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PERÍODO COMPOSTO

ORAÇÕES COORDENADAS

a) Assindéticas (sem conectivo):


Ex.: Não corra, não mate, não morra.
As orações coordenadas assindéticas não vêm com conectivo, com conjunção: Não corra,
não mate, não morra.

b) Sindéticas (conectivas – vêm com conjunção e se dividem em):


• aditivas – exprimem ideia de soma, adição.
Ex.: Chegou [e se divertiu.]
A segunda oração acrescenta uma ação à ocorrida na primeira oração.
As principais conjunções são: e, nem, não só...mas também etc.

• adversativas – exprimem ideia de oposição, contraste, ressalva.


Ex.: Saiu cedo de casa, [mas chegou atrasado ao trabalho.]
A segunda oração contrasta com a informação da primeira.
Se ele saiu cedo de casa, o normal seria não chegar atrasado.
As principais conjunções são: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto
etc.

• alternativas – exprimem ideia de alternância, escolha.


Ex.: Ora chovia, [ora fazia sol.] alternância
Fale agora, [ou se cale para sempre.] escolha
As principais conjunções são: ou, ou... ou, ora...ora, já... já, quer... quer etc.

•conclusivas – exprimem ideia de conclusão.


Ex.: Trabalhou muito, [logo foi recompensado.]
A segunda oração conclui algo mais ou menos esperado do que se afirmou na primeira.
As principais conjunções são: logo, portanto, por conseguinte, pois (quando vem
posposto ao verbo) etc.
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• explicativas – exprimem uma justificativa para o que se disse na outra oração.


Ex.: Aguarde um instante [pois estou chegando.]
A segunda oração explica, justifica o pedido feito na primeira.
As principais conjunções são: que, pois (antes do verbo), porque, porquanto etc.

EXERCÍCIOS

01. Use o seguinte código para classificar as orações coordenadas destacadas


abaixo:

(1) oração coordenada assindética;


(2) oração coordenada sindética aditiva;
(3) oração coordenada sindética alternativa;
(4) oração coordenada sindética adversativa;
(5) oração coordenada sindética conclusiva;
(6) oração coordenada sindética explicativa.

1. ( ) “Foi até a esquina, parou, tomou fôlego.”


2. ( ) Penso, logo existo.
3. ( ) Comprou os ingressos, porém não conseguiu assistir ao jogo.
4. ( ) Venha e fique à vontade.
5. ( ) Chore, porque alivia a dor.
6. ( ) Ora falava sem parar, ora se calava demoradamente.
7. ( ) O filho chegou e a mãe nem notou.
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ORAÇÕES SUBORBINADAS

A oração que não possui o conectivo será chamada de oração principal e a outra que se
relaciona com ela será a subordinada.
Aqui, em subordinação, o nome é principal).
Quanto às subordinadas, elas se subdividem em três blocos:

a) Substantivas (equivalem a um substantivo, exercendo as funções próprias do


substantivo)
Apresentam-se em forma desenvolvida (introduzidas pelas conjunções integrantes que ou
se ou por pronome indefinido, pronome ou advérbio interrogativo) e em forma reduzida
(infinitivo).

1) Subjetivas: exercem a função sintática do sujeito.


-Verbo na 3ª pessoa do singular (convir, cumprir, importar, urgir, acontecer, parecer etc.)
seguidos de que, se ou de infinitivo.
Ex.: Urge [que chegues no horário.]
-Expressões na voz passiva: sabe-se, soube-se, diz-se, conta-se, é sabido, estava
decidido etc.
Ex.: Diz-se [que ela mentiu.]
- Verbo de ligação mais predicativo: é bom, é conveniente, está claro etc.
Ex.: Está claro [que ela mentiu.]

DICA!
Quando o sujeito aparece sob forma de oração, normalmente aparecem essas construções
(convém, importa, sabe-se, é sabido, é bom, está claro) na oração
principal.
A oração subordinada é sujeito da oração principal quando não se acha o sujeito da oração
principal na oração principal
Veja:
Ex.: Urge / que chegues no horário. (or. princ.) (or. subord. subst. subjetiva)
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A segunda oração é sujeito da primeira porque, ao se analisar a oração principal, não


encontramos o sujeito de urge nessa oração: Ele urge? Alguém urge? Não tem sentido.
O que se entende é: Urge isto (que chegues no horário).
Na ordem, teríamos: Isto (= que chegues no horário) urge.

2) Objetivas diretas: exercem a função de objeto direto.


Ex.: Espero [que ela volte logo.]
Não sei [se volto amanhã.]
Os verbos espero e sei são transitivos diretos. O complemento é o objeto direto.
Ex.: (Eu) Espero / que ela volte logo. (or. princ.) (or. subord. subst. objetiva direta)
Ex.: (Eu) Não sei / se volto amanhã.
(or. princ.) (or. subord. subst. objetiva direta)

3) Objetivas indiretas: exercem a função de objeto indireto.


Ex.: Necessito [de que me ajudem nesta tarefa.]
(or. princ.) (or. subord. subst. objetiva indireta)
O verbo necessito pede preposição obrigatória, é transitivo indireto. O complemento é o
objeto indireto.

4) Completivas nominais: exercem a função de complemento nominal.


Ex.: Tenho necessidade [de que me auxilies.]
(or. princ.) (or. subord. subst. completiva nominal)
Ex.: Tinha esperança [de que revelasses o segredo.]
(or. princ.) (or. subord. subst. completiva nominal)
Agora o que temos são os nomes, necessidade e esperança, que pedem preposição. O
complemento de nome substantivo é complemento nominal.

5) Predicativas: exercem a função de predicativo.


Ex.: Minha esperança é [que consiga esse emprego.]
(or. princ.) (or. subord. subst. predicativa)
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6) Apositivas: exercem a função de aposto.


Ex.: Havia uma esperança: [que contasse a verdade.]
(or. princ.) (or. subord. subst. apositiva)
A oração subordinada “que contasse a verdade” explica a esperança que havia. Aposto
sob forma de oração.

7) Agente da passiva: aparecem sem conjunção e são introduzidas por pronome


indefinido, seguido de por ou de.
Ex.: Foi substituído [por quem o criticava.]
(or. princ.) (or. subord. subst. agente da passiva)
Foi substituído [por quem o criticava.]
A oração subordinada é o termo que age nesse período: quem o criticava é que o substitui.

EXERCÍCIOS

01. Use o seguinte código para classificar as orações subordinadas substantivas


destacadas:
(1) subjetiva;
(2) objetiva direta;
(3) objetiva indireta;
(4) completiva nominal;
(5) predicativa;
(6) apositiva;
(7) agente da passiva.

1. ( ) Reafirmo meu desejo: que todos tenham boa sorte.


2. ( ) Lembrou-se de que a reunião fora adiada.
3. ( ) É indispensável que todos entendam o problema.
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4. ( ) Tenho a impressão de que mentiste para mim.


5. ( ) O pai esperava que o filho reagisse.
6. ( ) O desejo da família era que se formasse logo.
7. ( ) Parece que a decisão foi justa.
8. ( ) Peço a todos que não se atrasem.

b) Adverbiais: modificam o verbo, como um advérbio.


Equivalem a um adjunto adverbial.
São introduzidas pelas conjunções subordinativas adverbiais (= orações
desenvolvidas). Podem aparecer sob forma reduzida (de infinitivo, de gerúndio ou de
particípio).

1) Causais: indicam o motivo, a razão do que ocorre na oração principal.


Ex.: Como chovia muito, não fui à escola.
“Chover muito” foi o motivo que fez ele “não ir à escola”.
As principais conjunções são: porque, como, já que, visto que, uma vez que...

2) Consecutivas: indicam o resultado de uma ação.


Ex.: Gritou tanto que perdeu a voz.
Agora, “perder a voz” e o resultado de ter “gritado tanto”, ou seja, a consequência.
As principais conjunções são: que (precedido de tão, tanto, tal), de modo que, de
sorte que...

3) Concessivas: exprimem sentido de oposição, exceção, aceitar uma ideia oposta.


Ex.: Foi à escola, embora chovesse muito.
Observe que o fato de “chover muito” não evitou a “ida à escola”. Havia adversidade, mas
não impediu que um fato ocorresse.
As principais conjunções são: embora, conquanto, mesmo que, ainda que, por mais
que... Lembre-se de que, com elas, o verbo vem no subjuntivo.
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4) Condicionais: indicam uma hipótese para a realização de um fato.


Ex.: Se vieres, darei a festa.
Eu só “darei a festa” na condição, na hipótese de “vires”.
As principais conjunções são: se, caso, desde que, contanto que...

5) Comparativas: exprimem uma ideia de comparação entre dois termos.


Ex.: É inteligente como o pai.
Nesse período, a intenção é comparar a “inteligência do filho” com a “do pai”. Nas
comparativas, normalmente o verbo vem subentendido: “É inteligente como o pai (é)”.
As principais conjunções são: como, que (antecedido de mais, menos), quanto,
assim como...

6) Conformativas: indicam a conformidade de um fato com outro.


Ex.: Não compareceu, conforme se previa.
De acordo com a previsão, ele não compareceu. Ou seja, não há contradição, já era algo
esperado.
As principais conjunções são: como, conforme, consoante...

7) Finais: indicam a finalidade, o objetivo.


Ex.: Comportaram-se para que não fossem castigados.
Aqui, havia um objetivo: “não ser castigado”, por isso se comportaram.
As principais são: a fim de que, que, para que, porque...

8) Proporcionais: relação entre duas ações em que uma delas acarreta mudança na outra.
Ex.: À medida que o tempo passava, ia ficando mais preocupado.
Nessa frase, observamos que “a preocupação ia aumentando” na mesma proporção que o
“tempo passava”.
As principais conjunções são: à medida que, à proporção que, ao passo que...
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9) Temporais: indicam o momento em que ocorre um fato.


Ex.: Quando chegou, todos o aplaudiram.
Os “aplausos” aconteceram no momento de sua chegada, indicando um tempo simultâneo.
As principais conjunções: quando, mal, enquanto, desde que, logo que...

c) Adjetivas
Quanto às orações adjetivas, entenda que:
• As orações adjetivas, por terem um valor adjetivo, referem-se ao substantivo da oração
principal.
Quando desenvolvidas, iniciam-se por um pronome relativo, que é conectivo que retoma o
substantivo ou o pronome substantivo da oração principal.

Podem aparecer sob forma reduzida (de infinitivo, de gerúndio ou de particípio).

A oração adjetiva funciona como adjunto adnominal de um substantivo ou pronome da


oração principal, ora tendo função restritiva (sem vírgulas), outras vezes com função
explicativa (entre vírgulas).
Assim:
“O homem / que trabalha / perde tempo precioso.”
or. sub. adj. Restritiva
Qual seria, então, a diferença entre a oração adjetiva restritiva e a explicativa?
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As duas têm, sintaticamente, a mesma função: são adjuntos adnominais, só que, quanto
ao sentido são diferentes: uma restringe, a outra explica. Ou seja, a primeira se refere ao
antecedente particularizando-o. A segunda se refere ao antecedente de maneira geral.

EXERCÍCIOS

Use o código abaixo para classificar as orações subordinas adverbiais ou adjetivas


destacadas:
(1) oração subordinada adverbial causal;
(2) oração subordinada adverbial consecutiva;
(3) oração subordinada adverbial concessiva;
(4) oração subordinada adverbial condicional;
(5) oração subordinada adverbial comparativa;
(6) oração subordinada adverbial conformativa;
(7) oração subordinada adverbial final;
(8) oração subordinada adverbial proporcional;
(9) oração subordinada adverbial temporal;
(10) oração subordinada adjetiva restritiva;
(11) oração subordinada adjetiva explicativa.
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1. ( ) O que você faria se ela entrasse por aquela porta?


2. ( ) Antes que essa coluna fosse publicada, tomei a decisão.
3. ( ) “Coisas que passaram e pessoas que perdi estão comigo, nas belas memórias.”
4. ( ) “Nossa aventura existencial terá mais ou menos chance à medida que esse chão
for confiável.”
5. ( ) “Eu, que ia escrever sobre viagens, acabo escrevendo sobre música ruim.”
6. ( ) Conquanto estivesse descontente, não desistia do plano.
7. ( ) Segundo previu o economista, o mercado se estabilizou.
8. ( ) As vendas subirão, uma vez que os juros baixaram.
9. ( ) A comida era tão boa que todos silenciaram em volta da mesa.
10. ( ) As mulheres sempre são mais maldosas que os homens.
11. ( ) Faremos esforço, para que não haja conflitos.
12. ( ) Mal se sentou na cadeira presidencial, passou a ver conspirações em tudo.
13. ( ) Os juros custam caro para o governo, que é o maior devedor do país.
14. ( ) Mesmo que insista no pedido, não irei à posse do prefeito.

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