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A propagação vertiginosa da pandemia de Covid-19 tem imposto ao mundo a tomada de

medidas importantes por parte dos governos de todos os países. A principal atenção está nos
desafios impostos aos sistemas de saúde, é claro, mas os sistemas de educação também são
diretamente afetados: em pouco mais de três semanas, cerca de 1,5 bilhão de estudantes em
pelo menos 174 países ficaram fora da escola em todo o mundo.

O Brasil passou por um aumento expressivo nos níveis de pobreza e insegurança alimentar,
especialmente com o início da pandemia de Covid-19. Segundo dados da PNAD (Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), divulgados pela Folha de S. Paulo, 47,3 milhões
de brasileiros terminaram o ano de 2021 na pobreza, o equivalente a 22,3% da população
total.

Entre as medidas de contenção da pandemia de covid-19 adotadas no Brasil, as escolas


estiveram entre os primeiros estabelecimentos do país a fechar suas portas, em março de
2020, e entre os últimos a reabrir.

Ao reabrir, vários protocolos começaram a ser adotados. Reforçando os protocolos de higiene


e saúde dos alunos e profissionais, localidades que já iniciaram o processo de retorno têm
optado por retomar as aulas presenciais gradualmente, de forma coordenada com as
orientações das autoridades de saúde. Alguns optaram por iniciar pelos alunos mais velhos,
como no caso da China, em que a prioridade no retorno é para os alunos que cursam o final do
Ensino Fundamental ou o Ensino Médio, que se preparam para as provas de ingresso nas
universidades. Já outros países, como a Dinamarca, têm apresentado estratégias diferentes:
escolas de Ensino Médio e universidades permanecem fechadas, alunos que vivem com
pessoas do grupo de risco podem continuar utilizando o ensino remoto e os alunos mais novos
(até 12 anos) estão voltando às aulas presenciais.

Fora isso, a falta de condições mínimas e dignas de sobrevivência representa uma primeira
camada urgente e essencial que impacta diretamente outros direitos, além da educação, e
perpetua o ciclo de desigualdades, uma vez que os domicílios mais atingidos pela pobreza e a
insegurança alimentar são aqueles em que os responsáveis têm poucos anos de estudo. Ou
seja, esse é um cenário que se reproduz de forma cíclica. É nesse contexto que a garantia do
direito à educação e, mais do que isso, as políticas públicas que tenham como foco a
diminuição das desigualdades que interferem no sucesso escolar, ganham ainda mais
relevância.

Pode-se citar como política pública amplamente reconhecida e já com anos de implementação
o Programa Apoia que promove o regresso de crianças e adolescentes dos 4 aos 17 anos à
escola, para que concluam a educação básica, além de atuar preventivamente para garantir a
permanência dos alunos na escola. Ela acontece com a participação de vários atores,
principalmente a própria escola, que faz um acompanhamento dia a dia da presença do aluno,
o Conselho Tutelar e o Ministério Público.

Já mostrando um exemplo mais regional, na região do Espírito Santo, na cidade de Viana


especificamente, na grande Vitória, as escolas públicas municipais receberam 30 Mesas
Interativas Digitais, que serão utilizadas por alunos e professores das 19 Unidades de Ensino. O
recurso tecnológico representa um investimento que pretende minimizar os prejuízos na
aprendizagem dos alunos em decorrência dos desdobramentos do cenário de pandemia da
COVID-19.
Os equipamentos possuem jogos interativos de todas as disciplinas e auxiliam às crianças com
dificuldades de aprendizagem, transtornos de linguagem, atenção, dislexia, entre outros, além
de tornar o processo de ensino aprendizagem mais lúdica e atrativa.

Aqui na região da grande Vitória, Espírito Santo, como em outras regiões do Brasil, diante da
não proteção do Estado, a fome e a insegurança alimentar são consequências que levam ao
abandono e à evasão escolar. A falta de recursos nesses lares obriga a procurar por fontes de
renda, muitas vezes precarizadas, pelos estudantes.

Por isso um programa com priorização na retenção dos alunos nas escolas, como oferecimento
de bolsas para os alunos, com a efetivação do PNE no sentido de integralizar o ensino na
escola, acompanhado com uma gestão focada no acolhimento e aprendizagem do aluno é
primordial nessa região para se combater a evasão escolar e por seguinte as desigualdades que
assola a maioria de nossas crianças.

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