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Sumário
NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 2
INTRODUÇÃO ......................................................................................... 3
REFERÊNCIAS ..................................................................................... 31
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NOSSA HISTÓRIA
2
INTRODUÇÃO
3
Em consequência disso, verifica-se que essa defasagem é consequência
de uma grande dificuldade nos anos subsequentes do ensino fundamental, cujo
resultado são alunos que mal sabem construir textos e possuem grande
dificuldade de leitura e aprendizagem.
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professores em sala de aula.
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Convém destacar que a literatura possui papel relevante na história da
humanidade, já que é possível verificar a evolução desta durante toda a história,
tendo como exemplo o quinhentismo, cujo prevalecia a literatura informativa e a
de catequese. Posteriormente, até hoje muito estudado na educação brasileira,
tem-se o Barroco, Arcadismo, Romantismo, Realismo e tantos outros.
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LITERATURA INFANTIL: UM PERCURSO EM
BUSCA DA EXPRESSÃO ARTÍSTICA
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Edmundo de Amicis
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o que vejo, que amo, que estudo, que admiro é
italiano. (MAGALHÃES, 1891, p.74)
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caminho que vai ser um dos mais trilhados pela literatura infantil daí
em diante: o rural.
O mundo acaba de sair de uma grande guerra, situação em que
os valores da civilização urbana, progressista, haviam sido abalados
profundamente, provocando nos homens a desesperança ou a
descrença em sua legitimidade. A tendência geral na literatura era para
a valorização da paz e da justiça social, daí a vida no campo aparecer
como um grande ideal, valorização nostálgica dos costumes simples do
campo em confronto com as dificuldades e fracassos encontrados na
vida da cidade. Saudade recebe saudações de autores como Monteiro
Lobato que diz ser um livro para a infância que cai em nossos meios
pedagógicos com o fulgor e o estrondo de um raio.
Seguindo essa mesma concepção de livro para crianças, Viriato
Correa lança uma série de obras destinadas ao público infantil desde
1908 (Era uma vez – livro de contos) e, dentre eles, um dos que mais
seguem o estilo didático-moralista de Coração é Cazuza. Lançado em
1938 e continuamente reeditado, gerado por idéias e ideais do Brasil
dos anos 30, Cazuza transfigurou m literatura os impulsos que estavam
na raiz do grande movimento histórico nacional, então em processo,
movimento que pode ser sintetizado como sendo o deslocamento de
populações do campo para a cidade, a fim de impulsionar a
modernização do país.
Cazuza é a história de um menino que dá título ao livro e que,
depois de adulto, resolve escrever suas memórias de infância, liga-se
aos dois primeiros pela ênfase dada ao respeito às instituições, sendo
a educação o meio ideal para o progresso do homem e pela
preocupação de confrontar a vida rural interiorana com a vida urbana.
Apresenta uma nítida evolução sobre os anteriores, pois com
experiências simples, Cazuza vai tendo oportunidade de revelar o jogo
das relações humanas, o idealismo humanitário que deve nortear as
ações de todos os indivíduos, as diferenças inerentes aos vários meios
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sociais. Cazuza foi dos que abriram as portas da literatura para os
ventos da vida real, com linguagem mais ágil, mostrando também
experiências necessárias ao indivíduo no seu processo de crescimento.
Mesmo assim, o didatismo moralizante ainda se faz presente,
conforme o trecho abaixo:
Monteiro Lobato
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Educação e leitura no Brasil, do final do século XIX até o
surgimento de Monteiro Lobato, viviam alicerçadas nos paradigmas
vigentes, ou seja: o nacionalismo, o intelectualismo, o tradicionalismo
cultural com seus modelos de cultura a serem imitados e o moralismo
religioso, com as exigências de retidão de caráter, de honestidade, de
solidariedade e de pureza de corpo de alma em conformidade com os
preceitos cristãos.
Com o surgimento de Monteiro Lobato e sua proposta inovadora
de literatura infantil, a criança passa a ter vontade e voz, ainda que
vindas da boca de uma simples boneca de pano: Emília. O que importa
é que a contestação e a irreverência infantis sem barreiras começam a
ser lidas e vistas por meio dos textos e ilustrações das personagens do
Sítio do Pica-pau Amarelo.
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mundo; relativismo de valores; questionamento do etnocentrismo e
um outro ponto importante: a religião, como resultado da miséria e da
ignorância.
Evidentemente, Lobato fora o precursor de uma nova literatura
destinada às crianças no Brasil, uma literatura que ainda passaria por
inúmeras transformações, por uma ditadura militar e por grandes
mudanças na tecnologia e na sociedade. Essas mudanças foram, de
maneira histórica e dialógica, sendo capazes de trazer para a chamada
literatura infantil a diversidade de valores do mundo contemporâneo,
o questionamento do papel do homem frente a um universo que se
transforma a cada dia.
Além disso, trouxe também as vozes de diferentes contextos
sociais e culturais presentes na formação do povo brasileiro, sua
diversidade e dificuldades de sobrevivência e, o mais importante,
trouxe as vozes e sentimentos da criança para as páginas dos livros,
para as ilustrações e para as diferentes linguagens que se fazem
presentes na produção artística para crianças.
Desse modo, mais precisamente após a década de setenta,
encontra-se uma produção literária/artística para as crianças que não
nasce apenas da necessidade de se transformar em recurso
pedagógico, mas cujas principais funções são o lúdico, o catártico e o
libertador, além do pragmático e do cognitivo.
Autores como Pedro Bandeira, Carlos Queiroz Telles, Roseana
Murray e Regina Chamlian, entre outros, trazem as vozes das crianças
e o universo cotidiano com seus conflitos para serem
lidos/vistos/sentidos numa literatura para as crianças de hoje, conflitos
esses levados às crianças com uma proposta de diálogo, não somente
de imposição de valores, por meio de uma literatura que busca a arte,
sua característica primeira.
Como exemplo, deve-se observar os seguintes textos de
TELLES (l999):
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Abobrinhas
Batatinhas, quando
nascem se esparramam
pelo chão, invadem as
escolinhas, entram em
todas as festinhas e viram
declamação -Que
chateação!
Ao contrário das
colegas de terreiro e de
pomar, as alegres
abobrinhas crescem
fortes e felizes, sem
nunca se perguntar
onde meninas
dormindo colocam os
pés e as mãos
Adultices
Cuidado! Sai
daí!
Vem aqui! Fica quieto!
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-Vem cá meu
anjinho... eu quero
um beijinho! -Vem cá
garotão, me dá um
abração!
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abordam esses temas transversais de maneira a garantir a sua inclusão
em planejamentos pedagógicos e, não necessariamente, tratam do
tema de maneira literária ao abordarem o assunto diretamente e, em
vários casos, não apresentam o mínimo traço de literariedade.
Um dos exemplos é a discussão sobre a aceitação das diferenças,
sejam elas de caráter social, cultural ou sexual, tem sido muito comum
como temática de livros voltados para crianças e jovens.
O que surpreende na obra O pintinho que nasceu quadrado é
exatamente o contrário. Suas autoras, por meio da construção de um
universo ficcional com raízes plantadas pela fábula, enriquecem a
discussão de modo a garantir múltiplas intertextualidades nas
linguagens verbal e visual do livro.
A sociedade tradicional é mostrada neste contexto literário por
meio da figura de um galinheiro e todos os seus aspectos discutidos de
maneira metafórica: o machismo é mostrado na figura do galo na
primeira página e na figura de um outro galo cuja função é ser o juiz,
sendo a autoridade que organiza o galinheiro e traça o destino de suas
dominadas; o ato de viver sem grandes reflexões e a vida assujeitada
das classes dominadas é figurativizada no ato de botar ovos, ato esse
tido como obrigação do sexo feminino. Nada pode ser questionado.
Nada deve mudar a ordem estabelecida.
É nesse ponto que essa ordem social é subvertida. Uma das
galinhas, Carola, que às vezes se encosta na grade do cercado e fica
olhando para fora para vislumbrar outras possibilidades de vida, bota
um ovo. Esse não era mais um ovo dentre vários que eram postos
diariamente, era um ovo quadrado. O ato de olhar para fora do
galinheiro, de ficar observando o horizonte que se abre para além dos
limites do galinheiro já diz muito, significa a não-aceitação daquela
realidade imposta à sua vida.
A galinha sonhadora bota um ovo quadrado. Mais do que o ato
de colocar um ovo em pé, discutindo a ordem do mundo, esse ovo se
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mantém em pé por si mesmo. Evidentemente, isso não poderia ser
aceito. As colegas de galinheiro comentam o absurdo da forma,
sugerem para que se jogue fora aquilo que parecia uma aberração.
Sem aceitar qualquer uma das opiniões, a galinha resolve chocar
o seu ovo quadrado e ali permanecer. Convoca-se um julgamento,
chamam um galo juiz para organizar e resolvem expulsar a autora
daquilo que já toma a proporção de um crime para fora dos limites do
galinheiro. É o poder do macho e das instituições sociais, é a
manutenção da ordem.
Na solidão de sua viagem, nasce o seu filho: um pintinho
quadrado. Nessa caminhada, inúmeros animais que cruzam o caminho
de mãe e filho zombam da aparência incomum da criatura e fica
impossível de a galinha encontrar nova moradia para os dois.
Até este ponto da obra, encontram-se várias relações
intertextuais, seja no plano de expressão verbal, seja no visual. Além
de mostrar a rejeição pela sua própria espécie, aprofundando as
discussões propostas pelo texto de Andersen, pode-se deparar com
releituras de céus já pintados por grandes nomes da arte mundial na
ilustração, assim como se pode lembrar a história ancestral de uma
mulher grávida e seu marido buscando abrigo para que uma criança
nascesse no oriente há mais de dois mil anos.
Depois de longa caminhada, tempo em que se conheceram e
tiveram a oportunidade de conversar sobre ser, parecer, aceitação, e
rejeição e exaustos da longa caminha, o sono sob o céu de Van Gogh
torna-se profundo e ao abrir os olhos no dia seguinte, mãe e filho se
deparam com uma visão incomum: animais simpáticos e
completamente diferentes da forma tradicional. Nesse conjunto há uma
tartaruga piramidal, um coelho triangular, um macaco redondo e uma
girafa espiral, entre outros.
Após um alegre cumprimento, passam a admirar a beleza do
pintinho quadrado e a trocar experiências de rejeição pelas quais todos
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do grupo passaram. Conversam sobre a sua vida em grupo e resolvem
sair em busca de um lugar para viverem em paz e serem eles mesmos,
com sua aparência nada convencional e seus próprios sonhos e
desejos.
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sociedade, por serem diferentes, por viverem de maneira diversa
daquela tida como certa.
A importância deste livro nesta discussão está em colocar a
importância da aceitação de si mesmo e o valor da busca por um lugar
no mundo, um mundo que ainda precisa ser muito transformado. Os
textos (verbal e visual) que constroem a obra mostram a estaticidade
como elemento negativo para essa mudança, é na dinâmica do
constante caminhar e na busca incansável que as diferenças podem ser
aceitas.
O exemplo acima é apenas um de muitos outros que surgem no
mercado editorial para crianças e jovens e procura instigar o seu leitor
para a produção de intertextos, de múltiplos diálogos com outras obras
e tempos e, o mais importante, aos poucos vai fazendo com que a
criança eduque o seu olhar para a arte, ao mesmo tempo em que é
levada a perceber e discutir as mazelas do mundo onde ela vive.
Evidentemente, neste breve panorama, o que se busca é a
discussão de paradigmas emergentes, a um momento em construção,
mas o que se pretende é ressaltar a mudança dos objetivos e de
mecanismos de construção de um tipo de texto que tem como
destinatário a criança e que procura se firmar como arte, sem que se
descarte a sua presença demasiadamente importante no processo
educativo, entendendo que o processo educativo também se constrói,
nestes novos tempos, tentando levar em consideração a formação
plural do povo brasileiro.
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ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: A
IMPORTÂNCIA NA EDUCAÇÃO
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origem, e ainda, de forma mais preocupante aprende mal a língua daquela
comunidade dominante.
Neste sentido, podemos dizer que mesmo que uma determinada pessoa
seja analfabeta e seja incapaz de compreender qualquer código de sua língua,
isto não significa que esta não possa ser uma pessoa letrada, já que esta possui
um grau de letramento em razão de sua vivência em sociedade, ainda que este
letramento não possa ser caracterizado como pleno.
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Conforme se extrai do tratado até o momento, o letramento pode ser
verificado em pessoas que nunca tenham sido alfabetizadas, e ainda, é possível
verificar que pessoas alfabetizadas tenha um baixo índice de alfabetização,
tendo dificuldade de leitura, interpretação, escrita e outras.
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letrando ainda que comprovadamente seja demonstrado os seus benefícios,
podemos verificar inúmeros educadores que ainda se apegam ao modelo de
apenas transmitir ideias.
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capacidade interativa. Verifica-se então que, o letramento é ferramenta crucial
para o processo de alfabetização, cujo professores devem estar preparados para
letrar os alunos afim de prepara-los pra a sociedade.
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literária. Sua principal característica é uma linguagem mais formal, cujo pode ser
verificada como um diferencial desta manifestação artística.
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O Realismo por sua vez, também se deu no século XIX, tendo como
principais características o objetivismo, verossimilhança mulher não idealizada e
entre outros. Vejamos que neste movimento, assim como os demais, houve
grande influência do momento vivido à época de seu desenvolver.
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favoráveis para manter a atenção e o interesse de difícil leitor a ser conquistado.
” (COELHO, 2000, p. 30).
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Constata-se que a educação é uma das ferramentas que mais trazem a
esperança de construção de uma sociedade inclusiva e melhor para todos que
nela vivem. É importante destacar que o processo de aprendizagem é de suma
relevância para a sociedade, de modo que é necessário que se busquem
mecanismos a fim de melhorar este processo.
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efetividade do processo de conhecimento. Ainda, é possível verificar que vários
movimentos literários foram constatados na evolução da sociedade, sendo
evidenciados como sendo marcos para a literatura mundial e nacional.
Importante destacar que, embora nesta idade dos primeiros anos de vida,
a criança não tenha ainda a capacidade de compreender criticamente o texto,
esta possui capacidade de assimilar imagens, sons, e consequentemente
aumentar o seu poder de vocábulo, o que é muito indicado no período em que a
criança encontra-se iniciando a fala.
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como constatadas as seguintes contribuições na realidade cognitiva da criança
através da leitura: a melhora da escrita, na criação de indivíduos críticos capazes
de formular questões externa e interna, na contribuição de formar cidadãos
capazes de serem formadores de conhecimento, bem como na criação de
indivíduos mais humanos.
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REFERÊNCIAS
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CAMARGO, Luís. A ilustração do livro infantil. Belo Horizonte: Editora Lê,
1995.
32
Figurativização e imaginário cultural. Araraquara. SP, 2002. Tese
apresentada à FCL-UNESP.
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PERROTTI, Edmir. O texto sedutor na Literatura Infantil. São Paulo:
Ícone, 1986.
WORNICOV, Ruth et al. Criança, leitura, livro. São Paulo: Nobel, 1986.
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