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Em 2022, a n-1 edições publicou, em português, o livro “O cogumelo no fim do

mundo: sobre a possibilidade de vida nas ruínas do capitalismo”, da antropó-


loga estadunidense Anna Tsing. Neste livro proliferam estórias de outros mun-
dos possíveis, dentre as quais se manifesta o projeto de Tsing: examinar como
emergem refúgios de coabitação em meio à perturbação. Seguindo as pistas
lançadas pelo cogumelo matsutake, a autora nos leva em uma viagem que, ao
final, aponta para as possibilidades de construção de refúgios para a vida em
meio às ruínas do capitalismo. Contando as estórias do matsutake, ela nos con-
vida a perceber que é possível aprender a ocupar as ruínas, dançando em meio
a paisagens arruinadas de um antropoceno fragmentado. Neste livro, as des-
crições etnográficas de mundos que emergem de “designs não intencionais” se
entrelaçam com a ficção científica e a fabulação especulativa, compondo uma
escrita antropológica animada pela dança multiespécie de paisagens arruina-
das em regeneração. Um impressionante relato do capitalismo contemporâneo
descrito a partir das aventuras do cogumelo matsutake, o livro é, também, um
testemunho das lutas multiespécie pela sobrevivência coletiva e pela continui-
dade da vida em meio à destruição.

Neste ciclo de leituras, ao longo de quatro sessões, daremos especial atenção


às partes 1, 3 e 4 do livro, em que Tsing define o que seriam as “artes de notar”
e um “design não intencional”. Anna Lowenhaupt Tsing é uma antropóloga es-
tadunidense nascida em 1952. Ela é professora da Universidade da Califórnia,
em Santa Cruz, onde também atua Donna Haraway. Em 2020, em parceria com
Jennifer Deger, Alder Keleman Saxena e Feifei Shou, lançou a plataforma online
interativa “Feral Atlas” (https://feralatlas.org/), que explora os mundos ecoló-
gicos criados quando entidades não-humanas se emaranham com projetos de
infraestrutura humana.

TSING, Anna. O cogumelo no fim do mundo: sobre a possibilidade de vida nas


ruínas do capitalismo. São Paulo: n-1 edições, 2022.
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Sessão 1 | 12 de dezembro
“Prefácio. Um encontro com O cogumelo no fim do mundo”,
por Joana Cabral de Oliveira
páginas 07-20 (13p)
“Nota dos tradutores”, por Jorgge Menna Barreto e Yudi Rafael
páginas 21-26 (5p)
“Possibilitando entrelaçamentos”
“Prólogo”
páginas 29-50 (21p)

Sessão 2 | 14 de dezembro
“Parte I. O que restou?” páginas 55-93 (38p)

Sessão 3 | 19 de dezembro
“Parte III. A perturbação como começo: design não intencional”
páginas 226-242 (16p) e 301-314 (13p)

Sessão 4 | 21 de dezembro
Partes III e IV, páginas 315-348 (33p)

Mais informações
Datas | 4 sessões, segundas e quartas-feiras, 12 a 21 de dezembro de 2022
Horários | 17:00-19:30 (Brasília), 20:00-22:30 (Lisboa)
Inscrições | humusidades@gmail.com

Contribuições sugeridas
Opção 1 | Abundante*
no Brasil: R$320 | R$80 por sessão avulsa
*a modalidade de contribuição
na Europa: 52€ | 13€ por sessão avulsa
"abundante" viabiliza a oferta
Opção 2 | Sustentável de algumas bolsas de estudo
para participantes.
no Brasil: R$240 | R$60 por sessão avulsa
na Europa: 40€ | 10€ por sessão avulsa

Opção 3 | Solidária
no Brasil: R$160 | R$40 por sessão avulsa
na Europa: 32€ | 8€ por sessão avulsa
Descontos progressivos: indicando o ciclo de leituras para pessoas
amigas se inscreverem também, você recebe 10% de desconto no
valor sua inscrição por cada convidada. 3 / 5
Dados para contribuição
no Brasil na Europa | en Europa
Bradesco Millennium BCP (Banco Comercial Português)
Agência: 3176 Número de conta: 0000045652637363
Conta-corrente: 0448663-3 NIB: 0033 0000 45652637363 05
CPF: 071.194.467-97 IBAN: PT50 0033 0000 4565 2637 3630 5
Titular: Zoy Anastassakis SWIFT: BCOMPTPL
titular: Zoy Anastassakis
(o número do CPF é chave pix)

Sobre o programa de estudos independentes em humusidades


“Somos compostagem, não pós-humanos; habitamos as humusidades, não as
humanidades” (Haraway, 2016: 35, tradução nossa).

“Essa raiz para ‘homo-’, utilizo-a para designar o excepcionalismo humano, uma
espécie de singularidade do humano, fundamentalmente masculino, indepen-
dentemente dos acidentes empíricos das pessoas recolhidas para a categoria.
É fundamentalmente Euro, independentemente das línguas, etnias e cores das
pessoas recolhidas, e basicamente, é um termo colonizador em todas as suas
ressonâncias. Deixo o ‘homo-’ fazer isso. Em contraste, pode-se levar o hu-
mano com a mesma facilidade, e de fato, mais facilmente, para a direcção do
húmus, para o solo, para o trabalho multiespecífico, biótico e abiótico da Terra,
os terrestres, aqueles que estão dentro e da Terra, e para a Terra. O húmus é
o que é feito nos solos e no composto, para aqueles que alimentariam a Terra.
Portanto, quando digo ‘com- post’, é mais do que uma piada, embora também
seja uma piada. É uma recusa a ser tão sério sobre as categorias, e a deixar as
categorias assentarem-se um pouco mais levemente com as complexidades
do mundo. Mas ‘húmus’ é um termo ao qual estou muito ligada, com o qual
fazemos, e tornamo-nos uns com os outros, como no composto. Estamos ver-
dadeiramente com” (Haraway in Franklin, 2017: 02, tradução nossa).

Coordenação
Zoy Anastassakis (1974) é Bacharel em Design (Escola Superior de Desenho
Industrial, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 1999), Mestre e Doutora
em Antropologia (Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Museu
Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2007 e 2011). É professora
adjunta e ex-diretora da Escola Superior de Desenho Industrial, Universidade do
Estado do Rio de Janeiro (Esdi/UERJ), onde coordenada do Laboratório de Design
e Antropologia (LaDA), grupo de pesquisa certificado pelo Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico. É membro da Research Network for
Design Anthropology. Publicou os livros "Refazendo tudo: confabulações em meio
aos cupins na universidade" (Zazie Edições, 2020) e "Triunfos e Impasses: Lina Bo
Bardi, Aloisio Magalhães e o design no Brasil" (Lamparina Editora, 2014). Desde
2009, atua como professora e pesquisadora, seja na Pontifícia Universidade 4 / 5
Católica do Rio de Janeiro, na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Rio Grande
do Sul), ou na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, onde, desde 2014, atua
com dedicação exclusiva. Entre 2014 e 2015, coordenou projeto de cooperação
bilateral entre o LaDA e o Codesign Research Center, da Royal Danish Academy
of Fine Arts, Copenhagen, Dinamarca. Em 2018, foi pesquisadora visitante no
Departamento de Antropologia da Universidade de Aberdeen, Escócia, onde
tomou parte das atividades do projeto "Knowing from the inside: Anthropology,
Architecture, Arts and Design", coordenado pelo antropólogo britânico Tim Ingold.
Desde abril de 2019, vive em Lisboa, onde é investigadora colaboradora no Centro
em Rede de Investigação em Antropologia (CRIA, Universidade Nova de Lisboa).
Neste momento, em parceria com Marcos Martins, prepara um livro a ser publica-
do pela coleção "Designing in Dark Times", da Bloomsbury (NY/EUA).

Organização e comunicação visual


Ísis Daou é bacharel em Design pela Escola Superior de Desenho Industrial
(UERJ, 2014) e mestranda no Programa de Pós-Graduação em Design da mesma
instituição, onde pesquisa o design gráfico de motivação política e a disputa
simbólica sobre a bandeira nacional brasileira. Atualmente trabalha atualmen-
te como designer, colagista e astróloga tradicional. Escreve a Meio do Céu, uma
newsletter de investigação sobre a astrologia de uma perspectiva coletiva e so-
cial. Também está à frente da Alfa Serpente, iniciativa autoral de investigação
entre arte, símbolo e oráculo, usando o conhecimento astrológico, a colagem e
o design como ferramentas de tradução e experimentação criativa. Divide seu
tempo entre pesquisa, recortes de imagens, interpretação de mapas astrológi-
cos e desenvolvimento de narrativas visuais para projetos diversos.

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