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Para a discussão percebo que a poesia mítica, como as narrativas de Hesíodo e Homero são, são, na

verdade, registros poéticos de culturas e tradições de diferentes povos que habitaram a Grécia até o período
arcaico, sendo representações da visão de um povo em relação ao sentido do mundo e as motivações
humanas. Pode perceber, pelos relatos em detalhes, a preocupação de tais autores com os fatos concretos,
o que manifesta um singelo momento do longo processo de transição do pensamento mítico para o filosófico.

No caso da obra Teogonia, Hesíodo narra a genealogia dos deuses e entes sobrenaturais. É incrível
como os deuses gregos são como reflexos do próprio ser humano, dotado das mesmas características físicas,
limitações, sentimentos e mesmo atitudes. Vale ressaltar também que os mesmos residem o monte Olimpo,
ou seja, no próprio mundo humano, não em uma dimensão externa e divina. Quanto aos deuses primordiais,
estes não são dotados de características humanas, não há uma forma definida, são representações de forças
naturais como o céu, o mar, o amor. E Hesíodo não se considera o autor da Teogonia, mas sim o porta-voz
das musas. Vale ressaltar que, segundo José Antonio Alves Torrano, o nome Hesíodo significa aquele que
lança canções, sendo assim entende-se que é ele quem apresenta o poema de autoria das musas.

Outro aspecto interessante é que na Teogonia o Caos é o início de tudo – de onde surgiu Gaia, Tártaro,
Eros, e consequentemente os titãs e depois os deuses. O Caos é como uma massa informe que tudo abrigava,
sendo representado como momento de desordem que precede a ordem e harmonia do Cosmos. Vale ressaltar
também que Hesíodo toma culturas externas à cultura grega como bárbaras, pois seus mitos eram tidos como
terríficos – quais foram banidos da Grécia. O que manifesta a herança etnocêntrica da civilização ocidental. É
incrível o contraste entre os mitos gregos em relação aos demais, pois são narrações radicais e de rigor. A
mitologia grega requer paciência e esforço, o que por si só já manifesta a complexidade de sua poesia.

A poesia tem seu vínculo ao Mythos, discurso que também ordena tanto a religião quanto a mitologia. A
poesia era cantada em homenagem aos deuses, como pode ser percebida em sua estrutura de cântico. No
caso da Teogonia de Hesíodo percebe-se seu caráter instrucional sobre a criação dos deuses e entes
sobrenaturais. O período arcaico precede o desenvolvimento do alfabeto, da moeda e da polis.

As narrativas de Hesíodo e Homero são, na verdade, registros poéticos de culturas e tradições do período
arcaico, sendo representações do contexto histórico em que participavam. Malcolm Day, afirma que Hesíodo
teria desenvolvido um registro das histórias mitológicas existentes. A poesia mítica configura-se como
representação do ponto de vista de determinado povo de dado tempo em relação ao sentido do mundo e as
motivações humanas.

Teogonia é a genealogia dos deles e entes sobrenaturais.

Os deuses gregos são de muitas características humanas, assim como muitas das limitações humanas.
Curioso que os deuses gregos se estabeleceram no monte Olimpo, na Terra, não em um mundo divino
separado do humano. Porém, diferente dos humanos, os deuses são imortais e possuem poderes divinos.
Na Teogonia de Hesíodo tem-se tantos os mitos cosmogônicos quanto os de origem. Hesíodo afirma que
teria escrito por causa das Musas que lhe relevaram aquilo que deveria escrever, assim como o dotaram da
capacidade de escrever a obra. (filhas de Zeus com a deusa da memória Mnemosine) – nascidas do sangue
derrubado nas montanhas após a castração de Urano por Cronos.

As musas (9) representam: a poesia épica, a tragédia, a história, a dança e a comédia.

As musas poderiam ser os primeiros poetas registrando a cultura e tradição de um determinado povo.
Hesíodo se considera porta-voz das musas.

Antes dos próprios deuses havia a massa informe que abrigava tudo, o vácuo, o vazio denominado de
Caos (desordem precedente da ordem e harmonia do Cosmos). Do Caos surgiu os deuses primordiais: Eros,
a força de atração, amor enquanto desejo, passível de violência; Gaia, a personificação da Terra; Érebo,
representando as trevas; e Nyx, a noite.

Gaia gerou Urano, o céu. Este fez chover sobre Gaia águas férteis responsáveis pelo surgimento de
flores, animais e outras criaturas da natureza. A narração tem como deuses fenômenos naturais, os quais se
relacionam e ordenam o mundo a partir da própria vontade. Vale ressaltar o caráter explicativo da narração.

Mitos não devem ser compreendidos como povos ingênuos crendo em coisas abstratas, mas sim como
relatos históricos sobre determinado período cultural que de alguma forma influencia a civilização ocidental.

É engraçado, pois, tais divindades não tinham forma definida.

Hesiodo manifesta o etnocentrismo grego ao considerar as demais culturas mais dadas ao absurdo como
bárbaros.

Aquilo que é considerado absurdo e terrífico foi banido da Grécia. Os autores de mitos se preocupam com
fatos como pode ser percebido pelo caráter instrucional de Hesíodo, este preocupou-se em relatar as tradições
e culturas de determinado povo, eram uma espécie de catálogo com a Teogonia, os mitos cosmogônicos e
os de origem.

Logo Hesíodo representa o mundo como ordem, em oposição ao Caos, momento de desordem que
precede a harmonia e ordem do Caos.

O capítulo preocupa-se em mostrar a relação entre mito e poesia.

Poesia cantada em cântico

Teogonia de Hesíodo possui caráter instrucional sobre a genealogia dos deuses

Hesíodo situa-se no Período Homérico, entre os séculos XII-VIII, qual precede o Período Arcaico, que se
caracteriza pelo desenvolvimento do alfabeto, da moeda e da polis.
As narrativas de Hesíodo e Homero são, na verdade, registros poéticos de culturas e tradições do período
arcaico, sendo representações do contexto histórico em que participavam. Malcolm Day, afirma que Hesíodo
teria desenvolvido um registro das histórias mitológicas existentes. A poesia mítica configura-se como
representação do ponto de vista de determinado povo de dado tempo em relação ao sentido do mundo e as
motivações humanas.

Teogonia é a genealogia dos deuses e entes sobrenaturais.

Deuses gregos são reflexos do próprio homem, dotados de características humanas, limitações,
sentimentos e mesmo atitudes. Os deuses gregos se estabeleceram no monte Olimpo, eles vivem no próprio
mundo humano, não em uma dimensão externa e divina. Quanto aos deuses primordiais, estes não são
dotados de personalidades ou de características humanas, também não tem uma forma definida, configuram-
se, pois, como as forças naturais como o céu, o mar, o amor, os quais relacionam-se e ordenam o mundo a
partir da própria vontade.

Hesíodo aborda, na Teogonia, tanto o mito cosmogônico, como os mitos de origem.

Hesíodo começa a Teogonia afirmando que as musas lhe deram a capacidade de escrever, assim como
lhe revelaram o que escrever, o que dá a entender que as musas são as reais autoras do poema. Hesíodo
considera-se um porta-voz das musas, o que leva a entender que é ele quem apresenta os cantos, não os
escreve.

Musas são as filhas de Zeus com a Mnemosine, deusa da memória.

Caos massa informe que abriga o todo, sendo também o vácuo, o vazio. Caos apresenta-se como
desordem precedente à ordem e harmonia do Cosmos. Do Caos surgiu os deuses primordiais: Eros, o amor
enquanto força de atração; Gaia, a personificação da Terra, dentre outros.

Gaia gerou Urano, o céu. Este fez chover sobre Gaia águas férteis responsáveis pelo surgimento de da
fauna e da flora.

Vale ressaltar o caráter explicativo da narração.

Mitos são relatos históricos radicais e com rigor sobre determinado período cultural, o que manifesta a
preocupação de autores como Hesíodo e Homero com os fatos, afastando-se das opiniões.

Não são povos ingênuos crendo em coisas absurdas.

Vale ressaltar que Hesíodo toma culturas externas à cultura grega como bárbaras, pois seus mitos eram
tidos como terríficos, por sua vez, os gregos, baniram tais mitos da Grécia.

Aborda os mitos cosmogônicos e os de origem.

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