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Pós-Graduação
APRESENTAÇÃO DA PROFESSORA
Junto a isso,
VAMOS LÁ!!!!!
UNIDADE 1 – A IMPORTÂNCIA DE COMPREENDER O PROCESSO
COMUNICATIVO COMO ATIVIDADE HUMANA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Quando nos deparamos com o termo linguagem nos deparamos, em geral, com
seguinte indagação: Para que serve a linguagem?. De uma forma mais genérica,
sabemos que a linguagem é uma das formas de apreensão e de comunicação das
coisas do mundo. Uma dotação genética, a capacidade que os seres humanos tem de
transmitir o conhecimento. Nesse sentido, o ser humano utiliza vários códigos para
representar o que pensa, o que sente, o que quer e o que faz. Dessa maneira,
questionamos: O que conseguimos expressar e comunicar através da linguagem?;
Para que ela funciona?”
De acordo com a literatura especializa, a multiplicidade da linguagem pode ser
sintetizada em seis funções ou finalidades básicas, visto que nos estudos da
linguística recorremos a teoria das funções da linguagem apresentada um olhar sobre
o fenômeno linguístico que apresenta descrição de seus elementos comunicativos. O
estudioso Jakobson retoma uma perspectiva que engloba o uso da língua, os sujeitos
que a usam e os contextos em que o evento linguístico ocorre em contextos
situacionais. Jakobson concede um lugar para a alteridade, isto é, para a presença do
outro no evento linguístico. Em uma de suas obras mais citadas.
Observa-se que as ideias aqui postas são bem gerais que tem por objetivo
desenvolver a criticidade sobre a importância de se observar a comunicação como um
fator essencial para transmissão dos saberes e não vincular diretamente a escrita
formal da língua portuguesa, por exemplo. Nesse aspecto, podemos citar a língua de
sinais familiar que está diretamente relacionada ao ato de comunicação e não presa
aos seus aspectos gramaticas. O importante é estabelecer a comunicação.
Dentro das teorias linguísticas cabe destacar as funções da linguagem como
um conteúdo a ser compreendido tornando-se necessário o estudo dos elementos da
comunicação. O linguista Jakobson distinguiu seis funções de linguagem. Em cada
uma dessas seis apresenta uma característica que mais se destaca – um componente
– do processo comunicativo. Ou seja, em cada ato de fala, tem a intenção do
falante/usuário da língua, destacando-se um desses seis elementos em relação aos
demais, uma das funções da linguagem se sobrepõe. Essa forma de salientar cada
elemento comunicativo determina uma função da linguagem diferente. Tal diversidade
não tem relação com um certo monopólio, pelo contrário, é a situação comunicativa
quem determina e se destaca uma. Dependendo da situação uma função da
linguagem se organizar hierarquicamente em prol da outra. No que tange a estrutura
verbal de uma mensagem depende basicamente da função predominante.
Vejamos as seis funções da linguagem de uma forma sintetizada:
1) Função emotiva
A Palavra-chave é o emissor. Chama-se de função EMOTIVA ou
EXPRESSIVA, uma vez que está centrada no REMETENTE e visa a uma expressão
direta da atitude de quem fala em relação àquilo de que está falando.
Ela tende a suscitar a impressão de uma certa emoção, verdadeira ou
simulada; por isso, o termo FUNÇÃO EMOTIVA. Ela reflete o estado de ânimo do
emissor, os seus sentimentos e emoções. Nesse sentido, um dos indicadores da
função emotiva num texto é a presença de interjeições e de alguns sinais de
pontuação, como as reticências e o ponto de exclamação (BRANDÃO, 2007, p.03).
3) Função Conativa
A palavra-chave é o receptor. A orientação para o DESTINATÁRIO, a função
CONATIVA, encontra sua expressão gramatical mais pura no vocativo e no
imperativo. O objetivo é influenciar o receptor ou destinatário, com a intenção de
convencê-lo de algo ou dar-lhe ordens. Como o emissor se dirige ao receptor, é
comum o uso de tu e você, ou o nome da pessoa, além dos vocativos e imperativo.
Em geral, é a linguagem usada nos discursos, sermões e propagandas que se dirigem
diretamente ao consumidor (BRANDÃO, 2007, p.03).
4) A função fática
A palavra-chave é o canal. Existem mensagens que servem fundamentalmente
para prolongar ou interromper a comunicação, para verificar se o canal funciona ("Alô,
está me ouvindo?"), para atrair a atenção do interlocutor ou afirmar sua atenção
continuada - "Está ouvindo?" (BRANDÃO, 2007, p.03).
5) A função metalinguística
A palavra-chave é código. Trata-se de uma distinção realizada pela Lógica
moderna, entre dois níveis de linguagem, a "linguagem-objeto", que fala de objetos –
dá-se o nome de "metalinguagem". Esta função refere-se à metalinguagem, que
ocorre quando o emissor explica um código usando o próprio código. É a poesia que
fala da poesia, da sua função e do poeta, um texto que comenta outro texto. As
gramáticas e os dicionários são exemplos de metalinguagem (BRANDÃO, 2007,
p.03).
6) Função Poética
A palavra-chave é a mensagem. É a qual coloca em evidência a forma da
mensagem, ou seja, que se preocupa mais em como dizer do que com o que dizer.
(BRANDÃO, 2007, p.03).
Para melhor compreendermos e visualizarmos as funções da linguagem e os
atos de comunicação, segue um resumo visual sobre os elementos:
Fonte: https://www.todamateria.com.br/elementos-da-comunicacao/
ATIVIDADE DE AUTOESTUDO
1. Observe a língua de sinais (Libras) no contexto dos estudos linguísticos – ela
só adentrou aos estudos após 1960.
2. Exemplifique cada função da linguagem.
3. Dentre as funções da linguagem observe ao seu redor qual função se destaca
em campanhas publicitárias.
4. Partindo do pressuposto de que o processo comunicativo está intrinsecamente
ligado a alguns fatores tidos como essenciais, aponte-os.
A. O emissor (ou locutor) – representado pela pessoa que fala.
B. O receptor (ou interlocutor) – quem recebe a mensagem.
C. A mensagem – representa a informação ora veiculada.
D. O código – constitui o sistema de sinais que permitem a
compreensão da mensagem, no caso a Língua Portuguesa.
E. O canal – representa o meio pelo qual a mensagem é enviada,
como por exemplo, o ar – responsável pela propagação do som.
F. O referente – constitui o contexto, o assunto do qual é tratado
mediante a interlocução.
SAIBA MAIS
SAIBA MAIS:
http://www.jackbran.pro.br/linguistica/funcoes_da_linguagem_jakobson.htm
LEIA TAMBÉM!!!!!!!!
UNIDADE 2: AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM EM CRIANÇAS SURDAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
Compreender os estágios de aquisição da linguagem em crianças
surdas.
Detalhar os estágios da linguagem em crianças surdas.
Apresentar a escassez de materiais na área de conhecimento.
Compreender que a Libras funciona como a primeira língua para surdos
brasileiros.
ATIVIDADE DE AUTOESTUDO
1. Identifique os estágios de desenvolvimento da linguagem das crianças surdas.
Cite exemplos.
2. Observe o estágio pré-linguístico e o descreva.
3. A aquisição da linguagem é posta por autores como algo padronizado. Busque
na internet o Diário de Fiorela e tente relacionar com a teoria apresentada.
4. Identifique as questões de aquisição da linguagem firmadas pela linguística e
relacione com as dificuldades apresentadas no contexto escolar.
UNIDADE 3: A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DE SURDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
Compreender de uma forma sucinta a História da Educação de Surdos.
Analisar o processo de Opressão dos surdos – Congresso de Milão –
como um retrocesso histórico no desenvolvimento social das línguas
sinalizadas.
Compreender os principais motivos pelos quais as línguas sinalizadas
não apresentam sinais sistematizados em diferentes áreas do
conhecimento.
UM POUCO DE HISTÓRIA
História da educação de surdos é pouco documentada e atualmente que vem
sendo posta nos conteúdos escolares. Ela sempre existiu na história da humanidade,
porque os surdos sempre existiram, a questão era como os surdos deveriam se
desenvolver aprendendo a língua de sinais ou a língua oral. O que muda na história
da educação dos surdos são os métodos utilizados para a sua educação, que podem
variar em cada contexto histórico.
FALA OU SINAIS?
Na antiguidade e grande parte da Idade Média foram negados aos surdos o
acesso à instrução, ou seja, para eles não era considerado necessário saber ler,
escrever, eram proibidos de se casar, possuir ou herdar bens.
Os surdos se comunicavam com alguns gestos e sinais e assim eram isolados
da comunidade onde pertenciam, não sendo valorizados pela sociedade da época.
Ignatius, Nogueira e Carneiro (2016, p.22) comenta que “os poucos relatos
encontrados sobre a educação dos surdos, durante a Antiguidade e por quase toda a
Idade Média relatavam curas milagrosas dizendo que qualquer sucesso dos surdos
era devido à interferência divina”
Em outros lugares eram além de ser excluídos da sociedade por não utilizarem
a comunicação oral, eram condenados à escravidão ou a morte, essa atitude em
relação aos surdos ocorria mais na Grécia e em Roma.
Até o final do século XV, não havia escolas especializadas para os surdos. A
educação dos surdos formalmente iniciou-se somente no final da Idade Média, foi no
século XVI que começaram a acreditar que os surdos podiam aprender.
Um monge espanhol beneditino, foi reconhecido como o primeiro professor de
surdos da história, entretanto esse professor ensinava somente a crianças surdas da
nobreza espanhola e ensinava várias coisas, a ler, escrever e contar, “usava na
educação dos surdos sinais, treinamento de voz e leitura labial”, o nome desse
professor é Pedro Ponce de Léon1 nascido em 1520 e falecido em 1584. (IGNATIUS,
NOGUEIRA E CARNEIRO, 2016, p.22).
Nesses períodos entre os séculos XVI e início do século XVIII todas as
iniciativas do método de oralização são desenvolvidas individualmente, ou seja, o
professor ensina o aluno individualmente e este professor é contratado geralmente
para educar os Surdos da nobreza.
Observa-se uma grande valorização a comunicação oral e a preocupação de
que o surdo aprenda a se comunicar por meio da fala, acreditava-se que se os surdos
se comunicassem por meio de sinais eles não teriam muito contatos sociais com outras
pessoas que utilizassem a comunicação oral.
Ignatius, Nogueira e Carneiro (2016, p.22-23) elencam um “outro nome muito
importante já no século XVIII, foi Juan Pablo Bonet2 que publicou o primeiro livro do
mundo para ensinar língua de sinais a surdos e mudos, contendo o alfabeto manual.”
Bonet sempre utilizava a comunicação gestual, ensinava seus alunos o alfabeto
gestual e as letras correspondentes na forma escrita, Pode ser considerado o método
de Bonet a base para a comunicação total, ou seja, um misto de língua oral e língua
de sinais.
No século XVIII, houve um grande avanço na educação dos surdos dois
grandes trabalhos estavam sendo realizados, porém com métodos diferentes de um
lado a defesa do oralismo puro e do outro o uso de sinais.
1
Ponce de Leon usava como metodologia a dactilologia, escrita e oralização. Estabeleceu a primeira
escola para surdos em um monastério de Valladolid, inicialmente ensinava latim, grego e italiano,
conceitos de física e astronomia aos dois irmãos surdos, Francisco e Pedro Velasco, membros de uma
importante família de aristocratas espanhóis. http://www.libras.ufsc.br/. Acesso em: 2-2-2017.
2 O Juan Pablo Bonet publicou o primeiro livro sobre a educação de surdos em que expunha o seu
método oral, “Reduccion de las letras y arte para enseñar a hablar a los mudos” no ano de 1620 em
Madrid, Espanha. Bonet defendia também o ensino precoce de alfabeto manual aos surdos.
http://www.libras.ufsc.br/. Acesso em: 2-2-2017.
Um Alemão chamado Samuel Heinicke (1727-1790) é conhecido como o
fundador do oralismo.
Heinicke era muito rígido em sua metodologia, fundou a primeira escola para
surdos, a escola Liepzig na Alemanha em 1778.
Segundo Ignatius, Nogueira, Carneiro (2016, p.24) “em 1775, L`Epée fundou
a primeira escola para surdos em seu gênero, com aulas coletivas, onde os
professores utilizavam os sinais metódicos.”
Foi a partir da metodologia de L’ Epée ganhar muita força, que muitos
professores começaram a aprender a metodologia e muitos foram formados, muitas
escolas para surdos surgiram na França e no resto da Europa em 1789.
Muitos professores surdos faziam parte das práticas educativas e ao longo dos
anos os sucessores de L’ Epée fundaram outras escolas em todo o mundo.
Na história da educação dos surdos foi L’ Epée reconhecendo a língua de sinais
como um meio para o desenvolvimento da comunicação dos Surdos que contribuiu
para a integração social dos Surdos.
Isso possibilitou algo que antes era considerado impossível, esse método era
utilizado por L’ Epée fez com que os surdos saíssem da obscuridade e conquistassem
outras posições como escritores, filósofos e intelectuais Surdos.
Comparando os métodos utilizados por Heinicke tendo como resultado o
oralismo e os métodos utilizados por L’ Epée que defendia o uso de sinais. E devido
ao êxito de sua forma de ensinar L’ Epée conseguiu uma superioridade em relação a
conquista de direitos educacionais dos surdos que se manteve por quase um século,
porém uma reação do oralismo ocorreu na metade do século XIX.
De acordo com Ignatius, Nogueira, Carneiro (2016, p.25),
Fonte:http://odia.ig.com.br/ 2017
Após muitas tentativas que não deram certo com o uso do método oralista, o
Instituto decidiu alterar essa filosofia em razão de diversos motivos, dentre os quais a
influência de resultados de outros países como os estudos desenvolvidos como a
França, os Estados Unidos e a Alemanha que por sua vez observaram que o método
oralista não tinha êxito como esperavam, e, passaram a pesquisar sobre os benefícios
da Língua de Sinais para a educação dos surdos (MOURA, 2000).
A autora comenta que atualmente o INES defende a filosofia do Bilinguismo,
uma vez que se refere a utilização de duas línguas pelo surdo: a Língua de Sinais ou
a LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), como sendo sua primeira língua e a Língua
Portuguesa sua segunda língua.
Esta filosofia é composta de uma singular cultura, específica da “comunidade
surda” que defende a todo custo sua língua e a Língua Portuguesa, que o aproxima da
normalidade e, portanto, fica em segundo plano para os surdos.
SAIBA MAIS:
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
Compreender que o bilinguismo para aluno surdos é diferente para
alunos ouvintes.
Analisar as principais questões legais – leis e decretos – que direcionam
o ensino bilíngue para surdos.
Verificar a importância do processo de formação do professor para atuar
em escolas bilíngues.
No entanto:
a) há poucos docentes doutores e mestres no ensino do Português como
L2 para surdos;
b) existe uma demanda contida de surdos de acesso ao ensino superior.
Há pouca procura de cursos relacionados com a aprendizagem do
português. Nesse intervalo, há confusão entre conceitos de interlíngua e
“bilinguismo de disfarce”18.
c) o português é outra língua diante da Libras: um surdo que escreve em
português dá prova de seu bilinguismo, que se manifesta de diferentes
modos: - pode apresentar-se como transcrição de uma frase do português
em sinais, de acordo
com a sintaxe do português; - pode apresentar-se como uma
transliteração (datilologia) representada pelas mãos e, nesse caso, o nível
fonético/fonológico da Libras se torna inútil;
d) as abordagens, os métodos e as técnicas adequados para o ensino de
L2 devem ter como ponto de partida as competências e as habilidades,
exigidas em qualquer avaliação a que se submetem os brasileiros que
querem avançar no conhecimento e nos saberes, exigidos pelo mercado
de trabalho.
O que é muito importante de se deixar claro é que os sinais não são simples
gestos ou mímicas, isto é um grande mito, visto que “gestos” de acordo com
Fernandes (2007, p.95),
A partir disso, percebe-se que os gestos são utilizados por todos e não como
um sistema linguístico utilizado apenas pelos surdos.
DESAFIOS À INCLUSÃO
Neste artigo, é conferido ao aluno com surdez, o direito de ser atendido pelos
órgãos públicos de saúde recebendo o tratamento adequado para as consequências
de sua deficiência auditiva, sendo atendido pelos profissionais responsáveis.
No que diz respeito a esse artigo esclarece que Libras será disciplina
obrigatória nos cursos de formação de professores, e reforça no inciso primeiro a
necessidade da disciplina também no curso de pedagogia.
Seguindo a análise do capítulo III, da formação do professor de libras e do
instrutor de libras, chama-se a atenção ao seguinte artigo.
Segundo esse artigo confirma-se que para o ensino de libras nas séries iniciais
e no ensino fundamental o que se requer é a realização do curso de pedagogia ou
curso normal superior com a disciplina libras. A prática da disciplina libras já é aplicada
nos cursos de licenciatura, porém será que a carga horária é suficiente para uma
aprendizagem eficaz e a ementa contempla o que um professor precisa saber para
receber um aluno surdo e chegue em sala de aula capaz de ensinar um aluno surdo
em libras.
SAIBA MAIS.......
www.feneissp.org.br/index.php/.../1-e-books?...5...politica-linguistica
ATIVIDADE DE AUTOESTUDO
1. Descreva as características de uma escola bilíngue para surdos.
2. Diferencie a forma de se trabalhar educacionalmente com o Atendimento
Educacional Especializado e as escolas bilíngues.
3. Analise o Decreto no. 5626 e descreva o seu principal objetivo.
4. Descreva como a Língua portuguesa escrita deve ser ensinada para os surdos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PERLIN, Gladis. Identidades surdas. In: SKLIAR, Carlos (Org.). A surdez – um olhar
sobre as diferenças. Porto Alegre: Mediação, 2005. p. 51-73.