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Barragem de Enrocamento com Núcleo de Asfalto na UHE

Foz do Chapecó

Herweg, C.
Camargo Correa, São Paulo, São Paulo, Brasil, herweg@camargocorrea.com

Cortez, C.
Camargo Correa, São Paulo, São Paulo, Brasil, ccortez@camargocorrea.com

Santos, M.M.
Camargo Correa, São Paulo, São Paulo, Brasil, marcelo.marchi@camargocorrea.com

Resumo: Desde o início do século passado, materiais betuminosos estão sendo usados em barragens para
vedação. Primeiramente nas faces e posteriormente em núcleos, o concreto asfáltico em barragens
comprovou, ao longo do tempo, ser eficaz e economicamente competitivo, principalmente em regiões
chuvosas ou com escassez de materiais de vedação nas proximidades. Na UHE Foz do Chapecó e na UHE
Jirau, respectivamente construído e em construção pela Camargo Correa, foi utilizado pelas primeiras vezes
no Brasil o núcleo asfáltico em barragem. Este trabalho apresenta as sequencias construtivas, especificações,
equipamentos, ensaios e resultados do controle tecnológico para a barragem de núcleo asfáltico da UHE Foz
do Chapecó.

Abstract: Since the beginning of last century, bituminous materials are being used in dams for sealing.
First on face dam and subsequently in its core, the asphalt concrete in dams proven to be effective and
economically competitive, especially in wet areas or works with limited sealing materials nearby. In Foz do
Chapecó HPP and Jirau HPP respectively built and under construction by Camargo Correa, it was used for
the first time asphalt core dam in Brazil. This paper presents the construction sequences, specifications,
equipment, testing and results of technological control for the core asphalt dam in Foz do Chapecó HPP.

1 INTRODUÇÃO ótima), a escolha por colocação de núcleo asfáltico


ajuda na redução de prazo nas obras de barragem.
Os núcleos asfálticos são corpos visco-elásticos que, Em climas frios porém este tempo pode ser maior.
quando submetidos à aplicação de cargas são O uso do núcleo de asfalto elimina o risco de
definitivamente influenciados pela temperatura e possíveis falhas de vedação (ocorridas por exemplo
tempo (VISSER, 1970). por contaminação da argila originada de áreas de
Segundo Horg (1993), o concreto asfáltico é empréstimo).
praticamente impermeável, resistente à erosão e As barragens de núcleo de asfalto são hoje em
envelhecimento, de boa trabalhabilidade e dia uma alternativa segura para barragens altas e
compactação oferecendo poucas juntas na comprovando ser alternativas muito competitivas
construção do núcleo. em relação a outros tipos de barragens.
O asfalto possui capacidade auto-cura quando
exposto a: 1.1 Histórico
 Recalque diferencial de fundações com
pressíveis, ou possível efeito arqueamento.
 Fissura ou danos por terremotos. Na década de 1930 foram construídas na Alemanha
 Recalques gerais de aterro. as primeiras barragens com face de concreto
O asfalto no corpo da barragem permanecerá betuminoso. Devido ao bom desempenho, estas lajes
flexível e impérvio por toda a sua vida útil, devido serviram de incentivo para projetos e construções
às condições climáticas próximo ao ideal. deste tipo de barragem.
Devido ao problema de compactação de argila Na década de 50, apenas como uma medida
em regiões chuvosas (devido à umidade acima da adicional de segurança às barragens de face de
concreto betuminoso, foram construídas as

1
primeiras barragens com núcleo de concreto dimensões (Ø 10 a 40cm), vibrados em uma
asfáltico. mistura rica em betume (30 a 40%), tornando-
Devido à escassez de argilas, na década de 1970 o menos atrativo;
foram iniciados estudos mais aprofundados na  Concreto betuminoso convencional –
Noruega. Na China foi construída a primeira espalhado e compactado por equipamento.
barragem com núcleo de concreto asfáltico
Entre 1978 e 1993 foram construídas na Noruega
5 de 6 grandes barragens com núcleo de concreto 2 O EMPREENDIMENTO
asfáltico, sendo a maior delas com 125 m de altura.
A maior barragem de núcleo asfáltico do mundo 2.1 Localização
foi construída na Austrália (Fiesterntal). Ela possui
98m de núcleo e 150 m de altura.
Desde 1955, cerca de 100 barragens de aterro A Usina Hidrelétrica Foz do Chapecó se localiza no
com núcleo de asfalto foram concluídas. Até hoje rio Uruguai, entre os municípios de Águas de
todas elas demonstraram registros de excelente Chapecó (SC) e Alpestre (RS).
desempenho..

1.2 Método do Concreto Asfáltico Ciclópico

 Hoeg (1993) – o método se assemelha ao


processo de execução por penetração direta
tipo macadame.
 Visser (1970) – Neste processo, o concreto
asfáltico ciclópico é produzido através de
penetração inversa.

1.3 Método Russo


Figura 1: Foz do rio Chapecó no rio Uruguai

O método russo usa uma mistura rica de CBUQ em


asfalto (10 a 14%) que é aplicada em formas de aço
com 1m de altura.
Após a retirada das formas (à no máximo 45º C)
as camadas de transição são lançadas e compactadas
em ambos os lados do núcleo.
Por exigir grande ductibilidade são utilizadas em
clima frio, não exigindo nenhum tipo de
compactação ou equipamento especial. Devido ao
grande percentual de betume utlizado pode ter um
custo alto.

Foto 1: Local do empreendimento


1.4 Método Mecânico
2.2 Principais Características do
Empreendimento
Na UHE Foz do Chapecó, foco deste trabalho, foi
utilizado o método mecânico, que utiliza uma
pavimentadora, permitindo a colocação das A hidrelétrica de Foz do Chapecó tem potencia
transições simultâneamente ao núcleo betuminoso. instalada de 855MW geradas através de 4 turbinas
Francis de eixo vertical.
Existem dois tipos de misturas para construção de Seu vertedouro possui 15 vãos com comportas
núcleo betuminoso: segmento de 18,7 m x 20,6 m, dimensionadas para a
 Similar a um concreto ciclópico, com a vazão máxima de 62.190m³/s
adição de agregados de rocha de grandes

2
O desvio do rio foi realizado através de túneis de 3.2 Barragem Principal – Especificação do
adução de 18 m x 18 m com seção arco retângulo. Núcleo
A queda líquida nominal 49,8 m.

O núcleo da barragem é composto de CBUQ


(cimento asfáltico, agregados e adição).
O mastique foi produzido no traço 1:1:3, com
cimento asfáltico de petróleo 85-100 + filler calcário
+ agregado 3mm. Foi usado ácido estearina na
proporção 1,5% sobre o peso do cimento. Os
agregados possuem índice de forma superior à 0,5.
Como material fino foi utilizado o filler calcário,
representando 30% em peso do total.

3.3 Barragem Principal – Seções típicas


Figura 2: Arranjo Geral

3 Barragem Principal

Foi prevista uma barragem de concreto compactado


a rolo no estudo de viabilidade de Foz do Chapecó.
Após uma otimização econômica o projeto básico
apresentou a barragem como sendo de enrocamento
com núcleo argiloso.
Figura 3: Barragem Principal – Seção Típica
Devido as dificuldades em explorações de jazidas
de argila e períodos chuvosos correndo o risco de
atraso no cronograma, foi viabilizada a barragem de
enrocamento com núcleo asfáltico.

3.1 Barragem Principal Características

Foram desenvolvidos critérios de projeto de mistura


padrões em núcleos de asfalto. A mistura mais
econômica do concreto asfáltico atende a curva
Fuller de classificação melhorado com um
componente de classe fina menor que 0.075 mm
(conteúdo enchimento).
Para eliminar segregação e para melhorar a
capacidade de trabalho, o tamanho de agregado Figura 4: Ensecadeira de montante – Seção Típica
máximo deve ser menor que 18 mm. O conteúdo de
ligante normal fica entre 6 e 7% (VEIDEKKE).
A Barragem de enrocamento com núcleo asfáltico
possui borda livre de 3,4m e largura de coroamento
(sem a passarela de pedestre com 7 m de largura e
coroamento na cota 268,93m.
O comprimento da barragem é de 548 m (crista),
a altura média é de 48 m e o volume total com as
ensecadeiras incorporadas é de 1.800.00 m³.

Figura 5: Ensecadeira de jusante – Seção Típica

3
Legenda:
E1 - Enrocamento
E2L - Enrocamento lançado
T1 - Transição Filtro
T2 - Transição Fina
T3 - Transição Grossa
T3L - Transição Lançada
SL - Solo Lançado
SC - Solo Compactado
RR - Rip-Rap Figura 7: Seção do Plinto
1 - Núcleo Asfáltico.
2 - Transição Fina

3.4 Barragem Principal – Equipamentos

Nos últimos anos, os equipamentos usados para a


colocação das camadas de núcleos de asfalto
melhorou significativamente.
Através de equipamentos de maior capacidade e
de fácil carregamento consegue-se manter o calor do
asfalto e melhorar sua qualidade.
Para a execução do núcleo asfáltico foram
utilizados uma máquina acabadora (Kolo Veidekke),
um trator para aplicação de mastique, um rolo
compactador para o núcleo (1.000kg), dois rolos
Figura 6: Barragem Principal – Seção Típica compactadores para as transições (2.700kg), uma
escavadeira, uma carregadeira com caçamba e três
caminhões Tibecrete.
Legenda: Para a construção da barragem principal foram
1 - Núcleo Asfáltico. utilizados uma escavadeira para o rip-rap, cinco
escavadeiras basculantes, quarenta e dois
2 - Transição Fina caminhões, três rolos compactadores CA600 e
3 - Transição Grossa quatro tratores D8.
Foi utilizada uma usina de asfalto modelo CIBER
4 – Enrocamento Fino UAB 18E Advanced com capacidade de produção
5 – Enrocamento Grosso de 80 t/h.

As camadas adjacentes ao núcleo respeitaram o


critério de filtro contendo britas com as
características expressas abaixo (conforme ICOLD-
1992)
D100 núcleo ≥ D10 trans
D10 trans ≥ 0,25.D10 maciço
D50 ≥ 10 mm e D15 < 10 mm.

4
Foto 2: Usina de Asfalto - Gravimétrica.

3.5 Barragem Principal – Mão de Obra


Figura 8: 1ª Etapa de desvio do Rio
Cento e setenta e seis pessoas foram envolvidas
diretamente na construção da barragem principal,
sendo Cento e vinte dois operadores, quarenta
colaboradores e quatorze pessoas na supervisão.

3.6 Sequencia das Atividades

A construção da barragem principal foi dividida em


duas fases (antes e após o desvio do rio).
A primeira fase contou com três etapas:
Ensecadeira do vertedouro, tratamento de fundação
na margem esquerda e tratamento de fundação na Foto 3: Vista da Obra em Outubro/2007
margem direita.
A segunda fase compreendeu o desvio do rio
pelas adufas e o alteamento da barragem principal. 3.6.2 Etapa II

A segunda etapa inicia com o esvaziamento da área


3.6.1 Etapa I ensecada e com a concretagem do vertedouro. Os
serviços da primeira etapa são concluídos.
No período seco do primeiro ano de obra foi
No período seco do segundo ano de obra foi
construída a ensecadeira do vertedouro junto a
lançada a ensecadeira junto à margem esquerda para
margem direita. Nesta etapa o canal de aproximação
do vertedouro, a bacia de dissipação, o canal de tratamento da fundação da barragem principal. A
restituição e o circuito adutor foram escavados. A ensecadeira de tratamento da fundação foi então
fundação do vertedouro também foi tratada. removida

5
Foto 6: Tratamento de Fundação do Plinto – Fev./08

3.6.3 Etapa III

Figura 9: 2ª Etapa de desvio do Rio No período seco do terceiro ano de obra, a


ensecadeira é lançada junto à margem direita para
tratamento de fundação da Barragem Principal no
leito do rio.
As obras civis e de montagem do vertedouro, das
adufas e dos muros de encontro com a barragem
principal e com a barragem de fechamento da
ombreira direita são concluídos.
A barragem de fechamento da ombreira direita é
alteada.

Foto 4: Tratamento de Fundação do Plinto – Fev./08

Foto 5: Tratamento de Fundação do Plinto – Fev./08 Figura 10: 3ª Etapa de desvio do Rio

6
Foto 7: Tratamento Fundação Plinto MD– Jan./09

Figura 11: 4ª Etapa de desvio do Rio

Foto 8: Conclusão das atividades no Vertedouro –


Agosto/09

3.6.4 Etapa IV

A ensecadeira do vertedouro é removida. Após a Foto 9: Remoção da Ensecadeira do Vertedouro –


construção das ensecadeiras no leito do rio no 27/10/2009
período seco do quarto ano de obra, o escoamento
do rio passa a ser pelas adufas.
A fundação da barragem na faixa sob a
ensecadeira é tratada.

Foto 10: Fechamento do Rio e Desvio pelas Adufas


– 02/11/2009

7
Foto 11: Construção das Ensecadeiras – 22/11/2009 Foto 12: Pista de Testes

3.6.5 Etapa V

A barragem principal é alteada.

Foto 13: Início da Execução do Núcleo Asfáltico.

Figura 12: 5ª Etapa de desvio do Rio

3.7 Pista Experimental


Foto 14: Execução do trecho manual do Núcleo
Para certificação do processo e dos materiais foi Asfáltico.
montada uma pista de testes com 25 m de
comprimento fora da região da barragem.
Comprovou-se atendimento às especificações
técnicas e de projeto.
O núcleo asfáltico não pode ser executado durante
as chuvas ou com umidade. O limite máximo de
execução de camadas sobrepostas de concreto
asfáltico é de 4 camadas por dia, já
longitudinalmente admite-se 1,5m/min.

8
Foto 15: Execução do trecho manual do Núcleo Foto 18: Lançamento de Transição Grossa.
Asfáltico.

Foto 19: Execução do Núcleo Asfáltico.


Foto 16: Abastecimento com massa asfáltica.

Foto 20: Compactação da Transição Fina.


Foto 17: Execução do Núcleo Asfáltico.

9
Foto 21: Compactação do Núcleo. Foto 24: Vista Geral

Foto 22: Retomada após as chuvas e ensaios. Foto 25: Ombreira Direita

Foto 23: Dispositivo para aquecimento e secagem Foto 26: Ombreira Direita - Aplicação de Mástique
da camada inferior

1
0
FURNAS FURNAS Estatístico Controle CBUQ Núcleo
Estatístico Asfáltico
Controle CBUQ Núcleo Asfáltico
CENTRAIS ELÉTRICAS S.A. ELÉTRICAS S.A.
CENTRAIS
Controle Tecnológico Foz doTecnológico
Controle Chapecó Foz do Chapecó

UHE FOZ DO CHAPECÓ


UHE FOZ- Núcleo Asfáltico- Núcleo Asfáltico
DO CHAPECÓ
Data NúmeroData NúmeroNº Nº Percentagem PASSA Percentagem PASSA
Camada Camada
do de do de do do Abertura das Peneiras (mm)
Abertura das Peneiras (mm)
Nº Nº
Ensaio Registro
Ensaio Ensaio
Registro 15,9 11,2
Ensaio 9,5
15,9 7,9
11,2 4,8
9,5 2,8
7,9 2,0
4,8 1,2
2,8 0,6
2,0 0,3
1,2 0,15
0,6 0,075
0,3
Estatística Acumulada:
Estatística Acumulada:
Nº de Amostras Nº de Amostras 438 438
438 438 438 438 438 438 438
438 438
438 438
438 438
438 438
438
Foto 27: Ombreira Direita – Execução do Núcleo
Média Média 100,0 Foto 30:90,5
Controle
83,5
100,0 de
90,5 Temperatura
75,5 61,2
83,5 52,4
30,0
75,5
52,4 41,9
61,2 23,0
41,9 19,1
30,0 16,5
23,0 13,8
19,1
Desvio Padrão Desvio Padrão 0,06 1,80 1,91
0,06 2,02
1,80 2,89
1,91 2,30
1,82
2,02
2,30 2,01
2,89 1,65
2,01 1,36
1,82 1,10
1,65 0,93
1,36
Coef. de Variação (%)
Coef. de Variação (%) 0,061,99 2,29
0,06 2,68
1,99 4,72
2,29 4,39
2,68 4,80
4,72 6,06
4,39 7,17
4,80 7,14
6,06 6,67
7,17 6,70
7,14
Resumo Granulometria
Resumo Núcleo - % PassaNúcleo - % Passa
Granulometria
Peneiras 15,9
Peneiras 11,2 9,5
15,9 7,9
11,2
A granulometria desta mistura, assim como
4,8
9,5 2,8
7,9 2,0
4,8 1,2
2,8 0,6
2,0
a
0,3
1,2 0,15
0,6 0,075
0,3
CBUQ

CBUQ

Especificação - Dosagem CBUQ- Dosagem


Especificação 100,0 CBUQ
84,7 78,7
100,0 espessura da camada, também eram verificados
68,3
84,7 53,4
78,7 43,8
68,3 35,8
53,4 27,2
43,8 19,8
35,8 17,1
27,2 14,4
19,8 12,1
17,1
06 06 100,0 96,7 90,7
100,0 80,3
96,7 65,4
90,7 55,8
80,3 47,8
65,4 35,2
55,8 27,8
47,8 25,1
35,2 20,4
27,8 16,1
25,1
diariamente.
Curva Granulométrica
CurvaNúcleo Asfáltico Núcleo Asfáltico
Granulométrica

200 100 50 200 30 100 16 50 10 30


7
?
4 16 5/16"10 7 5/8 4
? 5/8
7/16 3/4 5/16" 7/16 3/4
100,0 100,0
Porcentagem que passa (%)
Porcentagem que passa (%)

90,0 90,0
80,0 80,0
70,0 70,0
60,0 60,0
50,0 50,0
40,0 40,0
30,0 30,0
20,0 20,0
10,0 10,0
0,0 0,0
Foto 28: Ombreira Esquerda – Limpeza do Plinto 0,01 0,01 0,10 0,10 1,00 1,00 10,00 10,00 100,00
Diâmetro
Diâmetro das Partículas (mm) das Partículas (mm)

Média Acumulada Média Acumulada


Limites Limites

Figura 13: Curva granulométrica do núcleo asfáltico

Através do controle tecnológico constatou-se


que em uma média de 438 amostras a porcentagem
média de cimento asfáltico betuminoso foi de
FURNAS
6,22%, tendo um desvio padrão de 0,36% e
Estatístico Controle CBUQ -
FURNAS Estatístico Controle CBUQ
Resumo coeficiente
CENTRAISde variação de 5,81%. CENTRAIS ELÉTRICAS
Resumo ELÉTRICAS S.A. S.A.
Controle Tecnológico Foz do Chapecó Controle Tecnológico Foz do Chapecó

Tabela 1: Controle tecnológico do núcleo asfáltico


UHE FOZ DO CHAPECÓ - Núcleo Asfáltico UHE FOZ DO CHAPECÓ - Núcleo Asfáltico
Data Número Nº Data Número Gmb
Nº Temperatura Gmb
Camada Elevação Camada Gmm Elevação Gmm
do de do Estaca do % CAP % Filler médio Estaca 3 Vv (%) % CAP
Usina % Filler médio
Nº do Topo de Nº
do
3 (g/cm ) do Topo (g/cm3
Ensaio Registro Ensaio Ensaio Registro (g/cm )
Ensaio (ºC) (g/cm3)
Estatística Acumulada: Estatística Acumulada:
Nº de Amostras Nº de Amostras 438 437 428 428 428 438427 437 428 428
Média Média 6,24 13,8 2,577 2,608 1,3 160,6 13,8
6,24 2,577 2,608
Foto 29: Ombreira Esquerda – Execução do Núcleo
Desvio Padrão Desvio Padrão
Máximo
0,25
6,6
0,93
16,1
0,01 0,05 0,26
Máximo
5,38 0,93
0,25
175,0 16,1
6,6
0,01 0,05
Especificação Especificação - - < 2,5 - -
Mínimo 6,0 12,1 Mínimo 150,0 12,1
6,0

4 Controle Tecnológico do Núcleo Asfáltico


Mensalmente a execução do núcleo sofria
O asfalto tinha, diariamente, sua temperatura
paralisação de 3 dias para resfriamento e extração
medida na usina (≤ 177ºC), no silo da carregadeira
dos corpos de prova (com temperatura menor do que
140ºC≥ T ≥173ºC) e no momento da compactação
40º C).
(T ≥140ºC).
Estes corpos de prova são ensaiados quanto à
A massa asfáltica tinha teor de asfalto entre 6%
compressão axial e triaxial, índice de vazios, teor de
e 6,6% com índice de vazios menor do que 3%.
asfalto e permeabilidade.
As juntas também são verificadas visualmente.

1
1
Tabela 2: Controle tecnológico do núcleo asfáltico 4.1 ACOMPANHAMENTO DA
FURNAS
FURNAS
CENTRAIS ELÉTRICAS S.A.
Controle Tecnológico Foz do Chapecó
CONSTRUÇÃO
CENTRAIS ELÉTRICAS S.A.
BARRAGEM PRINCIPAL - 4ª Parada
Controle Tecnológico Foz do Chapecó
Data da construção: 24/02/2010 (camada Nº 115 com 22 cm e Camada Nº 116 com 25 cm)
Extração dos corpos-de-prova: 28/02/2010 (período noturno).

Cota do Topo: 246,50 246,50 BARRAGEM PRINCIPAL


246,50 - 4ª Parada
Estaca: 34+7,2 38+4,10 46+3,5
Data da construção:
Corpo-de-prova: 24/02/2010
B 23 (camada Nº 115 com 22Bcm26 e Camada Nº 116 comB25
28 cm)

Extração Camada 116


dos corpos-de-prova: 28/02/2010 (período noturno).
Camada 115

Cota do Topo: 246,50 246,50 246,50


Resultados das amostras compactadas no laboratório - Lançamento Resultados das amostras extraídas na barragem
Camada CP Estaca:
Estaca CAP Filler Temperatura Gmb 34+7,2
Gmm Vv (%) Volume de vazios 38+4,10 46+3,5
Registro
coleta (%) (%) Lançamento (g/cm3) (g/cm3) Laboratório A B C D E F G Média
Corpo-de-prova:
B-23 0514/10 34+7,2 6,08 13,7 162,0 B 23
2,579 2,620 1,6 1,33 1,45 1,64 1,49 - - - 1,48 B 26 B 28
116 B-26 0517/10 38+4,1 - - - - - - 0,89 0,96 1,36 1,32 - - - 1,13
Camada 116
B-28 0519/10 46+3,5 6,26 14,3 160,0 2,577 2,607 1,2 1,29 1,91 1,26 1,04 - - - 1,38

B-23 0514/10 34+7,2 6,28 12,8 173,0 2,593 2,612 0,7 - - - - 1,17 0,64 1,48 1,10
115 B-26 0517/10 38+4,1 - - - - - - - - - - 1,49 0,70 1,55 1,25
Camada 115
B-28 0519/10 46+3,5 6,18 14,9 162,0 2,582 2,617 1,3 - - - - 1,04 1,30 1,18 1,17

Obs: A=topo e D=base (camada 116)


E=topo e G=base (camada 115)

Resultados das amostras compactadas no laboratório - Lançamento Resultados das amostras extraídas na barragem
Camada CP Estaca CAP Filler Temperatura Gmb Gmm Vv (%) Volume de vazios
Registro
coleta (%) (%) Lançamento (g/cm3) (g/cm3) Laboratório A B C D E F G Média
B-23 0514/10 34+7,2 6,08 13,7 162,0 2,579 2,620 1,6 1,33 1,45 1,64 1,49 - - - 1,48
116 B-26 0517/10 38+4,1 - - - - - - 0,89 0,96 1,36 1,32 - - - 1,13
B-28 0519/10 46+3,5 6,26 14,3 160,0 2,577 2,607 1,2 1,29Figura 14: Camadas de dez/09 (inferior) até abr/10
1,91 1,26 1,04 - - - 1,38

B-23 0514/10 34+7,2 6,28 12,8 173,0 2,593 2,612 0,7 - (crista)
- - - 1,17 0,64 1,48 1,10
115 B-26 0517/10 38+4,1 - - - - - - - - - - 1,49 0,70 1,55 1,25
B-28 0519/10 46+3,5 6,18 14,9 162,0 2,582 2,617 1,3 - - - - 1,04 1,30 1,18 1,17
Em dezembro de 2009 foram executadas 28
Obs: A=topo e D=base (camada 116)
E=topo e G=base (camada 115) camadas (com altura de 25 cm) totalizando 252.838
m³. Em janeiro de 2010 foram 42 camadas
(413.028m³), em fevereiro 40 camadas (420.897
m³), em março 60 camadas (321.685 m³), em abril
26 camadas (36.948 m³) dando um total de 196
camadas.
Na média foram executadas 2,2 camadas / dia
totalizando 1.445.396 m³.

Foto 31: Extração de Corpos de Prova

Foto 33: ACOMPANHAMENTO - 30/04/2010

Foto 32: Corpos de Prova

Foto 34: VISTA AÉREA - JUSANTE - 31/08/2010

1
2
Icold (1992) Bituminous cores for fill dams. Icold,
Bulletin 84, Paris.

Icold (1999). Barragens de Aterro com


Revestimento de Concreto Asfáltico – Resumo e
Recomendações. Boletim

Jones, G.A. & White, A.C. (1999). Design and


construction of the asphaltic concrete core at
Ceres dam. The Africcam Soil Mechanics
Conference, Durban.

Saxegarrd, H. (2000) Asphalt core for embankment


dams. International Journal of Water Power &
Foto 35: VISTA AÉREA - MONTANTE - Dams Construction.
31/08/2010
Saxegarrd, H. (2002) Asphalt core dams: increased
5 CONCLUSÃO productivity to improve speed of construction.
International Journal of Hydropower & Dams.
Comum na Europa, Africa e Ásia, a barragem de
Saxegarrd, H. (2003) The crack self healing
núcleo asfáltico da UHE Foz do Chapecó, primeira
properties of asphalt concrete in hydraulic
no Brasil, demonstrou ser uma solução atrativa, pois
structures. Internacional Water Power & Dams
permitiu atingir metas arrojadas de prazos.
Construction.
Os resultados dos ensaios triaxias, índice de
vazios, teor de asfalto evidenciaram atendimento
Vasconcelos, L.K., Soares, J.B. e L.M.G. Motta
quanto às especificações técnicas quanto à rigidez, à
(2003). Influência da densidade máxima teórica
resistência, à forma de ruptura e à permeabilidade.
na dosagem de misturas asfálticas. XVII
O comportamento mecânico e hidráulico da
Congresso de Pesquisa e Ensino em Transportes,
mistura asfáltica está compatível à valores
ANPET, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
encontrados na literatura internacional.
A capacidade de auto-cicatrização do núcleo
Visser, W; Schoenian, E. & Poskitt, F, F. (1970).
asfáltico também é item de destaque elevando a
The application of bitumen for dams. X
segurança da estrutura em situações de recalques
Congresso Internacional de Grandes Barragens,
diferenciais.
ICOLD, Espanha.
Em locais com condições climáticas adversas
para trabalhar com materiais argilosos e quando há
necessidade de cumprir prazos curtos esta solução
demonstrou ser bastante atrativa e potencialmente
aplicável em estruturas hidráulicas.

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Braga, J.A.; Apresentação universidade UNIOESTE


curso de engenharia (2002), Cascavel

Feiner, A; Lehnert, J.& Lörh, A. (1976). Asphalt


concrete cores problems and their solutions. XII
Congresso Internacional de Grandes Barragens,
ICOLD, México.

Hoeg, K. (1993). Asphaltic Concrete Core for


Embankment Dams. StikkaTrykk, Norway.

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3

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