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RESGATE EM
DECLIVES
Resgate em Declives
como uma operação complexa, mas a realidade é diferente. Embora não pareça, é
das operações de resgate mais comuns, principalmente no resgate em montanha, e 14.3 MACA PARA RESGATE VERTICAL
que exige grande preparo da equipe.
O risco de acidentes está mais presente nesta operação do que em outras,
A maca é equipamento obrigatório para qualquer equipe de resgate no trans-
seja por ser mais demorada, podendo ocorrer uma desatenção da equipe, ou por se
porte de vítima traumatizada, seja qual for o ambiente. O que difere a maca de resgate
realizar no nível do solo, o que aumenta a sensação de segurança por se estar com
vertical são algumas características particulares que o caso requer:
os pés no chão.
• Resistência: ela deve ser capaz de suportar o peso da vítima, do resga-
14.1 EXEMPLOS DE RESGATE EM DECLIVE tista e os trancos de árvores, rochas e outros que poderá sofrer;
• Rígida: no transporte de vítimas com suspeita de lesão na coluna, a rigi-
O resgate em declives, mais comum do que possa parecer, pode ocorrer nas dez é obrigatória, para evitar maiores lesões;
seguintes situações: • Leve: para não sobrecarregar o sistema de resgate e principalmente a
equipe no transporte da vítima;
• Vítima em local de difícil acesso, só pode ser transportada por trilhas em • Pontos de ancoragem: deve possuí-los para prender cordas, aranhas, e
terreno montanhoso; os carregadores da maca; e que sejam resistentes.
• A vítima acidentou-se na barranca de um rio e precisa ser removida do
local; A variedade de macas no mercado é enorme e o tipo de resgate que a equipe
• Capotamento de um ônibus em desfiladeiro, as vítimas precisam ser re- realiza deve ser considerado, na compra de uma. Macas que se dividem em duas
tiradas para a estrada; partes são boas para o transporte, pois podem ser carregadas por uma única pessoa
• Retirada de vítima pelas escadarias de edifício. como se fosse uma mochila (fig. 14-1). As macas confeccionadas com PVC são as
mais indicadas para o espaço confinado (fig. 14-2), pois podem ser condicionadas
O resgate em declive não implica em estar a vítima em um perigo eminente enroladas, ficando num volume bem menor.
de queda, mas no transporte dela para um local onde possa receber atendimento
médico.
Resgate em Declives
Assista ao vídeo da montagem de uma maca flexível. • Se a vítima apresentar sintomas de hipotermia e/ou choque, uma manta
térmica deve ser colocada;
Utilize um leitor de QR Code para assistir! • Proteger a vítima da queda de objetos (pedras, poeira, ciscos), principal-
mente nos olhos e na face (fig. 14-5);
Resgate em Declives
-se necessário o uso de uma corda para assegurar a maca; e a partir de qual inclina-
ção é obrigatório o uso de uma corda de segurança. A inclinação é o principal fator a
ser analisado, mas não é o único; o risco de queda lateral deve ser avaliado pelo chefe
de equipe. No quadro, o uso de cordas conforme a inclinação:
VÍDEO 14-3
Assista ao vídeo da amarração da vítima na maca. DECLIVE 0º a 15º 15º a 40º 40º a 65º +65º
Utilize um leitor de QR Code para assistir! RISCO Mínimo Baixo Médio Alto
Resgate em Declives
rança regulável como o spezzone (fig. 14-10).
Ao se assumir como carregador da maca, o resgatista deve tomar algumas Em terrenos com maiores inclinações o uso de corda para assegurar a maca
precauções: e a equipe é imprescindível. Se o resgate se resume a um único declive, a montagem
do sistema é relativamente fácil, basta um descensor preso a um SAS para operar a
• Deitar o corpo para trás em terrenos muito inclinados, transferindo o decida. Mas se o resgate for numa montanha, por exemplo, certamente haverá pas-
peso para a maca e a corda; sagem em mais de um declive.
• Manter a maca perpendicular ao corpo; Para isso existe a necessidade de um ou mais homens-âncora. Este resgatista
• Andar lateralmente à maca segurando com uma das mãos e usando a deve sempre estar andando à frente da equipe e quando verificar um terreno mais
outra para contrabalancear quando o terreno for leve; íngreme, deve instalar uma ancoragem simples em um ponto resistente, conectar a
• Quando o terreno for acidentado, segurar a maca com as duas mãos de uma corda e um descensor com rapidez; ou, para agilizar, prender a corda com um
frente para ela; descensor no seu cinto de segurança e sentar ou deitar no chão para travar uma
• Para distribuir o peso da maca, um dos recursos é fazer a passagem do queda (fig. 14-12).
spezzone pelo ombro antes de clipar na maca;
• Manter o espaço entre os carregadores para evitar que um tropece nos
pés do outro;
• Revezar a posição na maca, principalmente a mão da pegada, para des-
cansar um dos braços.
Resgate em Declives
ticais, pois se espera que os carregadores da maca tenham forças suficientes para
elevarem a maca, o que acaba funcionando mais como uma corda de segurança. Sua
montagem consiste na instalação de um SAS, um blocante do progresso da corda e
uma roldana (fig. 14-15) em um sistema 1:1. Se houver necessidade pode-se montar
sistemas de polias mais complexos para ascender a carga (v. cap. 16 – Sistemas de
Polias).