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LINGUÍSTICA

APLICADA AO
ENSINO DO INGLÊS

Dayse Cristina
Linguística ou
Linguística Aplicada?
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Diferenciar a Linguística Geral da Linguística Aplicada.


 Caracterizar a Linguística Aplicada de acordo com seu campo de
atuação.
 Identificar as áreas de estudo da Linguística Aplicada.

Introdução
A Linguística é conhecida como o estudo científico da linguagem. Quando
o estudo sobre a língua surgiu, um dos seus objetivos foi mostrar a dife-
rença entre uma abordagem mais atual da linguagem em relação a outra
mais tradicional do uso da língua. Entretanto, um linguista se preocupa,
principalmente, com a língua falada e com os problemas que ocorrem
ao analisá-la em um determinado período de tempo. Atualmente, o
objetivo da Linguística é construir teorias com base na estrutura da lín-
gua, enquanto a Linguística Aplicada se preocupa em como aplicar suas
descobertas sobre o uso da linguagem no dia a dia, utilizando métodos
apropriados para o ensino de um idioma.

Linguística Geral e Linguística Aplicada


A Linguística é uma ciência que tem como principal objeto de estudo a
linguagem. No início do século passado, a abordagem feita em relação ao
estudo da língua foi diferente se comparado aos estudos atuais (ORLANDI,
2009). O desenvolvimento histórico da língua era o que interessava ao filó-
logo, profissional que estuda o registro das línguas e como elas apareciam
em textos escritos para mostrar a literatura e a cultura da época. O linguista,
2 Linguística ou Linguística Aplicada?

profissional que também estuda a língua, já teve seu interesse focado na


maneira como a língua é falada, analisando os problemas causados pelo
uso dessa língua.
O estudo da linguística é divido em pelo menos dois grupos anteriormente
estudados:

linguística sincrônica X linguística diacrônica


linguística teórica X linguística aplicada

A Linguística Sincrônica descreve uma língua em um determinado mo-


mento no tempo. A Linguística Diacrônica descreve uma língua no que se
refere a seu desenvolvimento histórico, considerando, dessa forma, as mudanças
que aconteceram em relação à estrutura da língua.
A Linguística Teórica tem como objetivo construir uma teoria geral
sobre o uso da linguagem. A Linguística Aplicada tem como um de seus
objetivos aplicar os métodos de ensino de uma língua descobertos com o
estudo científico da linguagem.
Ainda se fala dos estudos da Microlinguística e da Macrolinguística,
sendo a Microlinguística um estudo mais direcionado da língua, ou seja,
interessa saber como a língua é sem qualquer tipo de influência em relação à
condição social, à idade, ou ao contexto daquele momento. A Macrolinguística
é um estudo mais amplo da língua e abrange outras áreas como a Sociolin-
guística, a Psicolinguística, a Linguística Antropológica etc.
Estudar línguas é algo que interessa a muitas pessoas, seja por meio da
literatura, da história, da filosofia, entre outros interesses que nos levam a
querer conhecer mais e entender melhor a língua que falamos. A Linguística
nos ajudou e, ainda, ajuda a entendermos mais sobre como a língua que fa-
lamos funciona.
À Linguística, no entanto, não cabe explicar como uma regra gramatical
funciona em um determinado idioma, pois esse campo não prescreve ou dita
as regras de correção da linguagem, mas se interessa em explicar a linguagem
verbal humana (ORLANDI, 2009), e “[...] tudo o que faz parte da linguagem
interessa à Linguística”. Esse “tudo” é referente à linguagem verbal escrita
e, principalmente, oral.
Em Orlandi (2009), há ainda outro entendimento sobre o que se considera
como as funções constitutivas da natureza da linguagem. Essa função se
refere a um esquema de comunicação onde há um emissor, que passa uma
mensagem para o receptor, utilizando um canal para transmitir essa mensagem.
Linguística ou Linguística Aplicada? 3

Essa mensagem, por sua vez, é transmitida com códigos. Veja um esquema
simplificado na Figura 1.

Figura 1. Comunicação entre emissor e receptor.

A partir desse esquema, classificamos as funções da linguagem como:

 Expressiva, centrada no emissor;


 Conativa, centrada no receptor;
 Referencial, centrada no objeto da comunicação;
 Fática, centrada no canal, o que liga o emissor e o receptor na mensagem;
 Poética, centrada na mensagem;
 Metalinguística, centrada no código (ORLANDI, 2009).

Há, ainda, o esquema de Roman Jakobson, ilustrado na Figura 2.

Figura 2. Funções da linguagem segundo Roman Jakobson.


4 Linguística ou Linguística Aplicada?

Roman Jakobson foi um linguista e teórico literário, pioneiro da análise estrutural da


linguagem, que se tornou a tendência dominante na linguística durante a primeira
metade do século XX.

Estudar a linguagem nos leva para muitos caminhos. O estudo sobre os


métodos da linguística e a disciplina linguística, por exemplo, levam-nos para
esses caminhos diferentes de análise da língua. O estudo em relação à lingua-
gem não seguirá um estudo categórico sobre uma teoria que se encaixa dentro
de um modelo apenas porque há várias maneiras de se pensar a linguagem,
que começa pela ciência fundada por Saussure, destacando-se, também, o
estruturalismo e o gerativismo com o estudo focado na língua-sistema. Mais
tarde, houve uma ruptura nessa maneira de refletir sobre a linguística, e outra
linha passou a ser estudada, a gerativo-transformacional, além de outras áreas
de estudo como a Sociolinguística, a Etnolinguística, etc.
A Linguística se ocupa do estudo sobre o conhecimento da linguagem e
das línguas humanas. Seleciona-se um determinado aspecto sobre uma língua,
o português ou o inglês, por exemplo, o uso dessas línguas no espaço e no
tempo, identificando as unidades de análise para estudar os sons, a fonologia, o
léxico, a morfologia, as frases, a sintaxe, a semântica, o texto, etc. (MATEUS;
VILLALVA, 2006).
A aquisição da linguagem também é objeto de estudo da Linguística, mais
precisamente da Linguística Aplicada. Existem, também, outros estudos da
linguagem, além dos estudos atribuídos à Linguística Aplicada – a Teoria da
Enunciação e o gerativismo são exemplos nesse campo de estudo. A aquisição
da linguagem se refere a dois aspectos: a aquisição da língua materna e a
aquisição da segunda língua.

A aquisição da língua é um processo desencadeado de forma involuntária em


todas as crianças e que atua de forma muito semelhante, apesar das diferenças
entre línguas aprendidas existirem. O processo de aquisição de linguagem pode
ser visto face aos dados linguísticos a que a criança tem acesso. Este processo
decorre num breve espaço de tempo e envolve uma grande complexidade de
operações (MATEUS; VILLALVA, 2006).

O ensino de línguas é um dos domínios de aplicação da linguística, se-


gundo Mateus e Villalva (2006). Os autores falam de uma hierarquização de
Linguística ou Linguística Aplicada? 5

aprendizagem que se manifesta pela complexidade dos fenômenos linguísticos.


Com esses dados, criam-se estratégias que sejam adequadas, ou seja, soluções
para um problema referente à consolidação da competência linguística a se
aprender. É nesSe ponto que se distingue o ensino da língua materna do de
uma língua estrangeira.
A língua materna é a língua nativa, a que não se ensina a falar. O que
se ensina, ou se estuda, é a forma consagrada de se utilizar aquela língua,
com base nas regras gramaticais, por exemplo. A língua estrangeira exige
que um falante não nativo dessa língua adquira as competências linguísticas
que são diferentes da materna. De acordo com Mateus e Villalva (2006), na
fase inicial da aquisição de uma segunda língua, a aprendizagem acontece
por semelhança da língua materna. Há, também, distinção na aprendizagem
quanto ao domínio da escrita e da fala. Essas duas competências envolvem
diferentes atividades linguísticas.
A formação de professores de idiomas e o campo da tradução também são
assuntos de interesse da Linguística Aplicada. E, como podemos ver desde o
início desta seção, a Linguística representa o início dos estudos linguísticos,
referente à linguagem histórica e à linguagem propriamente dita. Seus estudos
evoluíram e outras áreas foram surgindo, como a Linguística Aplicada, que
é um campo de estudo considerado independente da Linguística Aplicada.
Observe o esquema da Figura 3.

Figura 3. Linguística x Linguística Aplicada.


Fonte: Becker (2010, documento on-line).
6 Linguística ou Linguística Aplicada?

Sobre os estudos linguísticos, é possível falar do estruturalismo, uma escola linguística


que descreve a língua de forma normativa, ou seja, dita as regras que devem ser usadas;
do funcionalismo, que privilegia a linguagem oral no seu modo de articulação, ou
seja, como ela funciona para os falantes nativos; do gerativismo, que se refere ao
comportamento do falante em relação à língua, às variações e às diferenças que
ocorrem; do historiscimo, que se refere à linguagem histórica da visão sincrônica
ou diacrônica; da Linguística Textual, que se refere ao estudo do texto e a todos os
elementos que compõem esse texto, que deve ser coerente e coeso; a gramaticali-
dade, que se refere a tudo que está gramaticalmente adequado; e a aceitabilidade,
que se refere a enunciados aceitáveis por um falante nativo da língua, sendo esse
enunciado, muitas vezes, intuitivo.

O campo de atuação da Linguística Aplicada


Na seção anterior, vimos que a Linguística é uma área de estudo que tem
como objeto de estudo a linguagem. Esse estudo sobre a língua não se limita
ao estudo de uma língua específica ou ao estudo de uma família de línguas,
como as línguas latinas, as eslavas, etc. Há um aspecto sobre a língua que
a faz social, ou seja, para estudar a língua, precisamos ter um olhar atento
às relações entre a(s) língua(s) e a(s) cultura(s). Não interessa à Linguística
ser prescritiva ou normativa porque, para essa área, evitar as mudanças que
ocorrem naturalmente nas línguas ou privilegiar a forma culta em detrimento
da forma popular não caracteriza os estudos linguísticos, que têm interesse
em sinalizar o que é usado, o que é falado.
Partindo de aproximadamente um século de estudos linguísticos e da
consagração da linguística como uma ciência, outros campos relacionados
ao estudo da língua começaram a surgir, como alguns já citados. A Linguís-
tica Aplicada é um exemplo de área que, há algumas décadas, é conside-
rada de investigação independente ou um campo de investigação autônomo
(GRANETTO-MOREIRA, 2015) com contribuições de pesquisadores como
Celani, Signorini e Cavalcanti e Moita Lopes (CELANI, 1992; SIGNORINI;
CAVALCANTI, 1998; MOITA LOPES, 1990; 1994; 1996 apud GRANETTO-
-MOREIRA, 2015).
Linguística ou Linguística Aplicada? 7

Granetto-Moreira (2015) destaca a discussão da Linguística Aplicada, que


começou a ser concebida como uma área que tem como objetivo problematizar
e compreender questões relacionadas à linguagem e à necessidade de usá-la
na sociedade em que vivemos atualmente. O problematizar da Linguística
Aplicada não se refere a criar problemas, mas a compreender como eles são e
como podem ser resolvidos. Essa problematização e compreensão é a respeito
da aquisição da linguagem, do uso da língua materna e estrangeira.
A Linguística Aplicada também é entendida como um modo de produzir
conhecimento de natureza inter/transdisciplinar (GRANETTO-MOREIRA,
2015). Então, cabe uma pergunta pertinente a respeito do que é interdisci-
plinaridade ou transdisciplinaridade relacionados à Linguística Aplicada.
Segundo Morin (2000), a maneira como as línguas estão estruturadas as
deixa em posição de isolamento dos demais objetos que fazem parte do seu
meio. Além disso, as disciplinas parecem existir como matérias a serem
trabalhadas na sua particularidade, denotando uma compreensão restritiva,
sem considerar a influência dos fenômenos contemporâneos. Isso faz com
que as disciplinas sejam descontextualizadas e estudadas a partir de seus
próprios fragmentos (LEFFA, 2006). Essa compreensão sobre o entendi-
mento das disciplinas já está ultrapassada, e é urgente que a educação, nesse
sentido, seja mais flexível.
Sendo a Linguística Aplicada crítica e transformadora no seu campo de
pesquisa, tendo um olhar social e humano, ela parte da interdisciplinaridade
porque essa característica trabalha a interação entre as disciplinas, que pode
ser um ponto em comum. A transdisciplinaridade é posterior à interdiscipli-
naridade porque se preocupa com a solução do problema, ou seja, para um
determinado objeto estudado é necessária uma solução compatível à realidade
em que vivemos. As disciplinas devem observar e colaborar para melhorar o que
está sendo estudado, de modo que a transdisciplinaridade busca a integração
dessas disciplinas para explicar seu objeto de estudo.
Trabalhar a Linguística Aplicada de maneira transdisciplinar é integrar
o todo, buscando explicações para o que está sendo pesquisado, visto que a
Linguística Aplicada entende as transformações sociais e permite um trabalho
no qual uma mudança se faz necessária (GRANETTO-MOREIRA, 2015).
A aquisição da linguagem é um campo de estudo cujo interesse em ensinar
e aprender uma segunda língua, é constante e, como já comentado, diferente
da aquisição da língua materna. É também interesse da Linguística Aplicada a
8 Linguística ou Linguística Aplicada?

aquisição da linguagem porque essa área se interessa pelo estudo da aquisição


da segunda língua, como essa língua é aprendida, como os professores estão
desempenhando esse papel, etc.
Estudar uma segunda língua envolve muitos aspectos e um deles é em
relação à comparação que se faz com a língua nativa. A comparação acontece
em relação à gramática, por exemplo, quanto às regras, se são semelhantes,
ou muito diferentes, se estão sendo aprendidas, etc. Esse estudo se refere a
uma reflexão que potencializa uma nova compreensão sobre a atuação da
Linguística Aplicada porque o ensino de línguas vai além da questão de se
ensinar e aprender somente aquela língua em questão. Há um universo de
considerações a serem feitas e debates acerca da transdisciplinaridade nas
investigações.
Mesmo que haja ênfase em entender, explicar e solucionar problemas na
Linguística Aplicada, esse estudo contextualiza um cenário, também, do
ponto de vista social, priorizando a busca de soluções para problemas que essa
vertente da Linguística tem interesse em solucionar. A solução desse problema
não tem como foco sua teorização, mas levantar e aprimorar sua relevância
social (RODRIGUES; CERUTTI-RIZZATTI, 2011).
Ainda para Rodrigues e Cerutti-Rizzatti (2011), para a

[...] Linguística Aplicada não há embates quanto à ressignificação do objeto:


o foco, agora, não se limita ao ensino de línguas; estende-se a problemas
linguísticos social, cultural e historicamente relevantes, para os quais se
busca soluções. De que modo essa nova abordagem promove o diálogo entre
diferentes disciplinas de caráter aplicado? Trata-se de transdisciplinaridade
(o que supõe simbiose, perda de oposições entre as disciplinas), de interdisci-
plinaridade (o que supõe interfaces entre as disciplinas) ou indisciplinaridade
(o que supõe negação das disciplinas como tais)?

A propósito, as autoras não sugerem nenhum tipo de resposta, mas querem


enfatizar e registrar que essa discussão existe sob tais perspectivas.
Linguística ou Linguística Aplicada? 9

A Linguística Aplicada contribui para as reflexões sobre a formação docente. Veja, na


Figura 4, algumas das características necessárias aos professores de Língua Estrangeira
para Crianças (LEC).

Figura 4. Características necessárias ao profissional de Língua Estrangeira para Crianças (LEC).


Fonte: Santos e Benedetti (2009, p. 348).

As áreas de estudo da Linguística Aplicada


A Linguística Aplicada é uma área em destaque porque se preocupa em in-
vestigar problemas relacionados à linguagem, como foi destacado na seção
anterior, para que a situação dessa linguagem seja compreendida em cenários
diferentes (ANJOS, 2017). Um desses cenários está relacionado ao ensino e
aprendizagem da língua inglesa. Entretanto, a Linguística Aplicada também
tem como foco de investigação a linguagem que, como diz Anjos (2017),
está voltada para as questões práticas daqueles que vivem as práticas sociais,
fazendo com que essa área de investigação crescesse em pesquisas relacionadas
à linguagem com uma perspectiva interdisciplinar.
10 Linguística ou Linguística Aplicada?

Moita Lopes (1996) destaca que a Linguística Aplicada é uma ciência


social com foco nos problemas da linguagem, e os usuários dessa linguagem
apresentam tais problemas em um certo contexto social. Para Moita Lopes
(1996), a Linguística Aplicada utiliza métodos de investigação de caráter
interdisciplinar ou transdisciplinar de áreas como:

 Análise do discurso;
 Psicologia social;
 Psicolinguística;
 Linguística;
 Psicologia cognitiva;
 Sociologia;
 Etnografia;
 Psicanálise;
 Filosofia;
 Etnografia.

Em relação à aquisição da língua inglesa, a Linguística Aplicada, com sua


investigação em contextos diversos de aprendizagem, possibilita compreender
problemas relacionados à metodologia, à atitude, ao contexto ensino/apren-
dizagem, etc., explorando a interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade.
O auxílio de outras áreas com práticas sociais sobre o ensino de idiomas,
baseadas em suas teorias, pode ser utilizado pela Linguística Aplicada. A
Linguística Aplicada apresenta uma trajetória com contribuições para o ensino
aprendizagem de línguas, sejam elas nativas ou não, sendo consolidada por
suas investigações. O material didático, a metodologia, a motivação e outros
tipos de abordagem têm sido foco de investigação, revelando, também, sua
preocupação com as questões sociais.
Essas questões sociais não são somente em relação ao ensino aprendizagem,
mas abrangem um contexto maior em relação a lugares onde o conflito é
predominante. Assim, a investigação da Linguística Aplicada busca propiciar
melhores condições de ensino nesses lugares.
O falante nativo retrata o conhecimento que ele tem de sua língua nativa
de forma que todos os falantes nativos o compreendam. Isso acontece de
forma natural porque os falantes nativos conhecem a natureza da gramática
de sua língua. A capacidade de se expressar na segunda língua para alguém
que já tem sua língua nativa não acontece de maneira natural, e essa pessoa,
ao aprender, executa várias maneiras de se comunicar, com certa dificuldade
em combinar as palavras, as frases, em pronunciar, etc.
Linguística ou Linguística Aplicada? 11

A Linguística abrange seus estudos em áreas que dizem respeito à fonética


e fonologia, morfologia e sintaxe, semântica e pragmática. Esse estudo pode
ser sincrônico ou diacrônico. Esses aspectos não são considerados aspectos
sociais da língua, apesar de a língua ser usada em um contexto social. Logo,
a Linguística Aplicada não se refere a tais estudos porque melhorar ou so-
lucionar problemas de ordem social em relação à linguagem é seu foco; por
isso, questiona-se e reflete sobre tudo o que envolve a aprendizagem de uma
língua, nativa ou estrangeira.
As práticas vividas, as experiências, assumem um papel de investigação
fundamental na Linguística Aplicada porque direcionam a pesquisa ao que
realmente existe.

Há muitos artigos sobre Linguística e Linguística Aplicada.


Para você aprofundar mais o conhecimento sobre o as-
sunto, acesse o link ou código a seguir e leia mais sobre
as dimensões da linguagem em livros didáticos de inglês
para o Ensino Fundamental I.

https://goo.gl/jJnFQu

1. Assinale a alternativa correta. e) A Linguística ajuda na


a) A Linguística e a Linguística formulação de teorias, regras
Aplicada são áreas que estudam e normas referentes à língua
a história da língua inglesa. inglesa, escrevendo-a.
b) A Linguística também estuda 2. Considere a seguinte frase:
a linguagem a partir de uma Mary spokes with he. Assinale
visão sincrônica e a diacrônica. a alternativa correta.
c) A Linguística e a Linguística a) Gramaticalmente, a frase
Aplicada são áreas que estudam é aceitável porque a
a história da língua portuguesa. mensagem é clara.
d) A Linguística Aplicada também b) Linguisticamente, a frase
estuda a língua a partir de uma está errada porque a
visão sincrônica e diacrônica. linguagem não é clara.
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c) Gramaticalmente, 4. O que é interdisciplinaridade?


deve-se trocar with por to, a) É um sinônimo de
ajustando a preposição. transdisciplinaridade.
d) Gramaticalmente, deve-se b) É a interação entre
usar spoked porque o os estudantes.
verbo está no passado. c) É a interação entre as disciplinas.
e) Linguisticamente, a d) É a interação entre os professores.
frase é aceitável porque e) É um sinônimo de
apresenta uma variação. multidisciplinaridade.
3. Na área da comunicação, a 5. É correto afirmar que:
linguística também estuda a) a Linguística é interdisciplinar
seus componentes, que são: e transdisciplinar.
a) emissor – mensagem – b) a Linguística Aplicada é
código – canal – receptor. sincrônica e diacrônica.
b) mensagem – fala – c) a Linguística é
escrita – canal – alvo. historicamente teórica.
c) emissor – fala – código d) a Linguística Aplicada é
– meio – receptor. interdisciplinar e transdisciplinar.
d) mensagem – língua – e) a Linguística é
canal – alvo – resposta. historicamente prática.
e) emissor – língua – canal
– alvo – resposta.

ANJOS, F. A. A linguística aplicada, o ensino e a aprendizagem da língua inglesa e


o compromisso social. Tabuleiro de letras, v. 11, n. 02, 2017. Disponível em: <https://
www.revistas.uneb.br/index.php/tabuleirodeletras/article/view/3898>. Acesso em:
11 jun. 2018.
BECKER, A. Linguística aplicada: crenças, necessidades e expectativas. 2010. Disponível
em: <https://pt.slideshare.net/adrianabecker74/lnguistica-aplicada-crenasnecessida-
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Linguística ou Linguística Aplicada? 13

LEFFA, V. J. Pesquisa em linguística aplicada: temas e métodos. Pelotas: Educat, 2006


MATEUS, M. H. M.; VILLALVA, A. Linguística. Lisboa: Caminho, 2006. (Coleção O Essencial).
MOITA LOPES, L.P. Afinal, o que é linguística aplicada? In: MOITA LOPES, L.P. Oficina de
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MORIN. E. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2000.
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RODRIGUES, R. H.; CERUTTI-RIZZATTI, M E. Linguística aplicada: ensino de língua
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Leituras recomendadas
DAVIES, A. An Introduction to applied linguistics: from practice to theory. 2. ed. Edin-
burgh: Edinburgh University Press, 2007.
RADFORD, A. et al. Linguistics: an introduction. 2. ed. Cambridge: Cambridge Uni-
versity Press, 2009. Disponível em: <http://faculty.georgetown.edu/irvinem/theory/
Radford-Linguistics-introduction-excerpts.pdf>. Acesso em: 16 jun. 2018.
SHOHAMY, E. Language policy: hidden agendas and new approaches. London: Rou-
tledge, 2006.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.

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