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DESENVOLVIMENTO
NEUROPSICOMOTOR E
APRENDIZAGEM
CONTEXTUALIZANDO
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Pode-se dizer que o processo motor neuropsicomotricista é construído por meio
das interações entre o indivíduo e o meio.
A estimulação decorre de vários âmbitos. Na linguagem, por exemplo,
temos a comunicação entre um indivíduo e outro, os signos (símbolos mediadores
e, em alguns casos, arbitrários) e outros meios de comunição; outro processo
responsável por estimular é a atividade lúdica, com jogos e interações de forma
dinâmica. As atividades físicas, além de contribuírem para a saúde física,
aprimoram o aprender e o desenvolver das funções cognitivas, como planejmento,
memória, atenção, tomada de decisão etc. O brincar, a atividade física, o âmbito
escolar teórico-prático e a família são responsáveis diretos pelo desenvolvimento
motor humano, o qual tem início de forma reflexa e vai sendo lapidado de forma
refinada e elaborada (Mello, 1989, p. 37-38; Soares, 2017, p. 6-12).
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paralelamente questões de ordem motora, como orientação espacial e esquema
corporal (Rabelo; Aquino, 2016, p. 116).
Um distúrbio psicomotor pode ocasionar a desorganização de inúmeros
processos relacionados ao comportamento motor (dificuldade na aprendizagem,
comportamento antissocial, déficit cognitivo e motricidade). O acompanhamento
da educação motora é necessário desde os primeiros movimentos: primeiros
contatos junto à família, primeiros reflexos inatos apresentados, elaboração de
movimentos mais refinados, motricidade voluntária, andar, correr, brincar, além de
outros. A influência da família é de extrema importância, pois configura o primeiro
contato social da criança, proporcionando uma interação dela consigo e com o
mundo. Essa estimulação contribuirá para que o comportamento motor interaja
com outras funções (cognitiva, social e afetiva) (Rabelo; Aquino, 2016, p. 116-
120).
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motora fina para execução de movimentos mais elaborados, passos sequenciais,
controle de respiração, assim como desenvolvimento de funções cognitivas, como
coordenação viso-motora, atenção concentrada, atenção seletiva, atenção difusa,
atenção alternada, memória de trabalho e muitas outras. A organização de
inúmeros processos no contexto da aprendizagem musical contribui para
aprendizagem, socialização, reabilitação cognitiva etc. Anatomicamente, a música
desenvolve habilidades motoras relacionadas ao movimento de membros como
braços, pernas, mãos, pés e cabeça, auxiliando no aprimoramento dos gestos
mais refinados (Ferreira; Rubio, 2012, p. 2-7).
A aprendizagem tem relação muito íntima com o descobrir de novas ações,
percepções e formas de interagir com o mundo. A repetição dos movimentos
proporciona a inter-relação entre conhecimento aprendido e execução de tarefas
aprendidas e internalizadas, sendo peça fundamental para criar e transformar os
processos de pensamento.
Na escola, no que se refere à infância, vemos continuamente a música
fazendo parte do aprender – de forma pedagógica e cultural – com o uso de
cantigas de roda, de dinâmicas de grupo, além de outras atividades. Quando se
trata de desenvolvimento biológico, especificamente de neurofisiologia e
neuroanatomia, há uma relação integralizada entre a Música e a
Neuropsicomotricidade. Existe um funcionamento interdependente dos
hemisférios cerebrais (esquerdo e direito), com uma contribuição ativa da música
do hemisfério direito, sendo as áreas de linguagem ativamente acessadas no
hemisfério esquerdo, criando, com o córtex motor e pré-motor, uma harmonia
entre esses processos do aprender e a música, desenvolvendo capacidades e
habilidades de cada indivíduo (Junqueira; Fornari, 2015, p. 3-7).
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e qualquer prática que tenha organização de regras, apresentadas como
limitações e direcionamentos, com começo e fim pré-estabelecido pelos
envolvidos na atividade. Os jogos, principalmente na infância, possuem papel
muito importante para o preparo da vida adulta – até mesmo entre os animais isso
é identificado: os filhotes brincam entre si como se isso fosse um preparo futuro
para a caça (Santos, 2015, p. 13-14).
O jogo também tem grande responsabilidade no desenvolvimento da
capacidade de criatividade e imaginação. A capacidade intelectual é desenvolvida
por meio de estimulações de ações, contextos, histórias, vivências, processos
cognitivos, emoções, interações etc. Entende-se que os jogos contribuem para as
relações interpessoais, o respeito e a convivência em grupo. As regras impostas
nos jogos têm por objetivo mediar limites, diretamente reproduzidos em inúmeros
contextos da vida adulta. Muitos hábitos podem ser desenvolvidos por meio dos
jogos, gerando cooperação e trabalhos em grupo, empatia, afetividade e outras
emoções, todas inseridas nos meios sociais. O jogo também aumenta as
potencialidades analíticas, de planejamento, de controle inibitório, de autocontrole
etc. (Santos, 2015, p. 14-15).
Nesse contexto que inclui prática de jogos e comportamento motor, temos
a Psicomotricidade Relacional, que consiste em interações voluntárias
organizadas, não diretivas, exigindo muito da capacidade criativa, da imaginação,
da flexibilidade de pensamentos e da tomada de decisão. As expressões
emocionais, junto ao comportamento motor, desenvolvem-se e amadurecem por
meio da atividade lúdica, ou pelos jogos; as interações fazem com que as
emoções sejam exteriorizadas, seja no ato alegre de ganhar uma partida, seja na
agressividade que se dá na preparação da estratégia do jogo ou na tristeza de
quem deve refletir sobre uma derrota, recriando um planejamento para vencer em
outro momento. Toda essa interação proporciona uma dinâmica de emoções,
cognições, comportamento motor, coordenação motora fina, harmonia dos
movimentos e de muitas outras capacidades, que serão reproduzidas em outras
atividades em todos os âmbitos (escola, trabalho, lazer, família e qualquer meio
no qual haja um princípio de regras, normas e execução de práticas com metas e
objetivos a atingir) (Santos, 2015, p. 18-15).
Desse modo, entende-se que o jogo é uma forma de promover o
desenvolvimento das capacidades de imaginação e de criatividade alinhadas à
sociabilização do indivíduo. Pais, educadores, professores e outros personagens
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responsáveis pela contribuição ao desenvolvimento humano têm como ferramenta
o jogo que, aplicado de forma eficiente e efetiva, exerce grande função no
aprimoramento do aprender (Alves; Biachin, 2010, p. 282-287).
FINALIZANDO
LEITURA OBRIGATÓRIA
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Texto de abordagem prática
Saiba mais
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REFERÊNCIAS
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