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CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
NOVO HORIZONTE / SP
2019
FACULDADE SANTA RITA
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
NOVO HORIZONTE / SP
2019
DO VINIL AO VINIL: O AUMENTO DAS VENDAS DE DISCOS DE VINIL NA ERA
DA MUSICA DIGITAL
Resumo
O objetivo deste trabalho é investigar “a volta dos discos de vinil”, informação pulverizada
pela mídia nos últimos anos, dentro de um contexto de consumo de música a partir de mídias
digitais. Expondo a opinião dos autores sobre o assunto, o artigo explorou historicamente
sobre o formato “disco”, desde sua invenção, auge, suposta morte e ressurgimento, analisando
sua dimensão cultural e o comportamento do mercado fonográfico. Por meio de pesquisa de
campo, os dados coletados permitiram traçar o perfil dos consumidores de música gravada e a
viabilidade do disco de vinil. Diante desse cenário, concluiu-se que mesmo sem o glamour de
outrora, o disco de vinil desponta como importante tendência de mercado em plena era da
música digital.
Abstract:
This article aims to investigate "the vinyl record return", pulverized by the media in the last
years, considering the context of music consumption from digital media. Explaining the
authors’ opinion on the subject, it historically exploited about the vinyl record format since its
invention, pinnacle, supposed decadence and resurgence, analyzing its cultural dimension and
the behavior of the phonographic market. The data obtained through field research allowed
tracing the recorded music consumers’ profile and the vinyl record viability. Considering this
scenario, it was concluded that even without the glamour of yesteryear, the vinyl record
emerges as an important market trend in the age of digital music.
1
Aluno do 8º termo do Curso de Administração da Faculdade Santa Rita-SP, FASAR, endereço eletrônico
marcosantoniobelentani@gmail.com.
2
Orientadora
3
INTRODUÇÃO
1. DISCOS DE VINIL
A partir daí, “com o formato de disco plano, são superadas as dificuldades do formato
cilíndrico e os processos de produção passaram de semi-artesanais para industriais”
(PICCINO, 2003, p.14), revolucionando assim, o mercado fonográfico, pois novas
tecnologias aprimoraram também os dispositivos de gravação e de reprodução:
“Do surgimento do CD para vendas em 1982 até 1987 [...] foram apenas
5 anos para sua efetivação no mercado brasileiro e entre 1987 até 1997
chegaram a 106,8 milhões de cópias vendidas nas Terras Tupiniquins
[...]. Nesta caminhada do CD, os números das vendas dos LPs iam
vertiginosamente caindo chegando a 1 milhão e 600 mil cópias em 1996
e praticamente zero em 1997” (MACHADO, 2016, p.25).
A Era de Ouro do LP, conforme Machado, aconteceu antes da década de 1990: “Neste
período, os discos de vinil eram senhores absolutos nas vendas de música e reinavam como
grandes imperadores da indústria fonográfica” (MACHADO, 2017, p.7).
Mas Quines aponta que, com o lançamento do CD nos anos 90, a venda de LP
diminuiu ao ponto de deixar de ser produzido. No Brasil, as grandes gravadoras abandonaram
o disco de vinil por volta da década de 1990 e apostaram todas as suas fichas no novo formato
digital:
Quines também afirma que, mesmo depois da ascensão e consolidação das mídias
digitais, o formato analógico continuou sendo consumido no Brasil:
Machado afirma que “em meados dos anos 2000 os LPs voltam à tona como produtos
vendáveis e lucrativos, tornando-se em 2014 mais rentáveis para a indústria fonográfica que
qualquer outro formato” (MACHADO, 2016, p.26).
O gráfico a seguir, mostra dados coletados entre 2006 e 2018 que evidenciam o
aumento das vendas do disco de vinil nos EUA:
3
Sigla da Associação Brasileira dos Produtores de Discos.
4
Significado de gravadora grande e famosa, conforme: www.discmidia.com.br. Disponível em:
<http://discmidia.com.br/blog/gravadoras-musicais-major-ou-indie/> Acesso em 01 de março de 2019.
8
Fonte: www.statista.com5
O gráfico demonstra o crescimento das vendas de discos de vinil nos Estados Unidos,
que em 2006 estava abaixo de 1 milhão de unidades, elevando-se para aproximadamente 17
milhões de unidades em 2018.
Machado aponta algumas justificativas para esse aumento da popularidade mundial do
vinil: “Crescimento ininterrupto nas vendas mundiais de álbuns novos de vinil desde o ano
2000 e a manutenção deste crescimento não se restringe a poucos países – é um
acontecimento mundial [...]; superaquecimento do mercado de discos usados; investimentos
da indústria eletrônica em toca-discos e acessórios, assim como o crescimento das vendas
destes aparelhos” (MACHADO, 2017, p.7-8).
Porém, segundo ele mesmo diz, “o número baixíssimo de fábricas existentes no mundo
e a probabilidade deste número aumentar em demasia é muito pequeno, visto que a compra de
novas máquinas para a fabricação de vinis é muito dispendiosa [...]. No Brasil só temos duas
fábricas, Polysom e Vinil Brasil. A capacidade da primeira é de 150 mil vinis/ano e a segunda
promete mais (algo em torno de 300 mil vinis por ano), porém, só chegará nesse ápice de mais
de 300 mil numa fase mais à frente” (MACHADO, 2017, p.43-44). Um fato importante, e, um
dos objetivos desse artigo, é analisar o comércio de discos de segunda-mão no Brasil.
5
Disponível em: <https://www.statista.com/chart/7699/lp-sales-in-the-united-states/> Acesso em 27 de
Fevereiro de 2019.
9
Esse fato é confirmado por Gauziski, quando diz que no Rio de Janeiro “... há dois
segmentos relacionados ao mercado de vinil: o de discos usados e o de novos lançamentos
(incluídas aqui as reedições de álbuns consagrados)” (GAUZISKI, 2013, p.85). Ainda nesse
contexto, Quines aponta que “os sebos e lojas são representados como colaboradores da
resistência do vinil” (QUINES, 2012, p.96).
1.2 Vinileiro
Mas, apesar disso, ela acaba destacando que “o consumo de música – mesmo na
atualidade – não dispensa a materialidade dos suportes e formatos. E que ouvir música não é
uma prática abstrata, que se dá a partir de qualquer canal ou meio.” (SÁ, 2009, p.51-53).
O pesquisador francês Pierre Lévy, em seu livro Cibercultura, de 1999, já falava sobre o
impacto que as tecnologias digitais teriam sobre a sociedade:
Ferreira, por meio de sua pesquisa, descreve os argumentos dos profissionais da música
eletrônica (DJs) na defesa do disco de vinil (real), frente as mídias digitais (virtual), com
todos os seus suportes tecnológicos:
Machado corrobora dizendo que foi importante “o papel preponderante dos DJs e dos
colecionadores que jamais abandonaram os disquinhos pretos de plástico6” (MACHADO,
2017, p.55).
Como foi citado a importância dos colecionadores na preservação do consumo de vinil,
vale lembrar que a palavra “vinileiro”, comum entre os colecionadores de discos de vinil, é
citada por Gauziski e também por Quines quando se referem a ouvintes de discos de vinil:
“conhecido como vinileiro, audiófilo, discófilo: eis o estereótipo no senso comum quando se
fala em ouvintes de LP” (QUINES, 2012.p.6).
Fleck, em sua minuciosa pesquisa sobre colecionadores de discos de vinil, afirma que o
“vinileiro” é também nostálgico:
Para Felinto; Andrade, a materialidade dos formatos é algo importante para a teoria da
comunicação:
“Trata-se, por fim, de se considerar a plausibilidade, dentro do campo
da comunicação, de um projeto epistemológico que recupere e se ocupe
das questões materiais que envolvem as práticas sociais e as suas formas
6
O autor refere-se ao disco de vinil (LP) de forma informal.
11
Nesse contexto, para Portugal, o aumento do interesse pelo disco de vinil significa que o
indivíduo busca essa materialidade na hora de se consumir música:
“O tamanho das capas e encartes dos vinis são um dos atrativos para os
colecionadores. Embora possam ser criados encartes criativos para CDs,
é bastante perceptível a diferença de tamanho quando comparados aos
dos vinis. Por serem maiores, ficava mais fácil ler as informações e
letras, além de proporcionarem uma diferente experiência táctil”
(GAUZISKI, 2013, p.91).
Santos complementa, afirmando que “as capas, encartes e informações técnicas agregam
um alto valor à obra, fator literalmente minimizado no CD, uma vez que os discos traziam
capas maiores, destacando a arte em um grau superior ao do CD (SANTOS, 2014, p.41).
Nesse aspecto, é importante também citar o fenômeno conhecido com Sleeveface, que,
conforme Santos: “Trata-se da utilização das capas de discos de maneira que estas se
apresentem como continuação, ou uma extensão da realidade” (SANTOS, 2014, p.37).
Para Sá “a humanização desse artefato técnico em contato com o corpo e a objetificação
do consumidor a partir da identificação com o disco – destacada em seu aspecto estético (a
capa) a ponto de mimetiza-lo – são observações inescapáveis” (SÁ, 2009, p.67).
Santos aprofunda essa ideia e mostra um lado subliminar do Sleeveface:
Figura 1.: Sleeveface com capa do álbum True Blue (1986), de Madonna:
Vargas afirma que, a partir da criação do LP, as capas passaram a ser tratadas como
embalagem e, como tal, deveriam conter informações que ajudassem na comercialização do
produto disco:
7
Disponível em: < http://rio-capasdosdiscos.blogspot.com/2011/ >. Acesso em 01 de Março de 2019.
14
Dessa forma, segundo Rodrigues, a indústria gráfica brasileira também evoluiu a partir
do LP, pois, buscando atender às gravadoras, aproveitaram a criatividade de artistas plásticos
famosos para a criação das capas de seus artistas:
Figura 3.: Capa criada por Di Cavalcanti para disco de Noel Rosa (1950)
Fonte: https://www.pinterest.com8
8
Disponível em: <https://www.pinterest.com.mx/pin/535928424401874853/> Créditos a Vikk Nascimento.
Acesso em 01 de Março de 2019.
15
Figura 4.: Capa criada por Cesar G. Villela para LP de Baden Powell (1963):
Fonte: https://www.pinterest.com 9
No entanto, conforme Vargas, a criação das capas até esse período era voltada,
exclusivamente, aos interesses comerciais das gravadoras:
9
Disponível em: <https://www.pinterest.com.mx/pin/332422016219044790/> Créditos a GQ Brasil. Acesso em
01 de Março de 2019.
10
Conceito cunhado pelo sociólogo canadense Herbert Marshall McLuhan para explicar a ideia de que o avanço
tecnológico tende a encurtar distâncias, recriando no planeta a situação social que ocorre em uma aldeia. Pelos
meios eletrônicos, as pessoas estariam se reconectando em um mundo globalizado. Fonte:
<https://escolaeducacao.com.br/aldeia-global/> Acesso em: 05 de Março de 2019.
11
Movimento de rebeldia e insatisfação que rompeu com diversos padrões, ao contestar de forma radical
comportamentos da cultura dominante. No entanto, vale lembrar que ele possui um caráter pacífico. Fonte:
<https://www.todamateria.com.br/contracultura/> Acesso em 06 de Março de 2019.
16
No Brasil, essa época foi marcada pelo surgimento da Tropicália durante o regime
militar:
Vargas confirma quando diz que “se levarmos em conta que o tropicalismo foi um
amplo movimento cultural, não apenas musical, e que traduziu a contracultura no cenário
nacional, saberemos que as intenções de experimentação e de inovação surgiram em várias
áreas artísticas, incluindo as artes plásticas e o design” (VARGAS, 2013, p.7).
Fonte: https://outradiscografia.tumblr.com13
12
A Pop Art é uma escola que utiliza em suas representações pictóricas imagens e símbolos de natureza
popular. Fonte: <https://www.infoescola.com/artes/pop-art/> Acesso em: 05 de março de 2019.
13
Disponível em: <https://outradiscografia.tumblr.com/post/27307395786. Acesso em 01 de Março de 2019.
17
E, conforme Barat “Capas de disco são importantes chaves de leitura para compreender
não apenas a música, mas diversos outros aspectos da cultura nos séculos XX e XXI”
(BARAT, 2018, p.13), e conclui destacando que:
“Diversos fatores, muitos deles circunstanciais, contribuíram para o
percurso da capa de mera embalagem e mero produto a locus produtor
de visualidades. O distanciamento histórico revela a magnitude da
influência da indústria fonográfica na cultura. Capas icônicas, como
Nevermind; A love supreme; Dark side of the moon e Sgt. Pepper’s, por
exemplo, se tornaram imagens representativas de estéticas e
visualidades. [...] essas capas circulam de forma rizomática em nossa
economia de imagens pós-históricas e desde então tem adquirido um
significado simbólico que vai além da música que contiveram um dia”
(BARAT, 2018, p.27).
14
A matéria encontra-se disponível na integra no endereço eletrônico: <https://revistapegn.globo.com/Banco-de-
ideias/Diversao-e-turismo/noticia/2018/03/negocios-redescobrem-o-vinil-o-tradicional-disco.html>. Acesso em
22 de Fevereiro de 2019.
18
comprar discos, mas também mais caro – “por causa do modismo”. Em lojas online, como a
Vinil Records, os preços vão de R$ 9,90 a mais de R$ 300,00.
Na matéria intitulada Empreendedores criam rede social para quem ama vinil15 a
jornalista Mariana Fonseca conta a história de dois empreendedores, Lucas Stavitzki e
Romulo Troian, que, a partir de conversas com amigos que também colecionavam discos de
vinil, tiveram a ideia de abrir um negócio para diminuir a dificuldade em encontrar títulos
mais antigos, das décadas de 1960 até 1980. “Queríamos sanar esse problema: faríamos com
que as pessoas pudessem publicar seus discos online e vende-los, enquanto os compradores
poderiam achar todos os discos em um lugar só. Além disso, os usuários poderiam se
conhecer e falar sobre discos de vinil” conta Troian.
Após amadurecimento da ideia e participarem de programas de pré-aceleração intensiva
de negócios, a empresa foi lançada em 2016 como marketplace: “um espaço que facilita a
compra e a venda de discos de vinil para usuários e lojas” comenta Troian.
Paralelamente, na Luvnyl, há também a parte de rede social onde cada usuário, por meio
do perfil próprio, possa postar fotos dos seus vinis mais queridos, escrever textos sobre álbuns
e música e criar sua própria lista de desejos. Nos perfis empresariais, as lojas podem colocar
quais discos estão à venda e um mapa para que o comprador possa chegar ao local.
A matéria trouxe, também, dados sobre usuários: “[...] hoje, a Luvnyl tem 2,3 mil
usuários e cerca de 5% são vendedores de vinis, sejam pessoas físicas ou lojas. Ao todo, são
mais de 1,6 mil discos anunciados. Há pessoas de todas as idades na rede social, mas a
maioria possui entre 18 e 35 anos – jovens que se interessaram pelo vinil tardiamente e
combinam esse gosto com uma frequência diária no mundo virtual.
Diante desses modelos de negócio, torna-se importante uma breve descrição sobre
comércio eletrônico.
1.4.3 E-commerce
Comércio eletrônico ou simplesmente “e-commerce”, na definição de Kotler (2000) é
uma ampla variedade de transações eletrônicas, tais como envios de pedidos de compra para
15
A matéria encontra-se disponível na integra no endereço eletrônico:
<https://exame.abril.com.br/pme/empreendedores-criam-rede-social-para-quem-ama-vinil/>. Acesso em 14 de
Janeiro de 2019.
19
16
Disponível em https://www.profissionaldeecommerce.com.br/e-commerce-2018/ Acesso em 05 de maio de
2019.
20
Dessa forma, conforme Machado (2017), o site Mercado Livre necessita de certos
cuidados na hora da compra, mas não pode deixar de ser considerado um verdadeiro
“supermercado” do vinil.
2. Pesquisa Vinileiros
2.1 Metodologia
Tendo em vista a teoria citada sobre o tema proposto, deve-se agora compreender como
os consumidores de disco de vinil se comportam. Para isso, é necessário buscar as
informações necessárias por meio de pesquisa, que, segundo Gil define-se pelo:
Segundo Soares (2003), existem duas maneiras de abordar o problema que deseja
investigar, a abordagem qualitativa e abordagem quantitativa. A abordagem quantitativa é
relacionada com a quantificação de dados obtidos através de pesquisa. Para esse tipo de
abordagem, é necessário usar técnicas de estatísticas que podem apresentar maior ou menor
nível de complexidade, dependendo do resultado que se deseja atingir.
Sampieri (2006) explica que, na abordagem qualitativa, a coleta de dados não utiliza
medição numérica para descobrir questões de pesquisa. Diferentemente dos estudos
quantitativos, os estudos qualitativos não precisam apresentar forma sequencial, muitas,
vezes, os pesquisadores podem desenvolver questões e hipóteses antes, durante e depois da
coleta e análise dos dados.
Para Soares (2003), a abordagem qualitativa não emprega procedimentos estatísticos
como centro da resolução dos problemas. Os principais usos da abordagem qualitativa são:
Analisar a interação entre variáveis, compreender processos vivenciados por grupos sociais e
interpretar, em níveis mais profundos, as particularidades dos comportamentos e atitudes dos
indivíduos. Para analisar o comportamento dos consumidores de discos de vinil na atualidade,
optou-se pela abordagem qualitativa, pois assim, haverá análise do perfil do comprador, seu
comportamento e motivação frente as mídias disponíveis e a viabilidade do formato disco de
vinil.
22
Os dados foram coletados utilizando o Google Forms17, que segundo Bard et al. (2017)
é uma ferramenta de criação de questionários, com questões de vários formatos e com
recursos de personalização, que possibilita a criação de instrumentos avaliativos flexíveis e
automatiza a coleta e manipulação dos dados.
Com o objetivo de responder ao problema de pesquisa proposto – o aumento das vendas
de discos de vinil na era da música digital – foi confeccionado um questionário com 14
questões de múltipla escolha, restrita a uma única alternativa. Esta técnica de investigação tem
a intenção de identificar o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses,
expectativas, situações vivenciadas e outras (GIL, 2007).
Um link de acesso foi enviado para 4 grupos de whatsapp especializados em compra,
venda e troca de discos de vinil para se obter uma ideia geral do comportamento e preferência
desse grupo específico. O formulário ficou disponível durante sete dias e obteve uma amostra
constituída por um total de 76 respondentes.
17
https://www.google.com/forms/about/
23
O gráfico 6 mostra que 70% dos entrevistados preferem o Rock, 20% se dividem entre
Pop, Dance, MPB e Reggae e 10%, outros estilos não definidos na pesquisa. Nota-se também
que os estilos Samba, Pagode e Sertanejo não pontuaram na pesquisa.
Esse resultado confirma o perfil apresentado pelos gráficos anteriores, pois esses
estilos que não pontuaram, até a década de 1980, tinham pouca expressão e eram provenientes
das camadas mais simples da sociedade.
Gráfico 7.: Além do disco de vinil, um outro formato que você mais utiliza:
O gráfico 8 aponta que a maioria dos entrevistados acreditam que o disco de vinil
nunca morreu, seguidos pelos que acham que o vinil morreu e ressuscitou, e, opondo-se
àqueles 1% que dizem que o disco de vinil é modismo e vai morrer novamente, estão os 16%
que acreditam que ele voltou para ficar.
A análise do gráfico 16 mostra que o “vinileiro”, apontado por Gauziski (2012) e por
Quines (2012), não tem um estereótipo bem definido. O fato do “vinileiro” ser, em sua
maioria, um pouco de cada um dos perfis apresentados, além de confirmar os autores
29
supracitados, também confirma Fleck (2008) quando afirma em sua pesquisa, que, a
totalidade dos entrevistados por ele associava discos a momentos felizes de suas vidas. Essas
informações são essenciais para a compreensão da classificação desse consumidor,
colaborando com o mapeamento dessa tendência de mercado e o perfil dos clientes.
Considerações Finais
Referências
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