Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
453-15
Pressupostos do
Estado moderno e do
pensamento político
contemporâneo
Licensed to Samuel Ramon da Silva - samuelramon.ufc@gmail.com - 929.213.453-15
moderno e do pensamento
político contemporâneo
Apresentação
3
Licensed to Samuel Ramon da Silva - samuelramon.ufc@gmail.com - 929.213.453-15
Saiba mais
A clássica obra O Príncipe, quando publicada, foi duramente
criticada e denunciada, pois se entendia que continha ensinos
imorais que afrontavam a política e os conteúdos éticos. Maquiavel
se defendeu, dizendo que a arte dello stato (técnica política) teria
sua própria lógica e não deveria ser determinada por outros
imperativos, como a religião ou a moral, e, logo, contrapunha-se
drasticamente à corrente e doutrina cristã agostiniana.
Segundo Maquiavel, a política é uma luta ativa para alcançar o poder e a prática
das virtudes tradicionais, em um contexto de conflito e instabilidade política que
pode levar ao fracasso do político e à ruína do Estado. Nesse sentido, haveria uma
imagem intuitiva, na qual o político deveria ser meio homem (fazer uso das virtudes
humanas tradicionais) e meio besta (saber usar a astúcia e a força em momentos
excepcionais).
Curiosidade
Há uma parte do trabalho de Maquiavel que é muito menos
conhecida, parte essa que concerne ao seu lado republicano e
que pode ser encontrada nos Discursos sobre a primeira década
de Tito Lívio. Nesse livro, Maquiavel defende a República como o
regime mais adequado para garantir a estabilidade do Estado e a
liberdade dos cidadãos. Para ele, república deve ser entendida no
sentido de que são os próprios cidadãos que a governam, além
disso, os membros do corpo político estão igualmente sujeitos às
leis.
4
Licensed to Samuel Ramon da Silva - samuelramon.ufc@gmail.com - 929.213.453-15
Saiba mais
Maquiavel subordinava a virtude à política (virtude simplesmente
útil em termos políticos), pois, vendo o a fã de glória um substituto
a moral da moral, inaugurou a concepção da Filosofia como
disciplina a serviço das metas da humanidade inteira. Sua teoria
filosófica política tentava garantir a realização da ordem de direito,
rejeitando uma meta natural do homem.
5
Licensed to Samuel Ramon da Silva - samuelramon.ufc@gmail.com - 929.213.453-15
que defendia a natureza com o princípio único daquilo que é considerado como
real).
Curiosidade
Quais são as condições em que o soberano pode esperar que os
sujeitos obedeçam às leis ou aos mandatos legitimamente? Ou,
de outra forma: em que casos deve haver consentimento por parte
das pessoas ante ao governo e em quais casos é justo se rebelar?
Dessa forma, a longo prazo, seria insustentável a existência dos homens e, por
esse motivo, os indivíduos deveriam concordar em deixar o estado de natureza e
alcançar garantias mínimas de paz. Nasceria, assim, o contratosocial.
Atenção
A ideia consiste na justificativa do poder soberano baseado na
argumentação da passagem do estado da natureza para o estado
civil, ou seja, os sujeitos deveriam obedecer ao soberano, porque
ele seria responsável por assegurar a paz e a preservação de seus
bens.
6
Licensed to Samuel Ramon da Silva - samuelramon.ufc@gmail.com - 929.213.453-15
Para Locke, não há liberdade onde não há lei, pois, na condição natural do homem,
não há lei pre estabelecida, e, na visão do pensador, para ser livre, os homens
deveriam ser legisladores.
7
Licensed to Samuel Ramon da Silva - samuelramon.ufc@gmail.com - 929.213.453-15
Saiba mais
Convém destacar que a obra Dois tratados sobre o governo,
de Locke, é de grande importância para o estudo da política.
Recomendamos a leitura!
No próximo e último, tópico, vamos explanar sobre alguns autores que marcam o
pensamento político contemporâneo.
Karl Marx (1818-1883) era discípulo da Filosofia de Georg Wilhelm Friedrich Hegel
e buscou, de maneira explícita, demonstrar que a realização da ordem de direito
é um subproduto necessário do conflito dialético, das cegas paixões egoístas no
processo da história.
8
Licensed to Samuel Ramon da Silva - samuelramon.ufc@gmail.com - 929.213.453-15
Saiba mais
Convém ressaltar que Karl Marx criou a dialética marxista, também
chamada de materialismo dialético, que recorre à dialética – a arte
do diálogo, poder de persuasão, convencimento da verdade por
meio de um discurso – para entender as lutas de classes sociais.
Para Marx, seu professor Hegel criticou o formalismo moral de Kant e sua abstração
vazia nas questões de política, pois, para esse último, Kant contrastava com uma
Filosofia da História em que o motivo se torna consciente de si mesmo, nunca de
maneira individual e unilateral, mas seguindo uma evolução coletiva de grandes
momentos e tempos.
Para Marx, Hegel era um visionário que defendia os interesses dos líderes do
Estado prussiano, camuflando-os sob a aparência de uma Filosofia altamente
especulativa. Em razão disso, Marx transformou a dialética hegeliana à realidade
material, modificando sua orientação e objetivos. Na teoria de Marx, os filósofos
se limitariam a interpretar o mundo, mas o que realmente deveria ser feito era
transformá-lo.
Saiba mais
Leia mais sobre o utilitarista neste interessante artigo: www.
revistas.usp.br/discurso/article/view/89097
9
Licensed to Samuel Ramon da Silva - samuelramon.ufc@gmail.com - 929.213.453-15
Curiosidade
De acordo com Mill, existiriam valores, como liberdade ou
tolerância, que deveriam ser protegidos, e o utilitarismo teria
que ser combinado com uma série de regras para garantir que
as decisões éticas ou políticas não fossem reduzidas a meros
cálculos de utilidade que não levassem em consideração os
direitos individuais.
Mesmo que a corrente utilitarista seja bastante atual, podemos perceber que
algumas ideias políticas defendidas por pensadores como Platão ou Hegel a
influenciaram. Essa presença também aparece em outros autores que formaram o
pensamento político na contemporaneidade.
10
Licensed to Samuel Ramon da Silva - samuelramon.ufc@gmail.com - 929.213.453-15
Conclusão
Conhecer as diversas ideologias que influenciaram a formação dos Estados
modernos é de fundamental importância, pois a partir do passado podemos refletir
sobre os erros cometidos e agirmos para a melhoria não somente do Estado que
vivemos mas, também, para a melhoria da sociedade em que vivemos.
Desta forma, ao ter estudado este conteúdo, poderá ser possível compreender o
contexto de como os Estados se relacionam entre sí e os motivos que levam cada
um a agir como agem nas relações internacionais. Lembramos que é necessário o
apronfundamento por meios dos textos complementares que foram aqui sugeridos.
11
Licensed to Samuel Ramon da Silva - samuelramon.ufc@gmail.com - 929.213.453-15
Referências
BENTHAM, Jeremy. O panóptico. Belo Horizonte: Autêntica, 2000.
HOBBES, T. Leviatã. Tradução: João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva.
São Paulo: Martins Fontes, 2003.
LOCKE, J. Dois tratados sobre o governo civil. São Paulo, Martins Fontes, 2001.
MARX, Karl. O Capital. Vol. 2. 3ª edição, São Paulo, Nova Cultural, 1988.
12