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Anápolis-GO
2022
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Anápolis-GO
2022
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BANCA EXAMINADORA
______________________________________
Orientadora – Presidente da Banca
_________________________________________
(Leitor)
__________________________________________
Discente
Nota:________________________
Data: _____/_____/______
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Sumário
1. JUSTIFICATIVA 5
2. FORMULAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA 9
3. OBJETIVOS 11
3.1 GERAL 11
3.2 ESPECÍFICOS 11
4. METODOLOGIA DA PESQUISA 12
5. POLÍTICAS PÚBLICAS 15
6. POLÍTICA NACIONAL DE ALFABETIZAÇÃO 18
CRONOGRAMA DA PESQUISA 24
REFERÊNCIAS 25
6
1. JUSTIFICATIVA
Além dos cortes no orçamento da educação pública nos níveis de ensino básico e
superior, repercutiram discursos de ataques a professores e a estudantes, tais como: as falas do
ex-ministro da Educação Milton Ribeiro (07/2020 a 03/2022), que a "universidade deveria, na
verdade, ser para poucos, nesse sentido de ser útil à sociedade" (9 de ago. de 2021,
transmitido pela TV Brasil); "o Brasil precisa de mão de obra técnica, profissional" (21 de
ago. 2021, disponível no G1); “hoje, ser um professor é ter quase que uma declaração de que
a pessoa não conseguiu fazer outra coisa”(24 de set. de 2020, entrevista ao jornal O Estado de
São Paulo), são alguns exemplos lamentáveis de falas e “ideias” sobre educação e que de
alguma forma refletem nas políticas educacionais.
Com a pandemia do Covid-19 ficam evidentes os seus efeitos e impactos negativos em
âmbitos sociais, econômicos, políticos, culturais e históricos. O grande número de casos e de
mortes no Brasil que abalou e se agravou os sistemas de saúde, a sustentação financeira do
país e da população, a saúde mental e emocional das pessoas em tempos de isolamento e
afastamento social, medo pelos riscos de contaminação e morte, intensificam as problemáticas
e as dificuldades de acesso a bens essenciais como alimentação, medicamentos, transporte,
entre outros.
Impactos que tomaram proporções preocupantes diante de uma posição negacionista e
negligente ao combate à pandemia no Brasil, como foi evidenciado por Pedro Hallal1 e
Jurema Werneck2 em 24 de junho de 2021 na CPI da Covid, onde foram convidados para
explicar sobre a importância de medidas não farmacológicas no enfrentamento da pandemia
pelo governo, que inicialmente não tomou as medidas necessárias e cabíveis para amenizar
esses efeitos e salvar vidas, como: ações de contenção da mobilidade social em massa,
política de testagem, rastreamento de casos, comunicação unificada do governo diante das
medidas e conscientização da população, entre outras medidas.
As implicações negativas durante a pandemia são perceptíveis também na educação.
Com a paralisação das atividades escolares presenciais e a utilização da internet e de recursos
tecnológicos para a realização das aulas a distância geram desafios para escolas, professores,
alunos e família, que consiste desde a adaptação da nova realidade, dificuldades econômicas,
de acesso à internet até o abandono e aumento da evasão escolar.
Conforme o documento político: “Resumo da Política: Educação durante o COVID-19
e além”, divulgado pelas Nações Unidas em 4 de agosto por António Guterres
1
Epidemiologista e pesquisador da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
2
Ativista feminista, médica, comunicóloga, diretora executiva da Anistia Internacional Brasil e representante do
Movimento Alerta. Ambos, convidados pela CPI para explicar a importância de medidas não farmacológicas no
enfrentamento da pandemia.
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(secretário-geral das Nações Unidas), os impactos da covid-19 foram universais para alunos e
professores de todo o mundo desde do ensino infantil ao ensino superior, com fechamentos de
escolas e interrupção da educação em modalidade presencial dados mostram que em abril de
2020 “94% dos alunos em todo o mundo foram afetados pela pandemia, representando 1,58
bilhão de crianças e jovens, do pré ao ensino superior, em 200 países”. E enquanto a
capacidade das escolas de enfrentar essa realidade há uma discrepância extrema de acordo
com o nível de desenvolvimento, em “2020, 86% das crianças no ensino fundamental foram
efetivamente fora da escola em países com baixo desenvolvimento humano – em comparação
com apenas 20% nos países com desenvolvimento humano muito alto”.
Uma pesquisa realizada no site das Nações Unidas3 de 11 de agosto de 2020 divulgada
no Relatório de pesquisa Juventude e covid-19: impactos sobre empregos, educação, rigores e
bem-estar mental, mostra de que desde o começo da pandemia em decorrência do afastamento
escolar, “65% dos jovens afirma ter aprendido menos desde o início da pandemia devido à
transição das escolas para as aulas na internet e por causa do confinamento”. Apesar de todas
as dificuldades para dar continuidade nos estudos, metade destes jovens acreditam que levarão
mais tempo para concluir os estudos e “cerca de 9% deles talvez abandone os estudos
definitivamente”.
Além disso, outro fator que evidenciou os impactos negativos na educação com a
pandemia, foi a desigualdade social e a falta de acesso a tecnologias, o que causou e
aumentou o abismo entre pessoas que tem condições de continuar seu processo de
aprendizagem e outras que sequer tem dentro de casa um dispositivo eletrônico com acesso à
internet, deixando explicito a desigualdade social. Impactos esses que de certo modo
influenciaram e mudou drasticamente a realidade de muitas famílias, o desenvolvimento
escolar e na aprendizagem de muitos alunos e a realização das atividades pedagógicas de
muitos professores.
A proposta desta pesquisa é investigar as ações e os efeitos da Política Nacional de
Alfabetização (PNA) e os programas de alfabetização no contexto da pandemia e quais foram
os processos e ações concretizadas/efetivadas no município de Anápolis-GO, com ênfase em
na formação e valorização do professor alfabetizador.
O interesse pelo tema se deu pela busca em compreender as políticas públicas
educacionais realizadas no período da pandemia Covid-194 e questionar suas implicações na
3
Site das Nações Unidas: https://news.un.org/pt/story/2020/08/1722902.
4
Uma infecção respiratória aguda causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, potencialmente grave, de elevada
transmissibilidade e de distribuição global, foi caracterizada como pandemia em março de 2020 pela
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fase de alfabetização, para isso é necessário analisar e refletir as medidas da Política Nacional
de Alfabetização instituída pelo Decreto nº 9.765, de 11 de abril de 2019 e para ser executada
no ano de 2020.
A pesquisa tem relevância no âmbito social e educacional, uma vez que discute um
assunto muito importante, políticas públicas de alfabetização. Tema de bastante pertinência
nas escolas e em políticas públicas educacionais. Dessa maneira se faz necessário uma
atenção especial das instituições educacionais, dos professores e dos secretários de Educação,
em ampliar e enriquecer o conhecimento sobre processo de alfabetização, pois é preciso e
necessário garantir que se alfabetize todos e bem.
Com a pandemia Covid-19 ressaltou-se a importância de realizar um processo de
alfabetização de qualidade, em face de um distanciamento social, onde houve a suspensão das
atividades escolares, que foram substituídas pelas aulas na modalidade Ensino a Distância
(EaD)5 e remoto em que se perde na questão da interação direta e presencial entre professores
e alunos. A dinâmica e a rotina da sala de aula, entre outros elementos importantes para o
processo de ensino/aprendizagem foram impactados.
E como obter um processo de ensino/aprendizagem de alfabetização significativo para
os alunos, com bom desempenho em leitura, escrita e produção de textos, diante de um
contexto de pobreza? Onde alunos de classe econômica menos favorecida não têm acesso à
internet? Com professores sem estrutura para as aulas on-line?
Diante de todos os desafios e dificuldades enfrentados na educação e especialmente na
fase de alfabetização, proponho investigar e analisar as ações do governo na educação neste
período, sobretudo, as que se refere a implantação da PNA, ações e programas de
alfabetização que se destinam a formação e valorização de professores alfabetizadores.
Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, o estado de emergência foi decretado pelo governo federal em
fevereiro de 2020.
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É uma modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica, nos processos de ensino e
aprendizagem, ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, envolvendo
estudantes e profissionais da educação (professores, tutores e gestores), que desenvolvem atividades educativas
em lugares e/ou tempos diversos. Os meios utilizados podem ser: material impresso, digital, televisivo,
radiofônico, áudio, vídeo, de forma on-line ou off-line (GUIA SOBRE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA, 2020, p.
5).
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3. OBJETIVOS
3.1 GERAL
3.2 ESPECÍFICOS
4. METODOLOGIA DA PESQUISA
Este estudo apoia-se em uma pesquisa qualitativa, de caráter documental que lançará
mão da análise de documentos como fonte de dados e que auxiliará na busca de respostas à
problemática desta investigação.
Compreende-se como sendo documentos “quaisquer materiais escritos que possam ser
usados como fontes de informação sobre o comportamento humano” (Phillips, 1974 apud
LÜDKE, ANDRÉ, 1986, p. 45). Incluindo desde leis, projetos de leis e normas, cartas,
jornais, revistas, diários, discursos, depoimentos, ofícios, vídeos, fotografias, etc. De acordo
com Caulley (1981), citado por Lüdke e André (1986), realizar uma pesquisa documental é
identificar e/ou buscar as informações nos documentos, com base em questões de interesse.
Utiliza-se também da pesquisa bibliográfica com identificação de fontes já
elaboradas, como livros, artigos de periódicos, entre outros trabalhos acadêmicos e produções
sobre as Políticas Públicas de Alfabetização e a Política Nacional de Alfabetização, que
sustenta teoricamente a pesquisa. Nesse sentido, reforça-se:
Para Gil (2002), a pesquisa documental tem várias vantagens, como por exemplo os
documentos consistem em fontes de dados abundantes e estáveis, como são documentos que
se mantêm ao longo do tempo, se tornam fontes de dados importantes em qualquer pesquisa,
outra vantagem é seu baixo custo de pesquisa, que em muitos casos exige apenas a
disponibilidade de tempo por parte do pesquisador.
Uma pesquisa de análise documental tem relação intrínseca com a abordagem
qualitativa, uma vez que se trata de um objetivo social, do campo das Ciências Sociais, onde
se trabalha um conjunto de fenômenos e produções humanas que não podem relacionar com a
pesquisa quantitativa, pois são feitas interpretações e análises, o que não pode ser traduzido
em números. Segundo Trivinõs (1987), a pesquisa qualitativa desenvolve a elaboração dos
significados e interpretações dos fenômenos sociais, que se aproxima mais deste trabalho,
identificar os dados e interpretá-los, a fim de buscar respostas para a problemática. Um
14
E a presença e a utilização desse e outros mecanismos de discursos nos textos oficiais são
para expressar e/ou ocultar suas ideias, significados e/ou intenções.
O procedimento de coleta de dados por meio da entrevista é bastante utilizado em
pesquisas sociais. E neste trabalho será utilizada como um procedimento metodológico,
importante para aprofundar as análises e as interpretações, ligadas à execução da PNA em
esfera municipal. Assim, essa entrevista será realizada na Secretaria Municipal de Educação,
com a secretária de educação do Município de Anápolis-GO ou alguém designado por ela,
mas que seja responsável por fazer a gestão das políticas municipais da área. Dessa forma,
investigar a efetivação das implementações dos programas e das ações que foram
direcionadas à formação e valorização do professor alfabetizador no período da pandemia da
Covid-19.
Sendo o objetivo desta pesquisa, compreender como se deu a implementação da
Política Nacional de Alfabetização (PNA) no período da pandemia Covid-19, será necessário
analisar os documentos em que a política é explicitada, portanto é importante compreender as
conteúdo teórico-metodológicos desses documentos, bem como interpretar os dados levando
em conta o contexto em que foram pensadas, produzidas e implementadas. Onde essas
políticas viram ações com objetivos e intenções.
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5. POLÍTICAS PÚBLICAS
No entanto, as ações e seus objetivos são de certa forma intencionais, possuem uma
orientação valorativa e exprimem as visões de mundo e as preferências daqueles que
controlam e estão no poder, exercem influências e também são influenciadas por um “jogo de
forças” e relações de poder, ou seja, as necessidades de quem, naquele momento histórico,
tem mais voz, força e poder, que terão suas demandas atendidas pelas ações do Estado.
Em relação às políticas sociais, elas referem-se às intervenções do Estado para
estabelecer um padrão de proteção social. Segundo Höfling (2001, p. 31), as políticas sociais
“determinam o padrão de proteção social implementado pelo Estado, voltadas, em princípio,
para a redistribuição dos benefícios sociais visando a diminuição das desigualdades
estruturais produzidas pelo desenvolvimento socioeconômico”.
Dessa maneira, podemos entender a educação com uma política social, “uma política
pública de corte social, de responsabilidade do Estado.” (HÖFLING, 2001, p. 31). Se
configuram na atuação do Estado, objetivando a manutenção das relações sociais e são
fundamentais para assegurar o mínimo de bem-estar para a população.
A estratégia do Estado capitalista moderno é de qualificar permanentemente sua
mão-de-obra para o mercado, implantar política e programas sociais, a fim de controlar uma
parcela da população e assim, conseguir mediar os conflitos entre as intenções capitalistas de
acúmulo de capital e expropriação da força de trabalho.
18
Refletindo sobre as políticas educacionais, o ideal é que haja mais rigor nas ações
direcionadas para “maior eficiência e eficácia do processo de aprendizagem, da gestão
escolar e da aplicação de recursos que são insuficientes para caracterizar uma alteração da
função política deste setor” (HÖFLING, 2001, p. 39). Enquanto tivermos a efetiva
participação dos envolvidos, da população nos setores de decisão, de planejamento e de
execução da política educacional; e deixarmos de buscar resultados quantitativos quanto à
programas da política educacional, para almejarmos alcançar indicadores qualitativos em
relação a política da educação.
6
Milton Friedman foi um dos mais importantes e influentes economistas do século XX. Foi fundador da Escola
Monetarista de Chicago. Foi um dos principais defensores do liberalismo econômico e um dos idealizadores do
neoliberalismo. Por ter desenvolvido de maneira mais explícita formulações sobre políticas sociais (e educação)
em uma abordagem neoliberal.
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São perguntas que provocam certo inquietamento diante de uma política pública de
alfabetização, que nos permite interrogar qual é a perspectiva de educação brasileira e que
ações de ensino essa política pretende orientar e implementar.
No que se refere à formação e valorização do professor alfabetizador no texto do
Decreto, pouco se fala sobre tal questão. Nas Diretrizes estabelecidas pelo Decreto 9.
765/2019, no Capítulo III, no item VIII, assim afirma: a “valorização do professor da
educação infantil e do professor alfabetizador”, no Capítulo II, referente aos Princípios e
Objetivos da Política, são apresentados dez princípios, dentre eles, o “reconhecimento da
família como um dos agentes do processo de alfabetização”, que não inclui os professores
como um dos principais e fundamentais agentes desse processo.
Nos objetivos da Política, dentre os cinco apresentados, não consta em nenhum
objetivo relacionado ao trabalho do professor, a sua formação ou as condições em que o
trabalho do professor se realiza. Como podemos constatar:
9
Grifo dessa autora.
10
Grifo dessa autora.
11
Grifo dessa autora.
23
12
alfabetizacao.mec.gov.br.
13
Grifo do autor.
14
Texto disponível no site do MEC: http://portal.mec.gov.br/component/tags/tag/51841.
24
eles determinaram. O segundo fica vago, no próprio site aparece a informação de que isto
será lançado em breve.
Tais ações ou não ações revelam uma visão deturpada sobre formação docente e
tratam em segundo plano ou até mesmo abandonam a questão da valorização docente. Tendo
em vista que se espera que o professor seja formado para desenvolver um trabalho
pedagógico fundamentado em valores democráticos e éticos comprometidos com a formação
humana, portanto, esse professor precisa ter autonomia didático pedagógica para decidir
sobre os processos pedagógicos. E não, uma formação que dá ênfase nos domínios das
competências e habilidades, que segue currículos, como declara Curado Silva (2020, p. 108)
“o professor torna-se um instrumento de transmissão do conteúdo e o aluno tem sua formação
voltada para o mundo do trabalho, centrada pelas aprendizagens essenciais”.
Dessa forma, é necessário pensar em uma formação inicial e continuada como ação
essencial para a profissionalização, e um ponto importante é a relação teoria e prática:
Para tanto, há que se refletir sobre duas dimensões que se apresentam como
inseparáveis na prática docente: a formação do professor inicial e
continuada e as condições concretas nas quais ele atua. Concebendo-se a
formação como um dos componentes do desenvolvimento profissional,
entender-se-á um conjunto de questões, que historicamente tem permeado a
profissão docente: salário, jornada de trabalho, estatuto, carreira, condições
de trabalho (CURADO SILVA, 2020, p. 115)
CRONOGRAMA DA PESQUISA
REFERÊNCIAS
GIL, Antonio C. Como Elaborar Projetos de Pesquisa, 6. ed. São Paulo: Grupo GEN,
2017. 9788597012934. Disponível em:
https://app.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597012934/. Capturado em: 27 jun. 2022 .
Gil, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
HÖFLING, Eloisa de. Estado e políticas (públicas) sociais. Cadernos Cedes, v. 21, p. 30-41,
2001. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/ccedes/a/pqNtQNWnT6B98Lgjpc5YsHq/?format=pdf&lang=pt.
Capturado em: 28 jun. 2022.