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Aula 6 - Equipamentos de interconexão

6.1 Conceitos
Hub, switch e roteador, bridges e gateways são nomes dados a
equipamentos que possibilitam a conexão de computadores em redes, porém,
há diferença entre esses dispositivos na forma como esta conexão é
estabelecida e gerenciada.

6.2 Hub (concentrador)


O hub é um dispositivo que tem a função de interligar os computadores de
uma rede local. Sua forma de trabalho é a mais simples se comparado ao
switch e ao roteador: o hub recebe dados vindos de um computador e os
transmite às outras máquinas. No momento em que isso ocorre, nenhum outro
computador consegue enviar sinal. Sua liberação acontece após o sinal
anterior ter sido completamente distribuído.
Em um hub é possível ter várias portas, ou seja, entradas para conectar o
cabo de rede de cada computador. Geralmente, há aparelhos com 8, 16, 24 e
32 portas. A quantidade varia de acordo com o modelo e o fabricante do
equipamento.
Caso o cabo de uma máquina seja desconectado ou apresente algum
defeito, a rede não deixa de funcionar, pois é o hub que a "sustenta". Também
é possível adicionar um outro hub ao já existente. Por exemplo, nos casos em
que um hub tem 8 portas e há a necessidade de se interligar mais computador
a rede e outro com igual quantidade de entradas foi adquirido para a mesma
rede.
Hubs, pelas suas limitações físicas de transmissão de dados, são mais
adequados para redes pequenas e ou domésticas. Havendo poucos
computadores é muito pouco provável que surja algum problema de
desempenho ou de colisão de dados, muito comum em redes com os
computadores interligados com hub.
O hub (concentrador) é o material de rede o mais básico. Ele é utilizado
para uma rede local com um número restrito de máquinas. Ele não é nada mais
que um equipamento multi-tomadas RJ45, padrão de conector para cabos de
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par-trançado, que amplia o sinal da rede (base 10/100).


Neste caso, uma solicitação destinada a um computador X da rede será
enviada para a totalidade dos computadores da rede, já que o pacote é
replicado e enviado a todos da rede. Isto reduz consideravelmente a internet e
provoca problemas de escuta da rede.
Os hubs trabalham na primeira camada do modelo OSI (Camada Física).
O hub ou concentrador permite assim ligar várias máquinas entre elas, às
vezes dispostas em estrela, daí o nome de hub (que significa centro de roda
em inglês), para ilustrar o fato de que se trata do ponto de passagem das
comunicações das diferentes máquinas.

6.2.1 Tipos de hubs


Distinguem-se várias categorias de hubs:
- Os concentradores ditos “ativos”: que são alimentados eletricamente e
permitem regenerar o sinal nas diferentes portas;
- Os concentradores ditos “passivos”: que permitem apenas difundir o
sinal a todos os hóspedes conectados, sem amplificação.

6.2.2 Ligação de vários hubs


É possível ligar vários hubs entre eles a fim de concentrar um maior
número de máquinas, fala-se então de ligação em cascata (às vezes chamada
daisy chains, em inglês). Para o efeito, basta ligar os hubs com um cabo
cruzado, isto é, um cabo que liga os conectores de recepção de uma
extremidade aos conectores de recepção da outra.
Os hubs (concentradores) em geral são dotados de uma porta especial
chamada “uplink” que permite utilizar um cabo direito para ligar as portas
entre elas. Há igualmente hubs capazes de cruzar ou descruzar
automaticamente as suas portas, caso estejam ligados a um hóspede ou a um
hub.
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Figura 1 – Interconexão entre hubs.

É possível encadear até três concentradores, a ligação além desse número


não é recomendado pois o tráfego na rede torna-se inconsistente.
Se desejar ligar várias máquinas à sua conexão Internet, um hub não é
suficiente. É necessário recorrer a um switch ou a um comutador ou então
deixar utilizar o computador ligado diretamente à conexão como gateway.

6.3 Switch (comutador)


O switch é um equipamento muito semelhante ao hub, mas tem uma
grande diferença: os dados vindos do computador de origem somente são
repassados ao computador de destino. Isso porque os switchs criam um canal
de comunicação exclusiva entre a origem e o destino. Dessa forma, a rede não
fica "presa" a um único computador no envio de informações. Isso aumenta o
desempenho da rede já que a comunicação está sempre disponível, exceto
quando dois ou mais computadores tentam enviar dados simultaneamente à
mesma máquina. Essa característica também diminui a ocorrência de erros
(colisões de pacotes, por exemplo).
Assim como no hub, é possível ter várias portas em um switch e a
quantidade varia da mesma forma.
O hub está cada vez mais em desuso. Isso porque existe um dispositivo
chamado hub-switch* que possui preço parecido com o de um hub
convencional. Trata-se de um tipo de switch econômico, geralmente usado para
redes com até 24 computadores. Para redes maiores mas que não necessitam
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de um roteador, os switchs são mais indicados.

* O hub-switch é um equipamento intermediário entre o hub e o switch apena


senvia os dados da origem para o destino, fazendo com que o restante da rede
fique livre para o tráfego de outras informações. O hub-switch possui algumas
funcionalidades do switch, mas não é um componente “inteligente”, como o
switch é, ou seja, apenas "direciona" o pacote da origem para o destino, sem
ter mais nenhuma funcionalidade em hardware (buffer) e software (algoritmos
de redundância) para incrementar essa interligação.

O switch (ou comutador) trabalha nas duas primeiras camadas do modelo


OSI (Física e Enlace), quer dizer que ele distribui os dados para cada máquina
destinatária, enquanto que o hub envia todos os dados para todas as máquinas
que respondem. Concebido para trabalhar em redes, com um número de
máquinas levemente mais elevado que o hub, ele elimina as colisões e pacotes
eventuais (uma colisão aparece quando uma máquina tente de se comunicar
com uma segunda quando uma outra já está em comunicação com ela, a
primeira tentará novamente mais tarde).
Um swtitch (comutador) é uma bridge (ponte) multiportas, o que quer
dizer que se trata de um elemento ativo que age no nível 2 do modelo OSI.
O comutador analisa os pacotes que chegam às suas portas de entrada e
filtra os dados a fim de as comutar unicamente para as portas adequadas (fala-
se de comutação ou redes comutadas), de modo que o comutador permite
combinar as propriedades da ponte em matéria de filtragem e do concentrador
em matéria de conexão.
O comutador utiliza um mecanismo de filtragem e de comutação que
consiste em dirigir os fluxos de dados para as máquinas mais adequadas, em
função de certos elementos presentes nos pacotes de dados.
Há uma categoria de switche, conhecido como comutador de nível 4 (que
age a nível da camada transporte do modelo OSI), que inspeciona os endereços
de fonte e de destino das mensagens, elabora uma tabela que lhe permite
então saber que máquina está ligada a que porta do switch (em geral este
processo faz-se por algoritmos de autoaprendizagem, quer dizer
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automaticamente, mas o gestor do switch pode proceder a ajustamentos


complementares também).
Conhecendo a porta do destinatário, o comutador transmitirá a mensagem
apenas para a porta adequada, e as outras portas ficam portanto livres para
outras transmissões que podem se produzir simultaneamente. Resulta que
cada troca pode efectuar-se a débito nominal (maior partilha da banda
concorrida), sem colisões, tendo como consequência um aumento muito
sensível da banda concorrida da rede (à velocidade nominal igual).
Há também outra categoria de switches, comutadores mais evoluídos,
conhecidos como comutadores de nível 7 (que corresponde à camada de
Aplicação do modelo OSI), que são capazes de reencaminhar os dados em
função de dados aplicativos evoluídos contidos nos pacotes de dados, como os
cookies no caso do protocolo HTTP, o tipo de arquivos trocados no caso do
protocolo FTP e etc. Assim, um comutador de nível 7 pode, por exemplo,
permitir o balanceamento da carga, dirigindo os fluxos de dados que entram na
empresa para os servidores mais adequados, os que possuam menos carga ou
os que respondem o mais rapidamente possível.

6.4 Router (roteador)


O roteador (ou router) é um equipamento utilizado em redes de maior
porte. Ele é mais "inteligente" que o switch, pois além de poder fazer a mesma
função deste, também tem a capacidade de escolher a melhor rota que um
determinado pacote de dados deve seguir para chegar em seu destino. É como
se a rede fosse uma cidade grande e o roteador escolhesse os caminhos mais
curtos e menos congestionados. Daí o nome de roteador.

6.4.1 Tipos de roteadores


Existem basicamente dois tipos de roteadores:
- Estáticos: este tipo é mais barato e é focado em escolher sempre o
menor caminho para os dados, sem considerar se aquele caminho tem ou não
congestionamento;
- Dinâmicos: este é mais sofisticado (e conseqüentemente mais caro) e
considera se há ou não congestionamento na rede. Ele trabalha para fazer o
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caminho mais rápido, mesmo que seja o caminho mais longo. De nada adianta
utilizar o menor caminho se esse estiver congestionado. Muitos dos roteadores
dinâmicos são capazes de fazer compressão de dados para elevar a taxa de
transferência.
Os roteadores são capazes de interligar várias redes e geralmente
trabalham em conjunto com hubs e switchs. Ainda, podem ser dotados de
recursos extras, como firewall, por exemplo.
O Roteador autoriza a utilização de diversas classes de endereços IP na
mesma rede. Ele permite desta forma a criação de sub-redes.
Ele é utilizado nas grandes instalações, onde é necessário (principalmente
por razões de segurança e de simplicidade) se constituir vários sub-redes.
Quando a rede internet de uma rede precedente, é necessário utilizar um
roteador para conectar uma sub-rede (rede local, LAN) à Internet, pois estas
duas conexões utilizam classes diferentes.
O roteador é equivalente a uma computador (e pode ser um computador)
que gerencia diversas conexões de rede (os antigos roteadores eram aliás,
computadores)
Os roteadores são compatíveis com NAT (Network Address Translation –
Tradução de Endereços de Rede), o que permite utilizá-los por redes maiores ou
menores, dispondo de grandes quantidades de máquinas, e de criar
“corretamente” sub-redes. Eles podem ter também outros recursos, como o de
firewall a fim de proteger a rede.
O Roteador é um equipamento de interconexão de redes que possibilita o
encaminhamento dos pacotes entre duas redes ou mais, a fim de determinar o
caminho que o pacote de dados deve tomar.
Quando um computador requisita uma URL, o cliente Web (navegador)
interroga o servidor de nomes, que lhe indica o endereço IP do servidor de
destino.
O seu computador envia o pedido ao router mais próximo, este router vai,
então, por sua vez, determinar para que computador os dados serão
encaminhados, de forma que o caminho escolhido seja sempre o melhor.
Para fazer isso, os roteadores mantêm atualizadas as tabelas de
encaminhamento, verdadeiro mapeamento de itinerários a seguir, em função
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do endereço visado. Existem inúmeros protocolos para realizar esta tarefa.

Figura 2 – Esquema de utilização de roteadores em uma rede.

Além de sua função de encaminhamento, os roteadores permitem a


manipulação dos dados que circulam sob a forma de datagramas para se
certificarem da passagem de um tipo de rede a outro. Na medida em que as
redes não têm as mesmas capacidades em termos de dimensão de pacotes de
dados, os roteadores estão encarregados de fragmentar os pacotes de dados,
para permitir a sua circulação.

6.4.2 Aspectos de um roteador


Os primeiros roteadores eram simples computadores que tinham várias
placas de rede, estando cada uma ligada a uma rede diferente. Já os
roteadores atuais são euipamentos que se dedicam, na maior parte dos casos,
à tarefa de encaminhamento. Em geral, apresentam-se sob a forma de
servidores 1U*.

Figura 3 – Imagem de um equipamento Cisco Router Security 1U.

*1U - chassis que permite acolher uma placa-mãe standard bem como um ou
vários discos rígidos IDE, SCSI ou Serial ATA. Contudo, dada a pouca altura da
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caixa, é geralmente aconselhável que a placa-mãe integre o máximo de


periféricos de entrada/saída necessários para o funcionamento do servidor
(placa gráfica,placa SCSI, suporte RAID, placa de rede). Além disso, o
ventilador e o radiador do processador possuem um factor de forma específico
para poder entrar na caixa. Costuma ter uma etiqueta que diz “ventilador e
radiador para caixa 1U”.

Figura 4 - Esquema de roteador interligando várias sub-redes.

Um router possui múltiplas interfaces de rede, cada um ligado a uma rede


diferente. Assim sendo, ele tem tantos endereços IP quantas as redes
diferentes as quais está ligado.

6.4.3 Roteador sem fios


O princípio de um roteador sem fios é o mesmo que o do roteador
convencional, exceto que ele possibilita aos dispositivos sem fios (estações
Wireless por exemplo) conetar-se as redes as quais o roteador está conectado,
através de ligações com fios (geralmente Ethernet).

6.4.4 Algoritmos de encaminhamento


Geralmente, existem dois tipos de algoritmo de encaminhamento :
- Os roteadores do tipo vetor de distância (distance vector), que
estabelecem uma tabela de encaminhamento através do cálculo do "custo"
(relativo ao números de saltos) de cada uma das rotas e, em seguida,
transmitem esta tabela aos roteadores vizinhos. A cada pedido de conexão, o
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router escolhe a rota mais barata.


- Os roteadores do tipo link state (link state routing), que ouvem a rede
ininterruptamente, para identificar os diferentes elementos que a cercam. A
partir destas informações, cada router calcula o caminho mais curto (em
tempo) em direção aos roteadores vizinhos e difunde esta informação sob a
forma de pacotes de atualização. Na realidade, cada roteador elabora a sua
tabela de encaminhamento calculando os caminhos mais curtos em direcção a
todos os outros roteadores (com a ajuda do algoritmo Dijkstra).

6.5 Repeater (repetidor)


O repetidor (em inglês repeater) amplia o sinal para as redes que se
espalham em longas distâncias.
Em uma linha de transmissão, o sinal sofre distorções e enfraquecimento
tanto mais importantes quanto mais longa a distância que separa dois
elementos ativos. Geralmente, dois nós de uma rede local não podem estar há
mais de algumas centenas de metros, é a razão pela qual um equipamento
suplementar é necessário para além desta distância.
Um repetidor, portanto, é um equipamento simples que permite regenerar
um sinal entre dois nós da rede, para aumentar a distância de cablagem de
uma rede. O repetidor trabalha unicamente a nível físico (camada 1 do modelo
OSI), quer dizer que trabalha apenas a nível das informações binárias que
circulam na linha de transmissão e que não é capaz de interpretar os pacotes
de informações.
Por outro lado, um repetidor pode permitir a constituição de um interface
entre dois suportes físicos de tipos diferentes, ou seja, pode permitir ligar um
segmento de par entrançado a um fio de fibra óptica, por exemplo

6.6 Bridge (ponte)


Uma ponte é um dispositivo material que permite ligar redes que
trabalham com o mesmo protocolo. Assim, contrariamente ao repetidor, que
trabalha a nível físico, a ponte trabalha igualmente ao nível lógico (a nível da
camada 2 do modelo OSI), quer dizer que é capaz de filtrar os pacotes
deixando passar unicamente aquelas cujo endereço corresponde a uma
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máquina situada no extremo da ponte.


Assim, a ponte permite segmentar uma rede conservando a nível da rede
local os pacotes destinados ao nível local e transmitindo os pacotes destinados
às outras redes. Isto permite reduzir o tráfego (e prováveis colisões) em cada
uma das redes e aumentar o nível de confidencialidade, porque as informações
destinadas a uma rede não podem ser ouvidas no outro fio.
Por outro lado, a operação de filtragem realizada pela ponte pode conduzir
a um ligeiro atraso aquando da passagem de uma rede à outra, é a razão pela
qual as pontes devem ser colocadas em uma rede.

Figura 5 – Representação de um bridge interigando duas redes.

Um bridge serve habitualmente para transitar pacotes entre duas redes do


mesmo tipo.
Atualmente não existe mais um equipamento específico como bridge, mas
as suas funções estão agregadas a switches e routers.

6.6.1 Princípio
Uma ponte possui duas conexões a duas redes distintas. Quando a ponte
recebe um pacote em uma das seus interfaces, analisa o endereço MAC do
destinatário e do emissor. Se por acaso a ponte não conhece o emissor,
armazena o seu endereço numa tabela para se “recordar” de que lado da rede
se encontra o emissor. Assim, a ponte é capaz de saber se o emissor e o
destinatário estão situados no mesmo lado ou em uma parte em outra da
ponte. No primeiro caso, a ponte ignora a mensagem, no segundo a ponte
transmite o pacote para a outra rede.
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6.6.2 Funcionamento de uma ponte


Uma ponte funciona de acordo com a camada Ligação dados do modelo
OSI, o que quer dizer que opera a nível dos endereços físicos das máquinas. Na
realidade, a ponte está ligada a várias redes locais, chamadas segmentos. A
ponte elabora uma tabela de correspondência entre os endereços das
máquinas e o segmento ao qual pertencem e “ouve” os dados que circulam
nos segmentos.
Durante uma transmissão de dados, a ponte verifica na tabela de
correspondência o segmento ao qual pertencem os computadores emissores e
receptores (graças ao seu endereço físico, chamado endereço MAC, e não o seu
endereço IP) e se estes pertencerem ao mesmo segmento, a ponte não faz
nada, no caso contrário vai empurrar os dados para o segmento ao qual
pertence o destinatário.

6.6.3 Utilização da ponte


A ponte permite segmentar uma rede, o que quer dizer que, no caso
apresentado acima, as comunicações entre os 3 computadores representados
na parte superior não congestionam as linhas da rede entre os 3 computadores
da parte inferior, a informação passará unicamente quando um computador de
um lado da ponte enviar dados a um computador situado do outro lado.
Por outro lado, estas pontes podem ser ligadas a um modem, a fim de
assegurar a continuidade de uma rede local à distância.

6.7 Gateway (Ponte estreita)


Uma ponte estreita aplicativa (em inglês “gateway”) é um conjunto de
hardware e de software que permite fazer a ligação entre duas redes, para
fazer o interface entre protocolos e rede diferentes.
Quando um utilizador distante contacta tal dispositivo, este último
examina o seu pedido e, se por acaso este corresponde às regras que o
administrador de rede definiu, a ponte estreita cria uma ligação entre as duas
redes. As informações não são, assim, transmitidas diretamente, mas
traduzidas para assegurar a continuidade dos dois protocolos.
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6.8 A utilidade das portas


Numerosos programas TCP/IP podem ser executados simultaneamente na
Internet (pode, por exemplo, abrir vários navegadores simultaneamente ou
navegar em páginas HTML descarregando ao mesmo tempo um arquivo por
FTP). Cada um destes programas trabalha com um protocolo, contudo o
computador deve poder distinguir as diferentes fontes de dados.
Assim, para facilitar este processo, cada uma destas aplicações recebe um
endereço único na máquina, codificada em 16 bits: uma porta. A combinação
endereço IP + porta é então um endereço único no mundo, chamado socket.
O endereço IP serve então para identificar de maneira única um
computador na rede enquanto o número de porta indica a aplicação à qual os
dados se destinam. Desta maneira, quando o computador recebe informações
destinadas a uma porta, os dados são enviados para a aplicação
correspondente. Caso se trate de um pedido destinado à aplicação, esta
chama-se aplicação servidor. Caso se trate de uma resposta, fala-se então de
aplicação cliente.

6.8.1 Multiplexagem
O processo que consiste em permitir a circulação, em uma conexão, de
informações que provêm de diversas aplicações chama-se multiplexagem (item
6.9). Da mesma maneira, o fato de conseguir por em paralelo (e por
conseguinte repartir nas diversas aplicações) o fluxo de dados chama-se
desmultiplexagem.

Figura 6 – Multiplexão de demultiplexação de dados.

Estas operações são realizadas graças à porta, quer dizer, um número


associado a um tipo de aplicação que, combinado com um endereço IP,
permite determinar de maneira única uma aplicação que funciona em uma
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dada máquina.

6.8.2 Atribuições por defeito


Existem milhares de portas (estas são codificadas em 16 bits, há por
conseguinte, 65536 possibilidades = 2^16), é por isso que uma atribuição
standard foi criada pelo IANA (Internet Assigned Numbers Authority), para
ajudar à configuração das redes.
- As portas 0 a 1023 são as “portas reconhecidas” ou reservadas (“Well
Known Ports”). Geralmente, estão reservadas para os processos sistema
(daemons) ou aos programas executados por utilizadores privilegiados. Um
administrador rede pode, no entanto, vincular serviços às portas da sua
escolha.
- As portas 1024 a 49151 chama-se “portas registadas” (“Registered
Ports”).
- As portas 49152 a 65535 são as “portas dinâmicas e/ou privadas”
(“Dynamic and/or Private Ports”).
Algumas das portas reconhecidas mais usadas:
Porta Serviço ou Aplicação
21 FTP
23 Telnet
25 SMTP
53 Domain Name System
63 Whois
70 Gopher
79 Finger
80 HTTP
110 POP3
119 NNTP

Assim, um servidor (computador que disponibiliza algum serviço como


FTP, Telnet e etc.) possui números de portas fixos aos quais o administrador
rede associa serviços. Assim, as portas de um servidor estão compreendidas
geralmente entre 0 e 1023 (intervalo de valores associados a serviços
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conhecidos).
Do lado do cliente, a porta é escolhida aleatoriamente entre as disponíveis
pelo sistema de exploração. Assim, as portas do cliente nunca serão
compreendidas entre 0 e 1023, porque este intervalo de valores representa as
portas conhecidas.

6.9 Multiplexação
Chamamos multiplexador ao equipamento de multiplexagem que permite
combinar os sinais que provêm dos emissores para os fazer transitar sobre a
via de elevada velocidade. O desmultiplexador é o equipamento de
multiplexagem sobre o qual os receptores são conectados à via de elevada
velocidade.

6.9.1 Multiplexagem frequencial


A multiplexagem frequencial, chamada também MRF (multiplexagem por
distribuição de frequência ou, em inglês, FDM, Frequency Division Multiplexing)
permite partilhar a banda de frequência disponível sobre a via de elevada
velocidade numa série de canais de mais fraca amplitude, para fazer circular
permanentemente na via de elevada velocidade os sinais que provêm das
diferentes vias de baixa velocidade.
Este método é utilizado nomeadamente nas linhas telefônicas e nas
ligações físicas em pares-trançados afim de aumentar quantidade de
transmissão de dados.

6.9.2 Multiplexagem temporal


A multiplexagem temporal, chamada também MRT (multiplexagem por
distribuição no tempo ou, em inglês, TDM, Time Division Multiplexing) permite
medir os sinais das diferentes vias de baixa velocidade e transmiti-los
sucessivamente sobre a via de elevada velocidade, atribuindo-lhes a totalidade
da banda concorrida, mesmos se estas não possuirem dados a emitir afim de
garantir a transmissão de dados.
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6.9.3 Multiplexagem estatístico


A multiplexagem estatística retoma as características da multiplexagem
temporal, com a diferença de que transmite sobre a via de elevada velocidade
unicamente as vias de baixa velocidade que comportam dados. O nome deste
tipo de multiplexagem provém do fato de os multiplexadores se basearem em
estatísticas relativas ao débito de cada linha de baixa velocidade.
Assim, como a linha de elevada velocidade que não transmite os espaços
vazios, os desempenhos são melhores que com a multiplexagem temporal.

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