Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PARÁGRAFO DE DESENVOLVIMENTO
Anteriormente, formulamos algumas propostas de parágrafos introdutórios. Partimos sempre do princípio de que, antes de
tudo, é muito importante a construção de uma frase objetiva e clara que traduza o ponto de vista ou a idéia central que
temos do assunto. Vimos, ainda, a importância de se produzir uma segunda frase que encaminhe a argumentação – seja
afirmado o melhor modo de discuti-la (introdução/tese), seja enumerando os três argumentos com que se trabalhará no
desenvolvimento (introdução/roteiro).
Caso ainda haja alguma dúvida, releia a teoria sobre os parágrafos de introdução e, principalmente, faça
exercícios.
Os parágrafos argumentativos da redação, além do que vimos na aula anterior, introdução, podem ser feitos de diversas
maneiras...
01) Hipótese:
Apresentar hipótese no desenvolvimento é a tentativa de buscar soluções, apontando prováveis resultados. Na hipótese,
mostramo-nos interessados pelo assunto e dispostos a encontrar soluções, se apropriadas. Com a hipótese, praticamente,
não se corre o risco de apenas expor o assunto.
02) Paralelismo:
Trabalhar com o paralelismo, no desenvolvimento, é apresentar um mesmo assunto com diferentes enfoques, é apresentar
correspondência entre idéias ou opiniões diferentes em relação ao mesmo argumento. Por exemplo, em se tratando de
informática, discutir sobre o mercado de trabalho, não apenas argumentando que a máquina tomou o lugar do homem, mas
também apresentando o aumento de emprego na área, os recursos técnicos disponíveis, a comodidade...
03) Dialética:
Trabalhar com a dialética é, inclusive, apresentar aspectos positivos e negativos, pontos favoráveis e desfavoráveis do
argumento. É trabalhar com os "prós e contras", sem dar ênfase a apenas um deles. Procure trabalhar com apenas dois
parágrafos no desenvolvimento: um com os aspectos favoráveis; outro com os desfavoráveis.
06) Exemplificação:
Seja qual for a introdução, a exemplificação é a maneira mais fácil de se desenvolver a dissertação. Mas...
Devem-se apresentar exemplos concretos, que sejam importantes para a sociedade. Argumente sobre personagens
históricas, artísticas, políticas, sobre fatos históricos, culturais, sociais importantes.
Algumas conjunções:
01) Indicadoras de fatores favoráveis:
a) Conjunções Coordenativa Explicativas: que, porque, pois.
b) Conjunções Coordenativas Conclusivas: logo, portanto, por isso, assim, então, por conseguinte.
Atualizada 15/01/2009 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 1
Delegado
Outras conexões:
Dentre os inúmeros motivos que levaram o... é incontestável que...
A observação crítica de fatos históricos revela o porquê de...
Fazendo um estudo de... , percebe-se, por meio de...
TEMA_______________________________________________________________
TESE________________________________________________________________
TÍTULO_______________________________________________________________
COESÃO E COERÊNCIA
Uma das maiores preocupações de quem escreve é a de como amarrar as frases, fazendo com que a seguinte dê
continuidade à anterior.
Isso só será possível se denominarmos os princípios básicos de COESÃO textual. Precisamos ver se cada frase
mantém um vínculo com as anteriores e se ao iniciarmos uma frase, utilizamos um conectivo ideal para o tipo de raciocínio
que esta frase apresentará ao todo, dando COERÊNCIA ao texto.
Na verdade, esta é uma tarefa difícil e não se chega mesmo a fazer uma boa relação sem o uso adequado dos
termos de transição.
DEFINIÇÃO
Em linhas gerais, a coesão textual é a ligação entre os elementos de um texto. No interior de uma frase, entre as frases e
entre os vários parágrafos, pois alguns termos fazem-se necessários para que o leitor possa receber o texto como uma
informação contínua.
Portanto, pode-se dizer que um texto é coeso quando os conectivos são empregados com correção e resulte uma idéia
linear.
2 Atualizada 15/01/2009 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores
Delegado
INTRODUÇÃO
Só se pensa através de imagens - Camus
1ª Frase 2ª Frase
CRIE SEUS PRÓPRIOS CONECTIVOS
Inicie a introdução usando um dos elementos Inicie a segunda frase da introdução usando
de coesão que seguem: um dos elementos de coesão a seguir:
DESENVOLVIMENTO
Inicie os parágrafos de desenvolvimento usando os elementos de coesão que seguem:
Não podemos esquecer que...
É preciso frisar que...
É necessário frisar, por outro lado, que...
Ainda podemos analisar que...
Ainda convém lembrar que...
Pelo simples fato...
Ademais...
Ao examinarmos algumas causas...
Podemos mencionar, por exemplo, que...
Outro fator indispensável...
Por outro lado...
Além disso...
Finalmente...
Lembre-se de que deve haver coerência entre os parágrafos, assim como deve se evitar o lugar comum. Tais
conectivos já são muito USADOS, GASTOS.
LEMBRE-SE, mais uma vez, que tais elementos devem ser, APENAS, instrumentos, não um fim em si mesmos.
CRIE SEUS PRÓPRIOS CONECTIVOS
CONCLUSÃO
Atualizada 15/01/2009 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 3
Delegado
4 Atualizada 15/01/2009 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores
Delegado
O verbete “miserável”, por exemplo, ficou assim: “[Do lat. miserabile] subpessoa; detrito humano; ser antinatural, que
prolifera como rato e sonha viver como gente”.
Consagrado pelo uso, o vocábulo “humanissínio” foi finalmente dicionarizado: “[De humanitário + assassínio] ato de tirar a
vida de pessoas pobres; assassinato legal; antecipação da morte de indigentes por meio de execução socialmente
consentida”.
As notícias sobre a atualização do Aurélio evocam episódios ocorridos há 50 anos. Em agosto de 2004, rememoram agora
os jornais, surgiu em São Paulo uma técnica inusual de combate à exclusão social: o extermínio de indigentes a pauladas.
Ficou conhecida no exterior como “the Brazilian revolutionary method”.
Alguns historiadores fazem menção ao remoto massacre do Carandiru e às longínquas
chacinas de Corumbiara, Vigário Geral e Candelária. Mas a maioria dos livros identifica no método do sarrafo a gênese dos
modernos procedimentos de supressão da indigência.
A repulsa dos bem-nascidos em relação aos mendigos foi ganhando contornos desabridos. Hoje, o monumento aos
matadores desconhecidos de pobres é visitado semanalmente por legiões de admiradores. Vêm de todas as partes, para
reverenciar os agressores de 16 moradores de rua do centro da capital paulista.
São festejados como heróis visionários. Numa era remota, marcada pelo acaso do humanismo, vislumbraram uma forma
letal de abrandamento da poluição urbana. Seus bustos encontram-se assentados na praça da Sé. Erigiu-os a Prefeitura de
São Paulo, em convênio com o governo do Estado. Deu-se na seqüência de memorável sessão realizada no Congresso
Nacional.
Em votação simbólica, precedida de amplo acordo suprapartidário, deputados e senadores injetaram no Código
Penal o conceito da eliminação sem culpa. Descriminalizado, o morticínio da bugrada passou a ser aferido pelo IBGE. (...)
(...) Alguns textos recuam a tempos imemoriais. Recordam os tempos em que os mendigos brasileiros, por escassos, ainda
podiam ser recebidos, com compungida fidalguia, na soleira das casas de classe média.
Tocavam a campainha entre uma e outra refeição. Olhos grudados no chão, rogavam
pelas sobras do almoço e do jantar. Com sorte, levavam, além do prato de comida, peças de roupa usada.
Com o passar dos anos, a malta cometeu a imprudência da proliferação desmedida. Não contente em existir, passou a
existir em grandes quantidades. Tornou-se o desnecessário levado longe demais, o etc. do processo de globalização, a
ameaça ao final feliz.
As pauladas de São Paulo levaram a uma inflexão no ideal retórico da distribuição do bem-estar. Rendido à
ineficácia de suas políticas sociais, o Estado passou a patrocinar programas de incentivo fiscal à eliminação de mendigos.
Inicialmente restrito a pessoas físicas, o benefício foi estendido depois a empresas comprometidas com cotas anuais de
extermínio de miseráveis.
Uma corajosa encíclica papal legitimou, a partir de 2025, assassinato de pobres. O texto aceita o aniquilamento como gesto
cristão. Uma forma de abreviar a existência vã de milhões de seres inúteis. Indivíduos que só encontram lenitivo para a sua
dor no plano celeste.
As montadoras de automóveis passaram a oferecer à clientela veículos com lataria e pára-choques reforçados.
Moldados em liga metálica especial, possibilitam o atropelamento de pobres sem danos ao patrimônio.
Consumidores mais aquinhoados dão preferência a modelos munidos de armas retráteis, postadas sob os faróis dianteiros e
lanternas traseiras. Carros mais sofisticados têm metralhadoras giratórias embutidas no capô. Um luxo.
A despeito dos ditames da igreja, nem todos os miseráveis encontram a paz na morte. Decidido a evitar a
superlotação do paraíso, Deus empreende rigorosa triagem. Envia levas de excedentes às profundas.
Movido por inédita generosidade, o Diabo faculta aos novos inquilinos a inscrição em dois
programas infernais. Chama-se de “Comunidade Solidária” e “Fome Zero”. Em vez de arder nas temidas labaredas, o
pecador pode optar pelo castigo da espera eterna. Um suplício ao qual já está habituado.
Folha de São Paulo, 29/08/04.
A internet permite a propagação ininterrupta de teorias da conspiração ou verdades alternativas. Isso a classificaria
como um fator estratégico de segurança?
2. Escreva uma dissertação sobre o tema de que trata o trecho acima, na qual você discutirá, argumentando de
forma clara e objetiva, o que nele se afirma.
3. Sua dissertação deverá ter no máximo 30 linhas, considerando-se letra de tamanho regular.
Atualizada 15/01/2009 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 5