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A palavra Utopia tem origem grega (U+ Topos) que significa “lugar nenhum”, “lugar que
não existe” ou “lugar feliz”.
O primeiro escritor e humanista a utilizar esta palavra foi Thomas More, numa obra de
nome “Utopia” onde é descrita uma sociedade ideal, mítica, sem ambições onde todos
vivem sob leis igualitárias, em harmonia e livres de violência e intolerância.
Existem inúmeras interpretações da obra de Thomas More, neste ensaio vou destacar
duas das interpretações mais desenvolvidas: a utopia como algo impossível e a utopia
como uma esperança.
Se não há futuro para a utopia, quer dizer que não há futuro. Há apenas um presente
que se prolonga num perpétuo desagrado e fastio onde não há nada para fazer, nada para
melhorar. Resta apenas um conformismo, sem horizonte, sem esperança, numa realidade
sempre igual, imóvel. Esta perspectiva negativa e pessimista não abre espaço para futuras
mudanças.
Apesar do sentido conotativo de que a Utopia é um refúgio irreal, uma fuga da realidade,
há quem encare de um modo rigoroso esta possibilidade, sempre renovada da “criação” e
de novas perspectivas.
O Mundo parece que ainda não alcançou o seu limite, o seu potencial máximo, até
mesmo o próprio Homem não se aproximou do auge das suas capacidades e do seu
pensamento pois está preso ao individualismo, ao imediato, ao momento, e encara o mundo
com uma perspectiva negativa e pessimista não abrindo espaço para futuras mudanças.
Se entendermos a utopia como uma forma de ver alternativas à realidade tal como esta
nos é demonstrada, não implica uma rutura com esta mesma realidade. Mas poderia
coexistir esta fatídica realidade com as possibilidades por trás do espírito utópico? Neste
sentido a Utopia não significaria a recusa total da realidade, do mundo tal como é, mas
criaria uma incompatibilidade com o mundo utópico criado.
De certa forma a Utopia pode ser entendida como uma forma de arte, uma forma de
expressão, um refúgio para os sentimentos negados. Neste espaço idealmente geométrico
e exato, em que os termos lugar e espaço são negados – o lugar é o não lugar, o espaço é
constituído pelo conjunto indefinido de não lugares –, o homem encontraria a ordem, a
harmonia, o não lugar certo; recuperaria o sentido de orientação perdido num mundo
infinito, sem pontos de referência.
No meu ver, a utopia não poderá ser generalizada, mas isso não a impede de existir. A
utopia poderá existir sempre na nossa imaginação, sendo esta um refúgio da realidade em
que vivemos, um lugar onde podemos viver numa realidade mais agradável, sem
preconceito, um sítio onde podemos esquecermo-nos de todos os problemas exteriores e
viver a nossa utopia.
A utopia não poderia ser generalizada pois há várias opiniões contra, principalmente de
pessoas que não querem mudar o seu modo de vida, as suas convicções, o regime político,
a sua forma de encarar diversas situações que exigem mais compreensão, entre outros
motivos. Tendo em conta que não podemos criar esta sociedade e realidade utópicas
podemos sempre manter o pensamento utópico presente nas nossas vidas, através da
leitura de livros utópicos, da visualização de filmes que retratam a utopia e como mencionei
anteriormente na nossa imaginação, que é o lugar onde pode haver uma utopia sem ser
posta em causa e sem qualquer limitação.
Com este ensaio filosófico pretendo estimular a vontade de criar um mundo utópico em
cada um de nós, tornando-nos mais abertos a novos pensamentos, percepções, ideias e
menos vinculados àquilo que é imediato.
10ºL Nº1