Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
George Wilton Albuquerque Rangel 1; Francisco Thiago Sacramento Aragão 2; Laura Maria
Goretti da Motta 3
RESUMO
O uso de concreto asfáltico em substituição ao solo granular na construção do sublastro ferroviário vem sendo estudado
e se popularizado na Europa, Japão e nos Estados Unidos. Entre as diversas vantagens desta técnica, destacam-se a
impermeabilização do subleito, aumentando a vida útil da fundação com a melhor preservação de suas características de
projeto, a inexistência do fenômeno de bombeamento de finos do subleito e sublastro para o lastro, o melhor controle de
espessura e declividade da camada, além da possibilidade do melhor controle tecnológico dos materiais utilizados, uma
vez que na prática os ensaios em misturas asfálticas são mais completos do que os ensaios em materiais granulares para
sublastro. Para avaliar diversos aspectos do pavimento ferroviário contendo mistura asfáltica no sublastro, simulações
numéricas em três dimensões foram conduzidas neste trabalho usando um software comercial de elementos finitos, o
ABAQUS. Nas simulações, foram variadas as espessuras e a rigidez do concreto asfáltico entre valores representativos
tipicamente encontrados na literatura. Os resultados preliminares encontrados apontam para a possibilidade de execução
de camadas entre 10 e 15 cm, inclusive com aumento da vida útil do pavimento e redução dos custos de manutenção,
indicando a eficiência da técnica de substituição de sublastro granular por sublastro de concreto asfáltico em pavimentos
ferroviários.
ABSTRACT
The use of asphalt concrete to replace the granular soil in the construction of the railway subballast has been studied and
popularized in Europe, Japan and the United States. Among the many advantages of this technique, the highlights are the
waterproofing of subgrade, increasing the foundation life with better preservation of its design features, the absence of
fine pumping phenomenon from subgrade and subballast to the ballast, the best layer thickness and slope control and the
possibility of better technological control of materials used, once practice tests on asphalt mixtures are more complete
than tests on granular materials subballast. To evaluate various aspects of the track containing asphalt mixture at
subballast, numerical simulations in three dimensions were conducted in this study using a commercial finite element
software, ABAQUS. In the simulations, were varied the thickness and stiffness of the asphalt concrete using typically
values found in the literature. Preliminary results indicate the possibility of execution layers between 10 and 15 cm,
increasing the pavement life and reducing maintenance costs, indicating the efficiency of asphalt subballast instead
granular subballast track.
1
Doutorando e Eng. na VALEC, UFRJ/COPPE, Brasil. Tel: +55 (62) 9942-7259, e-mail: george.rangel@valec.gov.br
2
Professor Adjunto, UFRJ/COPPE, Brasil. Tel: +55 (21) 3938-7192, e-mail: fthiago@coc.ufrj.br
3
Professora Associada, UFRJ/COPPE, Brasil. Tel: +55 (21) 3938-7197, e-mail: laura@coc.ufrj.br
INTRODUÇÃO
Mais de 150 anos depois de inaugurada a primeira estrada de ferro para cargas comerciais no
Brasil, em 1854 pelo Barão de Mauá, muitas inovações tecnológicas foram concebidas nas
construções das ferrovias no país. Na via permanente, tem-se como exemplos de evolução a melhoria
na resistência dos trilhos, o avanço no sistema de fixação elástica e da tecnologia do concreto,
possibilitando a fabricação de dormentes em larga escala em substituição aos dormentes de madeira,
ainda muito utilizados.
Já em relação as camadas geotécnicas, como lastro, sublastro e subleito, pouco mudou desde
meados do século XX. No Brasil, as ferrovias para cargas por eixo maiores que 300 kN continuam
sendo concebidas com lastro de pedra britada, como o basalto ou gnaisse, sublastro granular
geralmente de cascalho ou mistura solo-brita e subleito com as três últimas camadas de compactação
a 100 % do Proctor Normal. O controle tecnológico é baseado principalmente na granulometria, CBR
e grau de compactação.
Assim como as demais camadas do pavimento ferroviário, o sublastro também funciona como
camada estrutural, recebendo esforços oriundos do lastro, atenuando-os e retransmitindo-os para o
subleito. Do ponto de vista estrutural, sua utilização torna-se importante uma vez que a distribuição
das tensões na via é considerada comprometida quando a absorção da fadiga é insatisfatória,
principalmente pela adição de finos no lastro. Logo, a adição do sublastro entre o lastro e o subleito
melhora consideravelmente o comportamento do pavimento.
A espessura do sublastro vai depender do nível de tensão máximo requerido no subleito e das
propriedades intrínsecas dos materiais que compõe as camadas, geralmente variando entre 20 a 30
cm quando granular.
Como demais funções do sublastro granular, pode-se mencionar o aumento da durabilidade
do lastro, evitando seu contato direto com o material mais fino do subleito e o melhoramento da
capacidade drenante do pavimento, evitando que a água que percola no lastro infiltre totalmente no
subleito, causando problemas de fundação. O sublastro também proporciona uma plataforma de
trabalho, facilitando a movimentação de maquinários ou a instalação de linhas elétricas.
A utilização do sublastro de concreto asfáltico (SCA) em substituição ao sublastro granular (SG),
proporciona diversas vantagens:
a) redução da quantidade de agregados, face a redução da espessura da camada, minimizando
problemas de distância de transporte e exploração de jazidas;
b) impermeabilização do subleito, conservando propriedades de projeto por mais tempo como a
umidade ótima de compactação;
c) praticamente inexistência do fenômeno de bombeamento de finos do subleito ou do sublastro
para o lastro, reduzindo a colmatação do lastro e assim preservando a drenagem e suas
propriedades resilientes;
d) possibilidade de melhor controle tecnológico da camada, uma vez que os ensaios básicos para
o controle da camada asfáltica geralmente são mais avançados do que os ensaios para camadas
granulares, como compressão diametral, creep, fadiga etc.
Afim de analisar o comportamento estrutural do pavimento ferroviário possuindo SCA, dentro do
regime elástico, foram realizadas simulações computacionais variando a espessura da camada de SCA
em relação a uma camada de SG padrão, possuindo 20 cm de espessura, de forma a representar uma
via permanente semelhante àquelas que atualmente estão sendo construídas no Brasil (VALEC,
2015).
Espera-se assim a definição de uma espessura de SCA que corresponda à camada padrão,
possibilitando a futuras pesquisas um ponto de partida para análises de custo e campo no país.
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Segundo Motta et al. (2014), as misturas asfálticas em vias férreas começaram a ser utilizadas
por volta de 1960 e 1980 nos Estados Unidos da América (EUA) e Europa, sejam apenas no sublastro
ou na espessura total da superestrutura ferroviária, inicialmente em túneis, pontes e cruzamentos.
Para Albalat (2011), desde 1960 os japoneses vêm testando o uso de misturas asfálticas em
suas vias, principalmente com o objetivo de melhorar o suporte do lastro, reduzindo a manutenção.
No primeiro projeto japonês, foi construída uma camada de concreto asfáltico (CA) com 5 cm de
espessura mais 15 cm de SG. Sua principal função era impermeabilizar o pavimento e assim facilitar
a drenagem. Os japoneses acreditaram que isso também culminou em redução da tensão que chegava
ao subleito, prevenindo a deformação e reduzindo os custos de manutenção.
Conforme EAPA (2014), desde 1970 na Itália o CA vem sendo utilizado nas ferrovias de alta
velocidade com sucesso. Atualmente existem mais de 1200 km de vias de alta velocidade no país,
possuindo SCA com 12 cm de espessura. Como vantagens, constatou-se a menor quantidade de
agregados quando comparado com as vias possuindo lajes de concreto (slab-track, geralmente de 20
cm), raras trincas e o ganho no tempo de endurecimento da massa asfáltica para liberação da camada,
que é muito menor que o tempo de endurecimento do concreto. Os pontos críticos ocorreram nas
regiões com concentrações de tensões, como encabeçamento de pontes e passagem em nível.
Di Mino et al. (2012), seguindo os padrões italianos de construção e utilizando modelos
viscoelásticos em 2D, mostraram uma redução de 40 % na tensão atuante no subleito, quando
utilizado a solução de SCA com 12 cm de espessura. Tal estudo também considerou variações
térmicas no pavimento entre 10 e 25 ºC, não havendo interferência significativa no deslocamento
vertical no topo do trilho, que no caso ficou em torno de 3 mm.
Figura 1. Linha com camada asfáltica (esquerda); Exposição do SCA (meio); Linha com SCA há 47 anos (direita)
Fonte: Rose et al. (2011) e Rose e Su (2004)
Já a revista Bitume (2005 e 2014), apresenta a linha de testes do TGV (trem de alta velocidade
francês) possuindo SCA, construída na França em 2003. Até então a linha padrão do TGV era
composta por 30 cm de lastro, sobre 20 cm de SG e 50 cm de calcário granular (Figura 2). Na via
com SCA possuindo 3 km, retirou-se os 50 cm de calcário granular, inserindo-se 14 cm de SCA sobre
os 20 cm de SG anteriores, gerando uma economia de 5000 m³ de material por km de via. No topo da
camada de SG foi aplicado um revestimento superficial betuminoso, a uma taxa de 1,5 kg/m² com
agregado fino. A camada de SCA possuía 10,7 m de largura e sobre ela também foi aplicado um
revestimento superficial a uma taxa de 0,8 kg/m². Durante 4 anos a linha ficou em testes com sensores
de temperatura, aceleração, pressão, deformação e deslocamentos, sendo aberta ao público em Junho
de 2007. Atualmente todas as linhas do TGV são construídas com a metodologia apresentada.
Figura 2. Pavimento típico do TGV antes e depois da inserção do SCA (esquerda); Camada de SCA sendo construída
(direita). Fonte: Bitume (2014)
Considerando a tensão vertical em uma análise possuindo lastro com 35 cm de espessura, para
Ferreira e Teixeira (2012), uma camada de SCA com 12 cm de espessura equivale a uma de 30 cm
de SG. O mesmo valeria para uma camada de SG com 20 cm mais uma asfáltica de 6 cm, mostrando
uma equiparação não linear.
A eficiência da aplicação do SCA sob a camada de lastro pode ser justificada pelo trabalho de
Fang et al. (2013). Os autores simularam uma camada de mistura asfáltica com 15 cm de espessura
em diversas partes do pavimento, seja sob os dormentes, sob o lastro ou sob os últimos 70 cm do
aterro, a partir da base do lastro. A conclusão foi que a camada de mistura asfáltica sobre o subleito
proporciona o melhor desempenho em relação ao deslocamento vertical (em torno de 2 mm), tensão
no subleito e deformação na base da camada asfáltica.
Ainda segundo a EAPA (2014), dentre as principais vantagens do SCA, tem-se o
melhoramento da estabilidade e durabilidade da via, redução da vibração e ruído (principalmente se
utilizado asfalto modificado por polímeros), redução da deformação vertical permanente e
consequentemente redução da manutenção. A maior rigidez do SCA além de aumentar a rigidez total
da estrutura, também proporciona uma melhor distribuição das tensões, reduzindo deteriorações e
mantendo por mais tempo a geometria da via. Com uma estrutura mais rígida, haverá a redução das
tensões de cisalhamento, consequentemente ocasionando menor fadiga e menor degradação das
partículas do lastro. O CA também possui a capacidade de resistir a esforços de tração, fornecendo
uma contribuição extra à resistência global do pavimento.
Albalat (2011) alerta para a vantagem da utilização do SCA em ferrovias que atravessam
regiões densamente populosas. Como a camada asfáltica atenua ruídos e vibrações, a execução de
SCA pode ajudar a evitar danos em construções vizinhas, problema comum em regiões próximas às
vias férreas.
Segundo Bryson e Rose (2009), geralmente os agregados utilizados no SG também servem
para a mistura asfáltica e quando a distância de transporte é grande, possivelmente existirá economia
financeira na execução do SCA, que na maioria dos casos possui custo elevado em relação ao SG. A
quantidade de agregados utilizados na mistura asfáltica chega a ser a metade, ou menos, daquela
utilizada no SG. Outra vantagem do SCA é o aumento da rigidez do pavimento, reduzindo desgastes
no lastro e aumentando sua vida útil.
Utilizando uma extensiva quantidade de dados, uma análise de custos foi realizada por
Teixeira et al. (2009). Nela, os autores afirmam que a chave da economia da utilização de SCA está
na distância média de transporte (DMT) em função da quantidade de material granular economizado.
Uma camada granular pode ter seu preço dobrado quando a DMT varia em torno de 80 km. No caso
de um SG construído com DMT em torno de 60 a 80 km, seu custo inicial pode inclusive ser superior
ao de um SCA possuindo 12 cm de espessura. Depois da distância de transporte o preço do betume
fica em segundo lugar no custo do SCA. No caso estudado, existiu ainda uma economia de lastro em
torno de 200 m³/km em virtude das características impermeáveis da camada de SCA, que requer
menor inclinação.
Conforme Rose e Anderson (2006), até 1985 custos de manutenção em determinado túnel
ferroviário com problemas crônicos de acúmulo de água, que giravam em torno de $ 20.000 por ano,
caíram para $ 1.000 depois da implantação de SCA, o que pagou seu custo de implantação em apenas
2 meses, inclusive reduzindo interdições da via. Em 20 anos foram economizados mais de $ 600.000,
apenas com a implantação de camadas asfálticas em 2 túneis. Posteriormente o SCA também foi
utilizado nos encabeçamentos de pontes e passagens em nível, com ótimos resultados.
Ainda segundo Motta et al. (2014), nos EUA têm sido observados subleitos com umidade
ótima preservada, mesmo em regiões onde há a possibilidade de congelamento do pavimento. Como
o SCA ainda está protegido pelo lastro, o envelhecimento da mistura asfáltica é muito mais lento do
que em uma rodovia. A deformação permanente e a exsudação do ligante também não são
preocupantes, e o aumento de ligante na mistura ainda proporciona maior impermeabilização do
subleito.
Rose e Bryson (2009) compararam características de pavimentos ferroviários com SCA
solicitados por cargas pesadas em pleno funcionamento nos EUA, possuindo entre 12 e 25 anos de
idade. Foram obtidas 7 amostras em 4 estados federativos diferentes de forma a variar as condições
climáticas e geotécnicas. As camadas asfálticas não possuíam de forma excessiva desgastes,
endurecimento e deterioração por fadiga, constatado através de ensaio no reômetro de cisalhamento
dinâmico (DSR) em 5 amostras, onde todas apresentaram resultados bem inferiores a 5 MPa. Em
aproximadamente 10 anos, 4 de 6 amostras tiveram aumento do módulo de resiliência da mistura
asfáltica. As umidades ótimas do subleito ainda possuíam valores próximos daqueles de projeto, com
variação em torno de 1 %. Em 9 anos, houve pequena redução do CBR do subleito, principalmente
em solos argilosos.
Conforme EAPA (2014) apesar dos eixos ferroviários possuírem maior peso que os eixos
rodoviários, a tensão aplicada pela roda do veículo ferroviário é dissipada no trilho, no dormente e
no lastro, chegando à camada asfáltica com uma tensão inferior daquela encontrada no pavimento
rodoviário. Em valores aproximados, uma roda com 57,5 kN provocaria no pavimento rodoviário
uma tensão no topo da camada asfáltica de 0,8 MPa, enquanto no pavimento ferroviário uma roda
com 112,5 kN provocaria uma tensão de 0,25 MPa. Isso corresponde a uma tensão 69 % menor em
relação a uma carga 96 % maior.
Utilizando uma locomotiva com carga máxima na roda de 160 kN em uma via com lastro de
20 cm de espessura, Bryson e Rose (2009) mediram no topo de uma camada de SCA com 13 cm de
espessura picos de tensão entre 90 e 120 kPa. Os autores chegaram à conclusão que a camada de SCA
deve possuir entre 12,5 e 15 cm de espessura, podendo atingir 20 cm em áreas onde o subleito possui
baixa capacidade de suporte. Nos testes a largura utilizada foi de 3,7 m. Para a aplicação ferroviária,
a percentagem de ligante na mistura asfáltica deve aumentar 0,5 % em relação a misturas
dimensionadas para rodovias e a percentagem de vazios deve girar em torno de 1 a 3 %, tendo-se
então uma mistura mais densa.
Albalat (2011), efetuando simulações numéricas do pavimento ferroviário utilizando o
modelo de Drucker-Prager para camadas granulares e propriedades visco-elásticas para a camada de
SCA em uma linha simétrica com 11 dormentes, concluiu que a camada de SCA deve possuir entre
12 e 14 cm de espessura para garantir um bom comportamento teórico em termos de tensões e
deslocamentos. Tal espessura poderia chegar a 9 cm caso fosse realizado um asfalto de boa
performance. No entanto, aumentar a espessura da camada de SCA é mais efetivo do que aumentar o
módulo de elasticidade do material.
Em suas simulações, Fang et al. (2013) consideraram um módulo médio da camada asfáltica
igual a 4 GPa. Os autores afirmam que este valor sofre variações conforme a temperatura, frequência
de carga, tipo de mistura e do método usado para sua determinação. Rose e Su (2004) encontraram
para uma mesma mistura asfáltica, um módulo de 4,8 GPa na primavera, 2,6 GPa no verão, 8,6 GPa
no outono e 15,5 GPa no inverno. Ferreira e Teixeira (2012) utilizaram modelo elástico linear e
consideraram o módulo da mistura asfáltica igual a 6 GPa.
Segundo Bitume (2005), o módulo de rigidez do SCA utilizado nas linhas do TGV deve ser
maior que 9 GPa. A resistência à fadiga a 10 ºC e 25 Hz deve ser suficiente para 110 µε a um milhão
de ciclos. Variando a rigidez do subleito, Rose e Konduri (2006) encontram diferentes deformações
na base do SCA. Em valores aproximados, 300 µε para um módulo de 21 MPa, 200 µε para um
módulo de 82 MPa e 150 µε para um módulo de 144 MPa.
O sublastro asfáltico deve ser projetado para ser durável, dada a dificuldade de manutenção.
Conforme EAPA (2014), o tempo de vida da camada deve superar 50 anos, necessitando de cuidados
especiais durante a execução como uma boa compactação e controle de temperatura, problemas
comuns em obras. Conforme Rose et al. (2011), a compactação deve estar de 96 a 98 % da densidade
máxima, seguindo o padrão Marshall. Testes de especificação devem ser realizados a cada 10.000 m³
executados e a verificação da resposta dinâmica pode ser realizado com 3 testes a cada 100 m,
utilizando o Falling Weight Deflectometer (FWD).
Rose et al. (2014) mostram que dependendo da rigidez do subleito, a solução de SCA pode
dobrar a vida útil, chegando a triplicar, caso o SCA seja usado em conjunto com outra camada de SG.
Conforme Rose e Konduri (2006), um pavimento com SCA solicitado por uma roda de 162 kN,
possuindo um subleito de módulo em torno de 21 MPa, resultaria em uma vida de serviço em torno
de 13 anos. Tal tempo de vida aumentaria para 27 anos com um módulo de 82 MPa e 45 anos para
um módulo de 124 MPa.
Onde,
𝑁𝑁𝑠𝑠 = número de repetições permitidas no subleito;
𝜎𝜎𝑐𝑐 = tensão de compressão no topo do subleito (psi);
𝐸𝐸𝑠𝑠 = módulo do subleito (psi).
Onde,
𝑁𝑁𝑎𝑎 = número de repetições permitidas no SCA;
𝜀𝜀𝑡𝑡 = tensão de tração horizontal na base do SCA;
𝐸𝐸𝑎𝑎 = módulo do SCA (psi).
As equações (1) e (2) foram desenvolvidas para pavimentos rodoviários, com condições mais
severas que no pavimento ferroviário. Por esse motivo sua utilização para previsão do tempo de vida
pode resultar em valores conservadores.
METODOLOGIA DE SIMULAÇÃO
A seção transversal do trilho foi reproduzida com aproximação real em software CAD,
seguindo as normas da VALEC (2015). As mesmas normas foram seguidas para a determinação das
dimensões da placa de apoio. O módulo de elasticidade e as dimensões do dormente de madeira
seguiram a ABNT NBR 7511 (2013), considerando bitola larga de 1,6 m e espaçamento de 60 cm.
As propriedades mecânicas lineares do lastro, sublastro e subleito seguiram àquelas utilizadas por
Ferreira e Teixeira (2012), de forma que o módulo de 80 MPa do subleito remete à qualidade mínima
necessária para este ser considerado de boa capacidade. Decidiu-se manter o coeficiente de Poisson
do CA igual a 0,35, uma vez que para este parâmetro Motta et al. (2014) não encontraram
interferência significativa nos resultados de suas simulações quando o variaram de 0,25 a 0,45. O
mesmo valor do coeficiente de Poisson foi utilizado por Fang et al. (2013).
Mesmo havendo alteração da espessura do sublastro, este sempre possuiu o mesmo número
de elementos finitos, sempre havendo dois elementos em longo da sua espessura, Figura 3.
A fim de obter maior confiabilidade dos resultados, para a determinação da malha a ser
utilizada nas análises paramétricas efetuou-se estudo de convergência (Figura 4), onde variou-se a
quantidade de elementos de cada uma das camadas do pavimento até o momento em que não
ocorresse variações significativas de tensão e deslocamento em regiões críticas previamente
determinadas, com maior discretização da malha na região central, onde o carregamento foi aplicado
e consequentemente onde haveriam as maiores magnitudes de valores. As variações das tensões e
deslocamentos foram avaliadas no topo da camada de sublastro. Primeiramente apenas com bloco
carregado, seguido do bloco mais a placa de apoio e finalmente inserido o trilho, o que explica a
redução das tensões e deslocamentos. Procurou-se também a otimização do tipo de elemento finito,
sendo utilizado para as placas de apoio o elemento hexahedral C3D8R e para o restante do modelo o
elemento wedge C3D6.
170 1,30 132 1,3 70
Tensão normal no sublastro (kPa)
Figura 4. Estudo de convergência: no bloco (esquerda); bloco mais placa de apoio (centro); bloco mais placa de apoio
mais trilho (direita)
RESULTADOS
Conforme pode ser observado na Figura 5, a maior rigidez do SCA proporciona um menor
deslocamento vertical no topo do trilho, chegando a ser 12,4 % menor quando comparado o SG padrão
com o SCA de 15 cm de espessura e módulo de 9 GPa, a condição extrema simulada. Já a tração
máxima no trilho tem uma redução de aproximadamente 12 % na mesma condição.
Figura 5. Deslocamento vertical no topo do trilho (esquerda), para SG = 1,21 mm; Tração no trilho no sentido
longitudinal, para SG = 48,12 MPa (direita)
A maior variação da tensão vertical na placa de apoio ocorreu na utilização de SCA com 10
cm de espessura, Figura 6. Nas demais espessuras as tensões foram equivalentes ao SG convencional.
4,05
4,00
Compressão vertical na placa de apoio (MPa)
3,95
3,90
3,85
3,80
3,75
3,70
3,65
3,60
3,55
3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000
Módulo de elasticidade (MPa)
1,31 2,37
1,29 2,35
1,28 2,34
1,27 2,33
3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000
Módulo de elasticidade (MPa) Módulo de elasticidade (MPa)
SCA 5 cm SCA 7,5 cm SCA 10 cm SCA 12,5 cm SCA 15 cm SCA 5 cm SCA 7,5 cm SCA 10 cm SCA 12,5 cm SCA 15 cm
Figura 7. Tensão vertical máxima no topo do dormente (esquerda), para SG = 1,29 MPa; Tração máxima no dormente
no sentido longitudinal e parte inferior, para SG = 2,42 MPa (direita)
As maiores tensões verticais no lastro foram obtidas para as camadas de SCA mais rígidas e
espessas, com maior influência da rigidez nas camadas mais espessas, conforme observa-se a
inclinação das curvas da Figura 8. Em lastros de má qualidade, com probabilidade de quebra, o
aumento da tensão vertical pode se tornar um problema. Em pavimentos ferroviários com SCA deve-
se ter uma atenção especial com o lastro. A AREMA (2013) define como limite prático de tensão no
topo do lastro 400 kPa.
166
164
Compressão vertical no topo do lastro (kPa)
162
160
158
156
154
152
150
148
146
3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000
Módulo de elasticidade (MPa)
Todas as tensões verticais no topo do sublastro foram maiores quando utilizado SCA, com
grande influência do aumento da rigidez da camada. Nota-se também que tensão na mistura asfáltica
é mais sensível ao aumento da rigidez do que do aumento da espessura (Figura 9).
250
240
51
49
47
45
43
41
39
37
35
3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000
Módulo de elasticidade (MPa)
Figura 10. Tensão vertical máxima no topo do subleito, para SG = 46,37 kPa
Apesar da distribuição das pressões atuantes entre as camadas, tem-se situações em que a
tensão no sublastro ultrapassa a tensão no lastro. No entanto, a tensão que atua no pavimento não
pode ser confundida com o estado de tensão em que se encontra o material. A grande rigidez da
camada de SCA multiplicada pela deformação em dado ponto da camada (lei de Hooke) resultará em
uma maior tensão, sendo essa realmente experimentada pelo material e expressa no gráfico da Figura
11, com maior detalhamento na Figura 12.
Em relação ao SG, verifica-se redução de tensão no topo do subleito para camadas de SCA
acima de 10 cm de espessura e módulo de elasticidade maiores que 3 GPa. A redução foi de 9,7 %
para camadas de 10 cm de espessura e 9 GPa de módulo, e 13,1 % para camadas com 15 cm e módulo
de 3 GPa. Aumentando o módulo da camada de 15 cm para 9 GPa a redução da tensão vertical
aumentou para 23,3 %.
4,00 Sublastro:
Compressão vertical no topo da camada (MPa)
3,60
1 Granular, 20 cm, E = 200 MPa
3,20 2 Asfalto, 5 cm, E = 3 GPa
3 Asfalto, 5 cm, E = 6 GPa
2,80
4 Asfalto, 5 cm, E = 9 GPa
2,40 5 Asfalto, 7,5 cm, E = 3 GPa
6 Asfalto, 7,5 cm, E = 6 GPa
2,00
7 Asfalto, 7,5 cm, E = 9 GPa
1,60 8 Asfalto, 10 cm, E = 3 GPa
9 Asfalto, 10 cm, E = 6 GPa
1,20
10 Asfalto, 10 cm, E = 9 GPa
0,80 11 Asfalto, 12,5 cm, E = 3 GPa
12 Asfalto, 12,5 cm, E = 6 GPa
0,40
13 Asfalto, 12,5 cm, E = 9 GPa
0,00 14 Asfalto, 15 cm, E = 3 GPa
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 15 Asfalto, 15 cm, E = 6 GPa
Placa de apoio 4,06 4,02 4,01 4,00 4,01 4,00 3,99 3,58 3,57 3,57 3,99 3,98 3,98 3,99 3,94 3,97 16 Asfalto, 15 cm, E = 9 GPa
Dormente 1,29 1,27 1,27 1,27 1,28 1,28 1,28 1,29 1,29 1,29 1,29 1,30 1,30 1,30 1,31 1,31
Lastro 0,15 0,15 0,15 0,15 0,15 0,15 0,15 0,15 0,16 0,16 0,16 0,16 0,16 0,16 0,16 0,17
Sublastro 0,07 0,11 0,16 0,20 0,12 0,18 0,22 0,13 0,19 0,24 0,14 0,19 0,24 0,14 0,20 0,25
Subleito 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04
Figura 11. Tensão vertical no topo das camadas até a placa de apoio
260 Sublastro:
240
1 Granular, 20 cm, E = 200 MPa
Compressão vertical no topo da camada (kPa)
220
2 Asfalto, 5 cm, E = 3 GPa
200 3 Asfalto, 5 cm, E = 6 GPa
180 4 Asfalto, 5 cm, E = 9 GPa
5 Asfalto, 7,5 cm, E = 3 GPa
160 6 Asfalto, 7,5 cm, E = 6 GPa
140 7 Asfalto, 7,5 cm, E = 9 GPa
120 8 Asfalto, 10 cm, E = 3 GPa
9 Asfalto, 10 cm, E = 6 GPa
100 10 Asfalto, 10 cm, E = 9 GPa
80 11 Asfalto, 12,5 cm, E = 3 GPa
60 12 Asfalto, 12,5 cm, E = 6 GPa
13 Asfalto, 12,5 cm, E = 9 GPa
40 14 Asfalto, 15 cm, E = 3 GPa
20 15 Asfalto, 15 cm, E = 6 GPa
0 16 Asfalto, 15 cm, E = 9 GPa
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Lastro 150 148 148 148 150 151 152 153 155 157 156 159 162 159 163 166
Sublastro 69 113 158 201 123 175 224 130 186 237 135 193 245 139 198 248
Subleito 46 52 51 50 49 47 46 46 43 42 43 40 39 40 37 36
Figura 12. Compressão vertical no topo das camadas, lastro, sublastro e subleito
Conforme apresentado na Figura 13, camadas de SCA mais finas possuem maior tração em
sua base e sua magnitude cresce com o aumento do módulo de elasticidade da mistura asfáltica. Para
um módulo de 3 GPa, houve redução na tração de 26,7 % no aumento da espessura da camada de 5
cm para 15 cm, redução de 22,7 % para um módulo de 6 GPa e 19,7 % para um módulo de 9 GPa.
Figura 13. Tração máxima na base do sublastro (esquerda); Deformação máxima no sublastro (direita)
A deformação máxima no SCA diminuiu com o aumento da rigidez e com o aumento da
espessura da camada. De 5 cm para 15 cm de espessura, uma variação de 31,7 %, 27,3 % e 22,9 %,
respectivamente para 3 GPa, 6 GPa e 9 GPa. Percebe-se uma tendência ao equilíbrio das deformações
máximas com o aumento concomitante da rigidez e espessura.
Os valores de tração e deformação encontrados devem ser confrontados com ensaios reais de
misturas asfálticas. Pereira (2012) realizou ensaios em diferentes misturas asfálticas dosadas pelo
método Superpave com 4 % de vazios.
No ensaio de resistência à tração por compressão diametral, foi obtido como menor resistência
2,3 MPa, que comparado com o maior valor de tração encontrado nesse trabalho, 0,95 MPa, constata-
se que uma mistura asfáltica atenderia com folga esse quesito.
No ensaio de fadiga por compressão diametral e tensão controlada, Pereira (2012) conseguiu
a 25 ºC e 1 Hz, aproximadamente 10 mil ciclos de carga a 20 % da tensão de ruptura no ensaio de
resistência à tração por compressão diametral. Já no ensaio de fadiga por flexão e deformação
controlada a 20 ºC e 20 Hz, o mesmo número de ciclos foi obtido a 300 µε. Os módulos das misturas
variaram entre 4,9 GPa, 5,5 GPa, 9,3 GPa e 10,6 GPa, obtidos no ensaio de módulo de resiliência a
25 º C e 1 Hz.
O número de ciclos de carga que podem atuar no pavimento antes de atingir a sua viga de
fadiga foi calculado com base nas equações (1) e (2) e é apresentado na Figura 14. Verifica-se que a
espessura da camada de SCA é mais determinante que sua rigidez para a vida do pavimento.
Figura 14. Número de ciclos de carga no subleito com eixo de 320 kN, SG = 8.059.004 (esquerda); Número de ciclos de
carga no SCA com eixo de 320 kN (direita)
CONCLUSÕES
No Brasil o asfalto é produzido em várias as regiões e a grande parte dos profissionais que
trabalham na construção de ferrovias acumulam experiências de obras rodoviárias, o que certamente
ajudaria na execução, disseminação e aceitação da metodologia de SCA no país.
A solução já está consolidada em diversas partes no mundo, melhorando a drenagem,
reduzindo custos de manutenção e a exploração de material granular, tratando-se de uma solução
interessante também do ponto de vista ambiental, no que se refere à exploração de jazidas naturais de
agregados.
Com base nos resultados apresentados de tensão no subleito (Figura 12), considerando a
menor rigidez analisada de 3 GPa no CA, uma camada de 10 cm de SCA equivaleria a uma camada
de 20 cm de SG, no entanto com um aumento de aproximadamente 3.500.000 ciclos de carga em sua
vida útil (Figura 14). Já a camada de SCA possuindo 12,5 cm, aumentaria 6.900.000 ciclos de carga
em sua vida útil, mostrando ser um custo benefício atraente.
Pela experiência e estudos apresentados, recomenda-se a execução de SCA possuindo no
mínimo 12,5 cm de espessura, a fim de aproveitar todas as vantagens fornecidas pelo concreto
asfáltico, principalmente em regiões com subleito de baixo suporte, garantindo maior durabilidade do
pavimento ferroviário.
Da mesma maneira não seria recomendado a execução de SCA possuindo menos que 10 cm
de espessura, restringindo o estudo de trabalhos futuros entre 10 e 15 cm de espessura.
Por se tratar de uma análise elástica linear, recomenda-se em trabalhos futuros a consideração de
comportamentos mais complexos dos materiais empregados, o que poderia ocasionar deformações
permanentes e consequentemente resultados diferentes dos apresentados, como maiores
deslocamentos no topo do trilho e redução da vida útil do pavimento. Recomenda-se também uma
análise mais detalhada e comparativa do comportamento do lastro em pavimentos com e sem a
solução de SCA, uma vez que o lastro representa uma camada crítica.
Comparações entre resultados das simulações e resultados experimentais obtidos em trechos
reais também são necessárias para a validação do modelo em território brasileiro, uma vez que as
condições climáticas são diferentes daquelas já estudadas extensivamente na Europa, Japão e Estados
Unidos.
REFERÊNCIAS
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNR NBR 7511: dormentes de madeira –
requisitos e métodos de ensaio. Rio de Janeiro, 2013. 24 p.
Albalat, S. A.; Domingo, L. M.; Sanchis, I. V.; Herráz, J. I. R.; Segarra, A. V. Crumb rubber
modified bitumen for sub-ballast layer. 9th World Congress on Railway Research, França, 2011. 9
p.
American railway engineering and maintenance-of-way association (AREMA). Manual for railway
engineering. Volume 1, Track. 2013. 1478 p.
Bitume Info. Sous Les Rails, le Bitume. França, Novembro, 2014. 8 p.
Bitume Info. Sous Les Rails, le Bitume. Nº 10. França, Outubro, 2005. 20 p.
Bryson L. S.; Rose J. G. Pressure measurements and structural performance of hot mixed
asphalt railway trackbeds. University of Kentucky. 8th International Conference, Unversity of
Illinois at Urbana, Illinois, 2009. 10 p.
Di Mino, G.; Di Liberto, M.; Maggiore, C.; Noto, S. A dynamic model of ballasted rail track with
bituminous sub-ballast layer. 5th International Congress Sustainability of Road Infrastructures,
2012. 13 p.
EAPA – European Asphalt Pavement Association. Asphalt in railway tracks. Brussels, 2014. 22 p.
Fang, M.; Cerdas, S. F.; Qiu, Y. Numerical determination for optimal location of sub-track
asphalt layer in high-speed rails. Springer, 2013. 103-110 p.
Ferreira, T. M.; Teixeira, P. F. Rail track performance with different subballast solutions: traffic
and environmental effects on subgrade service life. American Society of Civil Engineers. Journal
of Transportation Engineering, 2012, 138:1541-1550 p.
Liu, S.; Souleyrette, R. R.; Rose, J. G. KENTRACK 4.0: a revised railway structural design
program. Transportation Research Board Annual Meeting. Washington, 2014. 16 p.
Motta, L. M. G.; Aragão, F. T. S.; Medina, J. Concreto asfáltico para uso em ferrovia – atualização
do conhecimento e exemplo de modelagem numérica. 21º Encontro de Asfalto do Instituto
Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis. Rio de Janeiro, 2014. 12 p.
Pereira, M. M. L. Estudo de mistura asfáltica de módulo elevado para camadas de base de
pavimento. Dissertação (Mestre em Engenharia). Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
São Paulo, 2012. 143 p.
Rose, J. G.; Anderson, J. S. Long-term performance of asphalt underlayment trackbeds for
special trackbed applications. AREMA Annual Conference & Exposition, Louisville, 2006. 27 p.
Rose, J. G.; Bryson, L. S.; Hot mix asphalt railway trackbeds: trackbed materials, performance
evaluations, and significant implications. International Conference on Perpetual Pavements.
Columbus, 2009. 19 p.
Rose, J. G.; Konduri, K. C. KENTRACK — A Railway Trackbed Structural Design Program.
American Railway Engineering and Maintenance-of-Way Association Annual Conference and
Exposition, 2006. 31 p.
Rose, J. G.; Liu, S.; Souleyrette, R. R. KENTRACK 4.0: a railway trackbed structural design
program. 2014 Joint Rail Conference. Colorado Springs, 2014. 14 p.
Rose, J. G.; Su, B. Comparisons of railroad track and substructure computer model predictive
stress values and in-situ stress measurements. AREMA Annual Conference & Exposition,
Nashville, 2004. 16 p.
Rose, J. G.; Teixeira, P. F.; Veit, P. International design practices, applications, and
performances of asphalt/bituminous railway trackbeds. GeoRail International, 2011. 23 p.
Silva, L. F. M. Fundamentos teórico-experimentais da mecânica dos pavimentos ferroviários e
esboço de um sistema de gerência aplicado à manutenção da via permanente. Tese (doutorado
em Engenharia Civil). Universidade Federal Do Rio De Janeiro, Rio de Janeiro, 2002. 347 p.
Teixeira, P. F.; Ferreira, P. A.; López Pita, A.; Casas, C.; Bachiller, A. The use of bituminous
subballast on future high-speed lines in spain: structural design and economical impact. The
Korean Society for Railway. International Journal of Railway, vol. 2, Nº 1, 2009, 1-7 p.
VALEC, Engenharia, Construções e Ferrovias S.A. Normas técnicas ferroviárias. Disponível em <
http://www.valec.gov.br/>. Acesso em 30 Jan. 2015.