Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ENERGIA E...
RORAIMA
Roraima não está sob disputa à toa, dentro desse quadro. Sob o solo
daquele Estado, especialmente nas reservas indígenas, estão, também,
as maiores reservas de minerais preciosos e estratégicos do mundo -
todos de qualidade excepcionalmente boa. Há ouro, diamante, entre
outros, e nióbio, do qual o Brasil é detentor de 98% das reservas
mundiais.
Certamente o leitor já ouviu falar por aí sobre a importância do
nióbio para a indústria aeronáutica e aeroespacial, bem como para a
construção de dutos pelos quais podem ser transportados água,
petróleo e suas variantes a grandes distâncias. Igualmente já deve ter
ouvido falar que o Brasil, possuindo praticamente todas as reservas
deste mineral no mundo, não poderia, como constam em tabelas
oficiais, ser o exportador de apenas 40% do nióbio que circula no
planeta e nem ganhar tão pouco com a comercialização de um
produto que, só pelo fato de ser praticamente exclusivo e tão
necessário, teria de ter seu preço estabelecido por quem produz (mais
ou menos o que acontece com os produtores de petróleo).
Ora, nada disso que está exposto acima representa nenhuma novidade.
A questão dos mistérios que envolvem o nióbio brasileiro, sua
produção e sua comercialização é antiga e muito já foi falado sobre o
assunto, embora não em rede nacional, em horário nobre, nos grandes
telejornais brasileiros.
Mas agora há um fato novo para quem não costuma se inteirar sobre
assuntos científico-tecnológicos - talvez o grande responsável pela
questão da pressão sobre a demarcação das reservas indígenas,
especialmente as que se encontram sobre depósitos de nióbio e em
terras próximas às fronteiras do Brasil com outros países.
Você sabe o que é o plasma? Sabe que a energia conseguida através
da manipulação adequada dos átomos neste reconhecido quarto estado
da matéria (além dos já bastante conhecidos: sólido, liquido e gasoso)
pode vir a substituir com sucesso tudo o que se usa para obter energia
a partir da manipulação dos núcleos atômicos?
Na época em que foi formado o consórcio para fabricar este reator, cogitou-se, em
manchetes jornalísticas pelo mundo, a entrada do Brasil no grupo, por uma questão
muito simples: é que o país tropical do carnaval mais famoso e do futebol mais belo
do mundo, também é o mais rico do planeta, se não praticamente o fornecedor
exclusivo, de um mineralzinho chamado NIÓBIO, do qual o país detém entre 95 e
98% das reservas mundiais e que é fundamental na construção do primeiro
aparelhozinho gerador de energia em grande escala que pode mudar a história da
matriz energética utilizada pela humanidade. Só isso. Não tem nióbio, não tem
aparelhozinho.
Divulgava-se até hoje que estariam no Centro-Oeste dois terços das reservas de
nióbio do Brasil. Agora, sabe-se que, em Roraima, bem dentro da reserva indígena
Raposa da Serra do Sol, se definitivamente demarcada em terras contínuas, além
de outras importantes riquezas minerais, está a maior reserva de nióbio do
planeta. Ora, desapropriar do estado brasileiro uma terra que fica bem no meio do
país é bem mais complicado do que numa terra que fica na sua fronteira norte
(lembrar da já demarcada reserva Yanomami, que, junto à Raposa do Sol,
praticamente fechará toda a fronteira norte daquele estado, em forma de reserva
indígena e ambiental), grande parte da qual faz fronteira com a Venezuela - país
governado por um projeto de ditador que patrocina e se alia a tudo quanto é
terrorista do mundo, desde as FARC até à Al Qaeda, inclusive munici ando estes
grupos com armas e urânio, fazendo, parece, de tudo para ser invadido militarmente
(e leia-se aqui, por homens da Black Water - uma das empresas privadas de
formação de combatentes para-militares que teve enorme expansão depois que o
Secretário de Defesa do EUA, Donald Rumsfeld, resolveu tirar do Pentágono, isto
é, do estado norte-americano, a hegemonia sobre as decisões e mobilizações de
guerra - são americanos contra americanos: lá também há vendilhões da pátria).
E tem gente que acha que Chavez seria o chamado mal que vem para bem, por
que estaria impedindo, ou pelo menos retardando, os norte-americanos de
penetrarem com seus planos intervencionistas e imperialistas na América-Latina...
Não está não. Está é dando motivo - um atrás do outro, aliás...
É quase impossível lutar contra essa gente. Há que se pensar em uma saída
inteligente. E isso tem que ser pensado, em conjunto, por todos os amantes da
liberdade individual e da paz, desde norte-americanos até chineses e brasileiros,
de todas as raças e de todas as cores. É uma luta do Indivíduo contra a escravidão
coletivista.
Se tudo continuar como está, e mais uma grande reserva indígena acabar sendo
definitivamente demarcada em área contínua, em parte da fronteira norte do
Brasil, tudo indica que, em breve, principalmente depois do país ter assinado a
Declaração dos Direitos dos Povos Indígenas, teremos homens da Black Water
fazendo a segurança militar da mais nova nação do mundo, que rapidamente será
reconhecida pela ONU como legítima - no mínimo, alegando basear sua decisão
em centenas de manifestos enviados à mesma, em nome de ONGs, clamando por
defesa dos povos indígenas daquela região. E eu não vou nem falar da questão do
abastecimento energético da região, originário da Venezuela de Hugo Chavez -
que pode cortar o fornecimento, caso o companheiro Lula venha a ter contrariada
sua 'vontade' de demarcar a reserva em terras contínuas.
Por Rebecca Santoro
16 de maio de 2008
Fonte: http://www.parlata.com.br/colunistas_user.php?id_geral=40