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As inter-relações entre os vários centros de atividades no ciclo do fluxo total dos materiais são
mostradas esquematicamente na próxima figura.
Matéria-Prima
Usina
Indústrias de
Transformação
Atacadista
Varejista
Sistema de Manutafura
Cliente
Armazém
Distribuidor
Recebimento
Estocagem
Estocagem
Transformador
Expedição
Operações
(Produção e Montagem)
Sucateiro Estocagem
Como mostra a figura, isto pode ser considerado como um ciclo de fluxo de materiais
integrado, global, com subciclos dentro de cada segmento distinto, tais como: extração de
matérias-primas, processos básicos de transformação, fabricação de componentes principais,
processo de distribuição física.
CADEIA DE ABASTECIMENTO
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3
CADEIA DE ABASTECIMENTO
LOGÍSTICA
ARMAZEM
FORNECEDORES
CENTRAL
CENTRO DE
DISTRIBUIÇÃO
VAREJO
DISTRIBUIDOR
ATACADISTA
SUB-
RECEBIMENTO ALMOXARIFADO FA ES M ARMAZÉM DE EXPEDIÇÃO
CONTRATADOS BR TO
ON
DE MATERIAS- IC D E TA PRODUTOS ACABADOS
AÇ PR AC GE
PRIMAS OC GE M CONSUM
ÃO
ES M IDOR
SO
MANUFATUR
A
Não é preciso dizer que o rápido crescimento da nova função organizacional causa algumas
rupturas na hierarquia organizacional existente. E assim tem sido em relação à LOGÍSTICA
com os outros três “concorrentes”, que são a Movimentação de Materiais, a Administração de
Materiais e a Distribuição Física. Para os fins atuais, deixemos os problemas serem resolvidos
pelas sugestões das seguintes distinções entre os três:
1. Movimentação de Materiais: tradicionalmente orientada para movimentação e
armazenagem de produção.
2. Administração de Materiais: assume responsabilidade por todas as atividades de
suprimento do material.
3. Distribuição Física: orientada para produtos acabados, armazéns e transporte.
Não existe concordância geral quanto às funções que devem ser agrupadas de maneira
organizacional, sob a administração de materiais. Contudo, a maioria concorda que, em
empresas típicas, tais funções compreenderiam todas as atividades pertinentes aos materiais,
exceto as diretamente relacionadas com o projeto e a fabricação do produto, ou com a
manutenção de instalações, equipamentos e ferramentas, não incluindo, entretanto, a inspeção
do recebimento de materiais. Em todas as grandes empresas, e também em muitas das
pequenas, há uma inspeção rotineira, em cada remessa que chega, para que a companhia se
assegure de estar recebendo o material pelo qual paga. Peças e materiais de produção são
inspecionados de acordo com desenhos e especificações. Os itens não propriamente de
produção também são inspecionados. A maioria das empresas não possui especificações de
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materiais, limitando-se a comparar o conteúdo do embarque com a descrição do pedido ao
fornecedor.
DISTRIBUIÇÃO FÍSICA
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é aquele que, em última análise, rege o processo de causa e efeito ao longo da cadeia de
suprimento em termos de mudanças de requisitos com o objetivo de atender às suas
necessidades.
A Figura 1 apresenta a lógica do fluxo físico de bens entre a indústria e o consumidor, que
pode ser feito diretamente como no caso de lojas virtuais, via internet; através de atacadista;
ou por meio de rede varejista.
A responsabilidade de entregar os produtos acabados aos clientes oferece uma estreita ligação
com a Movimentação de Materiais.
Bens acabados devem ser transportados da linha de produção para um armazém da empresa e
para os clientes. Este processo é chamado de distribuição física. O gerente de distribuição
física pode ser responsável, também, pela movimentação física de produtos parcialmente
acabados dentro da fábrica e pelo recebimento e transporte de materiais comprados para as
áreas de armazenagem e seu ponto de uso. A função de transporte pode ser incluída também
no departamento de distribuição física, mas é independente, em muitas empresas,
particularmente naquelas em que despacho e armazenagem de produtos acabados não são
muito custosos.
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2. Inventário de Distribuição. Inclui todo inventário de produtos acabados em qualquer
ponto do sistema de distribuição. Em termos de custo, é o segundo item mais importante
na distribuição, contribuindo com aproximadamente 25% a 30% do custo de distribuição.
Os inventários criam valor de tempo, colocando o produto próximo ao cliente.
3. Armazéns (Centros de Distribuição -CD’s). Os armazéns são usados para estocar
inventários. A administração dos armazéns toma decisões sobre a seleção do local,
número de cetros de distribuição, layout e métodos de recebimento, estocagem e
recuperação de produtos.
4. Movimentação de Materiais. Movimentação de Materiais é o movimento e estocagem de
produtos dentro do centro de distribuição. O tipo de equipamento de materiais usado afeta
a eficiência e o custo da operação do centro de distribuição. A movimentação de materiais
representa um custo de capital e existe uma negociação entre este custo de capital e os
custos de operação do centro de distribuição.
5. Embalagem Projetiva/Identificação. Os produtos movimentados num sistema de
distribuição devem estar contidos, protegidos e identificados. Além disso, as mercadorias
são movimentadas e estocadas em embalagens e devem estar dentro das dimensões dos
espaços de estocagem e veículos de transporte.
6. Processamento de Pedidos. O processamento de pedidos inclui todas as atividades
necessárias para atender aos pedidos dos clientes. Elas representam um elemento de tempo
na entrega e, portanto, são umas partes importantes do serviço ao cliente.
Hoje, os mercados estão cada vez mais globalizados e dinâmicos e os clientes cada vez mais
exigentes. Para satisfazê-los, proliferam cada vez mais as linhas e modelos de produtos, com
ciclos de vida bem mais curtos. E a coordenação da gestão de materiais, da produção e da
distribuição passou a dar respostas mais eficazes aos objetivos de excelência que os negócios
exigiam. Surgiu, então, o conceito de Logística Integrada. Isto significou considerar como
elementos ou componentes de um sistema todas as atividades de movimentação e
armazenagem que facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição dos materiais até
o ponto de consumo final, assim como os fluxos de informação que gestionam os produtos em
movimento.
O conceito de Supply Chain Management surgiu como uma evolução natural do conceito de
Logística Integrada. Enquanto a Logística Integrada representa uma integração interna de
atividades, o Supply Chain Management representa sua integração externa, pois estende a
coordenação dos fluxos de materiais e de informações aos fornecedores e ao cliente final. A
gestão da cadeia como um todo pode proporcionar uma série de maneiras pelas quais é
possível aumentar a produtividade e, em conseqüência, contribuir significativamente para a
redução de custos, assim como identificar formas de agregar valor aos produtos. No primeiro
plano estariam a redução de estoques, compras mais vantajosas, a racionalização de
transportes, a eliminação de desperdícios, etc. O valor, por outro lado, seria criado mediante
prazos confiáveis, atendimento no caso de emergências, facilidade de colocação de pedidos,
serviço pós-venda, etc.
Isso nos remete à evolução do pensamento logístico. A cada momento, a prática da logística
reflete e ao mesmo tempo alimenta o pensamento logístico, em uma criativa interação entre o
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meio acadêmico e o meio empresarial. E o que é o pensamento logístico? São os conceitos e
teorias que orientam o estudo e a pesquisa em Logística, influenciando o que se considera
relevante e justificando as soluções propostas para os problemas logísticos. Em linhas gerais,
o campo da Logística evoluiu de um tratamento mais restrito, voltado para a distribuição
física de materiais e bens, para um escopo mais abrangente, em que se considera a cadeia de
suprimentos como um todo e as atividades de compras, administração de materiais e
distribuição. Assim, não se limita a uma única função dentre as estudadas em Administração,
como o Marketing ou as Operações, mas representa, de fato, uma área de integração desses
distintos enfoques.
LOGÍSTICA
INTEGRADA
Logística de Logística de
Logística de Logística de
Armazenagem de Transportes
Suprimentos Produção
Produtos Acabados (Distribuição)
Produtos
Acabados
Armazenagem de
Almoxarifado de
Matéria-Prima
Planejamento e
Controle de
Estoque
Requisição aos
Fornecedores
Pedidos
Separação de
Recebimento
Embalagem
Estoque em
Processo
Transportes
Internos
Entrega ao
Cliente
Rotas de
Transporte
Expedição
Armazéns
Externos
PPCP
A primeira era, denominada "do campo ao mercado", teve seu início situado na virada para o
Século XX, sendo a economia agrária sua principal influência teórica. A principal
preocupação, no caso, era com questões de transporte para escoamento da produção agrícola.
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observar que é neste período que se presencia o aparecimento, tanto no ensino quanto na
prática da logística, de um gerenciamento consolidado das atividades de transporte de
suprimentos e distribuição, armazenagem, controle de estoques e manuseio de materiais.
A era seguinte, estendendo-se do início dos anos 70 até meados dos anos 80, corresponde ao
"foco no cliente", com ênfase na aplicação de métodos quantitativos às questões logísticas.
Seus principais focos são as questões de produtividade e custos de estoques. É exatamente
neste período que se irá identificar uma intensificação do interesse pelo ensino e pesquisa da
Logística nas escolas de administração.
A quinta era, que vai de meados da década de 80 até o presente, tem ênfase estratégica, como
indica o rótulo que lhe foi atribuído: "a logística como elemento diferenciador". Identificada
como a última fronteira empresarial em que se podem explorar novas vantagens competitivas,
é aí que surge o conceito de Supply Chain Management, cujo pano de fundo é a globalização
e o avanço na tecnologia da informação. Este período, no qual nos encontramos, implica uma
maior preocupação com as interfaces, dentro das empresas, entre as diferentes funções, além
de maior destaque das considerações logísticas no mais alto nível de planejamento estratégico
das corporações. Outra questão que ganha relevância, nos dias atuais, é a inclusão da
responsabilidade social no projeto de novos sistemas logísticos, como por exemplo as
questões ecológicas.
A vertente mais rica no atual pensamento em logística é sem dúvida o de Supply Chain
Management. Ela conjuga os processos logísticos, que tratam do fluxo de materiais e
informações dentro e fora das empresas, com os relacionamentos que surgem ao longo da
cadeia para assegurar seus melhores resultados em termos de redução de desperdício e
agregação de valor. Ao lidar com os relacionamentos entre empresas, é natural que o
pensamento logístico aborde uma questão afim - a das parcerias e alianças estratégicas
logísticas. Estas estratégias colaborativas promovem a união de forças de empresas - cliente e
fornecedora, cliente e cliente ou fornecedora e fornecedora - visando explorar as atividades
logísticas em busca de vantagens mútuas.
Como todo conceito novo, não há ainda um corpo de pensamento consolidado na área de
Supply Chain Management. Os artigos e as pesquisas das principais autoridades em Logística
em todo o mundo têm sua ênfase orientada ora pelas Operações (com uma ênfase em
instrumental quantitativo), ora pelo Marketing (com uma ênfase em distribuição e canais), ora
pela Engenharia (com uma ênfase em transportes e questões militares). Mas cabe aqui
perguntar: se o conceito de Supply Chain Management representa uma visão de integração
entre funções e empresas, ao longo da cadeia, esta não deveria estar sendo refletida no
pensamento logístico? Espera-se que isso venha a ocorrer, cada vez mais, à medida que mais
pesquisadores se dediquem ao estudo da Logística, formados já dentro dos novos conceitos
integradores.
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Pesquisas recentes mostraram que a grande maioria de escolas de negócios de primeira linha
nos Estados Unidos e na Europa já incluem o conceito de Supply Chain Management nas
ementas de seus cursos gerenciais básicos obrigatórios, havendo ainda uma maior oferta de
cursos eletivos cujo título contêm os termos Supply Chain ou Supply Chain Management.
Além disso, muitos desses programas já oferecem toda uma área de concentração em
Logística e Supply Chain. Indo mais além, escolas consideradas como líderes no ensino da
Logística, como a Michigan State University, nos Estados Unidos, promovem uma fusão entre
professores e pesquisadores de Operações e de Marketing para criar uma área específica,
interdisciplinar, de Supply Chain Management.
Todas as iniciativas mais avançadas e eficazes para o ensino da Logística parecem ter uma
característica em comum: a grande interação com os profissionais da área, trazendo a
experiência do mundo real para dentro das salas de aula. Assim, pensamento, pesquisa e
prática em Logística se aliam para formar a nova geração de profissionais e desafiá-los a
aplicar o que até aqui se propôs e fez e a desenvolver novas e mais engenhosas soluções para
os problemas logísticos.
Se é este o quadro em países avançados, o que dizer da situação no Brasil? Ninguém ignora
que o ambiente econômico e de negócios em nosso país sofreu imensas mudanças ao longo
desta última década. A partir de 1990, a abertura da economia promoveu um choque
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competitivo que prosseguiu com a desregulamentação de diversos setores e com a
privatização de empresas e indústrias inteiras. A estabilização iniciada em 1994, graças ao
Plano Real, e a intensificação da integração regional, com a consolidação do MERCOSUL,
constituem outras mudanças com profundos impactos sobre as empresas e as condições de
competitividade no mercado brasileiro. Um dos principais tem sido uma enorme busca de
modernização e maior eficiência na área de logística, o que tem esbarrado, por um lado, nas
deficiências de infra-estrutura e, por outro, na carência de conhecimentos e na formação de
mão-de-obra especializada.
A segunda razão para a defasagem do ensino da Logística no Brasil está no próprio corpo
docente no ensino superior no Brasil. A formação de professores tem sido tradicionalmente
marcada pela especialização em áreas funcionais específicas - Marketing, Produção, Sistemas
de Informação, etc. Atentos ao interesse que a Logística passou a despertar, passaram a incluir
nos programas cursos desenhados com marcantes concentrações em temas que dominam.
Dessa forma, é comum o oferecimento de disciplinas como Marketing e Serviço ao Cliente,
Compras e Estoques, Distribuição e Transportes, sugerindo, pelos nomes, alguma integração
entre os elementos da cadeia de suprimentos, mas representando, na prática, visões ainda
bastante funcionais. E a grande maioria dos programas ainda contempla, de fato, disciplinas
com forte conotação funcional: são disciplinas isoladas nos currículos dos cursos de Mestrado
em Administração ou nos cursos de graduação e pós-graduação em Engenharia de Produção,
tais como Administração de Materiais, Distribuição Física, Marketing de Serviços, Layout de
Depósitos, Gerência de Suprimentos, Embalagem e Gestão de Estoques.
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razões, os conceitos de Logística Integrada e Supply Chain Management demoraram a chegar
às empresas e às escolas de negócios do país.
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Especialmente, é preciso desenvolver no dirigente a habilidade para estimular e
incentivar o trabalho em equipe e, sobretudo, o interfuncional.
As estruturas dos canais de distribuição vêm se tornando mais complexas ao longo dos anos.
A figura 1 mostra uma estrutura de canal de distribuição bastante simples, característica do
período anterior, à década de 50, quando o conceito de marketing era pouco desenvolvido e a
idéia de segmentação de mercado era pouco utilizada. Anteriormente a este período, a
presença de membros especializados era pouco difundida. As relações entre os membros
principais do canal eram distantes e conflituosas. Existia uma forte tendência à integração
vertical como forma de manter controle e coordenação no canal.
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revolução nas telecomunicações criou as condições ideais para se implementar processos
eficientes de coordenação.
Em suma, o SCM é uma abordagem sistêmica de razoável complexidade, que implica em alta
interação entre os participantes, exigindo a consideração simultânea de diversos trade-offs. O
SCM vai além das fronteiras organizacionais e considera tanto os trade-offs internos quanto
os inter-organizacionais, relativamente a quem deve se responsabilizar pelos estoques e em
que estágio do canal as diversas atividades deveriam ser realizadas. Apenas como exemplo,
podemos comparar os trade-offs existentes entre as opções de distribuição direta ou indireta
por um dado fabricante. Numa estrutura de canal onde o fabricante distribui diretamente para
o consumidor final, como faz a Dell Computer, a empresa tem muito maior controle sobre as
funções de marketing. No entanto, o custo da distribuição tende a ser muito maior, exigindo
do fabricante um alto volume de vendas ou uma saturação geográfica em um mercado
regional. No caso da distribuição indireta, as instituições externas ou agentes (transportadores,
armazenadores, atacadistas e varejistas) assumem grande parte do controle e risco, e por esta
razão o fabricante recebe um menor valor pelo seu produto.
Por outro lado, um fabricante que ofereça uma baixa disponibilidade e tempo de entrega
inconsistentes, tende a forçar o atacadista a carregar mais estoque de segurança a fim de ser
capaz de oferecer um nível aceitável de serviço para o varejista. Neste caso, um menor custo
logístico para o fabricante seria alcançado às custas de outros membros do canal, resultando
provavelmente numa cadeia de suprimento menos eficiente e eficaz. Uma maneira de evitar
este trade-off indesejado entre os membros do canal seria através da mudança da estrutura, ou
através da adoção de novos procedimentos ou tecnologias. Por exemplo, a adoção de um
sistema de processamento de pedidos automatizado em substituição a um sistema arcaico
poderia permitir uma melhoria do nível de serviço, redução de estoque, redução nos custos de
transporte e armazenagem, aceleração do ciclo de caixa e aumento do retorno sobre o
investimento.
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Figura 2 - Estrutura Complexa de um Canal de Distribuição Segmentado
Pelo que foi visto anteriormente, fica evidente que a implementação do conceito de SCM
exige mudanças significativas tanto nos procedimentos internos quanto nos externos,
principalmente no que diz respeito ao relacionamento com clientes e fornecedores.
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No Brasil, o principal esforço para implementação do conceito está sendo feito no âmbito do
movimento ECR Brasil. Liderando o processo estão os fabricantes de produtos alimentícios e
bebidas por um lado, e os supermercados do outro. Embora seja enorme o potencial de
redução de custos na cadeia, um conjunto de mudanças profundas precisa ser efetuado. No
caso dos supermercados, por exemplo, existe um amplo conjunto de antigas práticas que estão
muito arraigadas e que podem ser consideradas como barreiras ao bom andamento de projetos
de SCM. Dentre estas práticas se destacam: o relacionamento com os fornecedores, ainda
fortemente dominado pela política de queda de braço mensal com relação aos preços dos
produtos; a grande maioria dos produtos ainda é recebida diretamente nas lojas, o que
dificulta o controle do recebimento e a avaliação de desempenho dos fornecedores; as
empresas ainda estão organizadas em silos funcionais, com compra, logística, e administração
das lojas sendo gerenciadas de forma independente e isolada; a mão-de-obra atualmente
disponível não possui a formação ou capacitação necessária para operar com base nos novos
requisitos do SCM; a tecnologia de informação ainda apresenta fortes deficiências,
principalmente no que diz respeito aos softwares de análises de dados, e também aos
procedimentos para manutenção dos cadastros de produtos e fornecedores.
A Logística e a fidelização
Vê-se então que o conceito de fidelização não diz respeito apenas aos clientes. Ele envolve
acionistas e funcionários. E, se o pensamento for voltado para uma empresa pertencente a
uma cadeia de suprimentos, o conceito pode envolver fornecedores e prestadores de serviços
integrantes dessa cadeia. De agora em diante falaremos, então, da fidelização de parceiros da
cadeia de suprimentos.
No contexto Logístico pouco tem sido escrito sobre a fidelização e seus efeitos.
Evidentemente todas as considerações feitas até aqui neste artigo são pertinentes com a
atividade logística mas, é preciso reconhecer, a preocupação com a fidelização, na maioria das
empresas, está distante das atividades do dia-a-dia logístico.
Em um interessante artigo intitulado "Is Your Supply Chain Achieving Customer Loyalty" o
consultor Robert Dicello considera que a conquista da lealdade dos parceiros é um desafio
para os executivos de logística mas adverte que enfrentar este desafio antes da implantação do
conceito de supply chain é um erro. Isto porque antes da adoção, os executivos não
conseguem medir os efeitos da fidelização de clientes, fornecedores e prestadores de serviços.
Para o autor, o processo de maturação do conceito de supply chain passa por três estágios
conforme a figura 1. Em cada estágio, os objetivos, os atributos e os benefícios são diferentes.
O primeiro estágio é no nível micro. O foco está em melhorar o desempenho de uma função
específica dentro da cadeia. É o caso de empresas que, por exemplo, estão procurando
melhorar sua distribuição, reduzir sua capacidade ociosa, otimizar os transportes, etc. São
objetivos importantes porém eminentemente operacionais. São aspectos que precisam ser
melhorados para colocar a empresa no jogo da competição, mas que nada tem a ver com a
preocupação de fidelizar clientes, empregados, etc. É, infelizmente, o estágio onde a maioria
das empresas se situa.
O estágio seguinte é o nível Macro, onde a empresa já não pensa tão pequeno e agora procura
integrar funções pensando no retorno sobre os ativos ou na redução de capital de giro
mediante ações que mexem com duas ou mais funções. Assim, por exemplo, melhorando o
processamento dos pedidos - integrando a área financeira com o controle de estoques - é
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possível reduzir o tempo de resposta ao cliente e com isto aumentar o market share. O mesmo
pode ser conseguido integrando fornecedores com a área de produção diminuindo estoques de
segurança. Ainda nesse estágio a preocupação é a eficiência operacional e não a fidelização.
Uma vez conseguidas estas integrações passa-se ao terceiro estágio (enterprise to enterprise)
quando cada supply chain se integra com as cadeias dos parceiros, prestadores de serviços e
clientes para atender necessidades mútuas. Através do compartilhamento de informações
procura-se reduzir o risco na introdução de novos produtos e serviços; processos que não
agregam valor como as inspeções de qualidade, por exemplo, são eliminadas. Há uma
perseguição aos desperdícios existentes nas interações entre as empresas parceiras. O foco
está em desenvolver e compartilhar idéias e assegurar que produtos e serviços estejam
disponíveis para os clientes no menor prazo, com menos estoques, ativos e riscos. O objetivo
é fazer com que o conjunto de supply chains seja diferenciado e ganhe vantagem competitiva
sobre as cadeias dos concorrentes.
Muito investimento material e intelectual é feito para conseguir tudo isto e a grande
preocupação é não perder parceiros. O importante é a rentabilidade acumulada das transações,
é pensar nos ganhos no longo prazo. Cada investimento feito para fortalecer a cadeia traz
consigo a expectativa de que com o tempo ele vai se pagar. Perder um integrante da cadeia
representa um custo muito alto. Assim, é neste estágio que surge, com mais força, a
consciência pela fidelização:
• a satisfação dos integrantes da cadeia não é suficiente; é preciso que sejam leais;
• a lealdade implica na repetição dos negócios viabilizando um valor presente positivo
para o fluxo de investimentos realizados;
• perder integrantes da cadeia interrompe o fluxo positivo sendo necessários novos
investimentos para substituir os parceiros perdidos.
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Armazéns (Centros de Distribuição -CD’s).
Os armazéns são usados para estocar inventários. A administração dos armazéns toma
decisões sobre a seleção do local, número de cetros de distribuição, layout e métodos de
recebimento, estocagem e recuperação de produtos.
Movimentação de Materiais. Movimentação de Materiais é o movimento e estocagem de
produtos dentro do centro de distribuição. O tipo de equipamento de materiais usado afeta a
eficiência e o custo da operação do centro de distribuição. A movimentação de materiais
representa um custo de capital e existe uma negociação entre este custo de capital e os custos
de operação do centro de distribuição.
Embalagem Projetiva/Identificação. Os produtos movimentados num sistema de distribuição
devem estar contidos, protegidos e identificados. Além disso, as mercadorias são
movimentadas e estocadas em embalagens e devem estar dentro das dimensões dos espaços
de estocagem e veículos de transporte.
Processamento de Pedidos. O processamento de pedidos inclui todas as atividades necessárias
para atender aos pedidos dos clientes. Elas representam um elemento de tempo na entrega e,
portanto, são umas partes importantes do serviço ao cliente.
Os consumidores quando vão às prateleiras das lojas esperam encontrar os produtos que
necessitam, não importando se os produtores estão a 10 ou 2.500 Km de distância. Este é o
trabalho da logística: prover disponibilidade de produtos, onde e quando estes forem
necessários. Freqüentemente, isto significa coordenar o fluxo de produtos de vários
fornecedores dispersos pelo país e, cada vez mais, dispersos pelo mundo, para que estes
cheguem até os clientes finais, nas mais distantes regiões.
Neste contexto, a atenção se volta para as instalações de armazenagem e como elas podem
contribuir para atender de forma eficiente as metas estabelecidas de nível de serviço. A
funcionalidade destas instalações dependerá da estrutura de distribuição adotada pela
empresa. Podemos classificá-las em dois grandes grupos:
Como veremos adiante, os sistemas de distribuição diretos podem também utilizar instalações
intermediárias, não para manter estoque, mas para permitir um rápido fluxo de produtos
aliado a baixos custos de transporte. Estas são as instalações do tipo Transit Point, Cross-
Docking, e Merge in Transit. Sua aplicação é relativamente recente, e contrasta com a visão
tradicional da função das instalações de armazenagem.
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Novas demandas sobre as estruturas de armazenagem
Menos dispostos a carregar estoques, os clientes procuram fazer pedidos cada vez menores e
com maior freqüência, forçando o estoque para trás na cadeia de suprimentos. A redução do
tamanho do pedido aumenta a demanda pelas operações de picking, além de dificultá-las
quando se trabalha com pedidos de caixas quebradas.
As indústrias tem aumentado o número de sku’s para atingir nichos de mercado específicos.
Além disto, variações nos tamanhos das embalagens com que os produtos são
comercializados no varejo, aumentam o número de itens a serem controlados, processados e
manuseados nos armazéns, implicando em diminuição da produtividade, maior necessidade
de espaço e maiores custos administrativos.
Por estarem trabalhando com níveis de estoque mais baixos, os clientes demandam menores
tempos de resposta dos seus fornecedores aumentando a pressão por agilidade nos centros de
distribuição, que passam a ter menor tempo entre o recebimento do pedido e sua expedição
nas docas.
Também por trabalharem com baixos estoques, os pedidos recebidos incompletos ou errados
tem grande probabilidade de levar a falta de produtos e perdas de venda, tornando a tolerância
dos clientes a erros dos distribuidores a praticamente zero. E como agravante, considerando
que os pedidos se tornam menores, de maior frequência, o custo para corrigir os erros é muito
maior!
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Figura 1 - Novas exigências sobre as operações de armazenagem e seus impactos
operacionais
Fica claro portanto, que as instalações de armazenagem tradicionais, que possuem processos
baseado em papel, que operam com sistemas computacionais que rodam em "batch" ou que
foram projetadas para maximizar a utilização do espaço, não a eficiência do fluxo físico, terão
uma enorme dificuldade em atender estes novos requisitos (figura 2). Em alguns casos será
praticamente impossível.
Estas conclusões nos levam a esperar uma aceleração no processo de adoção de novas
tecnologias para armazenagem, ainda mais no Brasil que está praticamente iniciando este
movimento.
Para os clientes as vantagens também são grandes pois estes recebem em um único
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carregamento os pedidos que de outra forma seriam feitos por vários veículos. Este é o caso
típico de centros de distribuição controlados por cadeias varejistas ou operadores logísticos
que atendem várias indústrias.
Transit Point
As instalações do tipo Transit Point são bastante similares aos centros de distribuição
avançados, mas não mantêm estoques. O Transit Point é localizado de forma a atender uma
determinada área de mercado distante dos armazéns centrais e opera como uma instalação de
passagem, recebendo carregamentos consolidados e separando-os para entregas locais a
clientes individuais.
Uma característica básica dos sistemas tipo Transit Point é que os produtos recebidos já têm
os destinos definidos, ou seja já, estão pré-alocados aos clientes e podem ser imediatamente
expedidos para entrega local. Não há espera pela colocação dos pedidos. Esta é uma diferença
fundamental em relação às instalações de armazenagem tradicionais, onde os pedidos são
atendidos a partir do seu estoque.
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Cross-Docking
As instalações do tipo cross-docking operam sob o mesmo formato que os Transit Points, mas
se caracterizam por envolver múltiplos fornecedores atendendo clientes comuns. Cadeias de
varejo são candidatos naturais à utilização deste sistema e, de fato, existem inúmeros
exemplos da utilização intensiva do cross-docking neste setor.
Embora seja operacionalmente simples, para que haja sucesso na operação de cross-docking é
preciso um alto nível de coordenação entre os participantes (fornecedores, transportadores)
viabilizada pela utilização intensiva de sistemas de informação, como transmissão eletrônica
de dados e identificação de produtos por código barra. Além disto, é de fundamental
importância a existência de softwares de gerenciamento de armazenagem (WMS) para
coordenar o intenso e rápido fluxo de produtos entre as docas.
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A capacidade de planejamento antecipado e o seu cumprimento rigoroso permitem que a
passagem do estoque pela instalação seja a mais breve possível. Quando há pouca
coordenação, com falta de sincronismo entre os recebimentos das cargas, será necessário
maior espaço para manter o estoque e os veículos poderão ter que aguardar maior tempo para
ter sua carga completada.
As instalações de cross-docking que operam com alto nível de eficiência possuem apenas uma
plataforma com as docas de recebimento de um lado e as docas de expedição no outro. Os
produtos apenas atravessam a plataforma para serem embarcados. Não há, portanto,
necessidade de grandes áreas para o estoque em trânsito e a utilização das docas e dos
veículos é muito maior.
Isto não quer dizer que esta seja a única forma de operação de cross-docking. É também
possível trabalhar com o cross-docking "futuro", onde os produtos ao serem recebidos não são
imediatamente movimentados para os veículos de entrega local, mas permanecem em uma
área de espera para posterior carregamento. Quanto mais "futuro" for o cross-docking, maior
será a necessidade de espaço para espera.
Merge in Transit
O e-Commerce e a Logística
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consumidores na compra realizada pela Internet: atrasos em relação ao prazo prometido de
entrega, produtos entregues com avarias, erros de cobrança e cancelamento de pedidos por
falta de produtos são apenas alguns dos problemas vividos que podem gerar experiências
negativas nas compras virtuais.
A logística do varejo virtual apresenta algumas singularidades que não estão presentes no
varejo tradicional como, por exemplo, a integração entre a informação sobre a disponibilidade
de determinado produto pelo site - front-end - e a real disponibilidade deste produto em
estoque - back-office. No entanto, apesar dos constantes relatos de insatisfação, são poucas as
pesquisas que procuram identificar as principais causas do e-commerce para justificar este
desempenho. Durante o ano de 2000, devido à exposição na mídia, a logística foi colocada
como uma das questões-chave para o sucesso das empresas virtuais, o que levou as empresas
a investirem em melhores sistemas e processos para atender às novas necessidades do varejo
virtual. Procurando formas de se diferenciarem de seus competidores, descobriram que a
Logística poderia ser usada como uma arma poderosa no sentido de responder às necessidades
de seus clientes.
Diante deste crescimento de vendas pelo canal virtual, será que o desempenho logístico está
evoluindo da mesma maneira? Como a logística pode ajudar na melhoria do nível de serviço
prestado aos clientes? Quais os principais problemas logísticos e suas causas? Será que as
expectativas do consumidor estão sendo atendidas? Para responder a estas perguntas o Centro
de Estudos em Logística realizou duas pesquisas sobre o desempenho logístico das lojas
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virtuais, uma no início e outra no final do ano de 2000 com o objetivo de conhecer o
desempenho logístico das lojas virtuais em uma série de atributos do serviço ao cliente. Mas,
primeiramente, é preciso entender o conceito de serviço ao cliente e ciclo do pedido.
Referências Bibliográficas
• DORNIER, P.P., ERNST, R., 1998, Global Operations and Logistics: Text and Cases.
1 ed. New York, John Wiley & Sons.
• CHOPRA, S., MEINDL, P., 2001, Supply Chain Management - Strategy, Planning
and Operation. 1 ed. New Jersey, Prentice Hall.
• KWAN, A., 1999, "The Use of Information Technology to Enhance Supply Chain
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