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Impacto da literaturano processo de ensino-aprendizagem

Resumo: O presente estudo tem como finalidade explicar a importância da literatura


infantil no processo de ensino-aprendizagem. Quanto a sua estrutura conta com três
momentos, no primeiro refletimos sobre as principais ideias e concepção da literatura
infantil, no século XVlI, e depois, nomeadamente no século XVIII, outrossim reflectimos
acerca do seu surgimento. No segundo momento, apresentamos a abordagem ligada
ao ensino-aprendizagem da literatura infantil no contexto angolano. No terceiro
momento abordamos sobre literatura infantil no processo de formação de leitores,
segues-se notas finais sugestões e bibliografia. As principais conclusões deste estudo
revelaram que a literatura infantil tem um impacto significativo na vida profissional e
académica do aluno, à sua utilização concorre para o desenvolvimento de várias
competências e habilidades, através da sua linguagem rica e cheia de mistério. No
entanto, inferimos que as aulas de literatura infantil no contexto escolar angolano é
dada através da disciplina de língua portuguesa cujo o ensino atende ao projecto
político, que se funda no cumprimento do programa, por um lado, por outro é feito com
base ao ensino obsoleto, onde a preocupação é ensinarem a norma do português
europeu, desenvolver a ortografia e moralizar alunos.
Palavras-chave: impacto, literatura infantil, ensino-aprendizagem.

Abstract: This study aims to understand the explain of children's literature in the
teaching-learning process. As for its structure, it has three moments, in the first one we
reflect on the main ideas and conception of children's literature in the 17th century, and
then, namely in the 18th century, we also reflect on its emergence. In the second
moment, we present the approach linked to the teaching-learning of children's literature
in the Angolan context. In the third moment, we approach children's literature in the
process of training readers, followed by final notes, suggestions and bibliography. The
main conclusions of this study revealed that children's literature has a significant impact
on the student's professional and academic life, as its use contributes to the
development of various skills and abilities, through its rich and mysterious language.
However, we infer that children's literature classes in the Angolan school context are
given through the Portuguese language subject whose teaching meets the political
project, which is based on compliance with the program, on the one hand, on the other
hand is based on teaching obsolete, where the concern is to teach the standard of
European Portuguese, develop spelling and moralize students.
Keywords: impact, children's literature, teaching-learning.

Nota introdutória
A literatura infantil desde sempre foi considerada como uma ferramenta primordial para
a obtenção de conhecimentos. O seu ensino a nível do ensino primário - no contexto de
Angola - é feito tendo em conta a selecção de textos literários. O uso de textos com
pendor estético visa desenvolver no aluno a competência literária, linguística e
comunicativa. O processo de ensino-aprendizagem da língua portuguesa, em
paralelo com o de literatura infantil, carece de tempo, planejamento e
desenvolvimento, pautando-se em um longo trabalho de construção do
conhecimento que deve basear-se na auto-reflexão, ou seja, para o alcance do
sucesso, os professores enquanto agentes mediadores deste processo devem sempre
refletirem de modo recorrente sobre sua personalidade e sobre sua prática
pedagógica.
De forma a procurar compreender se a sua prática, ou seja, as metodologias usadas
vão e estão dando êxitos no ensino - desenvolvendo estudantes autônomos,
criativos e críticos-reflexivos, sobretudo leitores - aptos a opinar na sociedade da
qual fazem parte.
O uso de metodologia no trabalho científico, visa explicar de forma detalhada os
caminhos dos quais o investigador faz/ fez recurso para o cumprimento dos objectivos.
No entanto, a natureza da presente reflexão está consubstanciada no estudo
bibliográfico que na visão de Severino (2007), é uma modalidade de pesquisa feita
com base aos estudos anteriores, ela pode ocorrer com base alguns documentários,
estes impressos ou não, mas que já foram publicados, tais como: Livros, artigos
1. Reflexões teóricas sobre concepção da literatura infantil
A concepção de literatura infantil, é uma abordagem que muito se debate, nas
academias e por aqueles que a têm como objecto de estudo.
Para a compreensão do seu conceito e etimologia, é importante que se faça um recuo
temporal - da sua concepção histórica -, para fazer jus da sua existência.
Durante muitos séculos o homem sempre sentiu a necessidade de comunicar-se
com o seu semelhante, ora, há quem considere que a LI, enquanto conjunto de
preocupações artístico-cultural imanente do próprio ser humano, emana a partir do
aparecimento da espécie humana, como se lê em Lima (2016), a literatura infantil
surge com a necessidade do próprio homem, com a preocupação do belo, da
expressão artístico-estética.
Importa, frisar que o surgimento da LI está associada ao aparecimento do conceito
de infância no século XVIII. Pese embora, autores como Magnani (1989, p. 29),
associarem o seu aparecimento no século XVII, com " ascensão da ideologia
burguesa", corrobora com este pensamento Silva (2009), quando aponta o século XVII,
como marco da LI, numa perspectiva didáctico-pedagógica, ou seja, esta literatura não
se encerrava no labor artístico. Em se tratar de uma produção ligada à infato, e este,
até ao século XVII desenpenhava mesmas funções, as de um adulto; neste caso,
antes do século XVIII, a criança compartilhava, igualmente, os espaços, os trabalhos e
a roupa com adulto, sobretudo no mundo artístico, com destaque aos livros infantis
(literatura), porque naltura não existia um lugar infantil distintos, nem se produzia para
elas.
Conforme se pode ler em Zilberma(2005), citada em Nunes (s.d), o processo histórico
[…] mostra que a criança só passou a ser vista como criança a partir do final do
século XVII. Por isso, até então não se escrevia especificamente para elas,
porque não existia o conceito de “infância” como um período particular na vida
do ser humano. Foram as modificações acontecidas no início da Idade Moderna
e solidificadas no século XVIII que propiciaram a ascensão de modalidades
culturais como a escola com sua organização atual e o gênero literário dirigido
ao jovem [e crianças, grifo nosso]. A valorização da infância (enquanto faixa etária
distinta do adulto) é o que chama a atenção nesse novo modelo, no qual a
criança merece uma consideração especial e é lhe dado o direito de tornar-se
um adulto saudável, providenciando-lhe uma formação intelectual (P. 4).
Ora, é importante, que se diga aqui que, falar da LI, é imperioso falarmos da própria
criança, em que o seu conceito teve desenvolvimento com o surgimento da psicologia,
onde esta passou a ter novos apanágios e sendo distanciado à vida adulta. A infância
passa a ser vista como uma etapa de preparação da criança para a posterior vida
adulta. Contudo, defendemos a ideia de que ela surge após a distinção do seu público
alvo, no século XIII, enquanto conjunto de produção escrita ou adaptada para criança,
onde o conceito de literatura deixa de ser concebido; (i) como sendo todo tipo de texto
que era/estava escrito, pensamento este que nos remete ao século XVII; (ii) o seu
conceito passa a limitar-se ao artístico, isto, já no século XVIII. A nossa abordagem
nos remete ao último momento em que a literatura no sentido restrito passa a significar
"belas- artes".

2. Ensino-aprendizagem da literatura infantil


No que diz respeito ao ensino, vale mencionar Cosson (2012), para quem "a relação
entre Literatura e educação é tão antiga que se confunde com a ideia de
civilização (p.55)". A compreensão que tiramos é que a literatura sempre fez (e fará)
parte do processo de ensino-aprendizagem de diversos povos. O autor ao referir que a
literatura é parte de "matérias de formação", daí que se diga o uso da literatura
"infantil" no ensino é uma ferramenta importante para o desenvolvimento de
competência e habilidades que concorrem para a construção de conhecimentos
singular ou plural - histórico-social do universo -, sobretudo da comunidade da qual é
intetegrante. Quem ratifica este posicionamento é Zilberman (2009), ao grifar que "a
literatura sempre se fez presente nos espaços educativos, desde a antiguidade
aos dias actuais, associada às diversas circunstâncias sociais e históricas de
cada tempo (p. 12)".
Durante muito tempo como afirmamos acima, a literatura sempre esteve ligado ao
ensino - das crianças da burguesia -, por intermédio da escola humanista.
O ensino da literatura infantil no ensino primário deve ser compreendida como um
instrumento cultural - importante para aquisição de uma consciência estético-literária e
histórica que permite alargar as competências do aluno.
Assim, o seu ensino deve privilegiar o acto de ler textos literários, pois dele o aluno
apreende a olhar criticamente o mudo à sua volta, e aprende a comunicar-se com
autonomia. Para isso, a leitura da literatura é importantes e determinante no processo
de formação de identidade e conhecimento.
Rosário (2010), citado em Santos e Castigo (2017), concebe leitura
como, outra forma de olhar, conhecer e de se posicionar diante do mundo.
Quem, tristemente, não tem acesso a ela como direito básico ou não
ultrapassa a condição do analfabetismo funcional, certamente tem seus
direitos democráticos e de cidadania negados (p.19).
A escola deve proporcionar aos alunos o ensino de leitura literária, isto nos remete na
visão de que se os alunos tiverem contacto prematuro e permanente com textos
literários - previamente bem seleccionados e guidos pelo professor e escola -, por meio
de programas, o aluno poderá desenvolver nele outras competências, capacidades e
habilidades para o dessenvolvimento do ensino. Segundo, Custódio (2003), citado
Santos e Castigo (ibidem), para quem a leitura do texto literário no ambiente
educativo tem a vantagem de estar inscrita num tempo de aprendizagem que
requer o uso de métodos de trabalho (p.97)".
Ademais, no que tange o seu ensino o professor ou escola devem ter controlo no acto
de escolher textos ou obras literárias que são levados às aulas. Tudo na visão de que
textos literários são riquenios no âmbito da linguagem, e conduz à vários raciocínio e
interpretação, esta actividade ajuda a desenvolver habilidades, sobretudo, quando bem
ensinada, onde os textos literários não se servirão de artefacto para o ensino da
gramática, instrumento para educação moral, cuja sua interpretação é feita com base
ao modelo mecanicista que os manuais e programas escolares proporcionam. Vale
dizer que, quando assim vista e trabalhado - estas actividade distância alunos ao gosto
pela leitura literária, e consequentemente, perde-se o prazer de estudá-lo.
Para Zilberman e Silva (2008) citados por Almeida (2014)
os erros cometidos na prática do ensino de Literatura e a falta de
interesse por parte dos estudantes vêm da relação feita entre literatura-
escola-educação-alfabetização, uma vez que o texto literário era e ainda é
usado como instrumento alfabetizador de modo convencionalizado, em que
os aspectos literários são desconsiderados e o próprio sistema sustenta
essa perspectiva, ao colocar a literatura dentro do currículo de língua
portuguesa sem que haja uma orientação adequada, provocando — o
assassinato do gosto literário (p. 13).

Logo, os pressupostos teórico-metodológicos que sustentam abordagem sobre o


processo de ensino-aprendizagem da LI na escola, à nível do ensino primário, não é
autónomo, pelo que, o seu ensino depende muito das aulas e de currículos de língua
portuguesa. Mas, este não deve limitar o seu ensino somente à matéria inerente à
exploração de categorias gramaticais, para o desenvolvimento de habilidades de
caligrafia e educar moralmente o aluno.
Quanto a prática do ensino-aprendizagem da LI, no contexto de ensino primário,
tendo em conta os documentos reguladores, no que toca aos objectivos traçados pelo
Ministério da Educação (MED), Instituto Nacional de Desenvolvimento da Educação
(INIDE), o que se deseja almejar com o ensino-aprendizagem da Língua Portuguesa,
relativamente à LI, nota-se disparidades entre as metas e, a própria prática do
processo de ensino-aprendizagem.
De acordo, com o Programa de LP, disponibilizado pelo INIDE, publicado em 2012,
concebe vários objectivos gerais que norteam o processo de ensino-aprendizagem da
LI, no contexto de LP, e mediar a actividade do professor. A nossa pretensão vai desde
logo, na alínea (a), do artigo 3.⁰, onde um dos interesse do Sistema da Educação é,
desenvolver de forma efectiva e harmoniosa "as capacidades físicas, intelectuais e
estéticas dos alunos". Em relação a Lei de Bases do Sistema de Educação, Lei n.⁰
32/20, está talhado como objectivos gerais do Ensino Primário, desenvolvor no aluno
competencia e habilidades, conforme se pode ler no artigo 18. ⁰, respectivamente na
alínea (d), onde temos como preocupação - estimular o espírito estético com vista ao
desenvolvimento da criação artística- . Para a disciplina de LP, INIDE (2012),
estabelece como meta, conforme alínea (d) - desenvolver o gosto pela leitura, através
de contactos de obras literárias com qualidade estética apropriada, para que se possa
desenvolver e promover a criatividade e sensibilidade do aluno - .
A nível dos objectivos alguma coisa há sobre a valorização e promoção do ensino
da LI, somente há algum paradoxo entre o que se coloca à disposição, no caso, os
materiais para o seu ensino e o modelo de aulas que se lhes dado. Gostaríamos
convidar caro leitor à seguinte reflexão: será que os textos literário que circulam na
escola, ajudam a comprir os objectos que o MED estipula a nível da literatura?
Pecebe-se, que a prática do ensino-aprendizagem da LI, carece de metodologias
claras que professor possa usar para a prática da sua actividade. Onde o ensino
baseado nos textos literários não se limita em atender ao projecto político, segundo
Duff and Malley (2003), citados em Bonzza e Calixto (n.d), apontam que o ensino de
textos literários deve ser vista "como um recurso importante para estimular as
actividades com a língua, ao considerarem que literatura é material autêntico,
uma vez que não é produzida artificialmente para fins pedagógicos (p.7).
De modo subjectivo ele pode exercer múltiplas funções que concorrem na
mudança e assimilação de actitudes do aluno, por isso, a preocupação da escola
deve(ria) ser colocar à disposição textos (obras) com qualidade estética que se impõe.
A prática do Ensino-aprendizagem da LI, deve colocar o aluno como centro do
próprio processo, para abdicar-se do modelo obsoleto-mecânico, em que a literatura
serve de âncora para apresentar, somente temas científicos, ensinarem a norma da
gramática e, consequentemente, moralizar o aluno. Tendo em conta os ideais de
Azevedo (2007), usar a literatura para estes fins, significa desvalorizar o seu pendor
estético-artístico.
Na visão de Lajolo (2008, p.106), citada por Sá (2017), diz que a
literatura é importante no currículo escolar: o cidadão, para exercer,
plenamente sua cidadania, precisa apossar-se da linguagem literária,
alfabetizar-se nela, tornar-se seu usuário competente, mesmo que
nunca vá escrever um livro: mas porque precisa ler muitos (pp.4,5).

As diversas teorias existentes, defendem que o ensino de textos literários com


qualidade estética, vai proporcionar no aluno o desenvolvimento de competencia e
habilidades de forma simultâneo, no entanto, o seu uso à nível da escola não pode
servir de pretexto para o ensino de outras actividades. Dai que se escabuja que apesar
de o ensino-aprendizagem da LI, estar atrelado ao marasmo obsoleto, também carece
de metodologia claras, por um lado, por outro a falta de conhecimento por parte de
alguns professores que lecionam à nível do ensino primário, ou seja os professor
acham que os textos literários que figuram nos manuais de língua portuguesa têm
como meta o ensino de categorias gramaticais.
Esta reflexão é sustentada pelo Aguiar e Bordin (1993) parafraseada em Santos e
Castigo (2017, p. 18), quando asseveram que "o esvaziamento do ensino de
Literatura acentua-se, portanto, não só pelo pequeno domínio do conhecimento
literário do professor, mas também pela falta de uma proposta metodológica que
o embase"
Pois, segundo postulados de Paulino e Cosson (2004), citados em Santos e Castigo
(ibidem), com os quais concordamos, é imperioso que se olhe a literatura como sendo
um construto social e humano, por isso,
por ser um fenómeno social, a Literatura necessita ser ministrada por um
professor que tenha sensibilidade para captar os acontecimentos e os
problemas que envolvem a sociedade. Para que a Literatura desperte a
atenção do aluno, ela precisa estar vinculada com a vida, pois, Literatura
é efectivamente vida. Dessa maneira, o professor, além de estar informado
sobre a sua disciplina, precisa estabelecer relações que possibilitem a
leitura do mundo pelo viés da Literatura (p.18).

Logo, o seu ensino não pode ser dado à qualquer um. Aliás, Maria (2009), citada por
(Santos & Castigo, 2017, p. 15), argumenta o seguinte: "conhecer a Literatura é ler a
Literatura, não é decorar dados e datas a seu respeito”.
Por isso, a LI quando ensinada tendo em conta boa selecção de meio e métodos, que
centram o seu ensino-aprendizagem num modelo democrático, em que a leitura e seu
ensino não se resuma em pequenos trechos, cujo a preocupação destes é "atender ao
projecto político", cumprimento do programa, "educar moralmente o aluno e ensinar a
norma do português europeu", ter-se-á alunos competentes e capazes de ler outras
tipologia textual.
3. Literatura infantil na formação de leitores
processo de formação de leitores, sistemáticos e, consequentemente, literários
demarca-se com a problemática da escassez de procedimentos teorico-práticos, do
qual o professor se serviria para a formação de alunos capazes de ler textos distintos.
Custódio (2003), citado por Santos e Castigo (2017, p. 16 ), asseguram que ―"a
leitura do texto literário no ambiente educativo tem a vantagem de estar inscrita
num tempo de aprendizagem que requer o uso de métodos de trabalho"
A preocupação da escola e da família hoje em dia é de ensinar a criança (aluno) o
processo de soletracção, apois este ter alcançado esta habilidade, tanto a escola,
como a família ficam em pausa, ou seja sensam o interesse de levar o aluno no mais
alto nível da leitura, esta prática faz com que tenhamos vários alunos com deficiência
em leitura em todos os níveis de escolaridade.
Discordamos, com esta postura veemente, e dizer que a prática da leitura (de textos
literários), deve ser uma actividade recorrente, porque ler é um processo permanente
para toda vida.
Por isso, despertar o gosto pela leitura e levar o aluno apreender os
conhecimentos da realidade do mundo, através, do carácter hercúleo da linguagem
literária é um mecanismo prático e coerente para o sucesso profissional e escolar do
aluno. Deste modo, é relevante que os textos colocados à disposição dos alunos para o
exercício de leitura devem conter uma conjugação de palavras e imagens.
Arruda (s.d), argumenta que
para estimular a criança quanto ao gosto pela leitura é necessário
despertar desde a tenra idade o prazer por histórias, independente do
gênero (fábula, conto, lenda...) dar-se-á então a importância da Literatura
Infantil, pois com este mundo encantador e maravilhoso a criança fantasia
e desperta a imaginação pelo desconhecido (p.2).
Isso quer dizer que, o acto de ler literatura deve começar muito cedo em casa, com os
pais. Entretanto, contar histórias e contos, ler próximo ou junto à criança é uma
actividade que deve iniciar no contexto familiar e vai estender-se em outros espaços
como: no jardim de infância e no pré-escolar, porque o contacto, digamos, prematuro
com livros de literatura infantil contribui para o desenvolvimento do processo cognitivo
do aluno. Ainda a autora sublinha que "a leitura infantil é indispensável tanto na
escola, como em outros meios institucionais que trabalham para desenvolvimento
intelectual e emocional da criança (p.7)".
Para que a criança entre em contacto com literatura não necessariamente esta saiba
descodificar a palavra escrita, porque a partir do ventre a mãe pode comunicar-se con
ela.
Ademais, além da sua contribuição no desenvolvimento do próprio processo de ensino.
A LI desempenha um papel relevante no processo de formação do aluno. Por isso,
somos de opinião de que ela exercem impactos positivos no processo de formação do
aluno, no tange o desenvolvimento de várias capacidades que poderão servir de pé de
socorro para o alavacamento do sucesso escolar do aluno, em particular, e da
educação em geral.
Ela, deve ser vista como uma ferramenta sine-qua-non para o processo de formação
do aluno, e uma oportunidade para inseri-lo no processo de complexidade da
linguagem através do ludismo e do imaginário que a literatura carrega. Dentro de
benefícios que a LI, pode exercer no aluno, para uma boa prática educativa, estão à
liça o desenvolvimento da/o;
● competência literária,
● competência comunicativa e linguística,
● formação de leitores competentes, capazes de compreender qualquer tipo de
texto,
● capacidade imaginação,
● formação de cidadãos críticos-reflexivos e autônomos na sua forma de olhar o
mundo,
● aumento do vocabulário e assunção da identidade cultural etc.
Tendo essas competências há uma grande valia nas actividades educativas dos aluno
de modo a contribuir positivamente no crescimento da educação, para promoção de um
ensino de qualidade. Por isso, a sua actividade não se pode limitar a abordagem
gramatical.
O ensino da literatura infantil tem um impacto valorativo em qualquer nível; através
dela, há uma reflexão sobre o mundo real – por intermédio do mundo da
ficcionalidade. A leitura de obras clássicas, é muito mais importante por que, hoje,
ajuda a compreender até outros gêneros textos.

Notas finais
Tendo enconta a reflexão teórica, a qual nos servimos, é imperativo que se diga que
dada a diversidade cultural e estética - a multiplicidade de recursos expressivos e a
conjugação de imagem que o texto de literatura infantil nos proporciona é imperioso
que se diga que ela exerce um factor imprescindível no processo de ensino-
aprendizagem, para a promoção do sucesso académico e profissional do aluno.
Em meio deste manancial todo, de facto o estudo revelou que ensinar a literatura
infantil no ensino primário é uma responsabilidades salutar, por intermédio dela
desenvolve-se no aluno distintas competências, com realce à que lhe permita ler e
escrever mutiplos textos, cujo impacto é positivo. Contudo,
● O ensino-aprendizagem da literatura infantil carece de estratégias didáctico-
metodológicas, das quais os professores servir-se-ão para a prática lectiva. A
forma de selecção de meios e metodologias para o seu ensino deve refletir aos
objectivos que se pretende alcançar;
● A escola deve saber que quando se colocar à disposição obras de rigor estética,
e os professores compreender a sua utilidade no processo de formação de
leitores, onde a preocupação não se vai limitar na exploração de categorias
gramaticais e ao ensino mecânico teremos alunos lentes, capazes de contribuir
para a moldagem deste quadro desconfortável do processo de ensino-
aprendizagem da Literatura infantil sob a égide da língua portuguesa.
Sugestões
Dada pertinência que o ensino de LI exerce na formação de alunos competentes e
capazes de ler e refletir à volta do seu mundo temos a sugerir o seguinte:
● Promover seminários anuais com todos os professores que leccionam a LP no
ensino primário;
● Clarificar os objectivos, e elaborar novas metodologias para o ensino de
Literatura infantil, no ensino primário;
● Quem deve dar aulas de LP, tem de ser especialista.
● O seu ensino não pode atender ao projecto político, fundado no modelo
tradicional, onde a preocupação é desenvolver a habilidade de escrever, ensinar
a norma e educar moralmente o aluno.
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