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ESBOÇO DE UMA LINHA DO TEMPO DA ÁREA APLICADA

DA LINGUAGEM NO BRASIL
@ José Carlos P. de Almeida Filho/Universidade de Brasília, 2022

1963 – introduz-se, por decreto federal, a Linguística como segundo grande componente dos
cursos de Letras depois da Literatura. Aplicações da Linguística começam a se apresentar
como meio de responder a problemas na linguagem colocados no mundo real, principalmente
as questões voltadas ao aperfeiçoamento do ensino de línguas. [Primeira Fase da LA]

1966 – Criação do Centro de Linguística Aplicada do Instituto Yázigi na cidade de São Paulo
tendo por diretor fundador Francisco Gomes de Matos, decano da Linguística Aplicada no
Brasil, hoje aposentado residindo em Recife (PE).

1970 – Criação do primeiro curso de Pós-Graduação em LA na PUC-SP sob a denominação


inicial de Linguística Aplicada ao ensino de línguas (Programa LAEL). Linguística Aplicada
alcança estabilidade no sentido de aplicação de Linguística.

1986 – Criação do Programa de Pós-Graduação em LA da Universidade Estadual de Campinas


(Unicamp). No Instituto de Estudos da Linguagem, o Programa de Pós Graduação em
Linguística Aplicada (PPGLA) imprime novo impulso ao movimento autonomista da LA. A partir
deste ponto a Linguística diminui seu poder de referência e serão as questões a indicar quais
áreas de contato serão buscadas para tratar o assunto em tela. Início da ideia de que a LA
pode constituir a sua própria sede de conhecimentos. Amadurecimento de uma tendência
ainda atrelada ao Ensino de Línguas: a da pesquisa em Aquisição de Segundas Línguas e
iniciada em meados dos anos 70 nos Estados Unidos. [Segunda Fase da LA chamada de
“interdisciplinar”]

1990 – Fundação da Associação de Linguística Aplicada do Brasil (ALAB) num evento da


ANPOLL (Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Letras e Linguística) na
UFPE em Recife, Pernambuco.

2001 – ALAB lança a Revista Brasileira de Linguística Aplicada, um periódico especializado


trimestral, com a missão de incentivar a pesquisa na Área Aplicada da Linguagem que tem a
ver com o Ensino de Línguas mais especificamente.

2005 – Proposta frustrada de construção de uma tabela atualizada de classificação das áreas
do conhecimento junto ao CNPq, por iniciativa da ALAB, na qual se apresenta a LA como área
autônoma da Linguagem, devido à solidez e natureza epistêmica com que se configuram suas
pesquisas nos programas brasileiros de pós-graduação.

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2015 - Nova chamada da Área de Letras e Linguística da CAPES para discutir (em vão) uma
nomenclatura e epistemologia atualizadas no evento anual da ANPOLL para a área de Letras e
Linguística. O PGLA/UnB enviou proposta por escrito.

2017- Realização do grande evento científico profissional trienal da AILA (Associação


Internacional de Linguística Aplicada) em escala mundial no Rio de Janeiro em julho desse
ano.

2021- Publicação do livro de Almeida Filho Fundamentos da Ciência Aplicada da Linguagem


como uma macroárea composta de diversas disciplinas acadêmicas aplicadas. Este marco não
deve ser cronologicamente o ponto de inflexão da LA para tornar-se CAL no Brasil, mas a
ausência da palavra Linguística no título sugere a nova acepção de uma área aplicada
multidisciplinar autônoma com objeto próprio e expectativa de um modo típico de fazer
pesquisa partindo-se da complexidade das questões da prática– pesquisa aplicada.

Brasília, dezembro de 2022

A Ciência Aplicada da Linguagem no Brasil


1ª. FASE Aplicação de Linguística, principalmente ao Ensino de Línguas 1966
2ª. FASE Linguística Aplicada “Interdisciplinar” e amadurecimento da área de ASL 1986

3ª. FASE Ciência Aplicada da Linguagem / Área Aplicada da Linguagem 2021

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