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TÍTULO X

DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA


CAPÍTULO I
DA MOEDA FALSA
Art. 289 – FALSIFICAR, FABRICANDO-A ou ALTERANDO-A,
 moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no
 país ou no estrangeiro:

 Se consuma com a falsificação, não precisa circular.


 Não exige dolo específico.
 Se a falsificação for grosseira, não configurará o crime. Reclusão
 Se consuma com a falsificação, sendo irrelevante eventual prejuízo a 3a – 12a
Moeda Falsa terceiro. +
 Não cabe arrependimento posterior. Multa
§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem,
 por conta própria ou alheia,
 importa ou exporta,
 adquire, vende,
 troca, cede, empresta,
 guarda ou introduz na circulação moeda falsa.
§ 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé,
 como verdadeira,
Detenção
 moeda falsa ou alterada,
Moeda Falsa 6m – 2a
Privilegiada
 a restitui à circulação,
+
 depois de conhecer a falsidade,
Multa
 é punido com detenção,
 de seis meses a dois anos, e multa.
§ 3º - É punido com reclusão, de três a quinze anos, e multa, o funcionário
público ou diretor, gerente, ou fiscal de banco de emissão que fabrica, emite
Falsificação de ou autoriza a fabricação ou emissão:
Moeda Reclusão
Funcional I - de moeda com título ou peso inferior ao determinado em lei; 3a – 15a
II - de papel-moeda em quantidade superior à autorizada. +
Multa
Desvio e § 4º - Nas mesmas penas incorre quem
circulação  desvia e faz circular moeda,
antecipada  cuja circulação não estava ainda autorizada.
Art. 290 - FORMAR
 cédula, nota ou bilhete representativo de moeda
 com fragmentos de cédulas, notas ou bilhetes
verdadeiros;
Reclusão
SUPRIMIR,
2a - 8a
 em nota, cédula ou bilhete recolhidos,
+
Crimes  para o fim de restituí-los à circulação, sinal indicativo de
Multa
assimilados ao sua inutilização;
de moeda falsa RESTITUIR à circulação
 cédula, nota ou bilhete em tais condições,
 ou já recolhidos para o fim de inutilização:
Reclusão
Parágrafo único - O máximo da reclusão é elevado a doze anos e multa, se o
2a - 12a
crime é cometido por funcionário que trabalha na repartição onde o
+
dinheiro se achava recolhido, ou nela tem fácil ingresso, em razão do cargo.
Multa

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Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer,
 a título oneroso ou gratuito,
 possuir ou guardar
 maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto Reclusão
Petrechos
para especialmente destinado à falsificação de moeda: 2a - 6a
falsificação de  Exceção à impunibilidade dos atos preparatórios. +
moeda Multa
 Se cometer o crime de moeda falsa (289), o petrecho para falsificação
de moeda (291) é absorvido por aquele.

Art. 292 - EMITIR,


 sem permissão legal,
Detenção
 nota, bilhete, ficha, vale ou título
1m–6m
Emissão de  que contenha promessa de pagamento em dinheiro ao
ou
título ao portador
Multa
portador sem  ou a que falte indicação do nome da pessoa a quem deva
permissão ser pago:
legal
Detenção
Parágrafo único - Quem recebe ou utiliza como dinheiro qualquer dos
15d – 3m
documentos referidos neste artigo incorre na pena de detenção, de quinze dias
ou
a três meses, ou multa.
Multa

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CAPÍTULO II
DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS
Art. 293 - FALSIFICAR, fabricando-os ou alterando-os:

I – selo destinado a controle tributário, papel selado ou qualquer papel de


emissão legal destinado à arrecadação de tributo;
II - papel de crédito público que não seja moeda de curso legal;
III - vale postal; Reclusão
2a – 8a
IV - cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa econômica ou de +
outro estabelecimento mantido por entidade de direito público; Multa
V - talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento relativo a
arrecadação de rendas públicas ou a depósito ou caução por que o poder
público seja responsável;
VI - bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte administrada
pela União, por Estado ou por Município:
§ 1º Incorre na mesma pena quem:

I – usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis falsificados a que se


refere este artigo;
Falsificação II – importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda,
de papéis
fornece ou restitui à circulação selo falsificado destinado a controle
públicos Reclusão
tributário;
2a – 8a
+
III – importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda, mantém em
Multa
depósito, guarda, troca, cede, empresta, fornece, porta ou, de qualquer
forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade
comercial ou industrial, produto ou mercadoria:
a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a controle
tributário, falsificado;
b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação tributária
determina a obrigatoriedade de sua aplicação.
§ 2º - SUPRIMIR,
 em qualquer desses papéis,
Reclusão
 quando legítimos,
1a – 4a
 com o fim de torná-los novamente utilizáveis,
+
 carimbo ou sinal indicativo de sua inutilização:
Multa
§ 3º - Incorre na mesma pena quem usa, depois de alterado, qualquer dos papéis
a que se refere o parágrafo anterior.
Detenção
§ 4º - Quem usa ou restitui à circulação, embora recibo de boa-fé, qualquer dos
6m – 2a
papéis falsificados ou alterados, a que se referem este artigo e o seu § 2º, depois
ou
de conhecer a falsidade ou alteração:
Multa
Petrechos Reclusão
de Art. 294 - Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar objeto
1a – 3a
falsificação especialmente destinado à falsificação de qualquer dos papéis referidos no
de papéis +
artigo anterior:
públicos Multa
Art. 295 - Se o agente é funcionário público,
Causa de
aumento
 e comete o crime prevalecendo-se do cargo, + 1/6
 aumenta-se a pena de sexta parte.

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CAPÍTULO III
DA FALSIDADE DOCUMENTAL
Art. 296 - FALSIFICAR, fabricando-os ou alterando-os:

I - selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, de Estado


ou de Município;

II - selo ou sinal
 atribuído por lei a entidade de direito público,
 ou a autoridade,
 ou sinal público de tabelião:
Reclusão
2a – 6a
Falsificação do § 1º - Incorre nas mesmas penas: +
selo ou sinal Multa
público I - quem faz uso do selo ou sinal falsificado;

II - quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro em prejuízo


de outrem ou em proveito próprio ou alheio.

III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, logotipos,


siglas ou quaisquer outros símbolos utilizados ou identificadores de
órgãos ou entidades da Administração Pública.
§ 2º - Se o agente é funcionário público,
 e comete o crime prevalecendo-se do cargo, + 1/6
 aumenta-se a pena de sexta parte.

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Art. 297 - FALSIFICAR, Reclusão
 no todo ou em parte, 2a – 6a
 documento público, ou +
ALTERAR Multa
 documento público verdadeiro:
 O documento em seu aspecto material é falso, mesmo se o seu conteúdo
for verdadeiro ou falso.
 A falsidade deve ser apta a iludir.
 A perícia é indispensável.

§ 1º - Se o agente é funcionário público,


 e comete o crime prevalecendo-se do cargo, + 1/6
 aumenta-se a pena de sexta parte.
2º - Para os efeitos penais, EQUIPARAM-SE a documento público o
Terceiro setor: Sistema S,  emanado de entidade paraestatal
entidades de apoio,
organizações sociais e OSCIP.  o título ao portador ou transmissível por endosso
 as ações de sociedade comercial
Cheque, duplicata, nota  os livros mercantis e o
promissória, letra de câmbio.
 testamento particular.
Falsificação de § 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir:
documento
público
I–
 na folha de pagamento
 ou em documento de informações que seja destinado a fazer prova
perante a previdência social,
 pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório;

II –
 na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado
 ou em documento que deva produzir efeito perante a previdência social,
 declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita; Reclusão
2a – 6a
III – +
 em documento contábil Multa
 ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigações da
empresa perante a previdência social,
 declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado.

§ 4o Nas mesmas penas incorre quem OMITE,


 nos documentos mencionados no § 3o,
 nome do segurado e seus
 dados pessoais, a
 remuneração, a
 vigência do contrato de trabalho ou de
 prestação de serviços
ATENÇÃO: Os § 3º e § 4º (falsidade ideológica previdenciária e trabalhista) descrevem condutas iguais às
da falsidade ideológica, o que muda é o tipo de documento. Então se você achar que é falsidade ideológica,
está correto, no entanto decore os documentos relacionados e tipifique no 297 (falsidade de documento
público).

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Art. 298 - FALSIFICAR,
Falsificação de  no todo ou em parte,
documento  documento particular ou
particular ALTERAR
 documento particular verdadeiro Reclusão
1a – 5a
Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, EQUIPARA-SE +
 a documento particular Multa
Falsificação de  o cartão de crédito ou débito.
cartão
Cuidado: cartão de crédito ou débito é equiparado a documento
PARTICULAR, não é público.

Art. 299 - OMITIR,


 em documento público ou particular,
 declaração que dele devia constar,
 ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa
 ou diversa da que devia ser escrita,
 com o fim de
 prejudicar direito, Público
 criar obrigação ou Reclusão
 alterar a verdade 1a – 5a
 sobre fato juridicamente relevante: +
Multa
 O documento em si, em seu aspecto formal, é perfeito, a ideia nele
Particular
lançada que é falsa. O documento é verdadeiro, o conteúdo é falso.
Reclusão
Falsidade  Não configura:
1a – 3a
ideológica  Declaração de pobreza inverídica (pode ser contestada)
+
 Currículo lattes
Multa
 Quando o documento é passível de averiguação, o STJ
entende que não há crime de falsidade ideológica
 Tabela no final do título para explicar a diferença entre falsidade
ideológica (299) e falsidade de documento público ou particular (297 e
298).

Parágrafo único - Se o agente é


 funcionário público, e comete o crime
prevalecendo-se do cargo,
+ 1/6
 ou se a falsificação ou alteração é de
assentamento de registro civil,
 aumenta-se a pena de sexta parte.
Público
Reclusão
1a – 5a
Art. 300 - RECONHECER, +
Falso  como verdadeira, Multa
reconheciment
o de firma ou
 no exercício de função pública,
letra  firma ou letra Particular
 que o não seja: Reclusão
1a – 3a
+
Multa

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Art. 301 - ATESTAR ou CERTIFICAR FALSAMENTE,
 em razão de função pública,
 fato ou circunstância que habilite alguém a
 obter cargo público,
Certidão ou
 isenção de ônus ou de serviço de
atestado caráter público, Detenção
ideologicamen  ou qualquer outra vantagem: 2m – 1a
te falso
Exemplo: João, responsável pela emissão de certidões em determinada
repartição pública, a fim de ajudar seu amigo José, que concorre a um cargo
público, emite certidão falsa, atestando que ele desenvolveu determinados
projetos profissionais para a Administração Pública.
§ 1º - FALSIFICAR,
 no todo ou em parte,
 atestado ou certidão, ou
Falsidade ALTERAR
Detenção
material de  o teor de certidão ou de atestado verdadeiro,
3m – 2a
atestado ou  para prova de fato ou circunstância que
certidão  habilite alguém a obter cargo público,
 isenção de ônus ou de serviço de
caráter público, ou
 qualquer outra vantagem:
§ 2º - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se, além da pena
+ Multa
privativa de liberdade, a de multa.
Art. 302 - DAR
 o médico, Detenção
Falsidade de  no exercício da sua profissão, 1m – 1a
atestado
médico  atestado falso:
Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também
Multa
multa.
Art. 303 - REPRODUZIR ou ALTERAR
 selo ou peça filatélica Detenção
Reprodução  que tenha valor para coleção, 1a – 3a
ou adulteração  salvo quando a reprodução ou a alteração está visivelmente +
de selo ou peça anotada na face ou no verso do selo ou peça: Multa
filatélica
Parágrafo único - Na mesma pena incorre quem, para fins de comércio, faz uso do selo ou
peça filatélica.

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Art. 304 - FAZER
 uso
 de qualquer dos papéis falsificados ou alterados,
 a que se referem os arts. 297 a 302:
 Se quem usa o documento é o próprio falsificador, o crime do art. 304
do CP é absorvido (pós fato impunível).
 A apresentação do documento pode ser para qualquer pessoa, não Pena - a
precisa ser funcionário público, mas é necessário que a finalidade seja cominada
Uso de de fazer prova sobre fato relevante. à
documento  Quando o documento falso é encontrado em poder da pessoa, sem que
falso falsificaçã
ela, efetivamente, o tenha utilizado (na blitz o policial encontra o o ou à
documento falso jogado no banco de trás) haverá fato atípico em relação alteração.
ao 304, mas não impede a responsabilidade pela falsidade, no entanto,
se não foi ele quem falsificou, será atípico.
 Súmula 546 - STJ: A competência para processar e julgar o crime de
uso de documento falso é firmada em razão da entidade ou órgão ao
qual foi apresentado o documento público, não importando a
qualificação do órgão expedidor.

Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, Público


 em benefício próprio ou de outrem, Reclusão
 ou em prejuízo alheio, 2a – 6a
 documento público ou particular verdadeiro, +
 de que não podia dispor: Multa
Supressão de
documento
Particular
Reclusão
1a – 5a
+
Multa

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CAPÍTULO IV
DE OUTRAS FALSIDADES
Art. 306 - FALSIFICAR,
 fabricando-o ou alterando-o,
 marca ou sinal
Reclusão
Falsificação do  empregado pelo poder público
2–6a
sinal  no contraste de metal precioso ou na fiscalização
+
empregado no alfandegária, ou
contraste de Multa
USAR
metal precioso
ou na
 marca ou sinal dessa natureza,
fiscalização  falsificado por outrem:
alfandegária, Reclusão
ou para outros Parágrafo único - Se a marca ou sinal falsificado é o que usa a autoridade
ou
fins pública para o fim de
Detenção
 fiscalização sanitária, ou para
1a – 3a
 autenticar ou encerrar determinados objetos, ou
+
 comprovar o cumprimento de formalidade legal:
Multa
Art. 307 - ATRIBUIR-se ou ATRIBUIR A TERCEIRO
 falsa identidade
 para obter vantagem,
 em proveito próprio ou alheio,
 ou Detenção
 para causar dano a outrem: 3m – 1a
ou
Falsa Multa,
identidade
Crime é comissivo (praticado por ação), não ocorre se o agente silencia se o fato não
acerca da identidade. constitui
elemento de
Súmula 522 do STJ: A conduta de atribuir-se falsa identidade perante crime mais
grave.
autoridade policial é típica, ainda que em situação de alegada autodefesa.

Art. 308 - USAR, Detenção


 como próprio, 4m – 2a
 passaporte, título de eleitor, caderneta de reservista ou +
qualquer documento de identidade alheia ou Multa,
CEDER se o fato não
 a outrem, constitui
 para que dele se utilize, elemento de
 documento dessa natureza, crime mais
grave.
 próprio ou de terceiro:
Art. 309 - USAR Detenção
 o estrangeiro, 1a – 3a
 para entrar ou permanecer no território nacional, +
Fraude de lei  nome que não é o seu: Multa
sobre
estrangeiro Parágrafo único - ATRIBUIR Reclusão
 a estrangeiro 1a – 4a
 falsa qualidade para promover-lhe a entrada em território +
nacional: Multa

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Art. 310 - PRESTAR-SE
Detenção
 a figurar como proprietário ou possuidor
6m – 3a
 de ação, título ou valor pertencente a estrangeiro,
+
 nos casos em que a este é vedada por lei a propriedade ou a
Multa
posse de tais bens:
Art. 311 - ADULTERAR ou REMARCAR
 número de chassi ou
 qualquer sinal identificador de veículo automotor, Reclusão
 de seu componente ou equipamento: 3a – 6a
+
De acordo com o entendimento do STF, incide o 311 se o agente coloca uma Multa
fita adesiva para alterar a identificação da placa de seu automóvel e assim
poder burlar o rodízio de veículos.
§ 1º - Se o agente comete o crime no exercício da função pública ou em razão
+ 1/3
dela, a pena é aumentada de um terço.
Reclusão
§ 2º - Incorre nas mesmas penas o funcionário público que contribui para o
3a – 6a
licenciamento ou registro do veículo remarcado ou adulterado, fornecendo
+
indevidamente material ou informação oficial.
Multa

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Falsificação de documento público ou Falsidade ideológica
particular - 297 e 298 299
Sobre a coisa Sobre o conteúdo do documento
Documento é verdadeiro, mas as informações são
Documento não é verdadeiro (estrutura é falsa)
falsas (estrutura é verdadeira, conteúdo é falso)
Altera a forma do documento, Altera o conteúdo do documento,
altera aspectos externos. altera aspectos internos.
Não representa fielmente o que a pessoa Representa fielmente o que a pessoa responsável
responsável pela produção do documento colocou. pelo documento colocou, mas há mentira.
Papel em branco assinado: Se o agente Papel em branco assinado: Se o agente
falsificador se apodera de documento em branco, falsificador recebe o documento em branco para
incorre no 297 ou 298. utilizar para determinado fim e usa para fim
diverso, incorre no 299.
A perícia é dispensável, pois a falsidade é
A perícia é indispensável.
intrínseca.
Atenção os §§ 2º e 3º do 297 é igual a falsidade ideológica, só que aqui especifica os documentos.
Também é conhecido por falsidade ideológica trabalhista e/ou previdenciária, mas responde pelo 297,
não pelo 299.
EXEMPLOS DE QUESTÕES
Lúcio, ao acompanhar sua esposa a um posto de saúde, A fim de auxiliar uma amiga a contratar financiamento para
apropriou-se de um receituário médico em branco, mas com aquisição de eletrodomésticos, Alberico, sócio-gerente em
o carimbo do médico que havia atendido sua esposa. Com o uma empresa têxtil, valendo-se de sua posição, assina
intuito de faltar ao trabalho, ele preencheu o formulário, declaração afirmando que tal pessoa trabalha de forma
atestando que deveria ficar cinco dias em repouso. Falsidade remunerada naquele estabelecimento empresarial, o que não
de documento público condiz coma realidade.
Um cidadão, caixa de supermercado, percebeu que um dos Sebastião, condutor e proprietário de veículo automotor,
clientes da loja, um médico, deixara uma folha em branco de recebe multa do órgão de trânsito estadual (DETRAN)
seu receituário médico cair no chão. O caixa apoderou-se da cometida por ele. No entanto, ao preencher o documento,
folha em branco e inseriu falso atestado sobre o seu estado de indica que o condutor era Manuel. Manuel acaba recebendo
saúde, falsificando a assinatura do médico, com o objetivo de três pontos na carteira em razão do preenchimento incorreto
fazer uso desse atestado médico falso, entregando-o a seu de documento oficial do DETRAN.
empregador para abono de faltas do mês. Falsidade de
documento particular
A clonagem de cartão de crédito constitui o delito Dentista, não exercente de função pública, que, no regular
denominado. Falsidade de documento particular exercício da profissão, dá inverídico atestado escrito a
Caio, ao cessar suas atividades empresariais, determina que o paciente amigo, recomendando seu afastamento das
responsável por inscrever informações na Carteira de atividades laborativas, a fim de que o amigo possa “emendar"
Trabalho e Previdência Social dos funcionários inclua no um feriado
documento a informação de que os empregados foram
demitidos em 01.02.2017, enquanto, na verdade, o vínculo
empregatício foi rompido em 01.05.2017. Falsificação de
documento público;
Alterar por conta própria o nome que consta na carteira Omite, em documento particular, declaração que dele devia
nacional de habilitação. Falsidade de documento público constar com o fim de criar uma obrigação.
O trabalhador que insere declaração falsa, em sua Carteira de Fulano da Silva, que está cumprindo a pena em regime
Trabalho e Previdência Social, para fazer prova, para fins de fechado, apresentou atestado falso de prestação de serviço
aposentadoria, incorre nas penas previstas para o crime de para fim de instruir seu pedido de remição. Diante de tal
falsificação de documento público. Falsidade de documento situação, a Lei de Execução Penal prevê que o condenado
público cometeu o crime de falsidade ideológica (130 da LEP).
João alterou documento verdadeiro emanado de entidade
paraestatal. Falsidade de documento público
 Maria, com 55 anos de idade, declara, por pura vaidade, num documento público perante uma repartição pública estadual
que tem 47 anos de idade. Desse modo, tal afirmativa é falsa, e, apesar disso, tal assertiva não provocou nenhuma
consequência. ATÍPICO
 Trocar a foto do documento de identificação por outra, própria, mais recente. ATÍPICO
 O trabalhador que apresenta declaração de pobreza com informações falsas, para obtenção do benefício da justiça gratuita,
não comete crime de falsidade ideológica nem de uso de documento falso.

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Falsificação de Falsificação do Falsificação de
papéis públicos selo ou sinal público documento público
293 296 297
 selo destinado a controle  selo público destinado a  equiparam-se a documento
tributário, papel selado ou autenticar atos oficiais da público:
qualquer papel de emissão União, de Estado ou de  emanado de entidade
legal destinado à arrecadação Município; paraestatal
de tributo;  título ao portador ou
 selo ou sinal atribuído por lei transmissível por
 papel de crédito público que a entidade de direito público, endosso
não seja moeda de curso ou a autoridade, ou sinal  ações de sociedade
legal; público de tabelião: comercial
 livros mercantis
 vale postal;  marcas, logotipos, siglas ou  testamento particular.
quaisquer outros símbolos
 cautela de penhor, caderneta utilizados ou identificadores  folha de pagamento ou em
de depósito de caixa de órgãos ou entidades da documento de informações
econômica ou de outro Administração Pública. que seja destinado a fazer
estabelecimento mantido por prova perante a previdência
entidade de direito público; social, pessoa que não possua
a qualidade de segurado
 talão, recibo, guia, alvará ou obrigatório;
qualquer outro documento
relativo a arrecadação de  Carteira de Trabalho e
rendas públicas ou a depósito Previdência Social do
ou caução por que o poder empregado ou em documento
público seja responsável; que deva produzir efeito
perante a previdência social,
 bilhete, passe ou declaração falsa ou diversa da
conhecimento de empresa de que deveria ter sido escrita;
transporte administrada pela
União, por Estado ou por  documento contábil ou em
Município: qualquer outro documento
relacionado com as
obrigações da empresa
perante a previdência social,
declaração falsa ou diversa da
que deveria ter constado. (

 omite, nos documentos


mencionados no § 3o, nome
do segurado e seus dados
pessoais, a remuneração, a
vigência do contrato de
trabalho ou de prestação de
serviços.

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FALSA IDENTIDADE USO DE DOCUMENTO FALSO
307 304
Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis
identidade para obter vantagem, em proveito falsificados ou alterados, a que se referem os arts.
próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem: 297 a 302:
Não mostra documento Mostra o documento
João, durante abordagem por um policial militar, Caio, durante abordagem em blitz policial,
atribuiu a si nome diverso, a fim de se esquivar de apresentou documento de identidade falso, estando
mandado de prisão pendente de cumprimento. ciente da falsidade do documento.
Pablo, enquanto se dirigia para o trabalho, foi
parado em uma blitz realizada pela Polícia Militar.
O policial pediu ao motorista que se identificasse e
apresentasse a documentação do veículo. Pablo,
então, apresentou os documentos do automóvel e
A conduta do acusado que, ao ser preso por prática
sua carteira de motorista. Ocorre que, em consulta
de crime contra o patrimônio, se atribui falsa
ao sistema próprio, o agente da lei verificou que o
identidade.
documento de identificação apresentado era
falsificado. Considerando apenas as informações
narradas, é correto afirmar que a conduta de Pablo:
configura crime de uso de documento falso,
apenas.
Para ocultar condenações criminais anteriores, ao
ser qualificado pela Autoridade Policial, Caio fez
A conduta de atribuir-se falsa identidade perante uso de documento falso para identificar-se como
autoridade policial é típica, ainda que em situação seu irmão primário Tício. A jurisprudência do STJ
de alegada autodefesa. e do STF vem entendendo que, em tese, há o crime
de uso de documento falso, eis que a conduta não
se ampara na garantia constitucional de autodefesa.
 Antônio foi parado em operação de fiscalização de trânsito e entregou sua carteira de identidade ao
policial, que, na verdade, havia lhe solicitado sua CNH. Tal fato gerou suspeita no policial, que
decidiu vistoriar o veículo de Antônio e acabou por encontrar uma CNH falsa. Não se pode falar em
flagrante delito; deve ser instaurado inquérito para apurar o crime de falsificação de
documento público, não responderá por uso de documento falso.
 O empregado Xisto Valente não conseguiu acordar no horário habitual para ir ao trabalho na segunda-
feira. Para não sofrer desconto salarial, procurou um consultório médico particular. Após a consulta
o médico constatou que não havia nenhuma enfermidade que pudesse justificar sua ausência ao
trabalho. Após o pagamento de certa quantia, conseguiu um atestado forjado em que o médico atestou
que o paciente necessitaria de dois dias de repouso, em razão de doença. Após dois dias, Xisto
entregou o atestado médico ao departamento de pessoal da empresa, tendo sido abonadas as suas
faltas. Falsidade de atestado médico e uso de documento falso.
 Silas, maior e capaz, foi abordado por policiais militares e, ao ser questionado acerca do documento
de identificação, apresentou, como sendo seu, o único documento que carregava, um título de eleitor,
autêntico, pertencente a terceira pessoa. Nessa situação hipotética, a conduta de Silas ajusta-se ao
crime de uso de documento de identidade alheio (art. 308).

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CAPÍTULO V
DAS FRAUDES EM CERTAMES DE INTERESSE PÚBLICO

Art. 311-A. UTILIZAR ou DIVULGAR,


 indevidamente,
 com o fim de beneficiar a si ou a outrem,
 ou de comprometer a credibilidade do certame,
 conteúdo sigiloso de:

I - concurso público;
Reclusão
1a – 4a
II - avaliação ou exame públicos;
+
Multa
III - processo seletivo para ingresso no ensino
Fraudes em
certames de
superior; ou
interesse
público IV - exame ou processo seletivo previstos em lei:

§ 1o Nas mesmas penas incorre quem permite ou facilita, por qualquer meio,
o acesso de pessoas não autorizadas às informações mencionadas no caput
Reclusão
2a – 6a
§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano à administração pública:
+
Multa

§ 3o Aumenta-se a pena de 1/3 se o fato é cometido por funcionário público. + 1/3

Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 121

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