme as
Riscos Críticos
segurança total normas de
das pessoas” segurança
Gestão de Indicadores
CAPACITAÇÕES
Ações Gerenciais de
Comportamentais
• Liderança para segurança
Realização de
Pesquisa Opinião
Observações
• Manual Gestão
Mitigação
q. 36 - atuação
Comportamental
do líder em
• Observações
segurança, na
Comportamentais
tomada de decisão
• Gestão indicadores
comportamentais (ICS)
Sem gestão
Liderança para segurança Não se
abaixo de 70 do IC’s Sem ações
iniciado sem os demais realizam OC’s
comportamentais
Ações
√ Liderança para segurança mitigação
Realização Gestão parcial
71 a 80 √ Manual Gestão com
parcial de OC’s das OC’s
Comportamental resultados
parciais
OC’s
Ações com
√ Anteriores + Observações realizadas pela Gestão das OC’s
81 a 90 resultados
Comportamentais maioria dos e parcial do ICS
evidenciados
líderes
OC’s Ações
√ Gestão Indicadores
realizadas por Anterior + ICS em mitigadoras
Comportamentais
acima de 90 praticamente 100% de rotas com
e Indicador de
todos os críticas resultados
Comportamentos Seguros
líderes sistêmicos
Usar registro das OC´s
e ações de mitigação
gerenciais definidas
avaliação q. 36:
avaliações do ICS
análises criticas e
Usar registros de
Verificar ações
“meu superior
em Comitê
imediato coloca
Usar matriz de
a segurança
capacitação atualizada
do trabalho em
primeiro lugar em
todas as decisões”
Resultados
sem classificação
reativo Acima de 3,01 abaixo de 60
adequada
Menor que 0, 5
interdependente ou TF equiv a 1 abaixo de 2,0 acima de 90
CPT
usar resultados da
Determinar estágio Usar resultados estatística Gerdau
usar IC´s de atuação
com base nos de TF e TG (eventos A - CPT,
proatativa do líder
resultados consolidados SPT, CDM e quase
acidentes)
Maturidade (Reason)
Forma da curva e tendência de TF
Forma da pirâmide (tendência)
Reativo
Dependente
Reativo
Dependente
Independente
Independente
Interdependente
Interdependente
Avaliação
por Barreiras físicas Barreiras de gestão
barreiras
Check list de condições
Resultado do GBS
comportamento
Pesquisa opinião
físicas do GB
Pesquisa
q. 20 - percepção
Avaliação opinião: q.18
de como agem
de riscos crítico recursos pela
as pessoas das
empresa
equipes
média 30% e
maioria dos
60 a 74 71 a 80 2 2 2 71 a 80
check list sendo
aplicados
Usar orientações
fornece os pessoas de
do Manual do SST Usar resultado do
Como recursos minha célula/
- cap. 1/ liderança assesment ou
fazer necessários área atuam
- item 1.10/diretriz self assesment
para garantir a conforme as
riscos críticos
segurança total normas de
das pessoas” segurança
• Capacitações
Gestão de indicadores
• Liderança para segurança
Ações gerenciais de
comportamentais
• Manual Gestão
Realização de
Pesquisa opinião
observações
Comportamental
mitigação
q. 36 - atuação
• Observações
do líder em
comportamentais
segurança, na
• Gestão indicadores
tomada de decisão
comportamentais
• Indicador de
comportamentos seguros
gerenciais definidas em
e ações de mitigação
avaliação q. 36:
avaliações do IPS
análises criticas e
Usar registros de
Verificar ações
“meu superior
imediato coloca
comitê
Usar matriz de
a segurança
capacitação atualizada
do trabalho em
primeiro lugar em
todas as decisões”
Resultados
sem classificação
reativo Acima de 3,01 abaixo de 60
adequada
Menor que 0, 5
interdependente ou TF equiv a 1 abaixo de 2,0 acima de 90
CPT
usar resultados da
Determinar estágio Usar resultados estatística Gerdau
usar IC´s de atuação
com base nos de TF e TG (eventos A - CPT,
proativa do líder
resultados consolidados SPT, CDM e quase
acidentes)
Maturidade (Reason)
Forma da curva e tendência de TF
Forma da pirâmide (tendência)
Reativo
Dependente
Reativo
Dependente
Independente
Independente
Interdependente
Interdependente
Realizados dois
• Concluir treinamento liderança para
módulos de
Capacitação segurança;
liderança para
• Capacitar demais práticas (planejar).
segurança
Resumo/reflexão
A realização da análise crítica na sua unidade, conforme o modelo recomendado,
vai permitir identificar oportunidades e gap´s na gestão comportamental.
Recomenda-se que esta avaliação seja realizada no âmbito do Comitê de Seguran-
ça da unidade, com envolvimento de lideranças das áreas operacionais, de apoio e
equipe técnica de segurança e saúde.
Esta análise, realizada com foco na contribuição do líder e no comportamento da
equipe, deve ser abrangente, considerando as três barreiras: físicas, sistêmicas e
comportamentais.
Baseado nas orientações e no exemplo apresentado, está apresentado um quadro
que orienta a forma de conclusão por item, identificando os pontos críticos e as
oportunidades de foco no plano de ação.
Ao final desta etapa, certifique-se que existe um entendimento adequado destas
oportunidades e não hesite em usar a expertise de seus colegas líderes, para formar
um entendimento ainda mais consistente.
Passo a passo
para Implementação
190 7. Passo a passo para implementação
Objetivos e pontos-chave
Objetivos
• Apresentar o passo a passo de implantação na unidade em função da análise
crítica realizada anteriormente, baseado nas oportunidades identificadas nas
barreiras físicas, de sistemas e comportamentais, e também nos resultados de
comportamentos, avaliados por Indicadores adequados.
Prática 1 – Liderança
Sistêmicas
Barreiras físicas
• Barreiras
sistêmicas Acidente
• Procedimentos Barreiras de
• Sistemas de gestão comportamento
Análise crítica
Capacitações
Identicação dos
• Liderança para segurança;
GAP’s em práticas
• Observações
comportamentais
comportamentais;
(conforme
• Gestão de indicadores;
análise crítica
• Indicador de comportamento
recomendada)
seguro.
GAP’s
identificados na
análise crítica da
unidade
Melhorias via
Condições físicas
atuação da
inadequadas ?
liderança
Analisar
disciplina
operacional
e atuar, se
for o caso,
na gestão de
consequências
Medição rotineira
Equipe de Segurança
de Indice de
Comportamento
Seguro
(ICS) Ações inseguras
recorrentes?
Líderes
Ações de Avaliação de
Observação de
mitigação de indicadores
comportamento
comportamentos reativos e
pelos líderes
inseguros proativos
Reconhecer Atuação
comportamentos consistente em
seguros OC’s dos líderes,
refletindo em
resultados?
NÃO SIM
Avançar com
Retornar à
práticas para
análise crítica
operadores
Situação
Rotina? Melhoria?
3 - 5% tempo
5 - 7% tempo
SDCA = Gestão da rotina
Análise desvios
Controle
Resumo/reflexão
Ao final desta atividade é fundamental realizar com a liderança, no nível do comitê
da unidade, uma análise da coerência do resultado da avaliação, alinhando eventu-
ais pontos e priorizando as ações de maior impacto.
Nesta etapa, deve-se compreender quais são as ações de rotina, que se não estive-
rem gerando os resultados, precisam ser reconduzidas, baseados em uma análise
e indicadores pertinentes. Para as ações que ainda necessitam de implementação,
como por exemplo, implantar a prática do Indicador de Comportamentos Seguros
(ICS) é necessário um plano de melhoria, com as etapas pertinentes.
O resultado deste processo de avaliação deve ser compreendido e compartilhado
com todas as lideranças, pois é a base para o sucesso do plano de ação resultante.
É provável que existam diferenças entre áreas da unidade, o que pode exigir uma
customização de partes do plano de ação geral.
A formalização deste plano de ação resultante, consolidado, deve ser integrado à
gestão da unidade, nos fóruns pertinentes.
Conclusões
202 8. Conclusões
Conclusões
Um ambiente livre de acidentes só se consolida em uma organização quando se
soma a um efetivo Sistema de Gestão de Segurança as atitudes e comportamentos
das pessoas. Todos devem ter sempre em mente, como líderes, que a nossa atua-
ção neste tema é fator de empregabilidade.
Neste sentido, este Manual complementa o Sistema de Gestão de Segurança da
Gerdau, trazendo para nós, líderes, os principais conceitos e práticas da gestão
de comportamentos em segurança, bem como cases de sucesso. Não basta fazer
as coisas certas, ou fazer certo as coisas, temos que fazer certo as coisas certas
sempre, atuando principalmente pelo exemplo.
Desta maneira, este entendimento mais aprofundado,baseado no alinhamento con-
ceitual, na maturidade da organização e adequação de atuação de seus líderes, nas
práticas Gerdau com resultados já comprovados e somados à disciplina operacio-
nal, construída pela ação do líder, são essenciais.
A análise crítica desenvolvida pelas unidades, através de seus Comitês de Segu-
rança, deve proporcionar uma reflexão autêntica dos líderes, e por esta auto ava-
liação, seguirem com o passo a passo de implantação, gerando seu plano de ação
consistente.
O acompanhamento desta evolução, através do Indicador de Comportamentos Se-
guros (ICS), permite não só medir a eficácia das ações implantadas, como ajudar a
corrigir eventuais desvios, que nós, como líderes, temos o compromisso de compre-
ender e atuar no sentido de mitigá-los.
A multiplicação dos conceitos e conhecimentos deste Manual, assumidos por nós,
líderes, como um compromisso pessoal, deve nos contagiar e engajar fortemente, e
é, sem dúvida, o fator crítico. Afinal, a forma como nós, líderes, fazemos as coisas,
é que, afinal, define o sucesso ou não.
Temos convicção de que estes conceitos, entendidos e bem aplicados por nós, líde-
res, serão mais um marco no responsável processo que a Gerdau segue desenvol-
vendo, na construção de um ambiente definitivamente seguro e saudável.
Anexos
9a Exemplos para análise 209
Gabaritos
Neste capítulo estão registradas as respostas dos testes de aprendizado de cada
um dos capítulos, bem como os pontos principais de reflexão dos exemplos.
O objetivo é que se tenha um alinhamento na discussão e consequentes respostas,
evitando vieses de interpretação.
De qualquer maneira, estas respostas não pretendem esgotar o assunto, e algumas
questões podem e devem ter discussões complementares e ampliadas, em função
da realidade que os líderes já viveram em suas unidades
1. Alinhamento Conceitual
Respostas dos Testes
P 2 - Quais são os pontos que devem ser considerados para se adequar a atuação
do líder perante uma determinada situação?
Pela análise dos eventos, se observa que a origem das perdas está relaciona-
da diretamente com um elevado número de quase acidentes. Estes tem sua
origem em desvios, que estão associados em sua maioria a atitudes, influen-
ciadas pelo comportamento. Assim, atuar em sua base é agir proativamente,
antes da ocorrência de perdas maiores.
P 4 - Considerando uma operação que já tem uma boa base na pirâmide (relatos de
quase acidentes e reportes de atos e condições abaixo de padrão em propor-
ção adequada), qual deve ser um foco de atuação prioritário para se seguir
evoluindo?
O líder deve ter, por exemplo:
Conhecimento: entender adequadamente as práticas de gestão em seguran-
ça e sua aplicação no dia a dia;
Habilidade: de participar em um DDS, conduzindo-o de maneira lógica, ava-
liando sua compreensão pela equipe e concluindo com coerência os temas
discutidos;
Atitude: de motivar, promover o diálogo, gerar questionamentos e reflexão,
garantindo compromissos de comportamentos seguros.
P 2 - Que pontos que o líder deve considerar para orientar sua atuação, consideran-
do o conceito de senioridade e prontidão do colaborador para a tarefa?
O líder deve considerar três pontos básicos: a prontidão para execução (sabe
e quer fazer?), a situação em si (é nova ou houve mudança no procedimento?)
e o resultado individual esperado (como é o desempenho pessoal em segu-
rança deste colaborador?). Para completar, releia o exemplo descrito no texto.
3. Disciplina Operacional
Respostas dos Testes
P 1 - No seu entendimento, como se constrói uma disciplina operacional efetiva no
dia a dia?
A disciplina operacional é construída no dia a dia, pela atuação exemplar da
liderança, não sendo permissiva. Perante falhas e desvios, o líder, alinha-
do com a metodologia de estabilização de processos deve, pela auditoria de
padrões e tratamento de falhas, reconhecer as necessidades de ajustes na
padronização e treinamentos críticos. Bons procedimentos, adequadamente
seguidos, levam aos resultados desejados.
4. Prática Gerdau
Respostas dos Testes
P 1 - Por que é fundamental os líderes realizarem observações comportamentais?
E como garantir que os operadores entendam positivamente esta atividade?
Os líderes devem realizar observações como uma atividade de caráter proa-
tivo, verificando a adesão aos procedimentos e ou atitudes que gerem riscos
de acidentes. Desta forma se antecipam situações que podem gerar acidentes
mais graves, bem como as vezes se percebe procedimentos e/ou recursos
que não são adequados. A aceitação positiva dos operadores ocorre quando
os líderes realizam bem a metodologia da abordagem comportamental, se-
guindo seus passos e particularmente, por reconhecer comportamentos se-
guros e contratar compromissos de mudança frente a desvios fora de padrão.
P 4 - Como deve agir a liderança, a partir desta análise estruturada dos comporta-
mentos de risco?
A liderança deve discutir e decidir por ações de intervenções planejadas, com
objetivo de eliminar/mitigar estes comportamentos inseguros. E fazer follow
up para verificar a eficácia destas ações.
Resposta
Alinhamento da discussão: os conceitos que efetivamente ainda não se fazem pre-
sentes são a segurança como valor (decisões tomadas são incoerentes) e a falta
de disciplina operacional (demonstrada pelo não cumprimento dos procedimentos).
Neste caso, a liderança deve estar mais presente na área, observando tarefas e
atitudes, interagindo com os operadores, corrigindo os desvios e contratando com-
promissos. Em caso de reincidências, agir com base na política de consequências,
demonstrando não ser permissivo.
Resposta
A atividade de descrita é uma atividade fora da rotina de operação, embora já tenha
sido realizada outras vezes. Desta forma devem ser realizados os procedimentos
adequados, tais como a análise preliminar de riscos, reuniões prévias de capaci-
tação, etc. Por mais que a equipe já tenha uma razoável experiência na atividade,
situações novas podem ocorrer, devido a alguns detalhes do cenário (por exemplo,
riscos associados a condições climáticas, eventuais mudanças em layout, etc.) .
Desta forma, os líderes devem participar de maneira próxima, mais diretiva, em
todas as etapas, desde o planejamento, controles na execução e check nos pontos
críticos, com a periodicidade adequada.
Resposta
No caso (a), mesmo com a manutenção de equipes, processos e equipamentos, é
provável que pequenas mudanças de cenário existam, não permitindo que a lide-
rança possa simplesmente permitir que os operadores iniciem no novo local, sem
realizar uma integração, orientar sobre estas situações e estar atento nos primeiros
dias, ajustando sua atuação.
Na situação (b), a entrada de novos colaboradores exige uma adequação maior de
atuação do líder, com a integração dos novos, seu treinamento operacional e defini-
ção de padrinhos. Iniciar pelas atividades mais simples e de menor risco e mesclar
as equipes é também uma boa prática. Ponto-chave é a presença ainda maior do
líder e uma estratégia reconhecendo a menor senioridade destas equipes, com ve-
rificação da qualidade de execução e correção imediata de desvios.
Resposta
Neste caso claramente haviam falhas nos procedimentos e conivência da liderança,
que havia observado a situação recentemente, sem corrigir. Uma série de fatores
agravantes, como o retorno do colaborador a poucos dias, sem a devida reintegra-
ção e orientação na tarefa e a indução da liderança, focando na produção de termi-
nar a tarefa no mesmo turno. Em resumo, não cabe nenhuma sanção ao operador
e sim, uma análise adequada da conivência e permissividade da liderança, que não
agiu proativamente e ainda induziu o fator produção em detrimento da segurança.
Colocar o operador na atividade, após um período longo de ausência, sem a devida
reintegração é também não aceitável.
Resposta
A descrição da ocorrência demonstra que houve uma intervenção em equipamento
em movimento, contrariando uma regra geral de segurança. Houve alegação de
que o conserto no sensor exigia equipamento em movimento, o que deveria ter
sido questionado, frente ao risco iminente. A exposição de um colaborador teve a
conivência de outros dois colegas, que não agiram no sentido de alertá-lo do risco.
Não está claro até onde este tipo de problema e forma de intervenção era do conhe-
cimento pela liderança. Questões de produção podem ter estimulado a intervenção
de forma indevida.
Resposta
Os resultados de TF e TG mostram evolução regular, aquém do que indicaria um
resultado de GBS de 51%. Os menores valores nas práticas 1 e 13 indicam oportu-
nidades na atuação da liderança e no comportamento dos colaboradores. A quanti-
dade de atitudes inseguras identificadas em análise de acidentes indica uma baixa
adesão à disciplina, mas o questionamento dos operadores referente à possibilida-
de de se executar alguns procedimentos também deve ser considerado, o que é
responsabilidade dos líderes.
Com base nestas constatações, recomenda-se avaliar os seguintes principais pon-
tos:
• Avaliar se os procedimentos estão disponíveis, são adequados, operadores treina-
dos e capacitados e follow up no cumprimento
• Se os líderes estão sendo coerentes no dia a dia, demonstrando o valor segurança
na tomada de decisão;
Resposta
As evidências demonstram baixa disciplina operacional e permissividade da lideran-
ça. Existem oportunidades de melhorias importantes nas três barreiras. Um priorida-
de inicial é minimizar as questões físicas: recomenda-se um foco de curto prazo nas
condições de 5S´s nas áreas, com envolvimento dos operadores e de compromisso
com um novo patamar; o líder deve ser coerente com esta recontratação nas sema-
nas subsequentes.
Na barreira de sistema, a questão de procedimentos inadequados, incompletos ou
impossíveis de serem cumpridos é ponto chave e responsabilidade da liderança: é
recomendada uma ação estruturada, priorizada por tarefas de maior criticidade, de
revisão de procedimentos, com participação dos operadores.
Para avançar na redução de falhas comportamentais, dever-se-ia avançar nas ob-
servações comportamentais pelos líderes, que desta forma se aproximariam das
tarefas do dia a dia, reforçando comportamentos seguros e recontratando compro-
missos. Nesta evolução, se avança com a construção da disciplina operacional e
eventuais casos recorrentes, devidamente discutidos, podem ser minimizados, com
a equilibrada aplicação da política de consequências, nos casos em que as atitudes
efetivamente não estejam sendo induzidas pela liderança ou sistema.
Resposta
A decisão do líder, orientando a ida imediata do operador ao ambulatório, foi muito
adequada, ainda mais considerando a atividade crítica que este exerce, de operador
de ponte. Se o mesmo iniciasse sua atividade, poderia gerar um acidente de alta
gravidade.
O emocionômetro é uma prática simples, que pode ser muito útil para criar um canal
de comunicação entre o líder e sua equipe; exige uma relação de confiança para
que os operadores possam se sentir à vontade para o usarem com naturalidade.
A atuação do líder foi bastante assertiva e adequada e certamente a compreensão
dos demais operadores foi favorável, no sentido de perceberem a atenção do líder
e de sua atuação imediata.
Referências bibliográficas
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