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Minha trajetória começa em março de 2018, quando entrei para Produção

Cultural na Universidade Federal Fluminense. Fui a segunda da minha família a


entrar em uma universidade pública. Escolhi tal curso por sempre ter sido
apreciadora da cultura e das artes, de certa forma eu sempre dispus desejo de
trabalhar nesta área.
Conforme os anos foram passando, fui traçando meu caminho para o lado
musical e visual. Acompanhei aulas de marketing cultural e gestão para entender
essas matérias aplicadas à cultura. Como optativas experimentei aulas de estudos
de mídia, que afloraram meu lado da comunicação. Desenvolvi interesse por
produtos midiáticos e como eles funcionam.
Produção Cultural não é um curso comum, é algo que me deixa empolgada.
Durante esses quatro anos, realizei vídeos e eventos como projetos finais, passei
um final de semana em uma aldeia indígena. Visitei os bastidores de espaços
culturais, todo trabalho final era uma surpresa. Acredito que essas experiências me
dão lentes para ver além, me motivam a querer saber mais.
Após três anos da graduação, escolhi participar de um intercâmbio
acadêmico disponibilizado pela universidade. Foram meses de preparação de
documentos e pesquisa sobre o local até a partida. Em agosto de 2021, começava
minha grande jornada até a Lituânia. Devido à pandemia global, não foi fácil chegar
e permanecer no país. Assim que cheguei, enfrentei uma quarentena que durou 10
dias.
Após os contratempos, foi hora de aproveitar a oportunidade. Estudei
marketing e comunicação na melhor universidade do país, Vilnius University. As
aulas que compareci tinham professores lituanos e espanhóis, ensinando o básico
de marketing e relações públicas. Foram cinco meses não só de aprendizados
acadêmicos, mas também evolução pessoal. Sai de meu casulo no Brasil para viver
sozinha a dez mil quilômetros, foi preciso muita coragem e determinação.
Em nome da educação tudo vale, esse intercâmbio foi um dos melhores
acontecimentos da minha vida. Aprendi muito sobre mim mesma e outras culturas.
Visitei países que nunca imaginei estar, abriu meu horizonte cultural. Dividi quarto e
dormitório com pessoas de quase todos os continentes do mundo e a bagagem que
carrego disso é enorme.
Isso tudo reforça meu plano de fundo, assim que voltei ao Brasil recebi mais
oportunidades de emprego do que antes. Voltei para terminar meu curso de
graduação, concluindo meu trabalho de conclusão sobre a jornada feminista da
Beyoncé. Esse tema é de extrema importância para mim e minha carreira
acadêmica, pois venho de família negra. Foi um processo de autoconhecimento e
homenagear as mulheres negras que passaram na minha vida e que vieram antes
de mim. Sem elas eu não estaria nesse posto de escrita acadêmica, logo a
aprovação final com 10 foi uma validação de todo esse caminho percorrido.

Trajetória profissional
Durante os quatro anos de graduação, não obtive muitas chances
profissionais de exercer as funções que eu gostaria. Em 2018, ainda no primeiro
ano da faculdade, comecei a fazer parte da atlética de jogos eletrônicos da minha
universidade. Lá eu fazia parte da equipe de eventos, promovia debates com
pessoas renomadas da área para conversar sobre temas atuais de games. Também
organizava eventos que integravam a comunidade dos jogos com o espaço
universitário.
Esse tempo na atlética ajudou muito no meu desenvolvimento enquanto eu
não conseguia um estágio. Em 2019, faço o processo de seleção para estagiar no
museu de arte contemporânea de minha cidade, um dos mais famosos do mundo.
Em agosto, sou contratada para trabalhar no MAC e então começa um grande
momento de conexão entre a arte e eu. Eu estudava sobre os artistas que estavam
sendo exibidos em todos os salões do museu, entendi o significado da arte
contemporânea e seu papel na sociedade. Ajudava na criação de ativações sobre
as exposições como uma forma de conectar o público, principalmente crianças, ao
museu. Foram ótimos aprendizados durante esses dois anos de atividade, foi
também o que me ajudou a ter dinheiro para realizar meu intercâmbio. O final do
meu contrato coincidiu com minha ida a Lituânia, logo após minhas férias viajei para
estudar.

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