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LUZ DO CEU
Curso de ReUgião p(Jjra o Ginásio
2. 9 tômo
o CREDO
oitava edição
IMPRIMATUR
t Pat~lo, J;lispo Auxiliar
S. Paulo, 25 maio de 1954
. ,I.
E ;ós, 1nilhares de jovens, que êste
vosso Pai desejar'ia abraçar a todos
e a cada um em particular; vós,
esperança segura ,da Igreja eda
Pátr'la, almas candidas que fiinaa
irradiais, cristalina, e pttra, a lUfJ
suave da inocência, buscaian-·
slosos a Doutrina Oristã, con-
servai carinhosa-
mente o'
DEUS CRIADOR
LIÇÃO 14.- - Deus se fêz homem .........• '.' ..... '.' ..••.• .•...... .. . 73
- LEITURA: Natal .....•................. o. o. o • • • • •' .
I -5-
I
'. I ~ :
PÁG.
LIÇÃO 18.;' - O sepulcro glorioso ...............................••. 99
- LEITURA: A Solenidade da Páscoa ................ 105
,LIÇÃO 19.- - O Espírito Santo ...•......•.......•....•....•..••.•. 107
- LEITURA: Pentecostes ...........•................. 113
LIÇÃO 20.- - Jesus Cristo vive na Igreja......................... .114
OS NOVíSSIMOS
DEUS EXISTE
EXISTÊNCIA" UNIDADE :E TRINDADE DE DEUS,
-7-
Port~nto: ao vermos que existem tantas coisas no mu~. '
do que não foram feitas pelo homem, pensamos em Alguém' "-
que as fêz existir, po~que elas não se poderiam fazer por si
mesmas.
Se alguém nos vem dizer que o mundo existe, mas não
. existe quem o tenha construído, estamos diante de um dis-
parate, de uma falta de bom-senso. '
Tinha razão Daví quando escrevia: "O estulto diz e re~
, pete asi mesmo: Deus ... não .existe! (Salmo 13, 1).
Infeliz! É como um cego: 'llão vê as pegadas de Deus
no mundo.,
-8,-
, I,'C\
-9-
Existem; ninguém, todavia, pode dizer. que o homem não
t~Il1necessidade dos olhos.
Como é uma exceção e um mal ser cego, assim é uma
exceção e um mal ser ateu. Os ateus são os piores cegos!
Para responder
Como se percebe que Deus; invisível, existe? - Por que existe
o relógio? - E o mundo? - A quem se deve a ordem de uma mesa
---, 10 -
ou de uma casa? E a ordem do mundo? - Encontra-se um povo
que não crê em Deus? Por que não? - A consciência é a voz
de quem?
Para recordar
-' 11-
Lição II
DEUS É 10 SÊR
PERFEITíSSIMO
uo;; sábio da antiguidade, Simônides, foi chamado à côrte de Hierão;. que
pediu lhe explicasse quem ·é Deus. Simônides pediu 24 horas para refletir.
No .dia seguinte pediu que lhe fôssem concedidos dois dias, depois quatro e
assim por diante. Percebendo a surprêsa do rei explicou: "Q)lanto mais refli~
to, mais difícil me parece a questão".
Quem é Deus?
-12 -
Antes de maIS nada: as criaturas têm um princípio:
antes, elas não existiam. Deus, ao invés, não teve princípjo
e não terá fim: sempre existiu e sempre existirá: é Eterno.
-13 ~
Resposta ladina e sábia. O menino que seria mais tarde
o. poeta francês Chateáubriand, sabia que Deus é Imenso.
Sendo imenso, Deus nos vê e ouve em tôda a parte: não há
lugar onde tle não esteja presente!
-14,-
Para recordar
~ 15
LEITURA
o CULTO DIVINO
~ 16
,.e'
- 17 -,-
Lição III
OS MISTÉRIOS PRINCIPAIS
Deus nos falou.
-18 -
Pode então surgir uma dúvida: mas se não pqsso com-
preender os mistérios, como posso convencer-me de que são
verdadeiros? Não há perigo de .estarem errados?
A observação é justa.
19 -
fala é porque nos ama! Por isso estamos seguros de que os
mistérios revelados. por 1He são verdadeiros,· e cremos nêles,
baseados em sua palaha:.
Vara responder
Por que Deus nos falou? - Deus sabe somente as coisas que ;i
nós podemos compreendei' ou outras também? - Por que a Trindade :,
e a Incarnação são os· dois mistérios principais?
-20 ~
l/ '
Para recordar
para revelar-nos
seus segredos
(mistér'iOs)
~_.s i por meio dos
Profetas
por meio do seu
Filho
-21-
Lição IV
o SINAL DO CRISTÃO
Estilo século XX: simpÍes e rápido
: . .
Estamos em pleno . século XX: todos gostam de coisas
rápidas ou, como tantas vêzes se diz: dinâmicas.
Os cristãos mostraram que nisso estão na vanguarda:
desde muitos séculos adotaram um modo simples e rápido"
para resumir e manifestar tôda a sua fé: o sinal da Cruz.
Com gesto sóbrio e cheio de dignidade, levando a mão
direita da fronte ao peito, do ombro esquerdo ao direito, o
Cristão traça a Cruz sôbre a qual Jesus Cristo, Filho de
Deus, morreu pela nossa salvação. Não sei se você percebeu
. uma cousa: fazendo assim, o cristão toca as partes mais nobres
de seu corpo: cérebro; coração, ombro.
Isto é belo e expressivo: no alto de 'nossos pensamentos, /
~ 22-
Muitas vílzes paro diante de uma das nossas mais belas igrejas para
satisfazer uma curiosidade: vei-ifico com alegria que muitas pessoas aI} passar
diante dela fazem o sinal da Cruz. Por êsse sinal eu os reconheço: são C1·istãos.
Témos ainda o "Pelo-Sinal", que ~vem a ser o conjunto de tríls cruzes
feitas, uma na testa, outra nos lábios, e a terceira no peito, acompanhadas,
das seguintes palavras: "Pelo sinal t· da Santa Cruz, livrai-nos Deus, t Nosso
Senhor, dos nossos 't inimigos. .
Dessa forma, . pedimos a Deus que santifique os nossos pensamentos, as
nossas, palavras e os nossos sentimentos e afetos.
- 23
o oficial realmente óstentava uma medalha ao mérito.
- Ê meu orgulho, é o sinal do meu amor à pátria.
-Pois bem, saiba que o sinal da Cruz é minha glória, o sinal das minhas
convicções: eu sou cristã.
Para r~sponder
-.24-.
Para recordar
que é ~ expressão dos dois rnistérios principais da Fé
- antes e depois de qualquer ato
de religião
quando se deve \
fazer -antes e depois das refei!;ões e
Sinal do repouso
da Cruz
- nos perigos da alma e do corpo
- fazê-lo mal.
. \
perigos
j - deixar de o fazer por respeito
humano
-.25 -
Lição V
Á mesma razão consegue mostrar que admitir muitos Deuses é uma con-
tradição. Com efeito. Deus para ser Deus precisa ser infinito, isto é, "sem
limite nenhum em suas perfeições".· E isso é muito natural, pois se flle não
fôsse ilin:iitado em suas perfeições, seria limitado. E um sllr de perfeições li-
mitadas não poderia ser Deus.
Mas, então, se :mIe, Deus, possui tôdas as perfeições, e em grau infinito,1
exclui-se a possibilidade de existir outro sêr, que possua também tôdas as
perfeições, e em grau infinito. Portanto, não há possibilidade de existir dois
ou mais deuses. Concluindo: existe um só Deus, e não pode haver mais do ,
que um.
Eis porque com a razão (isto é: raoiooinando) chegamos a provar que
há um s6 Delt8.
- 27-
No Credo dizemos: "Eu creio em Deus.Pai Onipoten-
te". Se a nossa razão nos leva a crer na existência de um
Deus, a fé nos diz que êle é Pai. Deus é Pai, e Jesus é o seu
Filho diletíssimo.
Natureza e Pessoa.
- 28-
)
Vontade.
Um fulano de tal muito cheio de si, achou que podia zombar do mistério
da SS. Trj,ndade, e saiu-se com esta: "Um mais um, mais um é igual a três.
É preciso ser idiota para dizer que três é igual a um". lVIas uma grande mate-
mático assim respondeu a essa tolice:' Quando o 1+1+1 se refere às três
Pessoas infinitas, o problema se expõe assim: infinito + infinito + infinito=
= infinito, porque o infinito não tem phwal!
Para responder
Por que Deus é um SÓ? (prova de razão) - Quem nos ensinou
que Deus é Pai? - Quantas 'pessoas há em Deus? - Como se
chama êsse mistério? ~ Lembra ,algum sêr que em certo sentido
é ttnO e trino?
-29 -
Para recordar
- 30 ~
.Lição VI
-31-
Os nomes das Três Pessoas.
O grande mistério.
- 32-
\ '
- 33-
e acostumados a procurar tôdas as explicações ... Galileu, .
Volta, Marconi ... creram na palavra de Deus, esperando
pelo dia em que, desfeito todo o véu, Deus se faz ver face/a
face, t~l qual tle é: Uno e Tr~no. .
Nós também esperamos êsse dia; nêsse dia, nós veremos!
Para responder
Quando se deu a maior manifestação da SS. Trindade? - Por
que as três Pessoas divinas têm três nomes diversos? - Quando
veremos a Deus como verdadeiramente 1i:le é?
Para recordar
- 34-
Lição VII
~35 -
\.
I
.i i Iguais na eternidade:
Uma última observação: poderá alguém estranhar que
o Pai, o Filho e o Espírito Santo sejam igualmente eternos,
isto é, que tenham :sempre existido, sem que um existisse
antes que o outro. O pai não existiu antes que o Filho e o
Espírito Santo? :. .
A resposta se encorittanuma comparação de um escrÍtor
dos primeiros séculos' da Igreja, Tertuliano, natural da Afri" .
ca: "No sol podem-se distinguir três coisas: o sol, a luz, o
calor; O Sol gera a luz; o calor, por sua vez, deriva do sol
e da luz ao mesmo 'témpo. Pai bem: b sol é o Pai; a luz
emitida pelo sol é. o Filho; o calor, que deriva do sol e da
luz, é o Espírito San~o". ' Existindo um, existirão os outros
dois. Pai, Filho e Espírito Santo são igualmente eternos!
É preciso, porém, tirar da mente a idéia errada, que nos
poderia ter ocorrido vendo as representações da SS. Trin-
dade. Essas representações, feitas sob. um ponto de vista hu-
mano, apresentam:'nos o 'Pái mais velho ou mais poderoso
que o Filho e que o Espírito Santo. Nada de mais falso.
As Três Divinas Pessoas existem desde sempre, perfei-
tamente iguais e efernas, sendo um só Deus. Nós dizemos
Primeira, Segunda e Terceira Pessoa; mas isto é apenas um
auxílio para o nosSo modo de falar.
Para responder
Por que as três Pessoas da SS. Trindade são um só Deus?- .
Qual das três Pessoas da SS. Trindade é maior? - Lembra a com-
paração de Tertuliano? Que quer dizer? - As figuras e pinturas
que representam a: SS. Trindade são exatas?
- 36-
Para responder
I
porque sua natureza é única
iguais nas perfeições . { imensa
Por isso, cada Pessoa eterna
Divina é onipotente
- que são' as operações
na SS;Trindade chamam-se
"operações" o' que Deus fêz
iguais nas operações com relação ao mundo e ao
homem.· Na Incarnação, po-
rém, o fazer-se homem foi
exclusivo .da 2.~ Pessoa.
- as três Divinas Pessoas são
igualmente eternas
- O Pai' nã'o existiu antes do
iguais na eternidade Filho ou do Espírito Santo.
São igualniente eternas por-
que são 'Um só Deus.
37 -
Lição VIII
- 38
~'No princípio Deus criou o Céu· e a Terra. A terra~
porém, estava vazia e árida; e sôbre o abismo havia trevás
e o Espírito de Deus pairava sôbre as águas".
Deus está, portanto, na origem de tôdas as coisas.
Não existindo nada, Deus fêz tudo! itle criou tôdas as
coisas com uma simples palavra. Bastou sua vontade, e, a
uma ordem sua, étS coisas começaram a existir.
As coisas tôdas, saídas do nada, são a manifestação da
~ua Onipotência.
Deus manifesto~ sua onipotência de dois modos:
- do nada fêz existir a terra, o céu, as águas ...
- da matéria sem vida, tirou os sêres vivos: as plantas,
os animais, o homem.
Moisés, inspirado por Deus, narrou as fases da criação
do mundo. Ela realizou-se em 6 dias ou épocas, cuja dura-
ção nós ignoramos.
-:- 39
Maravilhas do firmamento.
"Se as estrêlas - observa o matemático Emerson - aparecessem uma só
noite cada 1.000 anos, como não haveria o homem de crel' em Deus e como'
o adoraria, transmitindo de pai a filho a lembrança das maravilhas divinas,
assim contempladas.
Se voando a 200 Km por hora nos dirigíssemos para o sol, mantendo essa
velocidade, havel'Íamos de alcançá-lo depois de um século! A luz, que per-
corl'e 300 mil Km por segundo, empl'ega pal'a chegar das éstrêlas mais pí'óximas
, até nós, 3 ou 4 anos, e das mais distantes dois mil e setecentos ailOs!
E essas estl'êlas, que pela enorme distância pal'ecem _fixas, movem-se com
uma precisão matemática.
Foi Deus quem tudo regulou!
Assim se explica como o natul'alista Baer, falando dos resultados de seus
estudos sôbre a natul'eza, tenha declarado: "Parecia-me ouvir uma poderosa
pregação,' eu mesmo não sabia por que, mas descobri' a cabeça e senti que:'
devia cantar ~~m hino de louvoI' a Deus!"
Maravilhas do homem.
40 -
- \ , I","~
O grande porquê.
Para responder
- 41
Para recordar
- 42-
Lição IX
AS CRIATURAS MAIS )
PERFEITAS
A escada dos sêres.
o último degrau.
- 43-
alma e corpo, e Deus, puríssimo espírito, situa-se muito bem
o Anjo, Espírito puro, superior ao homem e inferior a Deus.
A Fé nos garante que é mesmo assim: Deus criou tam-
bém os puros espíritos, sêres inteligentes sem corpo.
O Patriarca Jacó teve uma visão portentosa: viu em so-
nho uma escada levantada sôbre a terra, cujo cimo tocava o
Céu. Os Anjos de Deus ,subiam e desciam por ela. (Gên.:
28-12).
- 44-
\ .
- 45-
dou; e na sua fidelidade ao Altíssimo expulsou para o in-
ferno a Lúcifer e aos rebeldes. Os Espíritos fiéis resplande-
ceram desde êsse momento na bem-aventurança e na feli-
,cidade.
Desde êsse primeiro pecado de soberba e orgulho come-
çou o inferno. Nêle ficará, para todo o sempre, Lúcifer com
seus companheiros rebeldes e todos os que êle consegue ar-
rastar à rebelião contra Deus.
- 46-
"Consoante uma tradição firmada nos mais abalisados· vultos da Teologia,
há, entre os anjos, três jerarquias. A primeira jerarquia, que contempla a Deus,
abl'ange os Serafins, os Qttet'ubins, e os Tl·onos. O papel da segunda é cuidar
da governança do mundo. Consta das Dominações, das Virtudes e das Poles-
tades. À terceira cabe executar as ordens de Deus. Ê formada pelos Pl'inci-
pados, os Arcanjos e os Anjos. Aliás, designamos a todos indistintamente
pela palavra "Anjo", porque de fato, estão, todos êIes, ao dispor de Deus".
(Holllanger)
- 47-
\
\ \
Para resppnder
Qual é o último degrau da escada dos sêres? - Quem é o chefe
da milícia celeste? Qual o brado lançado por li:le? - De que apari-
ções se fala nos Livros Sagrados? - Entre a variedade de Anjos
qual é a que mais nos interessa?
Para responder
~ualidad'" 1
inteligência
ciência
suas fôrça e poder espiritual
agilidade e velocidade
felizes na contemplação de Deus
luta contra o demônio
Os Anjos Anjos - Arcanjos - Virtudes
- Potestades - Principados -
seus ofícios
Tronos 7" Dominações - Que-
rubins - Serafins.
nossos guardas
- dirigir-lhes orações
- amá-los e seguir suas inspira-
nossos dev",es ·1 -
ções
não ofender sua presença com
o pecado, nunca.
- 48-
/
Lição X
A IMAGEM DE DEUS
Quanto vale o homem?
.--,.- 49
A alma do homem não se vê: m~s é claro! . " ela é espi-
rituaH E requer-se muito pouco 'esfôrço para descobrir que
ela existe no homem.
o homem é inteligente.
o homem é livre.
'.I
- 50-
Não obstante os instintos ou caprichos que 'nos possam
assaltar, cad.a um de nós é livre de fazer ou não fazer uma
ação, 'e entre duas coisas diversas podemos escolher uma ou
outra livremente.
A liberdade é um dote da alma humana.
A liberdade e o mal.
Faça de conta que você esteja numa festa de casamento. Há grande
aglomeração de' convidados. Todos seriam livres de pôr-se a caminhar com
quatro patas e fazer o papel de jumento. Nenhum, porém, permite·se tal
extravagância. .
Por que?
\
Quem assim fizesse demonstraria ter um grande dom, a liberdade, mas
também daria mostras de não saber usá-la. É o que se deve dizer de quem
preguiçosamente faz mal a tarefa, quando ,poderia fazê-la bem,' ou ba~ca o
mal-educado para com os pais, quandO'. poderia ser educado e respeitoso: êle
. está abusando da liberdade.
/,
A semelhança divina.
- 52-
.\ .
Servir a Deus não quer dizer ser seu escravo, mas obser-
var a sua lei. Jesus disse: Quem me ama, observa a minha
lei. "Servir a Deus é reinar!"
A parte melhor.
Para responder
- 53-
\ . Para recordar
•• 1
. A imagem - é espírito
,de Deus - não morre
- entende
suas qualidades
- ama
seu valor
- preço inestimável
. - salvando-a seremos eter-
namente felizes.
;; .
. \
-54-
\ I
Lição XI
A OBRA-PRIMA VISíVEL
DE DEUS
o prImeIrO homem.
- 55
espírito da· vida: a alma espiritual e imortal. Assim, êsse
corpo de barro toruou-se uma pessoa viva: o ho~em!
Note o seguinte: bastaria uma simples palavra como
para tudo o mais. Mas Deus para o homem - o rei da
criação - fêz as cousas com maior solenidade!
. A primeira mulher~
Os primeiros pais.
- 56-
alguém afirmasse que do capim é que desabrochou a rosa.
Não é possível! Nenhuma planta pode dar flôres que não
sejam da sua espécie, e assim de nenhum animal pode nas-
cer um animal de outra variedade.
O primeiro homem e a primeira mulher foram criados
diretamente por Deus. As outras criaturas humanas que!
existiram ou existem atualmente na terra, quer pertençam a
esta ou àquela raça, quer vivam neste ou naquele continente,
tôdas sem exceção descendem de Adão e' Eva, Por êsse mo-
tivo, Adão e Eva são verdadeiramente os nossos progenito-
res, isto é: os nossos primeiros pais.
Você, porém, dirá: mas como se explica que entre raça
e raça haja tantas e tão grall(~.es diferenças? Isto não nos
deve causar admiração: o clima, a alimentação diversa~ os
diferentes sistemas de vida produziram essa diversidade de
- 57 - ,
raças. Todos os homens, porém, são iguais naquilo que é
essencial: êles são rácionais e livres, porque têm alma!
Dons preternaturais~
- 58-
ClaIs, que se chamam "preternaturais", isto é, além do que
era realmente necessário à natureza humana. Ei-Ios:
1. Com relação ao corpo: não sofrer doenças, não so-
frer dores, não morrer;
2. Com relação à alma: 'receber de Deusa ciência sem
ser preciso estudar(= ciência infusa; dote êsse dado tão só
a Adão e Eva); aprender com facilidade (= inteligência su-
perior); praticar sem esfô~'ço a virtude; e não sofrer más
inclinações. '
Tal era o estado de contínuo vigor e de juventude pere~
ne com que Adão fôra enriquecido; estado de tranqüilidade
moral que o conservava livre da luta e da desordem das
paixões; estado de imortalidade que não destruiria mais a
união natural da alma com o corpo.
Dons sobrenaturais.
Mas isso não é tudo.
,Deus com nossos primeiros pais foi mais generoso ainda.
Aos dons de que falamos,acrescentou dons sobrenaturais: a
Graça Santificante e a predestinação ao Céu.
Os dons preternaturais não são devidos à, natureza do
homem; todavia a enriquecem e completam. Ao passo que
os dons sobr'enaturais transportam a natureza para uma ou-
tra ordem ou reino superior. "Com êsses dons, os nossos
primeiros pais freavam promovidos à ordem sobrenatural.
:É',sse estado de justiça e s.antidade, fruto da graça, os fazia
verdadeiros filhos adotivos de Deus; estado êsse que seria
trànsmitido aos seus descendentes". '
Para responder
Quais as palavras proferidas .por Deus ao criar o hómem? """"-
Que significa: criados il1tediata'lnente por Deus? - Por que certos
dons são naturais? e outros preternaturais? - Qual é o dom mais
precioso concedido ao homem? -Por que a graça é sobrenatural?
- 59-
Para t:ecordar
iSe~~!~~~nças
o Homem
dons
extr a or-
dinários
que o ho-
preter-
naturais
com relação
ao corpo
com relação
I - das dores
- da morte
-- inteligência
ciência
mem pos- à alma - isenç~o das
suia antes 1 paixões
do pecado.
sobre-
- zar
destino sobrenatural (go-
a D,eus)
naturais - poder para atingi-lo (gra-
1 ça san tifican te)
60 -
Lição XII
UMA OBRA-PRIMA
ESTRAGADA
Não pode deixar de maravilhar-nos o estado feliz de
Adão e Eva no paraíso terrestre.: o encanto de uma natu-·
reza pujante, a par de uma consciência tranqüila, a sub-
missão das feras mansas, tudo concorria para uma extraor-
dinária felicidade. O mesmo Deus, quando à tardinha co-
meçava a soprar a brisa, fazia-lhes sentir e gozar sua amo-
rosa presença.
Era uma vida de alegrias sem preocupações.
Hoje, muito ao contrário, que contraste! Males e dores
nos afligem sem trégua. Por que essa mudança?
A ordem de Deus..
- 61 -
muitas batalhas; ou, importante como a assinatura colocada
debaixo de um contrato escrito. Aquela árvore era o sím-
bolo da soberania de Deus. Respeitá-la queria dizer assinar
o contrato: o homem não tocaria os frutos da árvore proibi-
> da, e Deus lhe daria o domínio sôbre tôdas as coisas.
Deus poderia impôr uma condição pesada; mas con-
tentou-se com um pequeno ato de obediência e uma pequena
mortificação.
Adão obedecerá? - Será etermtmente feliz, na tetra pri-
meiramente e depois no céu.
Não obedecerá? - Deus deverá agir com justiça e cas-
tigará o ingrato rebelde. Adão, despojado de todos QS dons
recebidos a mais, tornar-se-á feliz e sentirá o inferno aberto
sob seus pés.
O mesmo acontecerá aos seus descendentes: os mi-
lhões, os bilhões de homens que hão de nascer ao longo, de
todos os milénios, esperam dêle a decisão de sua sorte feliz
ou infeliz. Adão bem sabe qual é O seu dever para com
Deus; conhece as terríveis conseqüências que pesarão sôbre
seus filhos. Certamente irá obedecer! ...
- 62-
· ~/
- Gó-
- o demónio estava satisfeito. A tatica dera bom resul-
tado: podia empregá-la outras vêzes. Desde então, êle a vem
, empregando sempre.
A justa sentença.
o único rebelde.
Foi 'na França, aí pela metade do século XIX. O grande sábio Arago
explicava a seus alunos universitários as leis dos movimentos dos astros, mais
precisos que os de um cronômetro. A certa altura, como a seguir outro pensa-
mento, calou-se, depois, retomando ii palavra, continuou: "Senhores, na pró-
xima semana verificar-se-á um eclipse; a lua entrará em conjunção com o
sol e a luz do sol não será vtsível à terra. Quarta-feira, pois, às 10, horas,
exatamente ao 37,9 minuto, três astros responderão à voz do Criador: nenhum
dêles se esquivará à sua lei;' certamente".
E fêz nova pausa; depois, martelando as sílabas, acr,escentou: "O único ' J:
rebelde às ordens de Deus é o homem".
- 64
I'"~ :f
Conseqüência do pecado.
Pecado original.
\ \
- 65-
Os bens que êle havia .recebido eram bens de família,
quero dizer, eram destinados a seus filhos. Mas com uma
condição: que o pai não os desperdiçasse, como infelizmente
fêz Adão. 1He transmitiu, portanto, a seus filhos somente o
que lhe sobrara de seus haveres: a simples natureza humana,
sem os dons especiais, que voluntàriamente havia perdido.
Eis aí porque os homens, logo ao nascer, acham-se pri-
vados da graça e dos dons preternaturais.
tsse pecado, cometido logo na origem da humanidade,
chama-se original: cometeu-o Adão, chefe do gênero humano,
e todos os homens o contraem, o herdam porque descendem
dêle.
Para responder
Adão havia feito alguma coisa para merecer os dons de Deus? -
E Deus teve exigências injustas com relação a Adão? - Qual a
ameaça de Deus à serpente, após a queda dos primeiros pais? -
Por que os filhos de Adão não herdaram a graça e os outros dons
extraordinários?
Para recordar
- perduraria para todos os homens
. d - única condição: Obedecer à ordem
o f ellz esta o de Deus
de Adão _ Adão desobedeceu comendo o fruto
1 proibido
conseqüências
--,. perda dos dons {
sobrenaturais
preternatur1ais
66 -
LEITURA
·0 ADVENTO!,
67 -
Liçdo XIII
HERANÇA DO PECADO
Segundo a disposição de Deus, o primeiro homem deve-
ria transmitir aos seus filhos, tudo o que havia recebido: a
natureza humana, com os dons que a completavam e enri-
queciam (exceto a ciência infusa) e com os dons sobrenatu-
rais da Graça.
Entretanto, quando lhe nasceram os filhos, Adão já era
pecador: tinha sido privado do~ dons da graça e dos preter-
naturais que enriqueciam a sua natureza. E privados fica-
ram também os seus filhos: qual pai, tais filhos!
Contudo, Deus não queria que Adão ficasse assim. A
disposição de Deus fôr~ quebrada por uma transgressão vo~
luntária. ' Na realidade, Adão, no momento de s~u pecado,
cometeu o pecado, não só como homem, mas como Chefe da
humanidade inteira. Por isso todo o homem, ao nascer,
acha-se privado dos dons de que falamos, contràriamente a
quanto Deus no princípio dispusera.
Esta privação dos dons e, sobretudo, da "graça santifi-
cante", constitui para, nós o pecado original.
Conseqüências inevitáveis.
- 68 -:-
Um poderoso monarca promoveu um súbdito a uma alta dignidflde, con-
cedendo-lhe títulos de nobreza, grande fOl'tuna e ainda o direito de trans-
miti-los a seus herdeiros, Se êste subditO- se l'evoltar, o rei lhe tirará sem
dúvida êsses benefícios, E seus descendentes não l'eceberão nada.
Como reerguer-se?
-169 -
. t,
. Se um nobre decai por sua culpa, arrastando seus filhos à miséria, comO
poderá reerguer-se à condição de antes? Somente o Soberano com um gesto
generoso poderá recolocá-lo na primitiva condição.
A vitória da mulher.
-70 -
dizer, logo que sua alma foi cr~ada e unida ao corpo. tste
instante chama-se conceição. Ora, sendo Maria Santíssima
sem mancha e cheia de Graça, desde o prinleiro momento,
chama-se, por isso, "Imaculada Conceição".
O demônio viu anuladas nesse caso as conseqüências da
sua maldade.
Por decreto divino, o Filho de Deus devia baixar à terra
e fazer-se homem para nos salvar. Devia, pois, ter uma mãe,
mas uma mãe digna dtle. Pois bem: para o demônio seria
grande vantagem que até a Mãe de Deus tivesse vindo ao
mundo sem a graça, isto é, com o pecado original. A Mãe de
Deus, muito ao contrário, não devia sofrer o influxo do de-
mônio: ela não c~ntraiu o pecado original em sua origem;
não o herdou. Sem pecado desde o primeiro instante, Nossa
Senhora foi verdadeiramente cheia de graça e sem mancha:
Imaculada.
O demônio sofreu tremenda desilusão: falhou a maIS
ambicionada vitória; vitória que sorriu para Maria. A mu-
lher prometida o havia vencido!
A Igreja celebra esta vitória de Deus, com a festa da
Imaculada Conceição.
-71
I,
Até que um dia, a menina põe-se com viva insistência a perguntar o líome
da Senhora que a agraciara com tãó repetidas visões. Então a Virgem jun-
tando as mãos ao peito e levantando os olhos para o céu, responde: "E'u 8ot~
a Imamtlada Oonceição". ,
Quatro anos antes, Pio IX havia definido como dogma de fé a Imaculada
Conceição.
Para responder
A que se pode comparar o primeiro homem, chefe da humani-
dade? - porqúe a desforra de Deus sôbre o demônio começou com
o triunfo da Imaculada? - Que quer dizer "Imaculada?"
Para recordar
Perdas
, 1oshumana
dO,ns que enriquecem a sua, natureza
(preternatttrais)
de '
Adão os dons que o tornavam digno e capaz
/ de ver e gozar a Deus (sobrenaturais)
~'"
\ ,/
-72
,I
Lição XIV
- 73 I-
Não obstante, Deus quis tornar-se semelhante a nós
também no corpo. Tal se deu quando a segunda Pessoa da
Santíssima Trindade, isto é, o Filho, se incarnou.
Incarnado quer dizer que Deus se fêz homem revestin-
do-se de um corpo e uma alma, como nós. . I
o nome do Filho de Deus Incarnado.
-74 -
Era justo que Jesus se chamasse Cristo, uma vez que
Deus Pai enviando-o ao mundo O havia consagrado Rei, Sa-
cerdote e Profeta:
- como Rei, impõe-nos Seus mandamentos:
- como Sacerdote, santifica'-nos mediante os sacra-
mentos;
Profeta, ensina-nos com sua doutrina.
-75 -
' .. \
Para responder
-76 -
Para recordar
é puríssimo Espírito
Deus { não tem corpo
I
Oomo Deus sempre existiu
Jesus Oristo Oomo Homem começou a existir no
momento da Incarnação
-77 -
NATAL
-78 -
./ :
A alegria dêste tempo manifesta-se· por vários modos: a côr
violácea dos tempos de penitência é substituída pelos ornamentos
brancos, bordados a ouro ou completamente dourados; os órgãos
mudos no Advento, executam as suas mais ,iubilosas modulações e
o Glória in excelsis Deo ressôa de novo, trazendo-nos os ecos pací-
ficos do presepe. As melodias estão impregnadas de uma doce e
comunicativa alegria, que se prolonga em tôda a liturgia dêste tempo.
O tempo do Natal é o intervalo de quarenta !lias, entre 25 de
dezembro a 2 de fevereiro. Comparando o Advento à subida de uma
montanha, chegamos agora a seu cume - Natal - o ponto mais
elevado da primeira parte do ano eclesiástico.
Durante doze (Uas permanecemos nesta altura, com a celebra-
ção das duas festas principais dêste tempo: Natal e Epifania ou
j
-79 -
Lição XV
A MÃE DE DEUS
A anunciação do Arcanjo.
- 80-
o Espírito Santo realiza o prodigie.
- 81-
o grande milagre: o Filho eterno de Deus incarnou~se, to-
mando um corpo e uma alma como nós, no seio purís$imo de
Maria. Assim se verificou' a profecia de Isaías, 'que, havia
séculos, aguardava sua realização: Eis, uma Virgem se t01:,"
nará Mãe: dará à luz um filho!
O Anjo havia desaparecido. Mária ficou absorta em,
contemplação, adorando o Verbo de Deus, ,que havia desd-
do para' fazer-se homem em seu seio virginal. '
o Pai nutrício.
- 82-
lhe alimento e o necessano à vida com o trabalho de suas I,
.
j ê~~~' nasce
. '1
em Belém.
- 83:-
A pobreza do Filho de Deus.
Para responder
--.:.. 84 -
Para recordar
- é avisado em sonho
Incarnação. a José - aceita ser espôso de
{ Maria e guarda de Jesus
e
Nascimento
de - profetizado por Miquéias
Jesus - dá-se em Belém
- o edito do impera-
dor Augusto
Nascimento - Maria e José diri-
gem-se a Belém
- circunstâncias
- Jesus nasce numa
gru ta para ensi-
nar-nos a ser hu-
mildes
85 -
LEITURA
I) '-;,
....
I
DEVO CÃO
a, A NOSSA ,SENHORA
-86 -
Lição XVI
-87 -
Apesar de exteriormente ter somente aparência huma-
na, tle não é simples homem, como um de nós, mas é tam-'
bém Deus, diante do qual se devem prostrar em adoração
tôdas as criaturas.
Também a sua natureza humana era verdadeira" não
aparente: Jesus teve um corpo e uma alma como nós:
- um corpo verdadeiro de carne e osso, sujeito à fome,
- Um alma verdadeira dotada de inteligência e liber-
dade, capaz de sentir o que nós sentimos; uma alma sujeita
à alegria e à tristeza também.
Jesus' foi semelhante a nós em tudo e por tudo. Somen-
te uma coisa não teve e não podia ter em comum conosco;
uma coisa que Jesus quis remir, sem jamais haver cometido:
o pecado!
A Pessoa única.
' - 88-
( .. ;
Quando Jesus acalma a tempestade no lago, nota-se cla~
ramente essa distinção. Está dormindo porque cansado, e
está cansado porque é homem: por outro lado com um sim-
ples gesto acalma a tempestade porque é Deus.
Em Jesus há uma só Pessoa, que é a do Filho de Deus.
tle é Deus, quer quando faz obras próprias do homem, quer
quando faz obras próprias de Deus. tle age como homem \""
porque tem natureza humana e age como Deus porque tem
natureza divina. Mas é uma pessoa única: tle é a segunda
Pessoa da SS. Trindade: é o Filho de Deus.
Seria bem estranho dizer que em Jesus haj,a duas pes-
soas. Como podem duas pessoas estar num único indivíduo?
Impossível!
Em Jesus há duas naturezas: a divina e a humana.
Embora com duas naturezas, Jesus é uma só, pessoa: a se- /i'
- 89-
\ .::
Isso não se' pode compreender: é um mistério!· Mistério
sublime, sem o qual Jesus Cústo não nos poderia salvar~
Para responder
Jesus, além da divindade, teve uma; alma verdadeira? com que
qualidades? - A natureza humana de Jesus era semelhante à nossa?
Para recordar
Jesus
J verdadeiro Deus e
1 verdadeiro H omel111
"
como Deus é
1onipotente
puríssimo espírito
.
eterno, etc. .
adorado continuamente pelos Anjos
tem um oorpo e uma alma como nós
nasce
como homem por isso sofre
{ morre
Duas
naturezas, só não .tem uma cousa ~ o pecado
única que vem a ser natureza ~ aquilo pelo qual uma
.Pessoa em cousa é o que é.
que vem a ser pessoa ~ é aquêle que possui a natu-
reza, a faz agir e é responsável por seus 'atos;
.'.
natureza divina (é Deus e
a;ge como Deus) .
Ma
natureza humana (é homem
em Jesus
1 e age como homem)
uma mas
só pessoa' 1naturezas e as faz
agir é sómente o
Filho de Deus
~90 -
LEITURA
o TEMPO DA QUARESMA
(Nornistério dO Cristo).
- 91-
Lição XVII
JESUS É DEUS
. A transfiguração de Jesus.
Os testemunhos do P}i.
92 -
fogo. No arrebatamento do êxtase, Pedro ainda consegue
falar:
- Mestre, como seria bom ficarmos aqui! Se quiseres, .
a" cousa é fácil; façamos três tendas: para ti, para Moisés e
Elias. Nós ficaremos mesmo ao ar livre ..•
Suas palavras foram, porém, int~rrompidas. Fulguran-
te nuvem envolve as três personagens que estaVam diante
dos apóstolos. E da nuvem sai uma voz: .
- :Êste é o meu Filho muito' amado, no qual ponho tô·
das as minhas complacências: ouvi-o!
Os apóstolos prostaram-se por terra.
Como outrora no Sinai, a nuvem que envolveu Moisés
indiCava a presença de Deus, assim no Tabor, Deus confir-
mava com a presençil o que havia proclamado no Jordão.
Pela segunda vez, Jesus era proclamado Filho de Deus.
~ 93-
, ','
- 94-
Milagre quer dizer cousa marávilhosa. O milagre é pre-
cisamente um fato q:ue desperta admiração. ,É extraordiná-
rio, é superior a tôdas as leis e forças da natureza. Elas não
o podem explicar, nem próduzir.
Pelas leis da natureza, a semente lan!:ada à terra germina e produz a
planta com flôres e frutos. Pelas leis da natureza, uma ferida pouco a pouco
se cicatriza e uma doença curá-se lentamente.
Mas nenhuma fôr!:a da natureza pode produzir a mudan!:a da água em
vinho; nenhuma fÔr!:a da natureza pode fazer desaparecer instantílneamente
uma ferida ou umá' doen!:a. Muito menos pode a natureza restituir a vida
a um' morto.
\
Os milagres de Jesus.
É preciso reconheçer que Jesus é Deus: os seus milagres
nos dão disso certeza. Tanto assim, que Jesus disse a seus
conterrâneos incrédulos: "Se não acreditais nas minhas pa-
lavras, acreditai nas obras. Elas dão testemunho a meu res-
peito e dizem quem sou eu".
Alguém poderia dizer: se é assim, também houve Santos
que durante a vida realizaram curas milagrosas. E ninguém,
entretanto, acredita que sejam "deuses". Por que devemos,
então, acreditar que Jesus é Deus? Resposta:
1) Nenhum santo proclamou ser Deus.. Jesus, ao con-
trário, disse abertamente que era Deus .
2) Todos os santos, mesmo ao fazer os mais estrepitosos
milagres, e precisamente ao fazê-los, fizeram questão de es-
clarecer que eram servos e instrumentos de ,Deus. tles in-
tercediam com sua oração· e Deus fazia, os milagres. Numa
palavra: nenhum dêles agiu em nome próprio. Jesus, po-
- 95-
rém, disse ao leproso: "Quero: sê limpo"; ao filho da viúva
de Naím, extendido no esquife, intimou: Jovem, eu te digo:.
levanta-te!
Conclusão: Jesus não se limitou a simples palavras, não
se contentou com dizer: "Eu sou Deus corno o Pai". Às suas
palavras acrescentou os fatos: os milagres.
E quando seus inimigos acreditavam havê-lo vencido e
sepultado para' sempre, tle os logrou deixando o sepulcro
vazio e ressrirgindogloriosamente. Deixara matar-se, pa- "-
ra depois dar a seus amigos e inimigos a prova última e defi.,
nitiva da sua divindade com o maior dos milagres: aRes·
surreição.
Jesus, único· intermediário.
A ofensa feita a Deus com a revolta do primeiro homem,
/ não podia ser mais grave: era enorme, infinita.
Se a ofensa era infinita, também a reparação devia ser
infinita. Nenhum homem podia dá-la, pois todo o homem
nasce pecador; e depois, que é um homem diante de Deus?
Jesus, Homem-Deus, era o único que podia colocar-se
entre a humanidade pecadora e a Majestade divina ultraja-
da; era o único intermediário ou Medianeiro que podia re-
conciliar-nos com Deus.
De que modo?
'Como Homem inocentíssimo, aceitou os castigos, sofri-
mentos e humilhações que estavam destinados aos pecado-
e
res; sofreu morréu precisamente corno Homem, porque co-
rno Deus, não podia nem sofrer nem morrer.
Corno Deus, perfeitíssimo, infinito e igual ao Pai, deu
à seus sofrimentos humanos e a seu sacrifício um valor infi-
nito. Assim. ofereceu ao Eterno Pai urna expiação, um res~
gate que com o seu valor compensou a ofensa feita pelo
homem pecador.
Por que Jesus fêz isso? Por amor para com a pobre hu-
manidade.
Não há na realidade amor maior do que êste!
- 96-
/
Para responder
Que disse Jesus de si mesmo em Jerusalém, no Templo? Que
respondeu a Caifás? - Que é necessário para que um fato seja mi-
lagre? - Que quer dizer "superior às fôrças da natureza?" - Os
santos não fizeram milagres? Há diferença entre seus milagres e
os de Jesus? - Que significa: Jesus, único Medianeiro?
Para recordar
I- fato sensível
- superior às fôrças e leis da
natureza
Provou com - é uma cousa que só pode vir
milagres. de Deus
Jesus Milagre é: - Jesus provou com êle a sua
é divindade.
Deus Jesus -O maior de todos é a sua
Ressurreição.
-
infinita.
-' era necessária uma reparação
infinita.
único
Medianeiro como homem, expiou o
l
00 pecado morrendo.
~ - Como Deus deu valor in-
M finito à sua expiação ou
Redenção.
- 97-
LEITURA
A SEMANA SANTA
- 98-
I.IÍção XVIII
o SEPULCRO 'GLORIOSO
, i. '
- 99 '-
A descid,\ ao Limbo.
A alma de Jesus livre dos limites do corpo "desceu aos
infernos". Esta expressão do ,Credo indica que Jesus com
sua alma foi ter aos lugares inferiores. isto é, desceu coma
alma ao Limbo: lá estavam as almas dos justos mortos até
então, que com viva <,tnsiedade esperavam que Deus os viesse
salvar. Tais almas, não podiam ser condenadas ao Inferno,
porque não tendo morrido como pecado mortal na alma,
eram justas; mas não podiam também ser admitidas no Pa-
raíso, que ficaria fechado até que o pecado de Adão fôsse
expiado. ' ,
Descendo ao Limbo, Jesus levou àquelas almas a boa
nova: realizara-se a Redenção; o Paraíso tornara 'a abrir-se,
e elas subiram com ~le para o Céu, como primeiro fruto de
sua Morte Salvadora. '
N o terceiro dia.
Calma absoluta ao redor do sepulcro.
À noite daquela sexta-feira, e por todo o s,ábadoseguin-
te não aparecera alma viva. As sentinelas não haviam tido'
trabalho de espécie alguina; era a primeira vez que lhes
h;;tviam confiado a guarda da tumba de um justiçado. Trans-
correram assim duas, noites, e começava o terceiro dia.
Aurora.
A grande quiet~ide da hora matutina foi bruscamente
quebrada por formidável terremoto, que sacudiu as encostas
da colina. Um Anjo descido do céu, tirou a pedra do sepúl-
cro e sentou-se sôbreda. Ásua vista, os soldados tombaram
como mortos de stÍsto:
J es~s, vencedor da morte, havia ressuscitado retomando
seu corpo que havia sido sepultado.
Mas por que Jesus' tardou três dias para ressuscitar?
Não po~ia ressuscitar logo, para confundir seus algôzes?
Se houvesse ressuscitado "logo, seus inimigos poderiam
dizer: "Vê-se logo que não tinha morrido de verdade". As-
-'-- 100 -
sim não há lugar para dúvidas: depois .de quanto havia so-
frido, depois do golpe de lança que lhe transpassou o cora"
ção, depois de haver sido aspergido com aromas fortíssimos
e asfixiantes, envolvido estreitamente no lençol fúnebre e
fechado num sepulcro de pedra, exposto ao frio, mesmo que
estivesse ainda vivo, teria morrido por congelamento e asfi-
xia.
Seu triunfo ao ressuscitar foi, portanto, maior. O se-
pulcro foi para ~le o início da sua glória.
Havia-o proclamado e profetizado Isaías falando dêle
muitos séculos antes:. "Seu sepulcro será glorioso".
-101 -
Por que? Porque a Ressurreição é'a base da nossa Reli-
gião: ressurgindo por si próprio, por próprio poder, Jesus,
demonstrou, mais que cQm qualquer outro milagre, que era'
Deus. Por isso podemos crêr nêle com segurança. Se Jesus
ressuscitou da morte, quer dizer que é Deus: não há dúvida.
Tudo o que disse e· fêz, disse e fêz também como Deus.
No tempo da revolução francesa, destruído o trono real, queriam abolir
também a religião cristã. Em seu lugar instaurou-se uma espécie de culto
supersticioso à deusa Razão. Mas o, iniciador dêsse culto, o filósofo La Ra-
velIer-Lépoux, vendo o fracaso de sua. idéia queixou-se desconsolado. Foi en-
tão que Barras sugeriu-lhe à queima,-roupa o segrêdo do êxito: "Faça-se cru-
cificar na Sexta-feira Santa e procure ressuscitar, no Domingo pela manhã;
então haveremos' de acompanhá-lo: eu serei o primeiro".
Depois da ressurreição.
Permanecendo tanto tempo no sepulcro, Jesus havia da-
do a todos a certeza da sua morte; era, porém, necessário dar
aos apóstolos a garantia de -que a ressurreição se dera de fato.
Custava-lhes acreditar :que Jesus havia ressuscitado: tinham
até;mandado calar as'piedosas'mulheres que falavam da res-
surreição, tratando-as como alucinadas. E quando Jesus lhes
apareceu no Cenáculo, julgavam que era um fantasma. To-
quem em mim, disse, .en,tão, Jesus amàvelmente, sou, eu em
carne e osso.
E como ainda hesitavam, acrescentou: Vocês têm algu-
ma cousa para comer? E comeu,
Tomé quis ver e, :tocaras feridas das mãos e dos pés; e
não cedeu senão' com; a condição de pôr o dedo na ferida
mais evidente, à do lado.
Perante tais provas, tiveram de convencer-se. Jesus que
com tanta bondade cedera a seus desejos, havia-os confirma-
do na fé a seu respeito, tanto assim que todos deram por
1tle a própria vida (S. João: 20, 24-31). .
-102 ~
E durante o tempo em que permaneceu entre êles, ins-
truiu-os mais profundamente na sua doutrina, e deu-lhes as
últimas determinações e poderes para formar e governar a
Igreja.
A Ascensão.
Para responder
Por que Jesus Oristo não ressuscitou logo? - De que maneira
Isaías predisse sua Ressurreição? - 'Quais as últimas palavras
proferidas por Jesus antes da Ascensão?
~ 103-
I
Para recordar
Jesus:
- foi traído
- jUlgado injustamente
Paixão - condenado à morte por Pôncio
Pilatos
- morreu na cruz
-, foi sepultado
Profecia -7 Jesus tinha prometido ressuscitar após
trt3s dias
-confirma
Jesus fica na t erra _ ensina
40 dias { _ exorta
Depois da
Ressurreição DepoiS stlbiu ao Céu, onde está sen-
tado à direita de Deus-Pai Onipo-
tente
No Céu
como Deus está na terra
{
Jesus em tôda a parte
agora como no Céu e .
Homem-Deus no ss. S. acramento
{ do altar
está , .
-104
-.)
LEITURA
A SOLENIDADE DA PÁSCOA
-105 -
em nós. Nossos corpos são seus templos. Daí resulta que êste Es-
pírito, que ressuscitou' a Jesus Cristo, exercerá em todos os mem-
bros de seu Corpo místico, as mesmas transformações. Ressuscita-
remos e triunfaremos com ll:le. Nossa alma, nosso corpo, tÔda a
nossa personalidade, todo êste nosso eU,que nos é tão caro, a quem
a destruição e o nada horrorizam, conhecerá também êste dia vi-
torioso em que, vencida a morte, se tornará semelhante à humani-
dade gloriosa do Salvador. E como as festas pascais nos fornecem
o penhor infalível desta Ressurreição, tornam-se para nós um céu
antecipado.. A alma cristã, desde já, vive com Jesus Cristo ressus-
citado; e tÔda a liturgia, com os seus aleluias sem fim, dá-lhe um
antegÔzo da eternidade.
Mais que em qualquer outro tempo, o culto se reveste de um
aspecto solene e jubiloso, que contrasta com as tristezas da Semana
Santa.
O Círio. pascal, símbolo de Cristo ressuscitado, lá está aceso,
atestando até o dia da Ascensão, o Ressurgimento de Cristo.
Um reflorescer de vida sobrenatural se opera na Igreja, como
se das festas pascais brotasse uma seiva nova. Aguas batismais.
Santos óleos. Pão eucarístico. Luz. Fogo. Incenso. TÔdas estas
energias foram renovadas. Suspensos os seus ritos de penitência.
Os ornamentos são brancos. O Asperges que purifica é substituído
por um hino às águas purificadoras que acabam de brotar. Fica
interrompida a lei do jejum, mesmo nas ordens religiosas mais se-
veras. As Orações se fazem de pé, pois outra atitude conviria menos
a triunfadores.
(No mistério do Cristo)
: 1\
-106 -
\
Lição XIX
o ESPíRITO SANTO
Suas aparições.
-107 -
Quem é Êle.
-108 ~
o Santificador.
Ao Pai atribui-se a criação do mundo, ao Filho a Reden-
ção, e ao Espírito Santo a santificação das almas. Visto comQ
o Espírito Santo é o amor recíproco do Pai e dó Filho, a tle
se atribui a nossa santificação, que é fruto do amor que Deus
tem para conosco. Aí está porque S. Paulo falando dêsse
amor de Deus, afirma que "tle foi infundido em nossos co-
rações por meio do Espírito Santo". (Rom.: 5,5). .
tle realiza esta obra particularmente por meio da gra-
ca,
, conferida
. mediante os Sacramentos.
- 109 - .
a palavra segura do apóstolo São Paulo, que assim escrevia
aos cristão deCorinto: "Não sabeis que sois templo de Deüs,
e que o Espírito de Deus habita em v<;?s?" (I Cor. III, 16).
Os seus presentes.
-110
6 - Piedade: que nos une a Deus, fazendo-nos conside-
rá-lo como Pai muito áfetuoso, por amor do qual
nos dispomos a observar os seus mandamentos.
Conclusão .
Para responder
-111-
f; >
Para recordar
- no Batismo
é Deus de .Jesus
Manifestou-se - na Transfi-
visivelmente guração
- no dia de
Pentecostes
- boas obras.
Meios para conservá-lo - :~~~~:o dos Sacra-
em nós
\ - ilH'ocação frequente.
-112 -
LEITURA
PENTECOSTES
-113 -
Lição XX
A Igreja de Jesus.
-114
ou pelo sangue, mas pelo meu Pai que está nos Céus. E eu
te digo: Tu és Pedro e sôbie esta pedra edificarei a minha
Igreja e os poderes do inferno não prevalecerão contra ela.
Dar-te-ei as chaves do Reino dos Céus: o que ligares na terra
será ligado nos Céus, e tudo o que desatares na terra será
desatado também nos Céus. (S. Mateus: 16, 13-19)
Destas palavras transparece claramente a intenção de
Jesus: fundar o seu Reino, a sociedade nova, a sua Igreja,
que devia perpetuar sua obra e conservar sua doutrina até
o fim dos séculos, sôbre um alicerce estável.
Na Igreja; herdeira e conservadora dos divinos ensina~
mentos, é Jesus que vive e age.
Significado da palavra.
A palavra Igreja pode ter dois significados.
Comumente entende-se por igreja o lugar sagrado, ou
templo, onde os cristão se reunem para rezar.
-115 -
Mas o verdadeiro significado é outro. "Ecclesia" é uma '
palavra grega, que qu~r dizer: assembléia, reunião, s'ociedade.
Designa, pois, a assembléia ou a sociedadé dos verdadeiros
çristãos, isto é dos batizados que professam a fé e' a doutri~ ,
na de Jesus Cristo, partiCipam de seus sacramentos e obede-
cem aos pastores, isto é, aos chefes, estabelecidos por tle.
-116 -
Para que fim Jesus 'Cristo fundou a Igreja?
Para responder'
-11'7-
Para recordar
!
"Eis estou convosco até a t!onsu-
Pr01ness,a mação dos séculos"
de J'esus'
, está conosco na sua Igreja
r
Jesus vive Quem são os Apóstolos à testa dos fiéis
e Pastores esta-
{ dos fiéis e de
age na belecidos por Pedro à testa todos os
Igreja ,resus? , Apóstolos
I;
-118 -
Lição XXI,
A IGREJA ROMANA
A IGREJA E O SUMO PONTíFICE
-119 -
Igreja por própria conta, separada da que Jesus havia fun-
dado. Como podem então estas várias Igrejas de origem
mais recente, pretender chamar-se a Igreja de Jesus Cristd?
Demos 'agora 'um olhar à Igreja Católica Romana. Seu
chefe é hoje João XXIII, o Papa gloriosamente reinante.
Mas êle é sucessor de Pio XII, e Pio XII é sucessor de Pio XI,
e assim por diante ...
É cousa fácil e segura, subir de Papa em Papa, e chegar
até o apóstolo Pedro, que é a pedra sôbre a qual Jesus Cristo
edificou sua Igreja. SàmeIite nessa antiquíssima Igreja não
et:lcontramos interrupções, nem mudanças. João XXIII é o
legítimo sucess()r de Pedro da Galiléia!
E isso não é significativo? Se de João XXIII através de
uma cadeia ininterrupta de 262 Sumos Pontífices, chegamos
até São Pedro, quer dizer que chegamos a Jesus Cristo.
A Igreja de Roma é, pois, a Igreja que Jesus fundou.
-120 -
, -
A respos,ta que nos dão as notas é a seguinte: A Igreja '
Católica Romana. E somente ela.
As outras Igrejas.
/
-121-
I'
-122 -
Concluindo: se tais Igrejas não são unidas, não são san-
tas, nem católicas, nem apostólicas, poderão apresentar-se
como Igrejas de Jesus Cristo?
Não, absolutamente; e quem se encontra nelas não está
na verdade, mas no êrro. Aí está o porque desta sentença:
"fora da Igreja não há salvação".
Devemos rezar para que nossos irmãos separados reco-
nheçam seuêrro, e voltem quanto antes à unidade da ver-
dadeira Igreja! .
Jesus os espera, porque ~le quer "Um só rebanho debai·
xo de um só Pastor". (S. João: 10,16).
Para responder
Uma Igreja que não remonta até Jesus Cristo, pode ser verda-
deira Igreja? - A Igreja Protestante remonta até quem? e a Cis-
mática? - Tais Igrejas são unidas? santas? católicas? apostólicas?
Para recordar
Jesus fundou a sua Igreja
Hoje, porém, existe mais de' uma que se diz ver-
dadeira I g1'eja
Como se pode conhecer a verdadeira Igreja.
a Igreja deve buscar sua origem
dil'etamente em Jesus Cristo e
1. qUanto à não em outr:as pessoas;
origern
jisto se verifica tão somente na
Igreja Católica Romana.
, A verdadeira
Igreja unidade ~ -as outras Igrejas têm:
muitas seitas
só alguns sacramentos
muitos chefes
2. aS'notas santidade ~ Não têrn santos
características catolicidade ~ são 1?tuitas vêzes
nacionais ou locais e nunca uni-
versais
apostolicidade ~ não rernontam
aos Apóstolos mas a cismáticos
ou hereges que as fundaram.
123-
o·j
, \
LEITURA
-124
Lição XXII
AS NOTAS DA IGREJA
ROMANA
, As notas estabelecidas por Jesus Cristo, que inutilmen-
te procuramos nas Igrejas separadas de Roma, encontram-se
tôdas na Igreja Católica. Formam elas maravilhosa har-
monia que ressoa há séculos, descendo ao nosso coração para '.,
arrancar dêle um canto de fé.
Una.
É Una, primeiramente, na sua fé.
Durante o Ano Santo de 1950, celebrou-se em Roma o mais maravilhoso
dos Jubileus universais. O que mais comoveu os peregt'iuos vindos de todos os
recantos da terra, foi o sentir-se ~tnidos em perfeito acôrdo na sua fé.
Todos cantavam o 01'edo com as mesmas palavras, os mesmos sentimentos,
de onde quer que viessem: dos países frios do norte, da América, da África,
da Oceânia. Juntos chegavam-se aos mesmos altares a fim de assistir ao único
Sac1'ifício e receber os mesmos fjacramentos,. e nas audiências pontifícias todos,
com um só coração, reconheciam no Romano Pontífice o único Ohefe Visível,
Vigário de Jesus, sucessor direto de São Pedro.
-125 -
sua doutrina: Pai Santo! .. , que êles sejam uma cousa só,
como Tu, Pai, estás em mim e ~u em Ti! (S. João: 17, 11).
Santa.
É santa sobretudo porque santos são Jesus Cristo, chefe
invisível, e ° Espírito Santo, que a anima. Mas além disso
é santa a doutrina, que santifica as almas condenando não
sàmente os atos maus, mas também os pensamentos e de-
sejos ruins; é santo o Sacrifício,'no qual se imola o Cordeiro
Imaculado: os Sacramentos que perdoam os pecados, dão a
graça santificante, aumentam-na e ajudam a conservá-la.
Tudo na Igreja é santo e conduz à santidade, isto é à graça
de Deus, que se conserva lutando contra o pecado. Todos
sorrios chamados à santidade, e quantos, mesmo hoje em dia,
vivem santamente! Pais e mães de família, meninos e Vle~
ninas que cumprem o dever quotidiano, resistindo às tenta-
çõese atrativos do mal: são santos diante de Deus. Pois
quem conserva a graça e luta contra o pecado é santo!
Você também é chamado a esta luta e a essa santidade.
Assim você cumprirá a vontade' expressa de J esus: Sê~
de perfeitos como é perfeito o vosso Pai que está nOS Céus;
(S. Mateus: 5, 48).
Católica.
É católica, isto é universal. Por ordem de Jesus Cristo
a Igreja deve acolher todos os homens, de tôdas as línguas
e raça~, deve durar até o fim do mundo e espalhar-se até Os
últimos confins da terra. Ide, são palavras de Jesus, e ensi-
nai tôdas as gentes. .. Eu estou convosco até o fim dos
séculos.
A Igreja Romana não esqueceu esta ordem de Jesus:
envia continuamente seus missionários às terras mais distan-
tes, para atrair os infiéis ao amor de Deus e guiá-los à sal~
vação eterna. .
Todos, mesmo os Protestantes e os Cismáticos, estão
persuadidos. de que a nossa Igreja tem direito de chamar-se
-126 -
católica. Quando falam de nós, costumam dizer "os cató-
licos" e apontando para uma nossa igreja chamam-na "tem-
plo católico".
Apostólica.
-127 -
/
tores que Jesus quis para seu rebanho. Podem-se referir a'
êles as palavras de Jesus: Como o Pai me enviou, assim eu
vos envio a vós. Quem crer as minhas palavras e fôr bati·
zado, se salvará; quem não crêr, será condenado. (S. João:
20, 21).
000 \
Para recordar
é una ,I ~~ !!crifíciO
nos s~cramentos
no Ohefe visível
forma um só
"corpo místico"
I
é santa sua doutrina e sacramentos
A' porque
nossa todos são chamados à santidade
nela são 'f
santa santos muitos de fato foram santos, são e
Igreja serão
Oatólica
oat~!ioa
Instituída para todos
6 1 por que está ,e adaptada a todos e
, está espalhada por
1 tôda a terra
-128 -
LEITURA
CORPO DE DEUS
(5. a feira após a festa da SS. Trindade)
- 129
Lição XXIII
MESTRA INFALIVEL DA
VERDADE "",'
Jesus instituiu a Igreja com êste fim: para que os ho-
mens encontrem nela o caminho seguro para consegúir a
salvação eterna.
A Igreja é, pois, um maravilhoso e ousado caminho pa-
ra a escalada do Céu.
Quando nos aventuramos a escalar algum pico ou quan~
do uma expedição tenta conquistar uma região inexplorada,
há necessidade de um guia.
Quem é que faz o papel de guia na Igreja?,
\
A Igreja docente .. :.
-130 -
fi'
que o Papa e os Bispos unidos com êle constituem a Igreja
docente, encarregada de ensinar as verdades e as leis divinas
a todos os homens.
Tão somente ela recebeu essa misão: e por isso, somente
dela é que os homens recebem o conhecimento pleno e segu-
ro da verdade, e leis necessárias para viver cristãmente.
Conhecimento pleno, isto é, de tôdas as verdades e não
de algumas somente. Conhecimento seguro, isto é, sem som-
bra de dúvida e sem receio de erros.
. .. é infalível.
-131-
~ste ponto é muito importante, e Jesus quis esclarecê-
-lo muito bem., Fêz à sua Igreja uma preciosíssima promes~.
sa. Após a última ceia, entretendo-se em conversa íntima
com os Apóstolos, disse: "Rezarei ao Pai e 1tle yos dará um
outro 'Consolador, para que permaneça sempre convosco, o
Espírito de verdade que vos ensinará ,tudo e vos lembrará
quanto vos disse".
A pedra fundamental.
-132 -
a São PedrO' esta incumbência, aO' dizer-lhe "Apascenta mi-
nhasovelhas e apasce~ta os meus cordeiros".
E SãO' PedrO' exerceu êste primado? CO'mO'? Onde?
" Sabe~O's pela história que, depois de Pentecostes, liber-
tadO da prisãO'pO'r um anjo, PedrO' deixO'u Jerusalém e fO'i
pará AntiO'quia. '
De lá, dirigiu-se a RO'ma, O'ride fixO'u definitivamente
sua sede. FO'i O' primeiro Bispo da cidade imperiaL Mas,
lembrandO' a O'rdem recebida de Jesus, preocupO'u-se sempre
com ~ tO'do o -rebanhO' de CristO', sendO' de fato O' Bispo~i
versaI de tôda a Igreja. À sua mO'rte sucedeu-lhe SãO' Lino
na.,sede episçO'palde RO'ma e também nO' primado, istO' é, no
O'fíc~O'.re princípide dO's ApóstolO's e de BispO' universal; se-
guiram-se Santo Anacleto, SãO' Clemente... A cadeia de
sucessO'res de SãO' Pedro nãO' se interrO'mpeu jamais; chegO'u
até o atual PO'ntífice J O'ãO' XXIII.
O. Papa, precisamente comO' sucessO'r de SãO' Pedro" é O'
chefe visível de tôda a Igreja e VigáriO' O'U seja representante
jurídico .de Jesus CristO', que é seu chefe invisível. O Papa,
pO'rta,ntO', é, verdadeiramente, segundO' a cO'nvincente expres-
são de, Santa Catarina de Sena "o doce Cristo na terra" ..
o Papa é infalível.
~ 133 ~
edifício todo desmorona. No nosso caso, o alicerce não de-
verá ter' dúvida nem incerteza, nem êrro, que seriam abalos
da verdade.
Mas Jesus continuou: E eu te darei as chaves do. reino
dos Céus; tudo o que ligares na terra será ligado também no
Céu, e tudo o que desligares na terra, será desligado também'
no Céu. Com estas palavras Jesus prometeu claramente que
Deus no Céu confirmaria e aprovaria tôdas as suas decisões,
porque de aí em diante considerava São Pedro como seu
vigário na terra. "Atar e desatar" na língua hebraica signi-
ficava também aprovar as decisões e confirmá-las com auto-
ridade.
Agora concluímos: Pode Deus comprometer-se a apro-
var um êrro? Não, por certo. Portanto, com aquelas pala-
vras Jesus prometeu a seu vigário a imunidade de todo o
êrro. O Papa, mesmo sOzinho, é infalível.
. Em outra ocasião Jesus disse a Pedro: Rezarei por ti,
para que a tua fé não desfaleça; tu... confirma nela os
. ~
teus lImaos.
/
Quando é infalível.
-:- 134 -
tor e mestre de todos os cristãos define doutrinas a respeito
de fé e costumes.
Para responder
Que significa conhecimento pleno? seguro? - A promessa de
infalibilidade é feita aos bispos isoladamente ou em conjunto? -
Como é que Santa Catarina de Sena chamava o Papa? - Que quer
dizer que o Papll "define" uma doutrina?
- 135 -:-.
Para recordar
o caminho seguro para a salvação eterna;
A Igreja é para ~ilhar bem êste caminho, .é preciso
! um gUla
foi dado por Jesus
Na Igreja
o guia é j pelo Papa
constituído pelos Bispos
jqu::::=i~~ co:~
A p ó t o los, a
Igreja docente
,
em que ? .~ nas { àFé e
verdades que' aos
dizem respeito costumes
isto é necessário ~ para
não errar em cousaS, im-
A Igreja é infalível portantíssimas
Docente
A Igreja rezou para êsse
Infalível fim; prometeu
Jesus a assistência
do Espírito da
Verdade
é inf,alível ·t
pelo à costumes
quando
fora disso pode também errar.
Infalível não quer dizer ijnpecável.
LEITURA
137
'.\
Lição XXIV
OS VERDADEIROS CRISTÃOS
SÃO SANTOS
Em, Londres, há alguns anos. Pelo fim de um banquete, alguém brin-
dando em meio à despreocupada alegria dos comensais, saiu-se com esta:' O
cristianismo trouxe tão poucas vantagens à humanidade, que estabelecendo-se
uma comparação, pode-se .dizer que d gás foi inuito 'mais útil.
-138 -
'"'-' "
-139 -
\ 2) , O Sacrifício e os Sacramentos, mediante os quais
nos são aplicados os méritos de Jesus Cristo e nos é conferi-
da ou aumentada a Graça Santificante.
-140 -
\(
Deus quer que você sej'a santo: por isso, fêz com que
você nascesse numa família cristã. Faça agora Jlm exame
de sua vida: é uma vida digna de um cristão, isto é de um
santo? Afinal, você já está capacitado para compreender,
que pouco adiantaria chamar-se cristão e viver como .... pa-
gão: seria mentir, e isso não seria nada bonito.
Para responder
- 141 ---'-
Para recordar
Jesus deixou na Igreja os meios de santidade e
salvação
na eS. Escritura
f verd~deira { contida
{ na Tradição
,ftstes os saorifícios: a Santa Missa, renovação
Os meios do Sacrifício da Oruz
Verdadeiros são
cristãos os Sacramentos: que conferem ou aumen-
são
Santos l tama Graça
os aumíUos espirituais 1n1UtlOs
~ 142-
LEITURA
- 143 --c-
LiQãQ XXV
", \
A comparação do corpO.
A união dos fiéis com Jesus Cristo e entre si mesmos
é misteriosa: não conseguimos explicá-la, porque é sobrena~ "
-144 - .
tural e porque se obtém mediante a Graça conferida à alma.
Todavia é uma união tão verdadeira e tão Íntima que se pode
comparar à união que existe entre os vários membros do
nosso corpo, os quais estão ligados entre si.
Escrevendo aos primeiros cristãos, São Paulo afirmava
vigorosamente: Embora sejamos tantos, formamos todos um
só corpo em Jesus Cristo; jus tamen te porque nesse corpo
misterioso, místico, Jesus é a cabeça, a parte mais importan-
te e o centro de tudo; nós somos os vários membros. (Rom.:
12, 5 ) . " '
Mas se um membro está doente, bem pouca vantagem
recebe do organismo; ao contrário, todo o organismo se res-
sente e sofre.
No corpo místico de Jesus, o cristão que vive em pecado
é um membro doente~ Jesus, a cabeça, faz chegar até êle o
seu influxo e todos os membros cooperam para seu bem es-
tar. ,Mas enquanto não sarar, isto é, até não abandonar o
-145 -
pecado, não tira disso proveito algum. Ao contrário, faz so-
frer todos os demais.
Agora pense um pouco: a cada momento chega até você
como seiva vital, como sangue nutritivo, todo o bem que já
existe e o que continua sendo feito na Igreja, isto é: os
méritos de Jesus Cristo e dos bem-aventurados do Céu, o
fruto das Santas Missas celebradas em todo o mundo, as
graças alcançadas pelos sacerdotes com o santo Breviário, e
pelas almas consagradas a Deus com suas orações e boas
obras.
Você, porém, é um mmebro são ou doente? Você coo-
pera para o bem dos outros ou os faz sofrer?
A comparação da qsa.
Cada tijolo, cada parede, cada vigia da casa em 'que você mora, acha-se
unido e fortemente cimentado entre si. Dessa forma, uma parede fica bem
amarrada à outra. Se uma delas se destaca,' desmorona. J\1as enquauto tudo
estiver unido, o edifício permanece firme e inabalável.
146
3) Santos em via de formação, nO país do mereCImen-
to (Igreja militante);
Ondas de eternidade.
Fora da comunhão.
Coroas ou Missas?
"Há entre nós o costume de enviar coroas de flores ao entêrro dos amigos
e conhecidos. Às vêzes, chegam a quarenta ou cincoenta as coroas dum entêl'l'o:
uma verdadeira mata de flores. Ê, sem dúvida, uma atenção delicada, urna bela'
expressão de compaixão. Mas não queiramos iludir-nos. Ao morto de nada
serve tudo isso. Mais cristão é O costume de outros países, por exemplo a
Suíça, onde as pessoas que desejam exprimir o seu pesar, enviam um bilhete
ou uma estampa religiosa tarjada de luto, e nela escrevem o número de Missas
que fizeram celebrar e as boas· obras que ofereceram pIca alma do finado. Os
que seguem tal costume, dão provas de uma ,fé mais viva, sabem melhor o que
na realidade é a Comunhão dos Santos". (Tihamer Toth).
-147
Para responder
Que afirmou Jesus ao fazer a comparação da videira? - E
S. Paulo ao usar a comparação do corpo? . Quem pertence à
Igreja mil~tante? padecente? triunfante?
Para recordar
Os . fi~is estão
unidos miste-
1. f
or~an
d
O
. t - a JeSU3 1. aSSIm o
nosamen e _ e entre si . Oorpo \
mas Mistiao
realmente . I
condenados
acha-se fora desta co- infiéis
munhão quem está judeus
fora da verdadeira hereges
Igreja apóstatas
excomungados
-148 -
LEITURA
-149...,.-
cousas difíceis, 'nem exige dêles coisas que estejam acima das suas
fôrças, tanto mais que 'Êle nos ajuda com suas graças contínuas a
evitar o mal e a praticar o bem.
Verdade é que algumas vêzes Deus exige de alguns dos seus
filhos, atos heróicos e até o sacrifício da vida, como exigiu dos már-
tires, mas em tais casos ,Êle dá a graça necessária para fazer tais
sacrifícios como a deu a Santo Estevão e a todos os Mártires. Em
geral, porém, Deus exige de nós coisas medíocres, como por exemplo,
'combatermos as nossas inclinações perversas; ou exige apenas cousas
mui pequenas, cómo seja o fazermos bem as nossas ações ordinárias,
de maneira que, sejam quais forem o nosso gênio, o nosso estado,
ou as nossas ocupações quotidianas, com a graça de Deus, que a
llinguém falta, sempre podemos evitar o pecado quer mortal, quer
venial, e fazer em tudo o que é mais agradável a Deus, e atingir
desta forma a perfeição cristã ou a verdadeira santidade.
Verdade é que por nós mesmos nada podemos, mas é também
verdade que tudo nos é possível com a graça de Deus, que a todos
é cOllcedida. Porquanto não há quem não possa recorrer à oração e
aos Sacramentos da Penitência e da Eucaristia, e valer-se da dire-
ção de um douto e prudente diretor espiritual. Empregando êstes
meios, como os empregaram os Santos, fàcilmente atingiremos aquê-
le grau particular de santidade, a que Deus destinou cada um de
nós, e finalmente, com a graça da perseverança final, ou da boa
moi·te, que fàcilmente conseguiremos por meio da devoção à Virgem
Santíssima Senhora Nossa, alcançaremo~a recompensa eterna do Céu.
-150 -
Lição XXVI
INFIÉIS E JUDEUS
HEREGES
EXCOMUNGADOS
Os condenados não pertencem à Igreja; por isso, não par-
ticipam de nenhum bem que na Igreja existe ou se realiza.
Morreram obstinados no pecado e em estado de revolta con-
tra Deus; por isso, foram condenados para sempre ao inferno,
onde não há nenhum bem.
Seu destino é irreparável, ao contrário do que acontece
com todos os demais.
Os que jazem no êrro.
Queremos falar aqui dos que não receberam, com o Ba-
tis mo, a luz da verdadeira fé: infiéis e Judeus.
Os infiéis não crêem no Salvador prometido, isto é, no
Messias ou Cristo: por isso não receberam o hatismo que
tle instituiu.
Há infiéis que crêem num só Deus (monoteístas), ou-
tros crêem em vários de\lses (politeistas).
Acreditam em um só Deus os Judeus e os Maome-
-151-
b) Os Maometanos, sequazes de Maomé, acreditam em
um só Deus, Alá, e nos seus Profetas. Para êles
Jesus Cristo é um grande profeta; mas o maior é
Maomé. Maomé difundiu sua religião com a fôrça
das armas.
2. Acreditam em vários deuses os pagãos. Entre êles
destaçam-~e os idólatras, que adora1Jl as criaturas
como se fôssem Deus (por exemplo: os Budistas, os
Confucionistas, os Fetichistas).
'Cristãos separados.
Os hereges são batizados, mas se obstinam em não acre-
ditar em alguma verdade revelada por Deus e ensinada pela
Igreja. ~les não aceitam a verdadeira fé. .
Para ser herege não basta errar, mas requer-se a obsti-
nação no êrro. Quem, uma vez conhecido o êrro, não se obs-
tina, mas corrige as próprias idéias, não é herege.
Os apóstatas são batizados ou mesmo católicos, que com
um ato externo e público renegam a fé católica. São traido- ,
:res da verdadeira Igreja em que nasceram.
Os cismáticos são batizados que, mesmo não negando
nenhuma verdade da fé, recusam obstinadamente sujeitar-se
aos legítimos Pastores da Igreja, especialmente ao Sumo Pon-
tífice.
Cristãos excluídos.
Os excomungados, isto é, expulsos da comunhão dos
Santos, são batizados' que faziam parte da verdadeira Igreja,
mas foram excluídos por culpas gravíssimas.
A excomunhão é o remédio externo para punir os que
não querendo corrigir-se, podem com o seu proceder arrui-
nar a fé dos outros.
Há salvação para êsses?
Quem quer encontrar o guia seguro e os meios de salva-
ção deve entrar na Igreja de Jesus Cristo. Ela é uma arca,
semelhante àquela em que se abrigou Noé com sua família.
-152 -
Quér dizer que estar fora da Igreja é um perigo gravís-
simo: quer dizer arriscar-se a perder a única coisa verdadei-
ramente necessária, isto é, a salvação da alma. Todavia, a
misericórdia de Deus é grande, e nos permite supor que nem
todos os que estão fora da Igreja se condenam.
Quem está fora da Igreja por própria culpa e morre sem
verdadeira e sincera dor, certamente não se salva. É o caso
de quem conhece que a Igreja Católica é a verdadeira Igreja
de Jesus, e não obstante não quer entrar nela; é o caso tam-
bém de quem descuida de instruir·-se na verdadeira Fé.
Quem, ao invés, está fora da Igreja sem própria culpa
e vive bem, isto é ama e serve a Deus do melhor modo que
sabe, pode salvar-se. É o caso de quem nasceu de pais não
católicos e não conhece que a Igreja Católica é a verdadeira
Igreja de Jesus. Correspondendo, porém, ao auxílio que
Deus não deixa faltar nunca a ninguém, êle pode chegar ao
-153 -
verdadeiro amor de Deus que o une a Êle e o impele a acei-
tar tudo o que Deus quer.
U ma pessoa que tivesse tais sentimentos, se conhecesse
a Igreja fundada por Deus a aceitaria sem mais. Por isso, é
que apesar de externamente estar separada dela, todavia es-
piritualmente estaria unida a ela. Embora não pertença ao
corpo da Igreja, pertence ao seu coração, à alma da Igreja,
porque de certo modo ama-a, mesmo sem a conhecer.
Por bondade de Deus essa pessoa se pode salvar.
Para responder
A quem adoram os idólatras? - Em quem acreditam os Judeus?
e os Maometanos? - Que quer dizer pertencer à all1'ia da Igreja?
Para recordar
f separados de Deus pela sua obsti-
Os condenados nação no mal
1sorte sem remédio, irreparável.
1. Os que crêem { .judeus
I
em um só Deus maometanos
Imersos no êrro
2. os que . acreditam {pagãOS
C'ln vários deuses idóla tras
Quem está hereges - obstinados em não crer
fora da em alguma verdade .da Igreja
verdadeira apóstatas - renegaram a verda-
Igreja Cristãos reira fé
separados cislnáticos - recusaram obedecer
aos legítimos Pastores, espe-
cialmente ao Papa
- os eXc01nttngaClos.
- sem culpa: podem se
Cristãos excluídos
salvar, porque pertencem
Os que estão tora da à alma da Igreja
Igl'eja - se por própria culpa, não
se salVam,
-154 -
Lição XXVII
CULPA E PERDÃO
REMISSÃO DOS PECADOS
,Na solidão do monte Horeb, Deus apareceu a Moisés para lhe confiar
uma missão tôda especial: encarregou-o de libertar o povo eleito da escravidão
"do Egito. Moisés apresentou-se ao rei do Egito e em nome de Deus intimou-o
a dar liberdade ao )Jovo.
O faraó replicou: "E quem é êste Deus para que" eu deva obedecer-lhe?"
e recusou submeter-se à ordem divina. A História Sagrada nos conta a sua
morte: punido, primeiramente com o castigo das dez pragas, morreu depois
submerso pelas águas do :.vIar Vermelho.
E quem é êste Deus?.. As palavras altivas do Faraó rebelde causam
maravilha. Entretanto, quantos não a repetem eom os seus pecados! Não de-
"vemos esquecer-nos que o pecado é uma ofensa feita a Deus, desobedecendo"
à sua" Lei.
O pecado atuaI.
A remissão do pecado.
-155 -
feita a Deus com o pecado? Só Deus: somente Deus pode
perdoar os pecados.
Neste ponto surge espont~neamente uma outra pergun-
ta: como podemos saber se í.le de fato perdoa?
Basta. abrir o Evangelho. A atitude e as palavras do
bom Mestre nos dizem que há para os pecados um perdão
generoso e· divino. Madalena, a Samaritana, Zaqueu, o para-
lítico, () bom ladrão, o mesmo Pedro experimentaram a ge-
nerosidade misericordiosa de Jesus, que para confirmar sua
atitude, pronunciou' estas significativas palavras: Não têm
necessidade de médico os que estão bons, mas sim os dden·
tes; e proclamou: não vim para os justos, mas para os peca-
dores. (S. Mateus: 9, 12-13). '
-156 -
- "Nã'Ol disse Jesus. Nã'O tenhais med'O, s'Oueu. P'Odeis
t'Ocar-me. Os fantasmas nã'O têm carne nem 'Oss'O. .
. E .para mai'Or c'Onfirmaçã'O c'Omeu· um peixe· assad'O e
um fav'O de mel; dep'Ois repetiu: A paz estejac'Onv'Osc'O! Em
seguida s'Opr'Ou levemente sôbre êles. Que signifiéava aquê-
le sôpr'O? Disseram-n'O claramente as palavras seguintes:
- Recebei 'O Espírit'O Sant'O. Àquêles a quem perd'Oar-
des 'Os pecad'Os, serão perd'Oad'Os; e a quem 'Os retiverdes, se-
rã'O retid'Os.
Naquele m'Oment'O, Jesus via legiões im~nsas de homens,
imers'Os na culpa, r'Oíd'Os pel'O rem'Ors'O, ansi'Os'Os de perdã'O. E
c'Om aquelas palavras deu a'Os Apóst'Ol'Os e a'Os seus sucess'O-
res 'O p'Oder de perd'Oar tod'Os 'Os pecad'Os. Perd'Oar t'Od'Os 'Os
pecad'Os, sem limite algum. Já 'O havia 9-it'O a Pedr'O que lhe
perguntara se devia perd'Oar até sete vêzes: Nã'O sete vêzes,
mas setenta vêzes sete, ist'O é: sempre e c'Om a mesma mise-
ricórdia.
-157 -
Meios de remissão.
-158 -
Para responder
Para recordar
ofensa: a Deus
que é o peoado? {
pela desob'ediência à sua lei
-159 -
Lição XXVIII
PECADO VENIAL
De quantos modos se pode peca,r.
- 160 '-
nêles voluntàriamente. Aos pecados de pensamento acres-
centam-se os pecados de desejo que se cometem somente com
o desejo de fazer uma ação má. Assim por exemplo, quem
desejasse bater num companheiro com o qual está zangado,
.já é culpado diante de Deus, mesmo se na prática não o con-
segue fazer. .
Já vimo~ que as omissões são os pecados de quem dei-
xou de fazer uma coisa obrigatória (tarefa, orações, Missa
no domingo ... ). itsses pecados são muito numerosos, e no
entanto sentimos menos remorso por causa dêles! Por que
motivo? itles são pecados tanto como os outros!
São estas as maneiras de pecar: por pensamento, pala-
vras, obras e omissão.
Mas os pecados atuais são todos graves na mesma ma-
neira, ou há mais graves ou menos graves?
Sim: há pecados mortais e pecados veniais.
-161-
U ma desobediência à lei de Deus em coisa leve é pecado
venial. Mesmo uma desobediência em coisa grave pode ser .
sàmente pecado venial, no caso de faltar plena advertência
e consentimento. Isto por ex:emplo se verifica, quando al-
guém muito zangado perde o contróle, e deixa escapar uma
imprecação gravemente injuriosa contra algum. santo.
Dada a violência da ira, falta-lhe tódaa advertência ao
que está dizendo: o seu pecado é venial.
. Venial quer dizer perdoável porque, em latim, vênia' ~'ig~
nifica perdão. O pecado que não é grave, não tira a Graça;
por isso, é que, é possível alcançar o perdão de um pecado ve-
nial mesmo sem a confissão' sacramental. Basta o sincero ar-
rependimento, que será muito eficaz se unido a alguma obra
boa. ~ste é o motivo que fêz com que se chamasse venial.
É prejudicial.
Uma febrezinha provocada pela gripe certamente não no~ torna mais fortes.
Uma pedrinha no sapato não facilita o caminhar. Um espinho na mão não é
de muita vantagem quando jogamos bola-ao-cesto ou pingue-pongue! ...
Febrezinha, pedrinha, espinho podem-se comparar com o pecado venial,
e será fácil perceber que êle é verdadeiramente nocivo à alma.
-162
Nossa palavra de ordem deve ser: resistir sem ceder um
palmot' '
O terceiro dano é o castigo.
Quem ofende uma pessoa, mesmo levemente, é de certo
modo corrigido com uma punição, que é dada para reparar
a injustiça cometida. Dá-se o mesmo com quem ofende a
Deus: merece penas que se devem expiar nesta terra com
penitências voluntárias, ou então no Purgatório com um cas-
tigo muito maIS grave.
A gõta.
Para responder
163
Para recordar
- enfraquecem a alma
no amor de Deus;
Gravidade dos pecaclos - dispõem-na ao pe-
Veniais cado grave
. {aqUi ou no
serão pumdos purgatório
-164 -
tição XXIX
PECADO MORTAL
"Xero, o homem que dévia governar um impório, foi incapaz de governar
a si mesmo, porque se deixou' subjugar pela paixão do jôgo. Passava noites
inteiras jogando .daeTos, apostando enormes quantias. Uma noite, - não era
a primeira - a fortuna não lhe sorriu: perdeu uma soma fabulosa.
Eúquanto êlc dormia, suà mãe Agripina fêz colocarsôbre a mesa o
equivalente em moedas de ouro. Ao despertar, o imperador escancarou os olhos
com o rebrilhar daquêle monte de ouro. E Agripina lhe disse: um milhão
de sestércios! Eis quanto te !,ustou o divertimento da noite passada!"
Tivesse pensado antes!
Um mal n1uito pior comete o cristão que cai cm pecado mortal. É neces-
sário pensar antes de cometê-lo e compreender o que êle é, e os graves pre-
juízos que traz consigo.
Seus danos.
165
Os efeitos da mórte podem-se reduzIr a três: -1) cortà
a vidá; 2) torna incapaz de possuir e adquirir; e 3) impõe
a separação dos vivos mediante a sepultura.
166 -
Como vencer as tentações.
Uma ,alma em pecado mortal é um escravo a mais para
Satanás. Isto explica como, com que violência e. por que o
demônio procura arruinar as almas.
Para resistir vitoriosamente a seus ataques devemos não
esquecer que estamos na presença de Deus, que tudo vê e
tudo sabe. É um êrro pensar que nos podemos esconder e
não nos deixar ver por ninguém: Deus está em tôda a parte
. e vê o segrêdo dos corações.
Mas há ainda uma outra consideração, que nos deve tor-
nar fortes contra as tentações: a consideração das últimas
coisas que nos acontecerão - chamadas segundo a expressão . i
l67 -
·o prêmio ou o castigo não serão iguais para todos, por-
que nem todos terão kdquirido os mesmos merecimento~,
nem cometido os mesmos pecados. E também os pecados não
são todos iguais. Entre os mesmos pecados veniais há alguns
mais leves que os outros. Tirar às escondidas um cruzeiro
não é comO tirar duzentos; e dizer uma mentirinha por brin-
cadeira não é como dizê-la para esconder uma falta.
'Mas, sobretudo entre os pecados mortais, alguns há que
são mais graves e funestos.
Para responder
Que é na videi.ra mística de Jesus a alma em pecado? - Quais
são os Novíssimos? - Íi; possível escondermo-nos aos olhos de Deus?
Para recordar
- Deus me vê!
Como vencer as - l1ensar nos Novíssimos ..
tentações - sobretudo no 1J1'êmio 011 no
castilJo
168
J{ição xXx
-'-;- 169 -
éómeticÍo por Caím cÍepois cÍo assassInato cÍe Abel: "Meu pé-
cado é muito grande para merecer perdão"; é também o pe-
cado de Judas que, desesperado, se enforcou.
Lembre-se bem: Jesus morreu para alcançar o perdão
de todos os pe~ados:
, Desesperar da salvação e do perdão é como dizer: os me-
recim,entos de Jesus não ,são suficientes e a misericórdia de·
Deus não é infinita.
Coisas de desesperados! de loucos!
2) Presunção de salvar-se sem merecirIl~p.to.·~quase
o contrário do pecado precedente. Equivale 'a dizer: a justi-
ça de Deus não existe! Fazer o bem e fazer o 1ll<ti'é,perféiti\
mente a mesma coisa! A salvação está garantida!
Pode-se ser mais estulto? Deus é justo e por 1SS0 pre-
meia os bons e·castiga os maus. '
3) Negar a verdade conhecida como tal. Negar, rejei-
tar, combater as verdades da fé reveladas por Deus por meio
de Jesus Cristo e. dos Apóstolos e. ensinamentos pela igreja.
Um cristão não pode agir assim, sem ofender a Deus e o
Espírito de Verdade que assiste continuamente a Igreja.
4) Inveja das graças que Deus c9ncede aos outros. Não
é um pecado muito frequente, mas também não é tão raro: é
o pecado de quem tem inveja das mercês que Deus faz a
outrem e da vir,tude que êle pratica e que o torna querido a
Deus. Foi a inveja que Caím teve de Abel; essa foi a inveja
do demônio com relação a Adão e Eva, e é ainda hoje a in-
veja' que de nós t~m o demônio, quando estamos em esta-
do de graça.
S) Obstinação no pecado. Obstinar-se quer dizer co-
nhecer o mal cometido, saber que êle ofende a Deus e con-·
duz à ruína eterna, e não obstante isso, querer permanecer
nêle. Deus, por assim dizer, rodeia o obstinado com as inspi-
-170 -
rações da graça, com bons exemplos, conselhos pregações ... ,
mas o pecador não se rende. Como poderá salvar-se, se não
se decide a fazer um bom propósito? Reze para que nem vo-
cê nem seus pais, nem seus paren\tes caiam neste estado. É
necessário arrepender-se e confessar-se logo após o pecado:
qualquer demora poderá ser fatal. Nunca esqueça isto!
6) Impenitência final. Não querer arrepender-se e re-
cusar o perdão oferecido por Deus é o ultimo, supremo, e ir-
. reparável insulto à bondade e, misericórdia de Deus.
Será tremendo o castigo de quem quer a todo o custo
morrer revoltado contra Deus, apesar de todos os 'convites
I de sua Graça.
Pedem vlllgança.
Deus criou os homens, para que, vivendo, se inultipli-
cassem e gozassem dos bens que t.le espalhou pela terra.
-171-
Quem Se opoe, à. vida crIada por Deus, e pae obstáculos aô
bem da humanidade comete os pecados mais detestáveis aos
olhos de Deus, e atrai sôbre si os mais tremendos castigos.
São quatro os pecados que pedem vingança a Deus.
1) Homicídio voluntário. Deus é quem dá a vida ao
homem, criando-o à sua imagem. Contra quem reproduz o
crime de Caím, Nosso Senhor repete as palavras a êle dirigi-
das: A voz do sangue de teu irmão grita a' mim da terra on-
de está. (Gen.: 4, 10).
2) Pecado sensual contra a natureza. É cometer gra-
ves pecados impuros, a ponto de assemelhar-se aos animais.
Com êsse pecado calca-se aos pés a virtude da pureza, ofen-
de-se a presença do Anjo da Guarda e profana-se a santidade
do corpo que Deus destinou a ser seu templo vivo. Com
ê.ste pecado o homem se rebaixa. A ofensa a Deus é gravís-
SIma. ,
II
3) Opressão dos pobres. Oprimir e desprezar os infe-
lizes, fazer-lhe mal porque não podem defender-se, é a mais
ignóbil das vilezas.
Diz o Espírito Santo: Não façais violências contra o '
pobre e não esmagueis o miserável, porque o Senhor ferirá
com castigos os que lhe transpassarem a alma! (Prov.: 22,
22). E Jesus ensinou: o que fizerdes ao, mais pequenino,
fá-lo-eis a mim. Não insultemos Jesus na pessoa dos pobres.
(S. Mt.: 25, 40).
4) Negar o justo salário aos operários. O Espírito San-
to pronunciou palavras muito severas a êste respeito: O pão
do pobre é a sua vida e quem lho tira é um sanguinário.
Quem tira a alguém o pão do suor é como quem mata o seu
próximo. Quem derrama o sangue e quem defrauda o ope-
rário são igualmente culpáveis. (E.clesiástico: 24, 24-27).
Para responder
Em geral, por que causas se peca? - Qual é a mais grave? -
Que quer dizer obstinar-se? - Quais os pecados contra o Espírito
Santo?
-172 -
Para recordar
( por irreflexão
Vários modos de cometer pecado ~ por fraqueza
l por malícia
Os vecados cometidos por venla(T,eira 1nalícia são
'muito graves e funestos:
1. Desesperar-se de obter
perdão dos Pecados
Pecados 2. Presunção de salvar-se
mais sem merecimento
graves 3. Negar a verdade conhe-
Pecados contra o
e funestos cida
Espírito Santo
4. Invejar as graças que
ouü'os recebem
5. Obstinar-se nos pecados
6. Impenitência no fim da '
vida.
1. Homicídio voluntário
2. Pecado sensual contra a
natureza
Pecados que pedem
vingança de Deus 3. Oprimir os pobres
4. Diminuir ou não dar o
justó ordenado a quem
trabalha.
-173
Lição XXXI
READQUIRIR A GRAÇA I.
Como?
Para os males do corpo Deus providenciou remédios. É
a Bíblia que o nota dizendo: O Altíssimo fêz sair da terra os
medicamentos; e o homem sábio não os despreza. (Eclesiás·
tico: 38,4).
Também para os males espirituais Jesus, o médico divi- ! '\.-
-174 -
Pode dar-se, porém, o caso de que alguém depois de ter
cometido um pecado grave não tenha a possibilidade de con-
fessar-se logo; deseja fazê-lo mas não pode. Deverá perma-
necer inevitàvelmente no pecado?
Não. Deus é de uma bondade extraordinária para com
o pecador. Se O pecador tem verdadeira dor de seus pecados .
. e sincera intenção de confessar-se, Nosso Senhor está dispos-
to a perdoar-lhe mesmo antes da confissão. Mas neste caso
a dor deve ser verdadeira e completa, perfeita; quer dizer que
o pecador deve se arrepender do mal que praticou não tanto
pelos gravíssimos prejuízos causados à alma, quánto porque
ofendeu a infinita Santidade de Deus e transgrediu sua ado-
rável vontade, causando as dores e sofrimentos de Jesus.
Quem tem dor perfeita, os pecados lhe são perdoados e
readquire a Graça perdida. Resta,·lhe, porém, fazer uma coi-
sa: provar a sinceridade da sua inte~ção, confessando-se de
175 - ,
... ," "
,.' '-,~
Os méritos readquiridos.
Qucm esbanja todo o seu dinheiro, arrepende-sé amargamente do que
fêz e 'põe-se a trabalhar para recontrÍlir sua fortuna. Mas o dinheiro quc
ante~ possuia não vale mais nada; não se poije readquirir um cruzeiro se-
quer; deve coméçar a ganhar tudo de novo.
- 176
Não! Quem percebe que está fora do caminho, pára
e volta para trás. Pois bem, quem faz o mal está fora do ca-
minho, porque o mal não leva ao paraíso, mas ao inferno.
É melhor parar, pois continuando a praticar o malvai-se afas-
tando sempre mais do paraíso, torna-se piore merece castigo
cada vez mais grave.
Quem, ao contrário, interrompe a cadeia de seus peca-
dos', e começa a praticar o bem, faz como o transviado· qU;e
volta para trás. Aproxima-se assim do verdadeiro caminho;
quer dizer: dispõe-se à conversão e é). readquirir a· Graça.
Tanto mais que Deus não permanece indiferente ao bem
praticado pelo pecador; e podemos acreditar que o haverá
de ajudar e o reconduzirá ao redil, como faria o bom pastor
corri uma ovelhinha tresmalhada.
o Crucifixo de Würzburgo.
('l'ihamér Toth)
Para responder
- 177
';,. :"\, 'Y" '" "~\,\~.:}':·:;;';i
"
Para recordar
-178 -
Lição xxxít
O juízo.
- 179
de poder e majestade. Mas pata hOS julgar nâo esperará até',
aquêle dia, mas julgará a cada um em particular logo depois
da morte. São dois, portanto, os juizos que nos esperam:
um particular, de cada alma logo depois da morte; outro
universal, de todos os homens no fim do mundo.
O juízo particular da alma será coisa de um instante.
A alma, livré dos impecilhosdo corpo, ao penetrar na luz de
Deus conhecerá imediatamente seu estado e sentirá necessi-
dade da sentença.
-180 -
A reuniiío do Conselho realizou-se em Nantes no dia 9 de setembro. Foi
introduzido o primeiro acusado, um major:
- Vossa recusa, 'obscrvaram-lhe, constitui um crime contra a disciplina
militar. Não há atenuantes.
Acima das obrigações militares, replicou o major, estão os mCUR deveres
de cristão. Sabia que minha atitude me arrastaria a êste tribunal e quc seria
condenado. Mas sabia também que um outro juízo me aguarda, a mim c' a
vós: o juízo de Deus justo! Apelo para êle!
O mujor falavu com voz firme e de' frontc el'guida.., Suas palavras tão
repassadas de nobrcza produúrum nos circunstantes profunda impressão.
Não obstante, os juízcs' o' condenaram.
Mas Deus justo, por êle invocado, ao mesmo tempo que lhe preparava
a glória, esperava os juízes iníquos para um juízo de condenação.
Parà responder
-181 ~
Para recordar
!
a vida de todos os homens
Morte , com a morte.
. - quando? não sabemos
partic. ular
dois juízos
{. .universal
No fim
j
i
desta vida Juízo
de . que seremos do bem j.praticado
julgados? e em vida
. . do mal
,
No juízo unfver8a~ será publicamente restabelecida
a justiça .
.~ 182 ~
Lição XXXIII
PURGATóRIO E LIMBO
São três as possibilidades que se apresentam à alma; de-
pois do Juízo particular:
1) Se estiver sem pecado e não tiver que descontar aI·
guma pena, vai para o Céu.
2) Se tiver algum pecado venial ou pena a descontar,
vai para o Purgatório, até satisfazer inteiramente.
3) Se estiver em pecado mortal, vai para o inferno co-
. mo um revoltado que jamais voltará para Deus;
À espera do Paraíso.
-183 -
,,O Limho.
o Purgatório.
- 184 --
para proveito dêles. A isto chama-se socorrer com sufrágios
. ou sufragar as almas do Purgatório .
.sltt1'ágio era antigamente o voto de aprovação dado por uma assembléia;
depois passou a significar apôio, ajltda, S0001'1'0.
Nós o entendemos no sentido de ajuda, sooorro espi1'itual às almas do
Purgatório.
Para responder
Porque rezar pelos defuntos não é coisa supérflua e inútil? -
Por que é a Santa Missa o melhor meio de sufragar os defuntos?
- Por que as crianci!lhas mortas sem batismo não merecem o Oéu,
nem o Inferno?
-185 -
Para recordar
- se está sem pecado e sem
débito de pena, para. o
Céu
A alma depois do - se tem ftlgum pecado ve-
Juízo vai nial ou algum débito dé
pena, para o Purgatório·
- se está em pecado mor-
tal, l)ara o Inferno
-186 -
LEITURA
-187 -
Lição XXXIV
CÉU, E INFERNO
Conta um missionário da índia: Na mlssao de Madrasta adoecera gra-
vemente um pagão da casta mais elevada. Como era meu amigo, fui visitá-lo.
Consumido pelo mal, o infeliz estava nas últimas e tinha, conscigncia disso.
- Vim cumprimentá-lo, disse eu, porque não nos veremos mais.
- Sinto muito, padre!
- Eu também. Há todavia um lugar onde nos poderemos encontrar nova-
mente.. Um lugar feliz onde nos sentiremos muito bem, ... poderemos gozar
de, tudo e não sofrer nada... com o Pai do Céu. Eu um dia irei para lá;
mas o senhor não pode ir.
- Por que?
- Porque o senhor não se tornou filho de Deus ...
É comecei a' dar-lhe algumas explicações. Por um triunfo da Gràça,aqulile
homem pediu o batísmo, que lhe administrei com grande alegria. Voltando
à' residência deitei-me na esteira. Aí pela meia noite estava /quaseconciliando
o sono quando senti bater levemente em meu ombro: era o meu amigo.
Como? o senhor? está passando beffl?
- Muito bem, muito! Obrigado!
Surpreendido quis levantar-me, mas não o vi mais. Concentrei-me um pouco
e depois corri à sua casa. Cheguei esbaforido; meu amigo havia expirado poucos
minutos antes.
o prêmio.
-188 -
"Muito bem, muito! Obrigado!"
Essas palavras do pobre pagão,. salvo pelo mISSIOnano,
nos dizem alguma coisa sôbre o estado dos que estão no Pa-
raíso. Mas descrever-lhes a felicidade é-nos impossível. E
Aquêles aos quais Deus concedeu aqui na terra a Graça de
prelibar a felicidade do Céu não a souberam exprimir.
A transfiguração de Jesus no Tabor foi uma amostra
antecipada do paraíso. São Pedro sentiu tamanha alegria,
que estonteado não compreendeu mais nada. E São Paulo,
que foi arrebatado ao terceiro Céu, quando tentou repetir o
que tinha experimentado, pôde apenas dizer palavras vagas.
Do Céu sabemos duas coisas.
Primeiramente que não existem lá misérias desta vida.
"Deus, diz a Sagrada Escritura, enxugará tôdas as lágrimas
dos olhos dos. bem-aventurados e não mais haverá morte,
nem pranto, nem gritos de dor". (Apocalipse: 21, 4).
-189
E sabemos também que no Céu veremos e possuiremos
a Deus Nosso Senhor, e dêle gozaremos por tôda a eternida-
de. Neste mundo, diz São Paulo, conhecemos a Deus como
se o víssemos num espêlho e falamos dêle com palavras que
muitas vêzes .são um enigma. "Mas lá então veremos face a
face" quer dizer, em todo o inefável esplendor de sua Majes-
tade. "Como Êle é na realidade". (l.a Cor.:' 13, 12).
É isto mesmo que nos ensina óCatecismo: O Céu é o
gôzo eterno de Deus e de todos os bens, sem mistura de mal.
É o prêmio que merece quem é bom, isto é, quem ama e
serve fielmente aDeus e morre na sua santa Graça.
A pena.
-190 -
Para sempre.
Para responder
~ 191-
Para recordar
-
visão do
É descrito na Sa"Tabor
grada Escritura . - de
- Vlsao
. 1 São Paulo
- gôzo eterno de Deus nosso
bem e nossa felicidade
1) Paraíso - que é? - nÊle gozaremos de todos
os bens
~ sem nenhum mal
o Cristão, em prêmio de
l
suas virtudes
Paraíso quem, o
1nerece? { quem ama e ser-
e isto é ve II Deus fiel-
. Inferno mente
~ 192 -:.
Lição XXXV
NO FIM DO MUNDO
Três dias antes de sua Paixão, Jesus num discurso pro-
fético, falou amplamente do fim do mundo.
HaveÍ'á guerras e mortalidades, pestilências e carestias, e
terremotos. Depois, quando o Evangelho fôr pregado a to-
dos os povos, ver-se-ão estranhas perturbações e graves desor-
dens até no céu. O sol se escurecerá, a lua não dará mais sua
luz e as estrêlas se precipitarão do céu, porque as fôrças do
céu serão violentamente abaladas. Todos os homens aterro- .
rizados, percebendo aproximar-se o grande dia final, baterão
no peito. (S. Mateus 23, 6 e seguintes).
O juízo universal.
193 -
tive fóme e me destes de comer; tive sêde e me destes de
beber; era peregrino e me recebestes; nu e me vestistes, doente
e me visitastes, encarcerado e me consolastes.
A ressurreição da carne.
-194 -
o corpo dos condenados ressuscitará também, mas não
será glorioso, porque reunido à alma participará de seu ca's-
tigo: feio, deforme, horrível, será torturado pelos mais atro-
zes tormentos, e assim como nunca terá fim o gôzo dos justos,
assim jamais terminará o suplício dos réprobos: um e· outro
durarão eternamente, para sempre.
AMÉM!
Esta palavra quer dizer: Isto é verdade, assim é, assim
seja! Esta palavra demonstra a firmeza de nossas convicções
195 -
e exprIme, ao mesmo tempo, o nosso vivo desejo: alcançar
a· remlssao dos pecados, e depois da ressurreição do nosso
corpo, esperamos alcançar a vida eterna em Deus'.
o célebre Zêuxis, a uma pessoa que com certa curiosidade lhe perguntava
por que cuidava com tanta meticulosidade de suas pinturas, respondeu: "Pinto
para a eternidade I" Queria que suas obras se impusessem à admiração dos
pósteros. E de fato a antiguidade quedou-se admirada diantil das obras primas
de Zêuxis.
A vida eterna!
Para responder
-196 -
Para recordar
- comparecerão os Anjos
- chamarão os vivos e os mortos
- aparecerá no esplendor do céu a anuI;
,Juízo
universal - Jesus jUlgará! .. eterno
ou ao suplww
No fim do todos os h 0-
mundo mens, que ou à vida eterna '
irão
-197 -
PERGUNTAS E RESPOSTAS
do
Lição II
1. Quem é Deus?
Deus é um espírito perfeitíssimo; eterno, criador do céu e
da terra.
2. Por que Deus é eterno?
Deus é eterno, porque sempre existiu, não teve princípio e
não terá fim .
. 3 " Por que Deus é crIador?
Deus é criador, porque só êle criou e pode criar tôdas as
coisas, e por ninguém foi criado.
4. Onde está Deus?
Deus está no céu, na terra e em tôda parte.
5. Deus vê tôdas 'as coisas?
Sim, Deus vê tôdas coisas presentes, passadas e futuras
e até nossos pensamentos.
6. Por que Deus vê tôdas as coisas?
, Deus vê tôdas as coisas, porque é infinitamente sábio e está
sempre presente em tôda a parte.
7. Deus tem corpo como nós?
Não; Deus não tem corpo: mas é puríssimo espírito.
199 -
Lição III
1. Podemos compreender tôdas as verdades da fé?
Não; não podemos compreender tôdas as verdades da fé,
porque algumas dessas verdades são mistérios.
7. Que é o Credo?
Credo, ou o Símbolo dos Apóstolos, é o resumo das verdades
que todo cristão deve crer.
- 200
Lição IV
1. Qual é o sinal do cristão?
O sinal do cristão é a cruz.
3. Que é perseguinar-se?
Persignar-se é fazer três cruzes com o dedo polegar da mão
direita aberta: a primeira na. testa; a segunda na bôca; a ter~
ceira no peito, dizendo: Pelo sinal t da santa cruz, livrai-nos,
Deus, t Nosso Senhor, dos nossos t inimigos .
5. Que é benzer-se?
Benzer-se é fazer uma cr:uz, com a mão direita aberta, da
testa ao peito e do ombro esquerdo ao direito dizendo: Em nome
do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Amém.
- 201-.
9. . Quando devemos fazer o sinal da cruz?
Devemos fazer o sinal da cruz pela manhã, ao despertar; à
noite, ao deitar; antes e depois das refeições; no princípio e no
fim de qualquer trabalho; antes de começar a oração; nas ten-
tações e nos perigos.
Lição V
1. Quantos deuses há?
Há um só Deus e não poàe haver mais do que um.
2. Quantas pessoas há em Deus?
Em Deus.há três pessoas iguais e realmente distintas, que
são o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
3. Como se chama êsse mistério de um Deus em três pessoas iguais
e realmente distintas: Pai,. Filho e Espírito Santo?
Ohama-se mistério da Santíssima Trindade.
Lição VI
1. Qual é a primeira pessoa da Santíssima Trindad~? '
A primeira pessoa da SS. Trindade é o Pai.
2. Qual é a segunda pessoa da SS. Trindade?
A segunda pessoa da SS. Trindade é o Filho.
3. Qual é a terceira pessoa da SS. Trindade?
A terceira pessoa da SS. Trindade é o Espírito Santo.
4. O Filho é Deus?
Sim; o Pai é Deus.
"5 . O Filho é Deus?
Sim; o Filho é Deus.
6. O Espírito Santo é Deus?
Sim; o Espírito Santo é Deus.
7. Então são três deuses?
Não; são três pessoas distintas, mas um só Deus.
- 202
Lição VII
1. Por que são três pessoas da Santíssima Trindade um só Deus?
As três pessoas da Santíssima Trindade são um só Deus;
porque tôdas três têIJ1 uma só e a mesma natureza divina.
3.' Não existiu o Pai antes do Filho e' antes do Espírito Santo?
Não; o Pai não existiu antes do Fi~ho, nem antes do Es-
pírito Santo, porqlJ.e tôdas essas três pessoas divinas são igual-
mente eternas.
Lição VIII
1. Como criou Deus o. mundo?
Deus criou o mundo com um simples ato de sua yontade, e
pode criar muitos outros mundos, porque é onipotente.
Lição XI
I. Quais foram os entes mais perfeitos que Deus criou?
Os entes mais perfeitos que Deus criou foram os anjos
e os homens.
203 -
3. Em que estado Deus criou os anjos?
Deus criou os anjos em estado de inocência e santidade.
Perseveraram todos os anjos nesse estado?
Não; alguns anjos perseveraram no bem e, outros se ,revol-
taram contra Deus.
5. Como se chamam -os anjos que perseveraram rio bem~,
Os anjos que perseveraram no bem chamam-&e anjos bons
ou simplesmente anjos. ' '
6. Como se chamam os anjos que se revoltaram contra Deus?
Os anjos que se revoltaram contra Deus chama,m-se ,anjol[l
maus ou demônios. ' " ,
Como foram punidos, os anjos rebeldes?
..
Os Anjos rebeldes foram punidos com a expulsão {lo céu
e a condenação ao inferno.
Os anjos rebeldes ou demônios podem fazer-nos algum mal?
Sim; os demônios podem fazer-nos J;llal; atormentando-nos
e tentando-nos.
',,;,
Como' podemos ven'cer as teÍltaçõesdo demônÍo?
Podemos vencer as tentações do demônio. com ,a?rll;ção, ~,
vigilância e o uso freqüente dos sacramentos.
Como foram recompensados os anjos bons?
Os anjos bons foràm recompensados' com á posse 'do céu
para sempre.
Qual é a ocupação dos anjos bons?
A ocupação dos anjos bons é adorar a Deus e executar suas
ordens.
Confiou Deus a seus anjos a missão de velar sqbre nós?
Sim; Deus confiou a muitos dos seus anjos a I+1issão de
velar sôbre os homens e deu a cada um de nós um anjo tutelar,
que se chama anjo da guarda.
Quais são as nossas obrigações para com O anjo da guarda?
Nossas obrigações para com o anjo da guarda são: hon-
rá-lo, invocá-lo e seguir suas inspirações.
- 204
l{i
Lição X
1.' . Que . éo homem?
O homem é uma criatura racional, composta de alma e corpo.
Lição· XI
.\
Lição XII
1. Adão e Eva conservaram o estado de graça e felicidade?
Não; Adão e Eva não conservaram o estado de graça e feli-
cidade, mas perderam-no pelo pecado.
- 205-
2. Qual foi o pecado de Adão e Eva?
O pecado de Adão e Eva foi o pecado de soberba e q.esobe-
c1iência a Deus.
3. Como desobedeceram a Deus Adão e Eva?"
Adão e Eva desobedeceram a Deus, comendo de um fruto,
que o Senhor lhes tinha proibido.
4. Que resultou dessa desobediência?
Dessa desobediência resultou que Adão e Eva foram priva-
dos da graça, expulsos do paraíso terrestre; sujeitos à morte e
outras misérias.
5. O pecado de Adão e Eva é somente de Adão e Eva?
Não; o pecado de Adão e Eva não é somente de Adão, mas
é de todos os seus descendentes.
Lição XIII
1. Todos os homens contraem o pecado original?
Sim, exceto a Virgem Maria, todos os homens contraem o
pecado original.
2. Depois do pecado original todos os homens podem salvar.se?
Sim; depois do pecado original, os homens podem salvar-se,
porque Deus lhes enviou o Salvador.
3. Quem é o Salvador dos homens?
O Salvador dos homens é Nosso Senhor Jesus Cristo.
Lição XIV
1. Quem é Jesus Cristo?
Jesus Cristo é o Filho de Deus, feito homem.
2. Que se entende por Filho de Deus?
Por Filho de Deus entende-se a segunda pessoa da Santíssi- "
ma Trindade.
206
3. Quem é o pai de Jesus Cristo?
O pai de Jesus Cristo é somente o Pai Eterno, isto é, a pri-
meira pessoa da Santíssima Trindade.
Lição XV
- 207
10. Por que se chama São José pai de Jesus Cristo?
São José se chama pai de Jesus Cristo por ser espõso de'
Maria Santíssima e porque exercia a missão de pai sôbre êle.
Lição XVI
1. Quando se f~z hOll.1em,o FilhQde Deus deixou de ser Deus?
Não ; quando o Filho de Deus se fêz homem não deixou de
ser Deus; permaneceu verdadeiro Deus e começou a ser também -
verdadeiro homem.
Lição XVII
1. Para que se fêz homem o Filho de Deq.s?
O Filho de Deus se fêz homem para nos salvar.
2. Qual o fim por que Jesus Cristo padeceu, foi crucificado, morto
e sepultado?
Jesus Oristo padeceu, foi crucificado, morto e sepultado para
nos salvar.
- 208-
6. Jesus Cristo padeceu e morreu . enquanto Deus ou enquanto
homem? .
Jesus Cristo padeceu 'e morreu enquanto homem, porque
enquaJ?to Deus não' podia padecer nem morrer.
Lição XVIII
1. Que quer dizer "desceu aos infernos"?,
"Desceu aos infernos" quer dizer que, depois da morte de
Jesus Cristo, sua alma desceu ao limbo.
5. Que fêz Jesus Cristo depois dos três dias de sua morte?
Jesus Cristo, depois dos três dias de sua morte, ressuscitou
glorioso e triunfante,' para nunca mais morrer. \
,.~;~
Jesus Cristo ressuscitou na madrugada do dia de Páscoa.
. ,Ú~~~
-209-
\ .
Lição XIX
L . Que.m é o Espírito. Santo?
O Espírito Santo é a terceira pessoa da SantíssiJ,lla Trindade.
Lição XX
1. Que é a Santa Igreja Católica?
A Santa Igreja Católica é a sociedade de todos os cristãos
que professam a mesma fé e recebem os mesmos sacramentos, :
sob a obediência aos legítimos pastores e principalmente do
Papa.
21.0
Lição XXI
1. São todos os homens obrigados a pertencer à Igreja?
Sim; todos os homens são obrigados a pertencer à Igreja,
porque Jesus Oristo o manda, e fora da mesma ninguém pode
salvar-se.
Lição XXIII
1 > Quais são os legítimos pastores da Igreja?
Os legítimos pastores da Igreja são: o Papa e os Bispos.
3. Quem é o Papa?
O Papa, que chamamos também de Romano Pontífice, é o
vigário de Jesus Oristo na terra, o chefe visível da Igreja.
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8. Quais são as obrigações dos católiços para com o Papa?
As obrigações dos católicos para com o Papa são: venera-
ção, amor filial, obediência.
9. Quem são os Bispos?
Os Bispos são os pastores dos fiéis nas dioceses, que regem,
sob a dependência do Papa.
10. Que é o Bispo em sua diocese?
O Bispo em sua diocese é o legítimo pastor e sup~rior de·
. todos os f~éis, eclesiásticos e leigos.
11 . De quem são sucessor os Papas e os Bispos?
O Papa é o sucessor de São Pedro, príncipe dos apóstolos,
os Bispos são os sucessores dos apóstolos no poder ordinário de
governar a Igreja.
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12. Quais são as obrigações dos fiéis para com os próprios Bispos?
Todos os fiéis são obrigados a venerar, amar e honrar o
próprio Bispo, e prestar-lhe· obediência em tudo que se refere
à cura das almas e ao govêrno da diocese.
13. Para que instituiu Jesus Cristo a Igreja?
Jesus Cristo instituiu a Igreja para todos os homens tereill
nela os meios de salvação.
14.· Quais são os principais meios de salvação que temos na Igreja?
'Üs principais meios de salvação que temos na Igreja são:.
verdadeira, fé, a graça pelos sacramentos, a remissão dos peca-
dos e a comunhão dos santos.
Lição XXIV
1. Que é a comunhão dos santos?
A comunhão dos santos é a participação dos fiéis nas ora-
ções e outras boas obras, que se fazem na Igreja.
Lição XXVII
1. Haverá algum pecado que a ·Igreja não possa perdoar?
Não; não há pecado, por grave e enorme que seja, nem pe-
cados tão numerosos, que a Igreja não possa perdoar.
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·2 . Como perdoa a Igreja os pecados?
A Igreja perdoa os pecados, aplicando os merecimentos de
Jesus Cristo, por meio dos sacramentos.
Lição XXVIII
Lição XXIX
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Lição XXX
Lição XXXI
- 214-
Lição XXXII
- 215-
Guerra ao Pecado e à
Impureza!
Defender a verdadeira Re- 1 - Refutar o êrro, a falsidade
gião, mediante uma verda- e a mentira, em matéria de
deira vida cristã, baseada Religião e Moral.
em sólida instrução e pie-
dade convicta.
Enaltecer a beleza da alma 2 - Pôr em relêvo a fealdade
em estado de Graça, e aper- da alma em pecado mortal,
feiçoá-Ia pela prática das e sua aviltante miséria.
virtudes, e, em particular,
da Pureza.
Promover conversas hones- 3 - Combater as conversas imo-
tas, edificantes. rais, obscenas e provocantes.
Divulgar gravações, revistas, 4 - Destruir, quanto possível,
periódicos, folhetos católi- gravações, jornais, folhetos
cos, coletando assinaturas, e cartazes inconvenientes,
vendendo-as, emprestando- e impedir que sejam com-
os e dando-os. prados, lidos e divulgados.
Fazer propaganda dos pro- 5 - Boicotar os programas de
gramas bons de Rádio e Te- Rádio e Televisão, opostos
levisão. à Fé e aos bons costumes.
Colaborar com os espetá- 6 - Impedir, por todos os meios,
culos morais (cinema, tea- a assistência a espetáculos
tro, etc.), participando, as- imorais, e se possível, a sua
sistindo, propagando e es- real ização.
palhando seus programas.
- Favorecer os esportes de- 7 - Opor-se a todo esporte in-
centes, apropriados à idade decente, a bailes modernos
e ao sexo. imorais, e à música sensual,
meios diabólicos de perver-
são.
Trabalhar pela dignificação 8 - Formar um ambiente hóstil
dos trajes da mulher, ba- às modas impudicas e aos
luarte defensivo de sua hon- trajes indecorosos ("nunca
ra, cristianizando as modas. pode ser lindo um vestido
desonesto" ).
Formar um ambiente propí- 9 - Lutar contra o afrouxamen-
CIO às Normas de Morali- to dos costumes e as teorias
dade da Igreja Católica, mundanas, opostas à moral
colaborando com as Cam- cristã.
panhas de Moralidade.
Fazer o possível para que 10 - Pedir a Deus, por meio de
parentes, amigos e conhe- sua Mãe, a Virgem Ima-
idos vivam na Graça de culada, que reprima o do-
e CRISTO REINE mínio da serpente infer ai.