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O ENSINO DA GRAMÁTICA
NO CONTEXTO ATUAL
CONTEXUALIZANDO
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variedade de “sujeitos” que existem, ou melhor, apresentar os diferentes recursos
expressivos que a língua dispõe para expormos nossos pontos de vista sobre o
mundo. Esta aula começa a apresentar propostas que busquem caminhos
diferentes para o ensino do português brasileiro. Vamos conhecê-las?
Na aula anterior, vimos que a gramática virou gramáticas, que a fala foi
incorporada a algumas delas e que o português brasileiro firmou-se como variante
legítima e independente do português europeu. Vimos também as primeiras
propostas para ensinar gramática levando em consideração o português
brasileiro. Esse novo cenário acolhe na escola o ensino e o estudo da língua
materna junto com o ensino da língua escrita, cuja norma (padrão) ainda obedece
a regras do português europeu.
Língua materna é o português brasileiro, que se aprende em casa, com
familiares, parentes e amigos. É com a gramática desse português que o aluno
chega à escola. Nesta, aluno e aluna encontram com o português europeu, cuja
gramática estrutura a língua escrita que se aprende ali.
As gramáticas do português brasileiro buscam consolidar uma outra
gramática, a da fala. Sem deixar a norma de lado. Propõem a adoção de novas
metodologias para o ensino da norma urbana culta. O objetivo é incluir as novas
“regras” do português brasileiro sem excluir as da norma padrão, que seguem o
português formal escrito, boa parte fundamentado no português europeu.
Outras propostas de ensino de língua portuguesa centram sua metodologia
no acolhimento dos conhecimentos internos da língua trazidos pelo aluno sem
discriminá-los com base na norma padrão:
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Contra essa concepção, o ex-professor da Unicamp defende a criatividade
a partir da e na gramática, uma vez que ela dispõe para todos nós as formas pelas
quais construímos sentidos:
Como Celso Luft, Franchi também acredita nos saberes gramaticais dos
alunos. Para Franchi, baseado nas ideias do linguista norte-americano Noam
Chomsky, “[...] toda a criança chega à escola dominando em larga escala sua
‘gramática’; possui já um saber linguístico que não pode ser ignorado pelo
professor: não é uma tábula rasa”. (Franchi, 1991, p. 35). Partindo desse princípio,
as sugestões que Franchi dá para o ensino de língua portuguesa estão voltadas
para as transformações de períodos e de textos, de modo a mostrar para o aluno
“a riqueza das formas linguísticas disponíveis para suas mais diversas opções”
(Franchi, 1991, p. 35). O estudante torna-se consciente das estratégias
expressivas que a língua oferece, recuperando, desse modo, segundo Franchi, o
potencial criativo da gramática.
Um dos cuidados iniciais que o professor deve ter é com a terminologia da
gramática normativa. Evitar usá-la, a princípio, ou, se usá-la, ter noção de seus
limites e problemas. “Antes de saber o que é um substantivo, um adjetivo, um
advérbio, é preciso ter-se servido efetivamente dessas distinções gramaticais no
trabalho de construção e reconstrução das expressões”, segundo Franchi (1991,
p. 35). Ou seja, primeiro trabalhar efetivamente com a língua para, depois –
quando necessário –, partir para a terminologia.
Franchi chama esta atividade de epilinguística, ou seja, uma ação que
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linguísticas de novas significações. Não se pode ainda falar de
“gramática” no sentido de um sistema de noções descritivas, nem
de uma metalinguagem (Franchi, 1991, p. 36).
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É possível dar ênfase a um dos aspectos que qualificam a inflação, por
exemplo, a rapidez, transformando-a no principal fator da irritação do presidente:
Veja que é possível trabalhar com morfossintaxe, uma vez que foram
necessárias várias adaptações morfológicas para mudar a significação das
orações, operadas pela redistribuição dos seus termos. Essa estratégia pode ser
usada em exercícios de paráfrase, acrescentando a eles operações de sinonímia,
introduzindo o campo da semântica na atividade. A produção de paráfrase
funciona muito bem na elaboração de gêneros que exigem a retextualização de
textos originais, como em resenhas, ensaios e artigos acadêmicos, entre outros.
FINALIZANDO
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LEITURA OBRIGATÓRIA
Saiba mais
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REFERÊNCIAS
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