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Retorta Cósmica do Interregno Intercíclico

Vitor Manuel Adrião
08 Segunda-feira Nov 2021

Sintra, 1.º de Novembro de 2021

Outono, dia frio e chuvoso, o vento arrasta a folhas mortas das árvores que se despem,
folhas secas indo em caudais de água lembrando aquelas da Árvore da Vida que se
extinguem com o Ciclo que fenece. Prenúncio do Inverno, prenúncio de uma Era que
morre para outra que renasce, sim, porque “na Natureza nada se perde, tudo se
transforma”, já dizia Lavoisier. Mais que as desse sábio, valem as palavras preciosas do
Mestre Kuthumi escritas em Outubro de 1882:
“A aproximação de cada nova “obscuração” (pralaya ou “repouso”, período de
assimilação de quanto se conseguiu durante o manvantara ou período de actividade) é
sempre assinalada (ou antecedida) por diversos cataclismos produzidos seja pelo fogo,
seja pela água. Quando a sua Raça[-Mãe], a quinta, houver alcançado o zénite da sua
intelectualidade física e desenvolvido a mais alta civilização (lembre-se da distinção
que fazemos entre civilização material e civilização espiritual), ver-se-á incapaz de
passar além do seu próprio ciclo (ou período de existência) e progredirá para o Mal
absoluto (o final doloroso da depuração kármica) arrastada por uma dessas mudanças
cataclísmicas. A sua grande civilização será destruída e ver-se-á todas as Sub-Raças
desta Raça decaírem nos seus respectivos ciclos, após os seus curtos períodos de glória
e de cultura. Nenhuma Raça-Mãe, com as suas Sub-Raças e Ramos, está autorizada
pela soberana Lei Única a apossar-se dos privilégios da Raça ou Sub-Raça que lhe

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sucederá, menos ainda a usurpar os conhecimentos e os poderes reservados à sua
sucessora.
“Entenda-se que a sua Ciência tem razão em muitas generalidades, mas as suas
premissas são inexactas ou, em todo o caso, bastante erróneas. Por exemplo, ela tem
razão quando diz que a nova América se formou no momento em que a velha
Atlântida se afundava, sendo gradualmente engolida pelas águas; mas não é exacta
nem nas suas indicações relativas às épocas dessa submersão, nem nos seus cálculos
da duração desse submergimento. As suas Ilhas Britânicas terão um dia a mesma
sorte. Elas estão à cabeça da lista de vítimas destinadas à destruição pelo fogo (vulcões
submarinos) e pela água; à França e outros países sucederá o mesmo.
“Quando desaparecerem, a sétima e última Sub-Raça da sexta Raça-Raiz da presente
Humanidade florescerá sobre a “Lemúria” (restos geológicos e psíquicos da 3.ª Raça-
Raiz) e a “Atlântida” (restos geológicos e psíquicos da 4.ª Raça-Raiz). Haverão então
poucos mares ou grandes oceanos como hoje existem sobre o nosso Globo; as águas,
tal como as terras, aparecem e desaparecem, periódica e alternadamente, mudando
de lugar. O grande acontecimento – a vitória dos nossos “Filhos das Brumas de Fogo”,
os habitantes de Shamballah (então uma ilha no mar da Ásia Central), sobre os  magos
egoístas, mas não inteiramente perversos, de Poseidónis – aconteceu exactamente há
11.446 anos.”

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Desse texto do Mahatma retenho a referência às convulsões naturais (geológicas e
climáticas) que acompanhando a crise psicomental humana antecedem o final de todo
e qualquer período, seja um Ramo, uma Sub-Raça, uma Raça-Raiz, uma Ronda ou uma
Cadeia. Tais comoções avisadamente registam-se hoje por todo o Globo, desde a
actividade vulcânica aos terramotos e maremotos, ao degelo dos Pólos, ao efeito
estufa da atmosfera estafando, impedindo o respirar normal da Terra, a sua
oxigenação, etc. Sim, a Natureza avisa antecipadamente para a “debacle” do final de
todo e qualquer ciclo, muito mais quando os elementos naturais sofrem o conspurco
das suas vibrações (tatvas) provindas do Sol Central do nosso Mundo. Com isso, gera-
se a reacção natural: ao conspurco do Elemento Terra (Tatva Pritivi) ele reage pelos
terramotos e avalanches; ao conspurco do Elemento Água (Tatva Apas) dá-se a
reacção pelos maremotos e inundações; ao do Elemento Fogo (Tatva Tejas) sucede o
da eclosão dos vulcões e os grandes incêndios; e igualmente ao do Elemento Ar (Tatva
Vayu) acontecem os ciclones e furacões destruidores. Ao par disso, acontecem as
pandemias como a que agora aflige a Humanidade, tendo a sua causa no afluxo do
Elemento Éter (Tatva Akasha) estar congestionado na sua acção normal e
normalizadora da actividade tátvica, causada pela acção mortífera da poluição física e
psicomental do próprio Homem tomado pela ganância perdulária de si mesmo e da
Natureza, esta assim reagindo tal qual um corpo doente reage pela febre que é fogo
purificador do organismo queimando nele os sintomas hostis, como agora acontece
com o Logos Planetário reagindo à acção daninha das suas células humanas.

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Tais sintomas vêm a ser os do Karma da Raça Humana hoje em plena queima na
passagem de um ciclo para outro, com isso provocando alterações sensíveis na sua
psique, fenómeno a que alguns chamam de mudança geracional de hábitos, interesses
e valores, mas sendo mais que isso: trata-se da transformação geral da vida-energia
em vida-consciência na presente Retorta Cósmica chamada Interregno Intercíclico.
Entre um ciclo que finda e outro que nasce decorre um período intermediário
chamado Interregno Intercíclico, no qual as Mónadas recapitulam a evolução já
conquistada e elaboram a porvir, sendo ao mesmo tempo o período de “separação do
trigo do joio”, dos seres que evoluem daqueles que retrógrados estacionam na mesma
evolução. Isso é pautado por crises e comoções planetárias e humanas em ebulição na
metamorfose marcada pela despida do estado condicional passado para a vestida
incondicional de um novo, o que acarreta sempre revoluções na consciência e nos
actos ante a novidade que se depara. Trata-se do umbral entre o Passado e o Futuro
na Hora Presente. É a depuração planetária acontecendo entre momentos cíclicos, um
pretendendo conservar a Terra na condição psíquica de vida-energia passiva afim à
passada Cadeia Lunar, e outro impulsionando-a para o futuro estado solar ou evoluído
assinalado na Cadeia de Vénus em formação, liberalizada pela vida-consciência activa
do Mental Superior.

Cada Raça-Mãe ou Raiz comporta sete subdivisões que são as Sub-Raças. Estas
admitem, em última análise, oito Ramos Raciais, um para cada uma, onde esse oitavo
vem a ser a soma e apuramento do respectivo Tipo Racial e quem estabelece a ligação
à Sub-Raça seguinte, como agora acontece em pleno oitavo Ramo Racial Ariano,
também chamado de Período Avatárico por corresponder aos 10.000 anos da Idade de
Maitreya, portando em seu bojo as primícias das sexta e sétima Sub-Raças, que virão
juntas tal qual o Espiritual não se manifesta sem o Intuicional, por este, o Búdhico, ser

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a veste do Átmico, assim mesmo já dando de si as sexta e sétima Raças-Mães e com
elas lançando ao terreno do Presente-Futuro as sementes dos quinto e sexto Sistemas
ou Rondas, forjas cósmicas das afins quinta e sexta Cadeias, que a sétima a todas
sintetizará como “oitava” Coisa.
Conclui-se que uma Raça-Mãe com as suas sete Sub-Raças comporta cinquenta e seis
Ramos Raciais. No presente momento da Evolução Planetária, tem-se: a quinta Sub-
Raça Teutónica reproduzindo toda a quinta Raça-Mãe Ariana; a quinta Raça-Mãe
Ariana criando a quinta Ronda de Vénus; a quinta Ronda de Vénus semeando e
espelhando a quinta Cadeia de Vénus.
Com a Terra cada vez mais se subtilizando na sua fase ascensional – começada com a
presente quinta Raça-Mãe – da Matéria ao Espírito, pode deferir-se que as actuais
perturbações psicossomáticas e psicossociais, intensas e dramáticas, turbilhonando no
seio do Género Humano só podem ser efeitos dos restos, espécie de cascões astrais,
do Ciclo de Peixes apodrecido e gasto, finado em 24 de Julho de 1954, para o dealbar
do Ciclo de Aquário nascido em 28 de Setembro de 2005, mas que levará o seu tempo
a fixar o seu biorritmo nas consciências humanas. Atravessa-se hoje, no dizer do
Professor Henrique José de Souza, o Interregno Intercíclico. Como os “cascões”
encrostam-se magneticamente, por lei de afinidade, à aura psíquica do seu criador, no
caso o Homem, tem-se nisso a razão da necessidade premente dos Seres Superiores de
Justiça e Paz, enviados de Shamballah pelo Rei do Mundo, se acercarem na crosta
terrestre para a purificarem e à sua ambiência astral, através dos verdadeiros
discípulos da Espiritualidade, de todas e quaisquer impurezas físicas, psíquicas e
mentais que possam afectar a futura exteriorização da Grande Fraternidade Branca
com Maitreya à sua frente.
Esses Seres Superiores são os divinos Manasaputras, os “Filhos do Mental Cósmico”,
que desde Shamballah dirigem as formas físicas dos santos Kshatriyas, os Guerreiros
defensores da Lei Única, os quais trazem, tanto simbólica como realmente, numa mão
a espada ígnea da Lei e na outra a palma perfumada da Vitória de Deus, sendo a sua
missão sublime, consumada pelos melhores da Raça Humana, a da salvação de tudo e
todos e “cerrar para todo o sempre as portas da morada do Mal”, como seja a
anulação das Talas sinistras de que o Inferno dantesco é um pálido esboço.
Desde 21 de Março de 1956, data do Grande Julgamento Cíclico da Humanidade, em
que esta foi medida, pesada e contada, que as Mónadas consideradas aptas a ingressar
na Nova Era já estão definidas e separadas das não-aptas. Ainda assim, devo adiantar
que só se salvam espiritualmente aquelas que passem nos exames ou crises iniciáticas
de passagem de um estado de consciência para outro imediatamente superior, como
esse que actualmente aflige a todos, indo distinguir as raças mais evoluídas das menos
evoluídas. Crises traduzindo-se, como disse, pelo trânsito do pólo “abaixo” ao
imediatamente “acima”, este definido no nível humano como estado Budhi-Taijasi,
termo altamente místico significando “Intuicional Iluminado”, o que vale dizer ter-se
por meta a superação do Intelecto pela Intuição, ou, como diriam os antigos
Rosacruzes, “de Lúcifer a Cristo”, nisto sendo igual à afirmativa do Munindra ou
Discípulo da Obra Divina, “de Luzbel a Akbel”.

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Aqui chegado, convém fazer um curto reparo: apesar do Mestre Djwal Khul
definir Ocultismo como a “Ciência das Energias” (Tatvas), na classificação mais simples
e completa, é comum dar-se ênfase à noção de Universo energético e sensibilidade ao
mesmo como indicativo de espiritualização. Se assim fosse, ter-se-ia a profissão de
electricista como ciência de realização espiritual… Como tudo é energia liberta e
condensada por acção dos Tatvas dinamizados por Fohat, a Electricidade Cósmica, o
ser-se sensitivo à mesma nunca foi nem é indicativo de espiritualização, tão-só de
refinamento sensorial às suas circunvalações atómicas cujas vibrações geram cores e
formas mais ou menos excêntricas, e tal não implica consciência que esta só a dá o
conhecimento exacto das Leis da Natureza visível e invisível. Nisto entra não o
psiquismo lunar fantasioso mas o mentalismo solar imaginativo que a Sabedoria
Divina, sob as modalidades Teurgia e Teosofia, oferece, com Capricórnio ou Cumara
superando o seu oposto letal Caranguejo, Câncer ou Cama, tal qual se revela
no Zodíaco, a “Roda dos Animais”.
Conforme a transcrição da carta do Mestre Kuthumi, todas as passagens de um Ramo
Racial para outro, de uma Sub-Raça para outra, de uma Raça-Mãe para outra,
provocam alterações nos regimes dos fenómenos naturais, como as estações, por
exemplo, de que resultam revoluções climatéricas e geológicas com maior ou menor
violência e impacto, de acordo com o porte do ciclo prestes a findar.
Assim, pode-se lembrar que a primeira região terrestre a ser habitada foi o Pólo Norte,
numa época muitíssimo remota quando o eixo da Terra apresentava uma diferença de
inclinação de quase 90 graus em relação à sua posição actual, estando os Pólos quase à
altura da eclíptica, havendo um clima tropical. Desde então, as modificações por que
passou a Terra e a inclinação do seu eixo tornaram-na muito diferente em todos os
aspectos físicos, a começar pelo climático.
Cada Raça-Mãe tem por berço um continente próprio, isto sem se confundir o berço
de uma raça com o seu país de origem. O país de origem é o lugar onde floresceu a
raça anterior, enquanto o berço refere-se ao lugar onde se deu o seu nascimento. Por
exemplo, a quarta Raça-Mãe Atlante desenvolveu-se e espalhou-se por diversas
regiões do Globo, conjunto a que se deu o nome de continente atlante ou a Atlântida.
Com o desaparecimento geológico de uma dessas regiões levantou-se o Altiplano do
Pamir, na Ásia Central, como o país de origem, o embrião da quinta Raça-Mãe Ariana.
Desta forma, um continente, no sentido teosófico, não é apenas uma grande porção de
terra mais ou menos cercada de água, como descreve a Geologia e Geografia, mas
também a região sólida da superfície terrestre onde se desenvolveu ou desenvolve
uma raça.
Os continentes sucedem-se com a sucessão das raças, de tal modo que cada
continente tem por origem um continente anterior, sofrendo, pois, o fenómeno do
aparecimento e desaparecimento, causa dos grandes cataclismos já referidos. Ou seja,
as leis universais são rigorosamente as mesmas para todos os graus de manifestação,
seja a da Evolução Cósmica geral, seja a do Homem tratado em sua evolução
individual, leis essas enfeixando-se numa única Grande Lei que preside a todo o
Universo – Dharma. É fundamental, pois, não esquecer que cada Raça-Mãe transporta

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para a sua sucessora o produto da sua evolução, da mesma forma como os pais
transmitem aos filhos não apenas as características físicas hereditárias mas igualmente
as suas próprias experiências, significando também que tal como os progenitores uma
raça ainda subsistirá quando a nova surge.
É assim que a herança psico-atlante mantém forte influência nos dias actuais,
sobretudo na impuberdade psicomental das gerações jovens desta presente Raça Ária,
tomando-se juventude não só na idade mas, sobretudo, na maturidade consciencial.
Avançar para o domínio do mental ou paralisar no psiquismo, é questão de vida ou
morte, de evolução ou involução, retrocesso infantilizando os sentidos por ausência e
desinteresse de alimento verdadeiramente espiritual, onde a ideia verdadeira e
duradoura possa absorver a imagem falsa e fugaz, incensada com os perfumes da
ilusão seguida da inevitável… desilusão.
Observei isso de pertíssimo em várias partes do país e do mundo, e continuo
observando, com a Sabedoria Divina sendo preterida pela paixão às coisas fantásticas,
fantasiadas e fantasistas, abjurando a sua explicação lógica e racional para que não
morra o sentido aflorado da “coisa maravilhada”, sinal óbvio de imaturidade
consciencial. Quando algum ou alguns elementos da Sabedoria Divina são
açambarcados por alguns mais inconformados desejosos de afirmação e domínio,
vaidade indomada, é praticamente inevitável a deturpação dos mesmos para
galvanização pessoal, quase por norma pervertendo-os com preceitos espiríticos ou
psíquicos, quando não só automediúnicos ou medianímicos, de um simplicismo
egolátrico tal que até parecem capazes de deitar por terra a doutrina espiritual mais
sólida. Fora de tais crenças tudo o mais é-lhes indiferente, não entendem, não
apreendem, não querem aprender, tudo lhes é confuso, complicado para o cérebro
tenro, pelo que, por enquanto, só vale o simplicismo do materialismo psíquico,
infinitamente mais perigoso e falaz que o propriamente dito materialismo físico, onde
se acaba escoando no sensual e passional, na aflição frenética dos sentidos ansiando
alguma coisa mais sem saber o que. Realmente, a influência falaciosa da Lua, do reino
sinistro de Hécate, domina a fantasia mórbida da maioria humana.
Nisto não deixo de reproduzir as palavras ajuizadas do finado Alberto Vieira da Silva,
membro da ex-Sociedade Teosófica Brasileira, em entrevista ao matutino
lisboeta Correio da Manhã, de 22.3.1996, as quais continuam actualizadíssimas:
“Aquilo a que se chama em Esoterismo o “lado negro” ou a “fraternidade negra”,
sempre tenta imitar ou seguir as pisadas da luz, entenda-se da “luz branca” ou sem cor
e sem divisões, por isso mesmo relacionada com o futuro, o vir-a-ser, etc. A Serra de
Sintra é aquilo que o grande cientista, teósofo e maçom Mário Roso de Luna chamava
um “Ponto Jina”. É, inclusive, um ponto importante à escala mundial, mas sob o
aspecto material é apenas um ponto de referência de algo mais importante e vasto
que se oculta, digamos assim, sob essa capa.
“O nosso Colégio Iniciático tem o dever de desmistificar orientações que promovam o
culto à matéria, sejam elas à pedra, ao sítio, ao local ou ao promontório, etc.,
orientações essas que são próprias de raças humanas muito antigas e dos seus

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sistemas de iniciação, hoje já ultrapassados e até impeditivos de alcançar estados de
consciência mais elevados.
“Não me surpreende o facto da Serra de Sintra ser cenário de cultos considerados de
magia negra, porque os adeptos da linha “negra” ou do “mal” procuram sempre os
ambientes sagrados para vampirizá-los, roubar-lhes as formas e, assim, com a mentira
ou imitação ilícita aparecer como verdade. A luta entre o bem e o mal é um jogo quase
eterno, e nele o mal sempre ofende e o bem defende… O mal tentar “macaquear” o
Divino, o Homem Primordial, corre atrás dele, persegue-o, morde-o e, por vezes,
quando pode, sacrifica-o e elimina-o fisicamente, a Ele ou aos seus Filhos, já que não
pode ter a subtil e divina Essência que os anima…

“Lembro que todo o Mundo manifestado está sujeito à Lei da Polaridade, não
surpreendendo, portanto, terem sido as montanhas referências para todos os povos,
quer para o Sagrado, quer para o inverso do Sagrado, assim como o foram as cavernas
ou criptas, abundantes na Serra de Sintra.
“Repare-se que as montanhas são visíveis, apontam para o céu, enquanto as grutas ou
criptas, invisíveis, ocultas, apontam para o centro da Terra, para o Sol Interior. Daí as

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confusões operadas nas mentes infantis, durante milénios, sobre a dicotomia céu e
inferno. Então, sempre que a magia negra, egoísta, cruel e mesquinha, conquista uma
montanha, os Adeptos da Boa Lei interiorizam-se, voltam à Cripta ou à Gruta
Primordial, para se defenderem. O simbolismo maçónico e hermético, assim como o
de todas as Ordens Iniciáticas Tradicionais que não se desviaram do Recto Caminho,
estão repletos dessa mensagem de interiorização, de defesa intransigente do
Sagrado.”
Ainda acerca da impuberdade consciencial que infantiliza corpos adultos e perde almas
em aventureirismos psicofísicos de cultos a egrégoras, “almas artificiais criadas por
pensamento colectivo”, e personagens há muito desaparecidos, até parecendo que o
animalismo vegetalista prevalece sobre o humanismo espiritualizado, recordo as
leituras simples que fiz do Bhagavad-Gïta, traduzido por Francisco Valdomiro Lorenz, e
de Aos pés do Mestre, de Jiddu Krishnamurti, junto de adeptos do mediunismo
psíquico, e o ar de enfado e desinteresse que demonstravam, só se animando
frenéticos quando algum «espírito» se manifestava e os fenómenos psicofísicos
aconteciam, muitos deles simples farsas de quem pretendia ser mais do que realmente
era, nisso dando razão ao próprio Allan Kardec: “Em cem manifestações mediúnicas, às
vezes uma é verdadeira”. O desinteresse e a incompreensão até do mais simples e
básico de Sabedoria Divina era tão grande e dominante, com tudo restrito ao “culto
das energias, dos «espíritos» ou forças primárias da Natureza, e das curas mediúnicas,
antes, mesméricas ou biomagnéticas”, que acabei vendo os documentos do
Regulamento de futura Loja Teúrgica a servirem de forro a uma gaiola de periquitos. A
inconsciência e o desinteresse por temas e práticas além daqueles simples comuns
dominam até hoje, mas deve se aceitar com tolerância e compreensão que assim seja
por ser fenómeno muito natural: trata-se do paulatino despertar da consciência.
Neste caldeirão racial, nesta retorta cósmica do Interregno Intercíclico Peixes-Aquário
as apetências, competências e capacidades humanas apresentam-se misturadas e
confusas em autossuficiências pueris em todos os sectores da actividade humana,
motivo de controvérsias, contrariedades e fracassos aumentando o desespero
colectivo de dirigentes e dirigidos com um único ponteiro sinalizador: o egocentrismo
egoísta, onde a oportunidade faz o oportunista. Mas isso é natural neste estado
caótico psicossocial, como indispensável à separação da verdade da mentira, da justiça
da injustiça, indo-se tomar consciência pela experiência dolorosa que todas as
soluções baseadas nos efeitos dos efeitos estão condenadas ao fracasso logo à partida,
por os efeitos só poderem ser explicados e corrigidos tomando noção das causas,
sejam visíveis ou invisíveis. A verdadeira revolução não é a bélica, é a interior de
tomada da consciência de que o homem singular só será plenamente feliz quando o
seu semelhante no colectivo também o for, no mais amplexo sentido fraterno de
concórdia universal.
Antanho, a sociedade humana estava organizada com ordem e regra baseada nas
quatro classes de Clero – Nobreza – Burguesia – Povo, com os seus componentes
dotados das competências naturais afins ao exercício dos respectivos cargos,
organização nascida das quatro castas (varnas) hindus de Brahmane – Kshatriya –
Vaishya – Shudra, correspondendo ao Sacerdócio, ao Militar, ao Comerciante e ao

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Trabalhador. Antes das quatro castas tombarem nas endogamias e autogamias
cerradas em cada uma delas, discrepância geradora de esterilidade, doenças raras e
ensandecimento tanto no núcleo autofágico familiar como no conjunto social,
autossegregado em classes apartadas umas das outras provocando injustiça e miséria
para infelicidade geral, o sentido original das varnas era bem diferente. Segundo
os Kula-Puranas e os Sthala-Puranas, que tratam respectivamente da origem das
castas e do seu sentido sagrado, elas têm origem em Brahma, o Soberano Divino, e
constituem o Seu corpo físico.
Perpassando as alegorias (“a letra que mata”) contidas nessas escrituras sagradas do
Oriente, tem-se que no final da terceira Cadeia Lunar o Logos Planetário em Sua
Primeira Hipóstase, Brahma, correspondendo ao Pai, promoveu a transferência da
Vaga de Vida Animal à Humana desta quarta Cadeia Terrestre em quatro etapas
sucessivas, vindo primeiro as Mónadas mais amadurecidas, conduzidas pelos Assuras,
as quais viriam a ser a casta Brahmane; seguiu-se a casta Kshatriya, guiada
pelos Agnisvattas; logo depois a casta Vaishya, dirigida pelos Barishads; finalmente a
casta Shudra, encaminhada por essas três Hierarquias Criadoras que lhe deram a
Mente, a Emoção e a Vida, tomando forma no esteiro da Manifestação de onde se
destacaria uma quinta classe, a dos Ativarnas ou “acima das castas”, hoje constituindo
os Adeptos Independentes guias da Humanidade. São eles quem promovem a
Fraternidade Universal, pois sem Unidade colectiva jamais poderá haver integração do
Uno ou Todo no Tudo ou Múltiplo, nisto incluindo uma sexta classe, “abaixo dos pés de
Brahma”, a dos “intocáveis” ou “excluídos” (do sistema de castas), como seja a
dos Dalits ou Párias, os mais atrasados da evolução na Cadeia Lunar que só tomariam
posse da consciência humana nesta quarta Ronda Terrestre. Mesmo atendo-se ao
sentido original de Selecção e Hierarquia, os Ativarnas não excluem nada nem
ninguém da oportunidade de evolução e felicidade individual e colectiva. Até hoje,
nem um só deles agiu de maneira contrária ao apresentar-se no seio do Género
Humano. Com eles a Concórdia Universal nunca foi palavra vã, com eles tem-se a
Sinarquia em movimento. Tudo a despeito, no respeito que a Lei do Livre-Arbítrio
exige, da vibração dos Seres Divinos ser bem uma e a reacção a ela pelo comum
humano poder ser bem outra, por norma funesta e fatal. Mas a Lei é uma só e a sua
Ordem também: que todos se salvem, equilibrando a mente com o coração para que
na Terra o Homem alcance as maiores venturas do Céu.

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Como os valores, apetências e competências originais das castas hoje estão misturados
gerando as maiores confusões manifestadas como incompetências em todos os
sectores sociais (religiosos, políticos, económicos, profissionais, etc.), também isso não
deixa de estar em conformidade à caldeação racial onde tudo se mistura para da
mesma poder sobressair o apuramento das consciências. A dor, o sofrimento da
separação do espesso em subtil, da transformação das personalidades materiais em
individualidades espirituais, é tanto maior quanto o Karma Colectivo accionado pelos
elementos, muito mais nesta Raça-Mãe Ariana cujos cometimentos de lesa-Divindade
têm se aglomerado desde o início da Kali-Yuga, “Idade do Ferro”, com a morte de
Ieseus Krishna, até ao sacrifício de Jesus Cristo e de tantos outros Grandes Iluminados
que a este mundo já vieram. Em 1898-99, com o término dos primeiros 5.000 dos
432.000 anos da Kali-Yuga, começou o dealbar de uma pequena Satya-Yuga, “Idade do
Ouro”, dentro da mesma, correspondendo ao início da Idade de Maitreya para cujo
pleno florescimento a Lei exige que o Karma Planetário seja de todo queimado,
apagado, como agora acontece na Recta-Acção da mesma Lei Única que a tudo e a
todos rege.
Em conformidade com tudo o dito, antevendo os dias actuais em 25 de Abril de 1889,
Helena Petrovna Blavatsky, em reunião na Loja Teosófica “Blavatsky” em Londres, foi
incisiva nas suas respostas aos que a perquiriram sobre o assunto:
“Sr. –: – Será que ainda não chegou o pior momento da vida da Humanidade?
Sr.ª Blavatsky: – Fisicamente, não sei. Digo que ainda teremos dias piores que os que
temos tido, porque temos pecado muito.
Sr. –: – Então ainda não alcançámos o ponto mais baixo?
Sr.ª Blavatsky: – Ainda não alcançámos o ponto mais baixo.

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Sr. Ingram: – Mas não há, ao mesmo tempo, uma maior aceitação e obediência da Lei
em contrário à desobediência? Não há a maior parte da Humanidade que obedece à
Lei, cujo karma acumulado neutraliza o karma dos restantes?
Sr.ª Blavatsky: – Eu não sei. Não creio. Nada pode neutralizar o mau karma dos
indivíduos. Colectivamente pode haver algum equilíbrio, mas temo que seja tudo do
lado errado. A maldade predomina em tudo. Não é bom. Vão onde quiserem e não
encontrarão nada que não seja feito ou não se faça por motivos egoístas só para
benefício de um mesmo, nação ou indivíduo, tornando os outros perdedores. É terrível
quando se vê o estado actual dos negócios, da vida e da civilização. Esta civilização é o
cancro da Humanidade, será a ruína da Humanidade pela maneira como é conduzida.
Eu não digo como deve ser a civilização. É o maior desenvolvimento do egoísmo que já
se conheceu. Posso assegurar-vos que a quinta Raça se irá com um grande ruído de
trombetas, que não serão mais que as trombetas do grito de guerra.
Sr. Ingram: – O egoísmo é maior agora do que foi na quarta Raça?
Sr.ª Blavatsky: – Mil vezes pior, porque agora estão decaindo em espírito ao
agarrarem-se desesperadamente à matéria. É por isto.”
Como o psiquismo na sua forma simplicista e letal à evolução avante predomina na
Raça actual, cuja finalidade é a do desenvolvimento do 5.º Princípio Mental Superior,
invés desse já realizado 4.º Princípio Psicomental, característico da “Mente
Emocional”, no Período Atlante, e que foi o estado natural da Humanidade da 3.ª
Cadeia Lunar, o mesmo acaba sendo o aguilhão fatal à consumação do Karma Ariano,
sobretudo através dos cultos rendidos às egrégoras, essas “almas artificiais colectivas”
passadas, querendo insuflar-lhes a vida desde há evos finada, indo assim criar títeres
sinistros, pouco importando se apenas motivados por modismos lúdicos ocasionais,
sobre o que H. P. Blavatsky acrescentou ainda de viva voz, no mesmo ano de 1889,
com palavras preciosas ao entendimento da mecânica oculta das seitas
aparentemente religiosas d´hoje, marcadas pela ausência do senso necessário de
selecção e hierarquia, aquela para a regra e esta para a ordem, vitais à subsistência e
sobrevivência verdadeiramente espiritual de toda a Ordem e de toda a Religião:
“Sr.ª Blavatsky: – Agora ouçam até ao final. Outra ilustração. Como há vinte anos atrás
a Ciência poderia ter explicado o contágio das doenças? Agora descobriu as bactérias e
os bacilos, uma das formas mais atenuadas de matéria, mas ainda assim atómicas.
Talvez daqui a vinte anos descubram o contágio das paixões mentais. Algumas pessoas
chamam-lhe magnetismo, um poder mesmérico. Falando de um conferencista, diz-se
que ele electrificou o seu auditório, e nós dizemos que essa electrificação é puramente
atómica. O clarividente, cujos sentidos estão despertos perante as condições
fisiológicas e psíquicas da sua época, perceberá as pontas dos átomos procedentes do
conferencista para o auditório, que estarão coloridas com diversas tonalidades de
acordo com a sua condição interior, assumindo diferentes tons à medida que se põe
em contacto com os diferentes indivíduos do auditório, em conformidade às suas
condições interiores e temperamentos. Conseguem ver isto? Vejam um orador
pregando muito intensamente sobre algo, e com isso electrificando o seu auditório.
Dizem que Spurgeon produz um efeito extraordinário nos seus ouvintes. Agora tomem

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o Exército de Salvação. Como se pode supor que quando centenas de milhares dançam
e emanam toda a espécie de emoções e tudo o mais, isso não seja atómico?
Enlouquece as pessoas, é infecioso, manipula-as psicologicamente, faz com que
percam o poder sobre si mesmas obrigando-as a pensar como o General Booth, uma
vez que ficam sob a sua influência. E elas darão dinheiro e acreditarão em Jesus e no
que ele quiser. Se o General Booth pregasse sobre Jesus H. P. Blavatsky, todos
acreditariam em mim, todos seriam uns blavatskyanos. Posso assegurar-vos que ele
tem poder simplesmente por esse ser poder magnético. Oxalá eu fosse sua amiga,
seria uma boa ideia que ele pregasse sobre mim, pois assim todos iriam a acreditar em
mim.
Sr. Kingsland: – Alguém teria de se oferecer como voluntário para se converter ao
General Booth.
(William Booth (1829-1912), pregador metodista inglês que fundou o Exército de
Salvação em 1865, tornando-se o primeiro “General”)
Sr. –: – Então, você sustenta que essa energia atómica que emana do pregador tem o
mesmo poder sobre todas as pessoas a quem prega.
Sr.ª Blavatsky: – Oh não, há uma grande diferença, porque alguns não seriam
afectados de nenhuma maneira. Alguns de nós iriam rir-se. Não nos poderia afectar
por não termos temperamento igual aos dos outros para sermos afectados pela
pregação. Aqueles a quem afecta de maneira extraordinária são pessoas
especialmente sensitivas.
Sr. Kingsland: – E logo, por sua vez, afectarão psicologicamente aos demais.
Sr.ª Blavatsky: – Há um enorme psiquismo por toda a parte.”
Na pandemia do pandemónio dos sentidos que varre a face do Globo actual, mais do
que nunca têm-se concretizadas as palavras proféticas do Rei do Mundo proferidas no
Mosteiro de Narabanchi-Kure, Mongólia Exterior, em 1890, que o Professor Henrique
José de Souza traduziu do livro Animais, Homens e Deuses, de Ferdinand Ossendowsky,
transcrevendo-as no seu magnífico artigo, Profecias que atestam a queda do Ciclo,
publicado na revista O Luzeiro, ano I, n.º 6, Novembro de 1952:
“Cada vez mais os homens esquecerão as suas almas, preferindo ocupar-se dos seus
corpos. A maior corrupção reinará sobre a Terra. Os homens tornar-se-ão idênticos aos
animais ferozes, embebidos no sangue de seus irmãos (que o digam as duas guerras
mundiais, as revoluções e todo o lastro destruidor do ciclo de Marte, ou seja, de 1909
a 1944). O “Crescente” se aniquilará e os seus adeptos sairão em miséria e guerra
perpétua. Os seus conquistadores serão iluminados pelo Sol, mas não se elevarão duas
vezes; acontecerá a maior das desgraças, que culminará em injúrias diante dos outros
povos. As coroas dos reis, grandes e pequenos, cairão: uma, duas, três, quatro, cinco,
seis, sete, oito (não foi o que assistimos nas duas últimas guerras?)… Haverá uma
guerra terrível entre todas as nações (além dessas a última, ou a que ameaça destruir
o mundo através de bombas atómicas e outros engenhos de morte?). Os oceanos se
tingirão com o sangue de irmãos contra irmãos (por serem filhos de um Pai Comum:

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Deus). A terra e o fundo dos mares ficarão cobertos de ossadas… Povos inteiros
morrerão de fome, ou por moléstias desconhecidas, ou pela prática de crimes não
previstos nos códigos com que se regem os homens, e isto por nunca terem sido vistos
iguais na Terra… As maiores e as mais belas cidades serão destruídas pelo fogo (ruínas,
sempre ruínas!). O pai se revoltará contra o filho, o irmão contra o irmão, a mãe contra
a filha (os jornais estão repletos de crimes dessa natureza, o que evita maiores
comentários). O vício, o crime, a destruição do corpo e da alma continuarão a sua rota
fatal… As famílias serão divididas… O amor e a fidelidade desaparecerão, porque a
prostituição reinará até nos lugares mais sagrados (estamos na época das “sereias”,
das “rainhas desnudas”, para gáudio da imprensa livre, sem falar nas “mi-carêmes” e
outros métodos de “alegrar e satisfazer o povo”)… Em dez mil homens um só viverá,
mesmo assim louco e sem forças, não encontrando habitação nem alimento. Toda a
Terra ficará deserta (e “viúva dos deuses”, como disse Hermes na decadência do
Egipto…). Deus lhe voltará as costas. Sobre ela cairá o espesso véu da noite e da
morte… Então, enviarei um Povo, agora desconhecido, que com mão firme arrancará
as más ervas da loucura e do vício (este sim, será o Governo Único aclamado pelo
«descobridor» da Teoria da Relatividade, Einstein, e nenhum outro, pois que agora ele
teria que andar, como Diógenes, com uma lanterna mais forte para encontrar… o
“procurado”). E conduzirá aqueles que ficarem fiéis ao Espírito de Verdade na batalha
contra o mal. Eles fundarão uma nova vida na Terra, purificada pela morte das
nações…”

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Palavras fatais, julgadoras, essas encontrando eco naquelas outras anteriores, que o
Professor Henrique José de Souza igualmente transcreveu no seu artigo citado,
inscritas no capítulo IV do Vishnu-Purana:
“Nos dias em que os mlechchas (europeus, estrangeiros) forem senhores das margens
do Indo, Cachemira e Chandrabagha, aparecerão monarcas de mau espírito, génio
violento, mentirosos e perversos. Eles darão morte às mulheres, às crianças e aos
próprios animais (a última guerra responde por si mesma…). No entanto, o seu poder
será limitado (como foi e será sempre o de todos quantos estejam fora da verdadeira
Lei, que a tudo e a todos rege). As suas vidas serão curtas, embora os seus desejos
insaciáveis (ainda continuarão outros com ambições análogas… mas o fim será idêntico
ao dos anteriores). Gentes de vários países, com eles se misturando, seguirão o seu
exemplo (as camisas das várias cores que se estenderam na “corda bamba” da política
internacional, sob a tutela do nazi-fascismo…). Os puros serão desprezados (e até
desmoralizados pela imprensa). E, com isto, o povo perecerá, porque os mlechchas ou
bárbaros estarão nos extremos (o nome o diz: extremismo), enquanto os
verdadeiros ários estarão no centro (ária ou ariana, se o quiserem, não foi jamais a

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decadente Alemanha de hoje, mas a sub-raça germânica, que de há muito
desapareceu fundida em outros povos. Estamos na arregimentação das sementes das
sexta e sétima sub-raças dessa mesma Raça-Mãe, respectivamente, na América do
Norte e do Sul. A Índia foi a verdadeira mãe da Raça Ária, donde ter sido chamada,
naquele tempo, de Ariavartha… Hitler e outros muitos eram e são ignorantes demais
para conhecer tais coisas). A riqueza e a piedade diminuirão cada vez mais, até o
mundo entrar em completa degradação… Então somente a fortuna dará valor aos
homens, ela será a única fonte de devoção (motivo pelo qual a maioria só procura as
sociedades pseudo-ocultistas que prometem aquilo que não podem dar, isto é,
riqueza, paz, felicidade). A paixão animal será o único laço de união entre os sexos (o
desquite e o divórcio, para quem tem carácter, é remédio, enquanto para quem não o
tem, é veneno mortal, é tragédia, é aniquilamento). A falsidade, o único meio de
vencer as contendas; as mulheres, meros objectos de satisfação sexual. A
exterioridade, o único sinal de distinção entre as camadas. A falta de honradez, o meio
mais prático de se ganhar a vida (com vistas ao “câmbio negro”, aos chamados
“tubarões”, e outras coisas que não merecem ser apontadas…). A debilidade trará
consigo a dependência; a ameaça e a ostentação suplantarão a verdadeira Sabedoria.
A mais desenfreada liberdade (libertinismo…) não permitirá outras aspirações mais
dignas. A riqueza dará ao homem a reputação de puro e honesto (“tanto tens, quanto
vales”, é velho provérbio para os loucos de espírito). O matrimónio não passará de
simples negócio… A razão estará sempre do lado mais forte (do que muito se
aproveitou Hitler…). E o povo, esmagado pelo peso da enorme carga, começará a
emigrar de lado para lado (a começar pela raça judaica… sem falar nos foragidos de
toda a parte, inclusive religiosos…). E assim, na Idade Negra (aquela que estamos
atravessando), a decadência moral continuará a sua marcha, até que a Raça Humana
se aproxime da sua extinção (isto é, do fim de um Ciclo, de acordo, também, com
o Destruere et Construere de Bacon, e o Corsi e Ricorsi de Vico).

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“Quando o fim de tal Idade estiver próximo, descerá sobre a Terra uma parte daquele
Ser Divino (o Espírito de Verdade, Planetário da Ronda ou Dirigente Espiritual do
Globo, a que também se refere a profecia anterior do Rei do Mundo), que existe em
sua própria natureza espiritual, dotado das oito faculdades supremas (os “oito poderes
da Yoga”, etc.). Ele restabelecerá a Justiça na Terra, e as mentes dos que viveram até
ao fim serão tão puras como o cristal. Os homens, assim transformados, serão

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como sementes de uma nova Raça (note-se o lema da Sociedade Teosófica
Brasileira: Spes Messis In Semine, ou “a Esperança da Colheita está na Semente”), que
seguirá as leis da Idade de Ouro ou da Pureza, para transformar o mundo. Dois
elevados Seres, dois Deva-Pis (o mesmo que dizer, “Gémeos Espirituais”), volverão à
Terra para felicidade dos homens.”
Esses dois elevados Seres são provindos de Shamballah, segundo o mesmo texto
sagrado, enquanto o Espírito de Verdade, referido em ambas as profecias, é o mesmo
que no Bhagavad-Gïta, ou “Canto do Bem-Aventurado”, pela boca de Krishna diz ao
seu discípulo Arjuna (IV, 7-8): “Todas as vezes – ó filho de Bharata! – que Dharma (a Lei
Justa) declina e Adharma (o contrário, que é o estado em que se acha o mundo) se
levanta, Eu me manifesto para salvação dos bons e destruição dos maus. Para
restabelecimento da Lei, Eu nasço em cada Yuga (Idade, Ciclo, etc.)”.
Isso remete para o sentido de Advento afim à Parúsia ou manifestação universal da
Divindade numa nova fase da Evolução Humana, tema do Messias ou Avatara que
tanto pode ser um Ser Divino como um Movimento Eleito, ou ambos: o Ser Divino
encabeçando o Movimento Eleito. Nisto, o Cristo ou Maitreya à dianteira da Grande
Fraternidade Branca.
Sendo Maitreya o Senhor das “Três Vestes” (Trikaya) que se repartem interligadas
pelos Mundos Espiritual, Psicomental e Físico, originados de uma “Coisa Única” que é a
Essência Absoluta do Pai Eterno em quem o Filho é, então será verdade a maravilhosa
expressão do Amor-Sabedoria Universal, o Divino Maitreya, Filho da Terra ou Eva
(Heve) mas de há muito tempo tendo superado a esta, que:
Em Shamballah (Espiritual) – utiliza a Veste Espiritual (o Absoluto no Terceiro Trono);
Em Agharta (Mental) – utiliza a Veste Mental (o Primeiro Trono no Terceiro Trono);
Em Duat (Astral) – utiliza a Veste Emocional (o Segundo Trono no Terceiro Trono);
Em Badagas (Etérico) – utiliza a Veste Vital (o Terceiro Trono no Terceiro Trono);
Na Face da Terra (Físico) – utiliza a Veste Física (o Terceiro Trono no Absoluto).
Por esse motivo, a Essência permanece a mesma, desde Shamballah à Face da Terra.
Sim, porque o que diverge são as frequências vibratórias das Vestes, mas não a
imutabilidade da prima Essência que as anima.

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Essa Essência Única lampejando como Chama Crística no imo de cada ser vivente (e
quando, no mínimo, três quartos da Humanidade apelarem ao Cristo Universal não por
ansiedade aflitiva mas por necessidade cooperativa, não duvido que então Ele advenha
finalmente sobre a Terra, por haverem condições propícias físico-espirituais e os
homens O reconhecerem de imediato por O terem despertado primeiro em seu peito).
Maitreya (मै तर् े य) é nome tipicamente sâ nscrito inscrito nos Vedas e nos Puranas,
sobretudo no Vishnu-Purana, que são literatura religiosa do Hinduísmo, alguma com
cerca de 8.000 anos, e o qual nome Helena P. Blavatsky divulgou ao Ocidente em A
Doutrina Secreta, tendo depois Charles W. Leadbeater e Alice A. Bailey o popularizado
nos meios teosofistas, mas que Henrique José de Souza enquadrou com a maior
justeza ressalvando sempre tratar-se do Cristo Universal, o Emmanuel assim
reconhecido no Ocidente, tanto na Igreja como na Maçonaria. Não se trata, pois, de
um cidadão vulgar nem de um «vulgar» Espírito Superior, mas da própria expressão
Amor-Sabedoria da “Divindade em quem tudo e todos somos”, parafraseando Santo
Agostinho.
Bem sei que muita gente crédula e impúbere aguardou o Seu Advento na data cíclica
de 28 de Setembro de 2005, acreditando Ele advir só para ela, no esquecimento ou na
ignorância de que Maitreya é o Supremo Instrutor do Mundo, de homens e de anjos, é
o Salvador das Vidas de todos e não de só uns quantos auto-privilegiados, mitomania

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apocalíptica afim a identidades nacionalistas jovens. E a advir acredito que não será
por Portugal, nem pelo Brasil e nem por qualquer outro país, porque tal daria
conotação nacional, limitada, ao que é universal, ilimitado. Creio que advirá
pelo Monte Meru, isto é, pelo Pólo Norte, ponto de entrada do Tubo Cósmico (Tubu-
Shin) na Terra repleto de Fohat, a Electricidade Cósmica. Por tudo isso, quando
perguntavam ao Professor Henrique José de Souza “como iria Maitreya actuar na
Sociedade Teosófica Brasileira?”, ele respondia invariavelmente o mesmo: “Mas
Maitreya irá querer saber da S.T.B. para alguma coisa?”. Sim, porque acredito Ele advir
para toda a Humanidade, incluindo os Reinos Sub-humanos, e que quando advir tudo
quanto é vida, energia e consciência se alterará positivamente na Face da Terra. Se foi
assim com Krishna, Budha, Cristo e outros mais Avataras do Passado, por que não
haverá de o ser com Aquele do Futuro?
Por enquanto, infelizmente, mas sendo necessária a depuração cíclica ou “separação
do trigo do joio”, as Mónadas aptas das não-aptas ou capacitadas a integrar um novo
estado de vida e consciência, a época actual é idêntica àquela que fez dizer a São João,
o Apóstolo de Patmos: “A grande Babilónia tornou-se a morada dos demónios e
repasto de todo o animal que nos causa asco. E isto porque todas as nações beberam
do vinho da sua impudicícia, e os reis da Terra se prostituíram com ela.” – Apocalipse,
18:1-3.
“De ti, Jerusalém, não restará pedra sobre pedra”, afirmou Jesus, o Cristo, referindo-se
ao término do ciclo do Templo de Salomão (Lucas, 21:6), e que num sentido mais
amplo ajusta-se à situação actual da sociedade humana em franca debacle
psicossocial, para o alvorecer de um novo ciclo portador de melhores dias para o
mundo.
É o mesmo Espírito de Verdade (Deva-Vani) da Profecia do Rei do Mundo, quem
depois profere pela boca perfumada do Professor Henrique José de Souza:
“Cada um constrói o seu mundo para que o Meu permaneça ignorado. Àqueles que
continuam querendo «milagres» – em verdade, “fenómenos naturais, por serem
levados a efeito dentro das Leis da Natureza” – devo lembrar os realizados pelo Cristo,
por outros Avataras Iluminados. De que serviram eles para os seres da Terra se
continuam hoje, talvez, piores do que eram nas respectivas épocas das manifestações
daqueles referidos Seres? Por isso mesmo, o Cristo fez ver que “muitos serão os
chamados e poucos os escolhidos”. Sim, a Elite ou os Eleitos como qualidade, em vez
da quantidade. Esta sempre foi a parte grosseira de todos os sectores da vida humana.
Cada qual que pense a respeito, porque na própria Política tal verdade se revela por ser
uma das principais razões das más administrações dos povos. A própria Evolução
Humana é feita dessa maneira. A prova é que aqueles que se distanciam dos demais
são dignos de ser seus Guias e Instrutores. São os que se tendo encontrado em si
mesmos, e não fora, não pagam tributo a ninguém tendo alcançado a sua própria
Superação. Todos eles se fizeram iguais a Mim, porque eu sou o Grande Todo, a Divina
Essência que vibra no coração de todos os Seres que alcançaram semelhante etapa.
Mas ainda há muita gente a salvar. Muitas criaturas onde a Centelha Divina aguarda
apenas o sopro ou hálito de uma Boca fraterna, amiga e carinhosa, para que a mesma

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se transforme em enormíssima Fogueira… pouco importando a sua convicção filosófica
ou religiosa.”

A Hierarquia Humana ainda é muito jovem, só ficou definitivamente formada em 4 de


Outubro de 1937 com a Redenção do Karma Atlante por quem de direito, o Deus
Akbel. Por esta razão, a mente humana ainda está em formação para o emocional já
formado, com isso esse dominando aquela na grande maioria dos seres humanos,
como se observa na sua busca de soluções definitivas apostando na novidade de
homens que, afinal, são tão humanamente imperfeitos como eles, isto em todo e
qualquer sector da actividade humana (política, religiosa, filosófica, científica, etc.),
indo o colectivo mais um vez se desiludir e prosseguir o perpétuo arrastar das suas
penas, qual alma penada errando de um lado para outro, na busca interminável da
solução para o magno problema humano, afinal, o da sua felicidade. Acaso ou decerto
a Felicidade Humana, permanente e estável, estará na realização da Sinarquia à escala
global.

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O esquema acima vem a ser o da estrutura sinárquica, isto é, “com ordem, harmonia e
medida”, cujo modelo anárquico dominante, distópico em oposição aberta e hostil ao
utópico, leva o desespero colectivo, despossuído de soluções estáveis e duradouras
psicossociais, a cada vez mais se acercar do ideal de Sinarquia no anseio de uma
sociedade humana justa e perfeita.
Se a Concórdia Universal é uma realidade permanente desde há milénios no Mundo de
Agharta, cujos moldes sociopolíticos alicerçam-se nos três pilares mores do Legislativo,
Executivo e Judiciário sob a Coordenação de um quarto poder garante da harmonia
estabelecida em simbiose com as Leis da Natureza, o que se poderá interpretar como
Sinarquia ou as mesma Leis aplicadas com êxito ao tecido social, na Face da Terra, pelo
contrário, ainda campeia a desarmonia, o contraste da divisão humana vazada ou
resultando na anarquia, com os povos buscando o remédio eficaz para a felicidade
psicossocial nos efeitos em detrimento das causas. Perseguem líderes falaciosos como
quem procura um messias salvador, erguem-se muralhas de discórdia nas partes
envolvidas, e o resultado fatal será sempre a infelicidade humana manifestada como
doença, fome, guerra e morte (4 Cavaleiros do Apocalipse). Realmente, à Anarquia
da Kali-Yuga da Face da Terra contrapõe-se a Satya-Yuga do Mundo de Agharta. Mas
também isso não deixa de estar em conformidade à queima do Karma da Raça
Humana.
Falo de Sinarquia definindo-a como fundamentada em princípios universais em que se
inscreve o Homem, considerado não neste ou naquele aspecto particular, não nesta ou
naquela dimensão parcial, como a dimensão socioeconómica, por exemplo, mas na sua
totalidade, como um ser integral, expressão e síntese da Lei Orgânica da Vida numa
colectividade ou sociedade justa e perfeita, harmonizada ou conformada a essa
mesma Lei Universal.
É nisso, pois, que o ideal da Utopia se concretiza, o de uma República governada por
Filósofos. Convém entender o termo filósofo no seu sentido original, não como “amigo

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do saber”, dos vários saberes, mas como Filho da Sabedoria, numa palavra, do
Conhecimento Supremo, dirigindo, conformado aos ritmos das leis da Natureza, o
Homem individual como microcosmos da Sociedade grupal, o seu macrocosmos, o que
se revela no trinómio Homem – Sociedade – Natureza.
Esses princípios estão interligados por existir uma inter-relação permanente entre eles,
porque onde um aspecto predomina os outros também existem como subsidiários,
indo demonstrar que um povo, sendo uma colectividade, é um ser vivo colectivo,
dotado de auto-consciência, cuja acção política do governo sobre ele não pode
permanecer abstracta sem o perigo de dissolução. Na medida em que os sistemas
político-sociais não souberam, até hoje, firmar-se numa filosofia científica conformada
às estruturas biológicas das sinergias grupais, mas tão-só em concepções arbitrárias,
fragmentadas e fragmentárias, afirmam-se, por consequência, como sistemas políticos
de constituição anárquica, onde a injustiça e a imperfeição sociais encontram campo
livre para se impor. À ordem social orgânica do Mundo de Agharta impõe-se a
desordem sistemática dos regimes da Face da Terra. No fundo, trata-se da
problemática do binómio Autoridade Espiritual – Poder Temporal, por não se saber
quais os espaços da sua exclusividade para que, efectivamente, sejam legítimos e não
se corra o risco de cair em qualquer espécie de prepotência ditatorial, seja religiosa,
seja laica, seja, e que é o mais comum, religiosa e laica ao mesmo tempo, o que, para
todo o efeito, revela ser leiga no entendimento e apercepção metafísica da política,
cuja ciência é destinada exclusivamente a servir o Bem comum, ao contrário do que
sucede hoje: a política ao serviço do bem só de alguns. Trata-se da polis – origem grega
da palavra política – aplicada como sistema de vida ao serviço da colectividade, o que
levou o filósofo grego Simónides a pronunciar: “A polis é mestra do homem”, este
tomado como unidade dirigida por ela, e serva do mesmo homem no plural da sua
aplicação equitativa.
Exposta desta maneira, repara-se de imediato que a ideia político-social de Sinarquia
não tem absolutamente nada a ver com quaisquer expressões partidárias, pois que é
um estado de consciência social colectivo, eubiótico ou conformado ao “bem-viver”
com o Todo e o Tudo auto-integrados harmonicamente um no outro, sob a égide de
um governo único eleito pelo reconhecimento unânime da sua superioridade interior e
capacidade exterior, capacitado a manter a ordem e a harmonia universal com justiça
e perfeição. Por isto, a palavra sinarquia tem a sua raiz nos fonemas gregos sun+arkhe,
isto é, “com princípio”, método e ordem justa e perfeita, o que vale por estabelecer
harmonicamente a Concórdia Universal.
Isso acaba entroncando-se com as palavras preciosas de Helena Petrovna Blavatsky,
remetendo a que antes de se querer ser deuses deve-se primeiro aprender a ser
humanos:
“Aquele que obedece apenas às leis estabelecidas pela mente humana, que vive a vida
prescrita pelo código dos mortais e a sua legislação falível, elege como sua estrela-guia
um farol que brilha no mar de Maya, ou dos delírios temporais, que só dura uma
encarnação. Essas leis são necessárias apenas para a vida e o bem-estar do homem
físico. São como que pilotos guiando-o através dos baixios de uma existência,

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transpondo com ele o lintel da morte. Muito mais feliz é o homem que apesar de ater-
se estritamente à realização no plano objectivo dos deveres da vida diária, à realização
do direito de cada um e todos no seu país, representando, em suma, o dar a César o
que é de César, no entanto, na realidade leva uma existência espiritual permanente,
uma vida sem interrupções de continuidade nem lacunas e nem interlúdios, nem
sequer nos Planos subtis que são lugares de paragem na longa peregrinação da vida
puramente espiritual. Todos os fenómenos da mente humana inferior desaparecem
como a tela de um cenário, o que lhe permite viver na região mais além do Plano
perceptível, como a única realidade. Se o homem mediante a supressão e destruição
do egoísmo da sua personalidade, conseguir conhecer-se a si mesmo como o que está
por detrás do véu físico de Maya, logo ficará acima de toda a dor e miséria, acima do
desgaste de toda a mudança que é a principal criadora da dor. Tal homem será
fisicamente de matéria, mover-se-á rodeado de matéria e, todavia, viverá acima e fora
dela. O seu corpo estará sujeito às mudanças, mas ele será completamente alheio a
elas e experimentará a vida eterna, inclusive enquanto estiver nos organismos
temporais de curta duração. Tudo isto pode conseguir-se pelo desenvolvimento do
amor universal, sem egoísmo, à Humanidade, e pela supressão da personalidade ou
desse egoísmo, que é a causa de todo o pecado e, por conseguinte, de toda a dor
humana.”

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Como tudo o que existe exteriorizado ao Homem está igualmente interiorizado nele,
assim também o seu Theotrim, o seu “Deus Trino” se manifesta no Mundo das Formas
por meio do Pensamento, do Sentimento e da Vontade. De facto, como diz com muita
propriedade o professor Adhemar Ramos, o Pensar, o Sentir e o Querer são as três
forças que a Humanidade utiliza constantemente, mas que no comum das gentes
estão completamente baralhadas.
Dessa maneira, tais forças psicomotoras do Homem colectivo que é a Sociedade se
auto-enfraquecem. Para a aplicação correcta da inteligência emocional ou
psicomental, o primeiro trabalho a ser feito será separar tais forças para que sejam
controladas e potencializadas. Sim, porque ao manifestarem Deus na Terra ou Corpo
têm a sua origem no mesmo Deus no Céu ou Espírito, sendo a Alma o cabalístico Vau,
Vale ou Palco cénico da Evolução, singular e plural.
Isso está em conformidade ao Projecto Sinárquico concebido pelo Professor Henrique
José de Souza, sintetizado nestas suas breves mas preciosas palavras:

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“A Teosofia é um plano universal de Evolução que segue três caminhos, desenvolvendo:
– A Inteligência pela Instrução;
– A Emoção pela Educação;
– E a Vontade pelo Trabalho.
Reconstruir! É o brado que nos compete!
Sim, reconstruir o Homem, o pensamento, a moral, os costumes; reconstruir o lar, a
escola, o carácter, para que o cérebro se transmude ao lado do coração. Só assim a
Humanidade se tornará digna do estado de consciência que é exigido pela Nova
Civilização.”
Em prosseguimento a isso e para arredar decisivamente quaisquer tendências
sectárias político-partidárias extremistas inimigas do bem comum, passível de só ser
gerado pelo perfeito equilíbrio ou neutralidade conforme a Balança da Lei, o Professor
Henrique J. Souza rematou peremptório na revista Dhâranâ n.º 126 a 130, Outubro de
1945 a Dezembro de 1946:
“Em nossas fileiras não podem medrar, por absoluta inadaptação aos nossos princípios
que alimentamos e defendemos, quaisquer totalitarismos, independentes das cores
políticas com que se matizem, ou dos postulados que tentem impor. Devemos viver
muito acima da Humanidade vulgar que se trucida em nome de um pseudo-herói
vitalista, escravizador de povos e consciências, ou de um alegórico pão, sem o sal da
liberdade e do espírito. Podem chamar-nos de presumidos, é verdade, mas à aleivosia
responderemos com o Ideal de Fraternidade e de Cultura, que pregamos e
defendemos.
“Como vivemos na Terra e somos partícipes, portanto, da vida que nos confere um
certificado de cidadania, reconhecemos como forma política mais consentânea com a
evolução actual da Humanidade a Democracia, porque é a que mais se assemelha ao
Espírito Teosófico, pelo seu reconhecimento dos direitos imprescritíveis do Homem.
“A Sociedade Teosófica Brasileira condena, portanto, qualquer atitude dos seus filiados
teosofistas que não se enquadre nos princípios acima expostos.”
O Discípulo verdadeiro só realizará integralmente a sua “Sinarquia Interior”, individual,
atingindo positivamente a exterior social, colectiva, quando unir o Céu com a Terra em
si mesmo e assim se iluminar humana e espiritualmente. Então a Sinarquia será
realizada, por o Homem, a Sociedade e a Natureza constituírem um todo inseparável,
justo e perfeito. É utopia? Claro que sim. Mas só no Presente, pois que o Futuro é
mundo de possibilidades a realizar, sabendo-se que a maioria, se não a totalidade, das
utopias do Passado de uma ou de outra maneira vieram a realizar-se.
Assim queira o Eterno presente no Homem.
BIJAM

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