UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA – UNOESC XANXERÊ
Farmácia – 9º período
Componente Curricular: Controle de qualidade de medicamentos
Professor: Pamela Hoss Longhi
Acadêmico: Jean Carlos Ferreira
Resenha
Análise comparativa de cápsulas de amoxilina industrializadss e
magistrais
Referência: CAIAFFA, Marly Cândido; OLIVEIRA, Daniel Lacerda de;
PINHEIRO, Vanessa Alves; GUERRA, Martha de Oliveira; PINHO, José de Jesus Ribeiro Gomes de. Estudo biofarmacotécnico de cápsulas de amoxilina. Análise comparativa de produtos industrializados e magistrais. Cinética de dissolução. Revista Lecta, Bragança Paulista, v. 20, n. 1, p. 77-90, jan./jun. 2002.
O artigo propõe a investigação biofarmacotécnica em relação à
amoxilina, um antibiótico da classe das penicilinas utilizado principalmente para o combater infecções no trato respiratório, considerado um dos medicamentos mais utilizados na clínica. A administração do fármaco pode ser feita de várias formas, porém, a pesquisa se detém às cápsulas.
Para realização da análise comparativa entre produtos industrializados e
magistrais, os autores selecionaram três lotes diferentes de amoxilina trihidratada com pureza igual a 98,6% de três laboratórios farmacêuticos, aos quais designou A, B e C, e outros dois lotes do fármaco em duas farmácias magistrais, determinadas D e E. Em seguida, determinou-se o peso médio, o teor de amoxilina, a uniformidade do conteúdo e o tempo de desintegração. O teste de dissolução que se seguiu obedeceu às recomendações da Farmacopéia Americana 22 quanto à meio de dissolução, temperatura, velocidade de agitação, sistema de agitação e tempo de ensaio, finalizando com a coleta de 25mL submetidos à filtração e várias diluições, para quantificar com o auxílio de espectrofotometria no ultravioleta em 274 nm.
Os resultados demonstraram que, em se tratando de uniformidade, os
produtos industrializados A, B e C não apresentaram variações acentuadas, já os produtos magistrais D e E exibiram valores abaixo do mínimo recomendado, o que pode afetar a eficiência terapêutica do fármaco. No teste de dissolução, o produto D (lote 2) teve igualmente valor abaixo do mínimo exigido, sendo que houveram alterações significativas entre os lotes dos produtos D e E.
O processo cinético dos produtos A e B foram de ordem 1, os C e D de
acordo com o modelo de Higuchi, porém, o E teve um modelo diferente em cada lote, sugerindo falta de uniformidade. Outro aspecto apontado diz respeito a liberação inicial do fármaco, que ocorreu mais rapidamente nos produtos magistrais, o que se justifica com a natureza dos excipientes e processos técnicos utilizados para encher as cápsulas, levando em conta o fato de que a produção dos mesmos ocorre de forma manual, podendo apresentar maior variação se em comparação com os industrializados que possuem o amparo de cilindros medidores compactadores, que permitem maior padronização.
Em resumo, os produtos A e D mostraram variações significativas
detectadas pela Análise de Variância. No teste de dissolução e do teor de amoxilina o produto D (lote 2) não satisfez as exigências. Os produtos D2 e E1 não alcançaram a uniformidade de conteúdo necessária. Os demais estão de acordo com os códigos oficiais.
Acredito que, apesar das fórmulas magistrais se apresentarem como
uma solução para o doseamento individualizado, a indústria proporciona maior segurança e padronização no desenvolvimento na produção dos fármacos, como o próprio texto aponta, atingindo assim o objetivo de tratamento proposto, com menos chances de apresentar níveis abaixo do exigido, como aconteceu com os magistrais no estudo proposto, o que pode intervir na eficácia do medicamento. Outro aspecto favorável do medicamento industrializado é a rapidez na produção e disponibilidade dos produtos em comparação com os magistrais, que, por sua vez, apresentam benefícios por sua característica de individualização.