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O encontro de G.H. com a barata é precedido pela visão do “mural” desenhado a carvão no
quarto da empregada Janair: um homem, uma mulher e um cão.
É ali que surge a barata, como uma espécie de guardiã da porta dessa gruta, ou de guia de G.H.
nessa viagem pelo espaço-tempo.
Epifania
1 – a personagem precisa de um apoio, ela tem medo do que vê, medo de ver; os 2 primeiros
são etapas para oq ela vê no último; perigo das racionalizações (tripé); perder o medo do feio
2 – afastamento das crenças e dos valores; fica desnuda a face da vida sensação de
inexpressividade; encarar o não-ser como aproximação da verdade. Ela vive na superestrutura
de um edifício e da sociedade, não tem problemas financeiros, e vive sozinha em seu
apartamento
Trágico da existência humana não é o mesmo que fatalismo, não implica em imobilidade
GH conversa com Deus e expõe suas dúvidas, mas percebe que ele está muito mais próximo do
neutro cotidiano
Levada pelo encontro e morte da barata, GH penetra num círculo de experiência e de
constatações inéditas. E, a partir deste, volta ao cotidiano com outros olhos.
Sua dúvida anterior é respondida: será que a preocupação com Deus é uma maneira de
escapar ao presente? Um tripé? Não, Deus está incorporado à atualidade e ao tempo presente
do homem
Via mística, cujas etapas são dadas pela passagem de cada círculo; essa experiência mística não
leva à comunhão da alma com Deus, mas ao Seu reconhecimento e encontro nas coisas que
compõe o presente humano
33 capítulos, numeração cabalística da idade de Cristo, como passos da via crucis, paixão,
hóstia
Manual prático do ódio
É então na força desse cotidiano urbano, nessa violência na e da cidade, que se inscreve um
mal-estar que não é circunstancial, mas existencial, porque ligado a crises e conflitos vividos
por sujeitos sociais cindidos, despedaçados, desenraizados, marginalizados, excluídos,
abandonados à deriva, expostos a uma sem ordens de violência e/ou a uma vida cotidiana
burocrática e impessoal.
é o da literatura dedicar-se à defesa das causas e das experiências dos oprimidos, como é o
caso de Ferréz, que cria uma escritura de testemunho, sendo sujeito ele mesmo da realidade
sobre a qual o escreve e, portanto, na qual interferem imperativos éticos.
Sua escrita tem a pretensão de tornar visível a voz periférica, por meio de uma estratégia
narrativa na qual o próprio excluído narra a sua história e a do seu povo. Neste sentido, o
cenário é o da periferia e o contexto narrativo o do cotidiano de seus moradores.
O uso de um teor testemunhal, de uma intenção clara de representar seus iguais por meio da
ficção. Sob este aspecto, a posição do autor é evidente: pela escrita literária dar voz aos
moradores da periferia, representando certa “cor local” no texto que, em síntese, expressaria
a realidade absoluta do cotidiano das pessoas que viviam no bairro Capão Redondo. O excesso
de realismo, da representação da vida real provocariam, portanto, efeitos de realidade ao
leitor.