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SEMESTRE: 1 ª Etapa
TIA: 22018239
No século XVI até o XVIII, destaca-se a proeminência da Companhia de Jesus, ordem religioso da
Igreja Católica fundada em 1949 pelo jesuíta espanhol Inácio de Loyola com o intuito de conter o movimento
protestante na Europa, possibilitar a expansão da fé católica no mundo e a aquisição de novos fiéis. A
Companhia de Jesus chegou no Brasil também no mesmo ano de fundação, projetado incialmente como um
plano de catequização, mas formando também a elite intelectual da colônia. Os jesuítas buscaram, assim, a
evangelização segundo o universo dos grupos, aprendendo as suas línguas e adequando determinados
dogmas católicos à realidade dos indígenas. Desenvolveu-se, assim, a língua geral (ou língua brasílica), ou o
tupi, língua das localidades costeiras, gramaticalizada pelos jusuítas:
A Língua Geral é retomada pelos intelectuais brasileiros corno um traço cultural típico
e demarcador, no campo simbólico e ideológico, da originalidade cultural brasileira, objetivando
estabelecer as diferenças entre a história brasileira e a europeia . Nesse momento, as elites
intelectuais brasileiras tornam a Língua Geral, a língua do "outro", como um recurso ideológico
fundamental para a constituição da identidade nacional brasileira, no século XIX. Neste caso,
ela deixa de ser do "índio" para ser do "brasileiro", que teria uma genealogia cultural diversa
daquela do europeu (BARROS, BORGES; MEIRA, 1996)
Sendo a língua geral o principal idioma utilizado Brasil nos séculos XVI e XVIII, houve, por entanto, no
século XVIII, a reforma pombalina, que proibiu todas as manifestações linguísticas diferentes de português na
colônia, impulsionando a sua obrigatoriedade de ensino e difusão. A Reforma Pombalina, desde 1759, visava
unificar os instrumentos linguísticos entre a metrópole e as suas colônias, envolvendo os setores
administrativos, econômicos, sociais, e, também, educacionais. Já no século XIX, destacou-se, como central
método de ensino-aprendizagem da língua portuguesa, o método sintético. Esse modelo foi definido pelo
ensino meramente estrutural e formal, pois nele, as partes pressupunham o todo. Houve um foco, portanto,
no significante, já que os aspectos formais (aspectos fônicos, alfabéticos e silábicos) eram espaços para se
entender as palavras.
Já a partir dos anos 70, destacou-se o ensino por meio dos diversos gêneros textuais. Nessa
concepção, os gêneros se personificam nas modalidades mais diversas de texto, sejam escritos ou orais, que
circulam constantemente no cotidiano. Os gêneros são definido por padrões estáveis de texto (em tema, estilo
e composição), cumprindo algumas funções de cunho comunicativo. A linguagem passa a ser compreendida,
então, como uma ferramenta viva de comunicação, sendo os gêneros textuais os espaços em que os diversos
textos se materializam com os seus objetivos comunicativos. O ensino de gêneros muito incidiu também, na
década de 1980, na proposta construtivista de ensino-aprendizagem, voltada à interação como ferramenta de
ensino. Se anteriormente o foco incidia na produção de texto, na leitura restrita de cânones e nos aspectos
formais da língua, agora o ensino embasava-se na compreensão de que o “aprender” é contínuo e dependente
da interação do indivíduo.
Por fim, no final da década de 1990, elaborou-se os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais), com
a finalidade de nortear o trabalho e a prática pedagógica dos docentes. O material foi desenvolvido pelo
Governo Federal para a reelaboração dos currículos nacionais, envolvendo-se num projeto pedagógico
fundamentado na formação completa e cidadã do aluno. O documento é, porém, aberto e flexível, pois deve
se adaptar às diversas tendências educacionais da sociedade, além de oferecer subsídios para a reflexão
constante do professor em sua práxis educativas e abarcar, no ensino-aprendizagem de língua portuguesa, a
formação do aluno completo, em seu nível gramatical, mas também contemplando o texto, os gêneros e as
habilidades orais. Assim define Santos (2003, p. 246):
Desta maneira, conclui-se que que a abordagem de ensino-aprendizagem de língua portuguesa está
funcionalmente embasada nas condições temporais, históricas e sociais da sociedade em questão, pois as
diversas demandas de ensino pressupõem aquela visão do recorte específico que se tem de civilização, sendo
essa inseparável do contexto educativo e das múltiplas modalidades de ensino.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
GARCIA, Joe. A interdisciplinaridade segundo os PCNs. Revista de Educação Pública, v. 17, n. 35, p. 363-378,
2008. Disponível em: file:///Users/cliente/Downloads/111629-Texto%20do%20artigo-201450-1-10-20160301.pdf Acesso
em: 03. Nov. 22
MARIA DO CARMO, O. et al. Depois dos PCNs: como anda nossa língua portuguesa no ensino médio. Acta
Scientiarum. Human and Social Sciences, v. 25, n. 2, p. 241-249, 2003. Disponível em:
https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/ActaSciHumanSocSci/article/view/2176 Acesso em: 03. Nov. 22