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Nesses meses de pandemia, diversos institutos públicos e privados adotaram o ensino remoto,
professores e alunos tiveram que se adaptar à nova forma de ensino, e de certa forma, foi o
único meio para todos ficarem em segurança em seus domicílios e prosseguirem em seus
estudos. Porém vivemos em um mundo de desigualdades sociais, e não seria diferente ter a
desigualdade digital presente em nossa sociedade. A pandemia causou um reconhecimento
alarmante na desigualdade digital em nosso país, um exemplo são as diversas instituições de
ensino de qualidade com alunos de família com uma vida financeira estável e de fácil
acessibilidade aos meios eletrônicos, e do outro lado, alunos de instituições públicas que não
têm condições financeiras de possuir dispositivos de rede ou acesso a internet.
Segundo IBGE, 4,3 milhões de estudantes brasileiros entraram na pandemia sem acesso à
internet e 172 mil alunos abandonaram ou deixaram a escola por causa de inacessibilidade ao
conteúdo, ao dispositivo, a internet, alguma necessidade especial, havendo assim, uma falha na
estratégia de ensino remoto, pois o que deveria ser mais acessível para todos, acabou sendo
para muitos estudantes, muito mais complicado.
Com poucas ofertas de forma de acesso, como aparelhos e a conexão de internet para os
estudantes de baixa renda, muitos ainda se encontram prejudicados, alguns procuram utilizar a
internet de conhecidos, algumas escolas ajudam com a impressão de atividades de 15 em 15
dias, outros pedem um aparelho de algum parente, e claro muitos ainda não têm a quem
recorrer. Sabemos que a pandemia está causando muitas crises, mas houve uma carência da
resposta educacional do Brasil, a gestão política deveria investir no acesso à tecnologia e
internet, pois a conectividade ainda é um problema. Me despeço com o comentário de Gilnei
J. O. da Silva, integrante do Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH): “Cabe aos
gestores públicos, junto da sociedade, construir medidas adequadas para enfrentar as
desigualdades digitais”.