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EXPRESSÕES
CONDUTORAS DO
RACIOCÍNIO
JURÍDICO.
Postado por :  Lunna Chat |  22:18:00 |
1
Expressões condutoras do raciocínio
num texto formal

Já é sabido que o ser humano necessita agrupar-


se em sociedade, razão porque, avoca para
concretizar seus objetivos o uso da comunicação.
Em maior das vezes se dá por meio da linguagem,
escrita ou falada. Ademais, o objetivo da
comunicação é o entendimento; pois a história é
uma constante busca do entendimento, onde o
homem é ser essencialmente político, logo, a
comunicação só pode ser um ato político, uma
prática social básica. E sem mais delongas: é que
trago o presente apanhado de expressões que
muito tem me ajudado no labor cotidiano, e as
divido com quem queira delas fazerem uso!

Módulo - I

1. Palavras chaves introdutória do raciocínio:


comecemos por, a primeira observação recai
sobre, inicialmente, antes de mais, e
definitivamente, é preciso lembrar que, a
primeira observação importante a ser feita é
que..., prefacialmente cabe ressaltar..., mister se
faz assinalar..., de início, deve-se ressaltar que.., o
cerne da questão está no..., razão maior assiste ao
(a)..., cumpre salientar..., com relação ao tema a
que alude a medida...,

2. Palavras chaves concessivas do raciocínio: é


certo que, é verdade que, em termos, no campo
material, evidente, impõe-se cautela, a
modificação é positiva, seguramente,
naturalmente, incontestavelmente, sem dúvida
alguma, pode ser que...

3. Palavras chaves conclusiva do raciocínio: logo,


consequentemente, concluídas as premissas,
transpondo as colocações para o tema principal,
é por isso que, afinal, em suma, pode-se concluir
afirmando que...

4. Palavras chaves de insistência do raciocínio:


não apenas...mas, mesmo, outras vezes o próprio
..., com muito mais razão, em casos tais, o que se
pretende afirmar, tanto mais que, queremos com
isso sustentar que..., neste diapasão..., faz-se
necessário analisar..., desta feita resta
plenamente cabível..., o certo é que, muito
embora ..., de sorte são hipótese previstas na lei
do que abaixo se dirá...,

5. Palavras chaves na transição do raciocínio:


passemos então a, voltemos então a, mais tarde
voltaremos a, antes de passar a...é preciso
observar que... incisiva, no particular, é a
súmula...,

6. Palavras chaves como expressões de reserva:


todavia, no entanto, de um lado, se a lei, de
qualquer modo, entretanto, mas, porém,
contudo..., cabe presumir,

7. Palavras chaves, como enumeração do


raciocínio: em primeiro (segundo, etc.), lugar, e
por último, inicialmente, e em seguida, além do
mais, além disso, além de que, em outro dizer,
aliás, a de se acrescentar que, por outro lado,
enfim, se acrescentarmos por fim..., de toda
sorte..., como tratado...,

8. Palavras chaves de negação e/ou oposição do


raciocínio: inobstante isso, de outra face,
entretanto, no entanto, ao contrário, disso, qual
nada, por outro lado, por outro enfoque,
diferente disso, de outro lado, de outra parte,
contudo, diversamente disso..., inexiste, portanto,
suporte fático.., ante a ausência de supedâneo
legal..., entrementes conforme se pode verificar...,

9. Palavras chaves, como realce de inclusão e/ou


adição do raciocínio: demais, ademais, também,
vale lembrar, pois, outrossim, agora, de modo
geral, por igual razões, em rápidas pinceladas,
inclusive, até, é certo, é porque, em termos
morais, é inegável, em outras palavras, sobre
mais, anoto, por oportuno, além desse fator... de
sorte..., de toda sorte...,

10. Palavras chaves, para exclusão do raciocínio:


sequer, exceto, sendo, apenas, injustificável,
excluindo, tão somente..., ora, não tem cabimento
tal...,

11. Palavras chaves, de afeto e/ou igualdade do


raciocínio: ainda bem, obviamente, em verdade,
realmente, em realidade, de igual forma, do
mesmo modo que, da mesma sorte, de igual
forma no, mesmo sentido, semelhantes, bom é,
interessante se faz...
12. Palavras chaves, para fecho e/ou conclusão
do raciocínio: destarte, em suma, por menor que
seja, em remate, por conseguinte, em última
análise, concluindo, em derradeiro, por fim,
finalmente, por tais razões, do exposto, por tudo
isso, em razão disso, aliais, deixa claro, acima de
tudo, em síntese, enfim, por isto (isso), assim,
consequentemente..., deflui-se (tirar conclusão)...,
em suma, há de se perceber perfeitamente...,
restando de sobejo comprovado..., pugna
finalmente pelo deferimento..., diante do quanto
exposto, resta incontroverso..., requerendo mais
e finalmente...,

13. Palavras chaves, para retificação e/ou


explicação do raciocínio: isto é, por exemplo, a
saber, em verdade, aliás, a esse respeito, ou antes,
ou melhor, melhor ainda, como se nota, como se
viu, como se observa, com efeito, como vimos, daí
por que, ao propósito, por isso, a nosso ver, de
feito, temos de lembrar que, como vimos de ver,
portanto, é obvio pois...

14. Palavras chaves, para enumeração, de


distribuição e de continuação do raciocínio: em
primeiro plano (lugar, momento), conforme
anotações articuladas até esta passagem, a
princípio, o princípio não pode ser visto em
termos absolutos, e sim amoldando-se à
realidade, em seguida, depois, depois de,
finalmente, em linha gerais, nesse passo, exemplo
clássico refere-se, no geral, aqui, neste
momento, desde logo, em epítome, de resto, em
análise última, no caso em tela, por sua vez, a par
disso, outrossim, nessa vereda, por seu turno, no
caso presente, antes...

OUTROS EXEMPLOS ALUSIVOS A RECURSOS


DE COESÃO TEXTUAL.

A coesão de um texto depende muito de relação


entre as orações que formam os períodos e os
parágrafos. Os períodos compostos precisam ser
relacionados por meio de conectivos adequados,
se não quisermos torná-los incompreensíveis.

Para cada tipo de relação que se pretende


estabelecer entre duas orações, existe uma
conjugação que se adapta perfeitamente a ela.
Por exemplo, a conjugação MAS só deve ser usada
para estabelecer uma relação de oposição entre
dois enunciados. Porém, se houver uma relação
de adição ou idéia de concessão, a conjunção
deverá ser outra: EMBORA. Se não for assim, o
enunciado ficará sem nexo. Por exemplo,
observemos um caso inadequado da conjunção:

"Embora o Brasil seja um país de grandes


recursos naturais, tenho certeza de que
resolveremos o problema da fome". Ora, nota-se
que não existe a relação de oposição ou ideia de
concessão que justifique a conjunção EMBORA.
Como a relação é de causa-efeito, deveria ter sido
usada uma conjunção causal, por exemplo:

"Como o Brasil é um país de grandes recursos,


tenho certeza de que resolveremos o problema
da fome."

Dessa forma, conectivos ou elementos de coesão


são todas as palavras ou expressões que servem
para estabelecer elos, para criar relações entre
segmentos do discurso, tais como: então,
portanto, já que, com efeito, porque, ora, mas,
assim, daí, aí, dessa forma, isto é, embora e tantas
outras. Exemplo:
"Israel possui um solo árido e pouco apropriado à
agricultura, porém chega a exportar certos
produtos agrícolas." Neste caso, observa-se, que
faz sentido o uso do, porém, já que entre os dois
segmentos ligados existe uma contradição. Seria
descabido permutar o, porém, pelo porque, que
serve para indicar causa. Sem mais delongas.

Diversas outras para condução do raciocínio na


produção de um "texto": É de verificar-se... -, Não
se pode olvidar -, Não há de olvidar-se... -, como
há de se verificar -, como se pode notar -, é de
relevado... -, é bem verdade que... -, não há que se
falar-se -, indubitável é -, não se pode perder de
vista... -, convém ressalta... -, posta assim a
questão... é de se dizer... -, registra-se ainda... -,
bom é dizer... -, cumpre-nos assinalar... -,
oportuno se torna dizer... -, mister se faz
ressaltar... -, neste sentido deve-se dizer que... -,
tenha-se presente que... -, inadequado seria
esquecer, também... -, assinale, ainda que... -, é
preciso insistir também no fato de que... -, feita
essa breve digressão, voltemos... -, outras
disposições... -, antes de encerramento desse
assunto, cumpre ainda aludir ao disposto no...
Não é mansa e pacífica a questão, conforme
verá... -, é de opinião unívoca... -, cumpre
observar preliminarmente, que... -, como me
depreende... -, convém notar, outrossim, que... -,
verdade seja, esta é... -, em virtude dessas
considerações... -, empós as noções
preliminarmente em breve trecho podemos... -,
cumpre examinarmos, neste passo... -, consoante
noção cediça... -, não quer isso dizer, entretanto,
que... -, ao ensejo da conclusão deste item... -,
independe observar que... -, é sobremodo
importante assinalar... -, a guisa (maneira/modo)
de exemplo podemos citar... -, a mais das vezes,
convém assinalar... -, no dizer sempre expressivo
de... -, em consonância com o acatado... -, a nosso
pensar... -, lembra que... -, esmero esforço...

Em sede jurídica, para transcrição de texto de lei


ou julgados dos tribunais, por exemplo: O autor
tem direito baseado na lei e também na sumular
do ... (STF, TST, STJ ...); O autor pede permissão
para transcrever julgado de nossos tribunais que
não discrepam, quanto ao tema em questão; A
jurisprudência do (Colendo; Egrégio; Augusta
Corte; Suprema Corte), sobre o tema se
manifestou dessa forma: ...
Módulo - II

FASE PREAMBULAR - INTRODUÇÃO:


Prefacialmente cabe ressaltar...
Inicialmente faz-se necessário analisar...
Mister se faz assinalar...; esclarecer...;
dizer...; posicionar...
O cerne da questão está...
O caso em tela refere-se a...
O assunto trazido à baila...
Cumpre salientar...
Com relação ao tema a que alude tal
medida...
A título de esclarecimentos, importante
definir...
Dispõe a lei (artigo …,) que…
Se de tudo necessário, em face de …
Razão assiste ao (a)...
Culta autoridade judiciária...

INTRODUÇÃO PARA BASE LEGAL:


A priori...
Com este entendimento, os legisladores
avençaram o artigo...
Incisiva, no particular, é a súmula...
Neste diapasão, revela-se de suma
importância atentar para os dizeres do
artigo...
Tal argumento improcede, conforme teor
contemplado na cláusula vergastada...
É clara a constituição, em cujo bojo há
cláusula na qual...
Nos moldes dos dispositivos legais
esculpidos na legislação processual
cível...
Arrimando-se nos requisitos da norma
jurídica...
Por oportuno vale ressaltar...

REFORÇO, PERSUASÃO, COESÃO:


Sucede que,
Com efeito...
Além disso…
Demais disso…
Logo...
A bem verdade...
Lado outro...
Dessa forma...
Desta feita, resta plenamente cabível...
Destarte...
Neste passo...
Neste raciocínio...
Ademais, faça-se constar...
Sublinhe-se que...
Saliente-se...
Oportuno se torna dizer que...
Concernentemente às razões de...
Ainda que, novel na profissão, busco
sempre ser diligente. Por tais razões peço
escusas pelo lapso presente!

OPOSIÇÃO:
Entretanto...
Ocorre que...
Inexiste, portanto, suporte fático...
Entrementes, conforme se pode
verificar...
Houve uma descabida antinomia
interpretativa em relação a...
Ao reverso, houve consentimento...
Antes a ausência de supedâneo legal...
Não proteção legal para a negligência e
para a desídia…
CONCLUSÃO:
Postula, pois, que lhe sejam abonados os

Em síntese...
Em derradeiro...
Por fim...
Restando de sobejo comprovado...
Pugna finalmente pelo deferimento...
Diante do quanto exposto, resta
incontroverso...
Em suma, há de ser perceber
perfeitamente que...
À vista do exposto, requer seja a
presente...
A conclusão, pois, exsurge clara e
insofismável...
Requerendo mais e finalmente...
Em razão do exposto, requer a …

Módulo - III

Oportuno ressaltar, o magistério de


Regina Toledo Damião e Antonio
Henrique, in verbis:
Assim sendo (valor explicativo)
Em primeiro lugar (abertura do critério
enumerativo)
Em segundo lugar (sequência
enumerativa)
Por seu lado (mudança de enfoque)
Assinalo, ainda (elemento de edição)
Necessário é lembrar (elemento de
citação)
Também não seria possível, é evidente
(elemento de afirmação)
Todavia (elemento de oposição)
Quiçá - possivelmente, mas não com
certeza; talvez, porventura
E, portanto (elemento de conclusão).

Considerações finais. Com a vênia de eventuais


entendimentos em contrário, considerando que
o operador do Direito deve empreender bastante esforço
semântico ao usar as palavras plurissignificativas. Para
tanto, não deve empregar acepções que não pertencem ao
jargão jurídico, ou, se o forem, mas tiverem natureza
equívoca, devem ser acompanhadas de especificadores
que resguardem o sentido pretendido.

Sobre mais, a Lei Complementar Nº 95, de 26 de


fevereiro de 1998, dispõe sobre a elaboração, a redação, a
alteração e a consolidação das leis, conforme determina o
parágrafo único do artigo 59 da Constituição Federal de 5
de outubro de 1988, e estabelece normas para a
consolidação dos atos normativos que específica.

"Dir-se-á: existe a lei como garantia máxima de liberdade


e independência do indivíduo diante da sociedade e do
Estado que a representa, porque de seu império nem este
escapa." (Humberto Theodoro Junior).

“ninguém se apodera da língua e dela faz uso exclusivo”,


afirma Ronaldo Caldeiras (1991:12). Logo, se a assertiva
é verdadeira, da mesma forma é o fato, daí, a precisão
vocabular contribuir para a eficiência do ato
comunicativo jurídico.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E FONTE


MATERIAL DE PESQUISA:

ANDRÉ, Hildebrando A. de. Gramática Ilustrada 3ª


edição: Editora Moderna, 1984.

BOBBIO, Norberto. Teoria Da Norma Jurídica 6ª edição:


Editora Edipro 2016.

BOBBIO, Norberto. O Positivismo Jurídico – Lições de


Filosofia do Direito, São Paulo: Ícone Editora, 1999.

DAMIÃO, Regina Toledo e HENRIQUE, Antonio.


Curso de Português Jurídico: Editora Atlas, 2000.

DINIZ, Maria Helena. COMPÊNDIO DE


INTRODUÇÃO À CIÊNCIA DO DIREITO 20ª edição –
INTRODUÇÃO À TEORIA DO DIREITO, À
FILOSOFIA DO DIREITO, À SOCIOLOGIA
JURÍDICA E À LÓGICA JURÍDICA. NORMA
JURÍDICA E APLICAÇÃO DO DIREITO: editora
Saraiva. 2009.

FRANCISCO, Caramuru Afonso. Lei de Introdução ao


Código Civil Comentada, Editora Juarez de Oliveira,
2005.

FRIEDE, Reis. Ciência do Direito, Norma, Interpretação


e Hermenêutica Jurídica 5ª edição, Editora Forense
Universitária, 2002.

HORCAIO, Ivan. Dicionário Jurídico Referenciado, 2ª


Edição, Editora Primeira Impressão, 2007.

Minidicionário da Língua Portuguesa. Editora


MELHORAMENTO, 2000.

Minidicionário da Língua Portuguesa. Editora


HOUAISS, 2009.

NASCIMENTO, Edmundo Dantés. Linguagem Forense:


Editora Saraiva, 10ª edição, 8ª tiragem, 2001.

SANTOS, Moacyr Amaral. Primeiras Linhas de


DIREITO PROCESSUAL CIVIL 1º Vol. 19ª ed. Editora
Saraiva, 1997.

STUCHI, Victor Hugo Nazário. VADE MECUM


PRÁTICA OAB – TRABALHO, 2ª edição, Editora
Revista dos Tribunais, 2012.

http://www4.planalto.gov.br/legislacao...

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1 COMMENTS:

Anônimo 9 de agosto de 2016

20:55

Excelente! Obrigado, muito bom!


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Sobre O Autor

Bacharel - Faculdade Anchieta. Pós Graduado em Direto


Processual Civil e Direito Processual Penal pela
Universidade Católica de Santos - UNISANTOS.
Advogado.

Cursos Técnico e de Aperfeiçoamento: Técnico em


Transações Imobiliária TTI - Colégio Lapa. Curso de
Arbitragem, Mediação e Conciliação ESA-OAB/SP.
Direito do Consumidor Faculdade Anchieta. Perito
Judicial, certificado pelo Conselho Regional de
Corretores de Imóveis de São Paulo – 2ª Região. E,
Corretor de Imóveis.

“Todos São Iguais Perante A


Lei…”
“é livre a manifestação do pensamento, sendo
vedado o anonimato; é assegurado a todos o
acesso à informação e resguardado o sigilo da
fonte; é livre a expressão da atividade
intelectual, artística, científica e de comunicação,
independentemente de censura ou licença.” (CF.
Artigo 5º, e incisos, IV; IX; XIV). <> À Carta Maior
diz também que “A manifestação do
pensamento, a criação, a expressão e a
informação, sob qualquer forma, processo ou
veículo não sofrerão qualquer restrição”. (Artigo
220 da CR/88). <> Inerente ao direito de
comunicação social “Toda pessoa tem direito à
liberdade de opinião e expressão; este direito
inclui a liberdade de, sem interferência, ter
opiniões e de procurar, receber e transmitir
informações e ideias por quaisquer meios e
independentemente de fronteiras”. (Declaração
Universal dos Direitos Humanos – Artigo XIX).

Verdades...
ATENDIMENTO COM AGENDAMENTO PRÉVIO DE
2ª a 6ª feira das 09:30 às 17:30 horas – Telefone:
11. 94670-7562

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