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Conceitos de Coordenação e Subordinação


1.1. Coordenação
Segundo Costa (2010) e Duarte (2000), as frases complexas por coordenação podem ser ligadas
por dois tipos de conectores (i.e., de elementos de ligação): pausas, representadas por
conjunções coordenativas (coordenação sindética), e na escrita através de vírgulas (coordenação
assindética). Observa em (1):
(1) (a) O João foi ao cinema e a Maria ficou em casa.
(b) O João foi ao cinema, mas a Maria ficou em casa.
(a) Nem o João foi ao cinema, nem a Maria ficou em casa.
(b) Ou o João vai à festa ou a Maria fica inconsolável.
Através dos exemplos de coordenação sindética acima referidos, Duarte salienta que a utilização
de uma só conjunção, esta nunca ocorre no primeiro membro coordenado (conforme em (1a) e
(b)): quando se utilizam conjunções correlativas, estas precedem cada um dos membros
coordenados (como se observa em (c) e (d)). Acrescenta ainda que a coordenação pode ser
binária – quando a frase complexa contém dois membros coordenados (exemplos (1)). E
múltipla – quando a frase complexa contém mais de dois membros. Vejamos em (2):
(2) (a) Cheguei, vi e venci.
(b) Vás à Expo, assistes ao concerto, mas estás em casa às duas.

Como se vê em (2), na perspectiva da autora, quando existe coordenação múltipla, utiliza-se


pausas para assegurar a coordenação aditiva entre vários membros coordenados e uma conjunção
para assegurar entre o penúltimo membro coordenado e o último. A coordenação assindética
resulta da ligação de dois membros coordenados através de pausas. Se a coordenação exprime
uma enumeração, utilizam-se exclusivamente pausas como conectores (Duarte, 2000:160).
Vejamos em (3):
(3) (a) Saio às dez, vou ao mercado, compro peixe, estou de volta ao meio-dia, tenho o
almoço pronto à uma.
(b) Partimos a 8, chegamos a Roma à noite, visitamos Florença, Pisa e Siena, passamos
uma semana na Sardenha, estamos de volta a 22.
1.1.1. Tipos de coordenação
Na classificação das Orações Coordenadas, os autores Costa (2010), Duarte (2000), Souza-e-
Silva (2011) e Ferreira & Nunes de Figueredo apresentam cinco (5) tipos orações coordenadas:
1- Orações coordenadas copulativas

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As que exprimem a simples adição de orações. Podem ser introduzidas por:
- Conjunções: e; nem, também.
- Locuções: não só...mas também; tanto...como; não só...como também.
Exemplo (4): O Manuel vai às aulas e o Eduardo vai com ele (Costa, 2010:242)
2- Orações coordenadas adversativas
As que indicam oposição ao que se disse anteriormente. Podem ser introduzidas por:
-Conjunções: mas; porém; todavia; contudo.
-Locuções: no entanto; apesar disso; ainda assim; não obstante.
Exemplo (5): O João foi ao cinema, mas a Maria ficou em casa (Duarte, 2000:159).
3- Orações coordenadas conclusivas
Indicam uma conclusão tirada do que se disse anteriormente. Podem ser introduzidas por:
-Conjunções: pois; portanto; logo.
-Locuções: por consequência; por conseguinte; pelo que, por isso.
Exemplo (6): A terra está molhada, logo choveu.
4- Orações coordenadas explicativas
Quando a segunda oração explica a ideia contida na primeira. Podem ser introduzidas por:
-Conjunções: pois; que.
Exemplo (7): Estou doente, pois tenho febre.
5- Orações coordenadas disjuntivas
As que exprimem alternância, distinção ou contraste. Podem ser introduzidas por:
-Conjunções: ou (repetido ou não).
-Locuções: ora...ora; quer...quer; seja...seja; seja...ou; já...já; nem...nem.
Exemplo (8): Ora chove ora faz sol.
1.2. Subordinação
Para Duarte (2000:162), o que caracteriza as estruturas subordinadas é o facto de se tratar de
estruturas de encaixe- i.e., a subordinada é um constituinte, essencial ou acessório, de toda frase
superior. Vejamos em (9):
(9) (a) O João disse que a Maria trazia bebidas.
(b) O livro que comprei está em cima da mesa.
1.2.1. Tipos das subordinadas

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As orações subordinadas apresentam vários tipos. Vejamos a seguir os que Costa (2010), Duarte
(2000), e Ferreira & Nunes de Figueredo (2002) a presentam:
 Orações Subordinadas Adverbiais
1- Orações subordinadas temporais
Expressam a ideia de tempo: - anterioridade, simultaneidade e posterioridade.
Podem ser introduzidas por:
-Conjunções: quando; enquanto;
-Locuções: logo que; depois que; desde que;
Exemplo (10): Ele chamou o elevador quando eu fechei a porta.
2- Orações subordinadas causais
Expressam a ideia de causa ou o motivo. Podem ser introduzidas por:
-Conjunções: porque; pois; como;
-Locuções: visto que; pois que; por causa de;
Exemplo (11): Não vou sair, porque está a chover.
3- Orações subordinadas finais
Expressam ideia de fim (objectivo). Podem ser introduzidas por:
-Conjunções: para (para que);
-Locuções: para que; a fim de que;
Exemplo (12): Estudem, para que passem de ano.
4- Orações subordinadas condicionais
Expressam uma condição ou hipótese. Podem ser introduzidas por:
-Conjunções: se;
-Locuções: salvo se; excepto se; a não ser que;
Exemplo (13): Se estudares tens o teu futuro garantido.
5- Orações subordinadas consecutivas
Expressam uma consequência. Podem ser introduzidas por:
-Conjunções: (de tal modo que) que;
Exemplo (14): O Pedro caiu de tal modo que partiu uma perna.
6- Orações subordinadas concessivas
Exprimem a ideia de oposição. Podem ser introduzidas por:
-Conjunções: embora;

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-Locuções: ainda que; apesar de; mesmo que; se bem que;
Exemplo (15): Ainda que me peças, não falto às aulas.
 Orações Subordinadas Adjectivas
Orações relativas – São orações que se ligam à subordinante por meio do pronome relativo
(geralmente que). Chamam-se adjectivas por desempenharem função sintáctica própria de
adjectivos. Vejamos em (16):
(16) O Almiro casou com a Amélia que é bonita.
Que substitui Amélia na oração subordinada: Amélia é antecedente de que. Por isso, as orações
relativas introduzidas por que são relativas adjectivas, desempenhando, portanto, a função
sintáctica de atributo.
 Oração relativa explicativa e relativa restritiva
A relativa explicativa não é indispensável ao sentido da frase, podendo suprimir-se:
(17) Esta menina, que é francesa, precisa do nosso carinho.
A relativa restritiva, como introduz uma restrição de sentido, é indispensável, não podendo
suprimir-se, veja em (18):
(19) O menino que partiu o vidro terá de o pagar.

 Orações Subordinadas Substantivas


1- Completivas integrantes
São orações subordinadas dependentes do verbo da oração subordinante, servindo-lhe de
complemento directo, ou de sujeito, ou de predicativo do sujeito. Os exemplos em (20) ilustram:
(20) (a) Peço-te que venhas. (complemento directo)
(b) Não é justo que tantos passem fome. (sujeito)
(c) O interessante é que ele voou. (predicativo do sujeito)
(22) (a) Afiançaram-me ser ele o criminoso. (complemento directo)
(b) É certo chegarem eles amanhã? (sujeito)
(c) A felicidade dos pais é verem os filhos felizes. (predicativo do sujeito)

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