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medidas importantes por parte dos governos de todos os países. A principal atenção está nos
desafios impostos aos sistemas de saúde, é claro, mas os sistemas de educação também são
diretamente afetados: em pouco mais de três semanas, cerca de 1,5 bilhão de estudantes em
pelo menos 174 países ficaram fora da escola em todo o mundo.
O Brasil passou por um aumento expressivo nos níveis de pobreza e insegurança alimentar,
especialmente com o início da pandemia de Covid-19. Segundo dados da PNAD (Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), divulgados pela Folha de S. Paulo, 47,3 milhões
de brasileiros terminaram o ano de 2021 na pobreza, o equivalente a 22,3% da população
total.
Fora isso, a falta de condições mínimas e dignas de sobrevivência representa uma primeira
camada urgente e essencial que impacta diretamente outros direitos, além da educação, e
perpetua o ciclo de desigualdades, uma vez que os domicílios mais atingidos pela pobreza e a
insegurança alimentar são aqueles em que os responsáveis têm poucos anos de estudo. Ou
seja, esse é um cenário que se reproduz de forma cíclica. É nesse contexto que a garantia do
direito à educação e, mais do que isso, as políticas públicas que tenham como foco a
diminuição das desigualdades que interferem no sucesso escolar, ganham ainda mais
relevância.
Pode-se citar como política pública amplamente reconhecida e já com anos de implementação
o Programa Apoia que promove o regresso de crianças e adolescentes dos 4 aos 17 anos à
escola, para que concluam a educação básica, além de atuar preventivamente para garantir a
permanência dos alunos na escola. Ela acontece com a participação de vários atores,
principalmente a própria escola, que faz um acompanhamento dia a dia da presença do aluno,
o Conselho Tutelar e o Ministério Público.
Aqui na região da grande Vitória, Espírito Santo, como em outras regiões do Brasil, diante da
não proteção do Estado, a fome e a insegurança alimentar são consequências que levam ao
abandono e à evasão escolar. A falta de recursos nesses lares obriga a procurar por fontes de
renda, muitas vezes precarizadas, pelos estudantes.
Por isso um programa com priorização na retenção dos alunos nas escolas, como oferecimento
de bolsas para os alunos, com a efetivação do PNE no sentido de integralizar o ensino na
escola, acompanhado com uma gestão focada no acolhimento e aprendizagem do aluno é
primordial nessa região para se combater a evasão escolar e por seguinte as desigualdades que
assola a maioria de nossas crianças.