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UNIDADE DIDÁTICA DE

FUTSAL
1. INTRODUÇÃO

O futebol é uma modalidade que, segundo o Programa Nacional de Educação Física,


é abordado desde o 1º ciclo, visto que é uma modalidade onde as caraterísticas técnicas,
bem como as regras, são mais conhecidas pelos alunos. É um jogo desportivo coletivo
onde os alunos também apresentam aptidão e onde é importante cativar as raparigas
desde muito cedo e que adquiram as competências básicas (PNEF, 2001).

O futsal é um jogo desportivo coletivo disputado entre duas equipas. Cada equipa é
composta por cinco jogadores de campo, em que um desses é o guarda-redes. De referir
que o número máximo de jogadores suplentes é sete (Batista, Rêgo & Azevedo, 2013).

Segundo (Batista et al., 2013), tem como objetivo, marcar o maior número de golos
possível, introduzindo a bola na baliza da equipa adversária, impedindo que o
adversário faça o mesmo.

Segundo Garganta (1998) a realização do jogo nos jogos desportivos coletivos, nas
fases de ensino/aprendizagem é muito importante, porque através deste é possível
observar as evoluções ou até limitações, que os alunos apresentam, sendo também um
grande fator de motivação para os alunos.

A elaboração da unidade didática é muito importante e permite a organização da


matéria a ser abordada, bem como estratégias de ensino. Segundo Carmona (2012), um
dos desafios que a Unidade Didática propõe, é a procura de valorizar aquilo que os
alunos trazem para a aula, ou seja, são planeados um conjunto de atividades e momentos
de aprendizagem, para que os alunos consigam uma construção de conhecimentos.
2. ANÁLISE E ENQUADRAMENTO DA MODALIDADE

O jogo de Futsal

O futsal é um jogo desportivo coletivo disputado entre duas equipas. Cada equipa é
composta por cinco jogadores de campo, em que um desses é o guarda-redes. De referir
que, o número máximo de jogadores suplentes é sete (Batista, Rêgo & Azevedo, 2013).
Esta modalidade tem como objetivo de jogo, marcar o maior número de golos
possível, introduzindo a bola na baliza da equipa adversária, impedindo que o
adversário faça o mesmo (Batista et al., 2013).

História da modalidade

O futebol de salão começou a ser praticado em 1930 na cidade de São Paulo, no


Brasil, e em Montevideu, no Uruguai. Devido à dificuldade em encontrar campos de
futebol, improvisaram jogos nos campos de basquetebol e hóquei, aproveitando as
traves usadas na prática deste último desporto (DGE, s.d).
Em Portugal, tudo começou na década de 80, principalmente na época de verão, se
realizavam torneios de futebol de salão. Cada organização realizava as suas provas,
sempre na perspetiva de angariar receitas para fazer face às despesas das modalidades
dos clubes. Foi durante uma conversa num pavilhão que um grupo de pessoas começou
a equacionar a possibilidade de se organizarem provas, onde as regras fossem as
mesmas, já que todos os torneios tinham regras e regulamentos diferentes, e sobretudo
onde o produto da organização fosse em proveito de todos (DGE, s.d).
Surgiram então três associações a nível nacional: no Porto, Lisboa e Minho. A 8 de
Novembro de 1986, a Associação de Futebol de Salão do Porto (AFSP) organizou o 1º
Congresso das Associações de Futebol de Salão em Portugal, tendo contado com a
presença de representantes da Associação do Porto, Minho, Ribatejo, Aveiro e Lisboa,
sendo ainda aprovado nessa reunião a criação da Federação Portuguesa de Futebol de
Salão (FPFS). Foi ainda abordado o facto de a AFSP centralizar os resultados do 1º
Campeonato Nacional de Futebol de Salão, pelo facto de ser a única que possuía um
telex (DGE, s.d). A modalidade cresceu rapidamente com a AFSP, e os seus dirigentes
assumiram a liderança da modalidade em Portugal, sendo relevante o facto de logo no
seu primeiro ano de exercício a AFSP ter registado inscrições de 48 equipas que
disputaram a primeira prova, que servia de apuramento para o 1º Campeonato Nacional
da modalidade (DGE, s.d).
Em 1990, realizou-se no Porto o Europeu da modalidade, tendo decorrido com
enorme brilhantismo: foram lotações esgotadas em todos os jogos de Portugal, com
grande destaque para a conquista do título, e todas as partidas de Portugal foram
transmitidas em direto, pela RTP (DGE, s.d).
Posteriormente, depois de algumas divergências entre dirigentes das modalidades de
Futebol de Salão e Futsal, foram tomadas as seguintes medidas:
1. º- Abandono imediato da prática do Futebol de Salão, implicando naturalmente o
abandono da direção de então da Federação Portuguesa de Futebol de Salão;
2. º- Divulgação imediata num Open de Futsal das novas regras da modalidade;
3. º- Criação de uma estrutura federativa, a Federação Portuguesa de Futsal;
4. º- Integração da Federação Portuguesa de Futsal na Federação Portuguesa de
Futebol, com o estatuto de órgão autónomo.
Ainda nesse mesmo ano, em 1990, disputou-se o 1º campeonato nacional da
modalidade, sendo as alterações regulamentares mais significativas em relação ao
Futebol de Salão, as seguintes:
- Aumento do tamanho da bola;
- Passa a ser permitido jogar dentro da área de baliza;
- Introdução das faltas individuais e faltas cumulativas;
- Introdução do duplo penalti (livre de 12 m, agora livre de 10 m);
- Realização de substituições volantes em vez de se parar o jogo;
- Possibilidade de o guarda-redes poder sair da área e jogar a bola durante 4
segundos. Sendo essencial referir que, desde estão, outras alterações às regras surgiram,
visando proporcionar sempre uma modalidade cada vez mais atrativa e ofensiva,
características
que fazem do Futsal a segunda modalidade desportiva mais praticada em Portugal.
No seu desenvolvimento, esta modalidade teve alguns marcos importantes na sua
história, tais como (Batista et al., 2013):
 1965 – 1ª competição oficial na América do Sul, de referir que, o Paraguai
ganhou a 1ª Taça Sul-Americana.
 1982 – 1º campeonato do mundo de futebol de sala (designação na América do
Sul) em São Paulo, onde o Brasil se sagrou campeão.
 1989 – 1º campeonato do mundo de Futsal que se realizou na Holanda. De
referir que, o Brasil conquistou 1º lugar, a Holanda o 2º e os Estados Unidos da
América o respetivo 3º lugar.
Fundamentos Técnico-Táticos
Na elaboração do presente enquadramento, relativamente à relação entre o futebol e
futsal, as ações técnicas são semelhantes, portanto, as ações referidas são tidas em conta
perante o referido no PNEF. Em relação às ações táticas, variam em pequenos
pormenores que vão ser tidos em conta no enquadramento da modalidade. Por fim, as
regras/leis de jogo, são deverás diferenciadas em diferentes aspetos, posto isto, iremos
ter em conta as principias regras enunciadas no PNEF e nas Aprendizagens Essenciais
do futebol, fazendo posteriormente a alteração para o que está definido para a
modalidade do futsal.
Passe
Os passes podem ser aéreos ou rasteiros, curtos ou longos, sendo executados
predominantemente com o pé, podendo utilizar a parte interna, externa, ponta, peito ou
o calcanhar do pé (Batista et al., 2013).
Aspetos fundamentais para a execução técnica:
- Colocar o pé de apoio ao lado da bola e atrás,
com o membro inferior ligeiramente fletido;
- Chutar a bola com força adequada à distância e à
direção a que se quer enviar;
- Tocar na bola, fazendo a extensão completa dos
membros inferiores após o contato;
- Inclinar ligeiramente o tronco sobre a bola,
preferencialmente ao efetuar o passe rasteiro;
- Inclinar o tronco ligeiramente para trás,
preferencialmente ao efetuar o passe aéreo;
- Movimentar os braços em sentido contrário ao
impulso para manter o equilíbrio.
Tabela 1: Componentes críticas do passe
Receção e controlo da bola
A bola pode ser completamente parada ou apenas amortecida usando qualquer parte
do corpo, exceto os membros superiores (Batista et al., 2013).
Aspetos fundamentais para a execução técnica:
- Observar a trajetória da bola;
- Dominar a bola perto de si por relaxamento da zona de
contato;
- Parar a bola entre o solo e a planta do pé;
- Acompanhar o movimento com os membros superiores
no sentido de favorecer o equilíbrio.
Tabela 2: Componentes críticas da receção e controlo da bola

Condução da bola
Para a execução deste gesto técnico, é essencial referir que, a bola pode ser
conduzida com o pé utilizando a parte interna, externa, dorsal e plantar (Batista et al.,
2013).
Aspetos fundamentais para a execução técnica:
- Impulsionar a bola para a frente utilizando
ambos os pés;
- Manter a bola controlada junto ao pé
condutor;
- Inclinar o tronco ligeiramente à frente;
- Olhar dirigido para o espaço de jogo e não
para a bola.
Tabela 3: Componentes críticas da condução de bola

Drible e
finta
Com ambos os gestos técnicos pretende-se ultrapassar o adversário direto, mantendo
o controlo da bola (Batista et al., 2013).
Aspetos fundamentais para a execução técnica:

- Mudar rapidamente de direção, aumentando a


velocidade ao mesmo tempo;
- Proteger a bola com o corpo;
- Olhar dirigido para a frente.

Tabela 4: Componentes críticas do drible e finta

Desarme

Ainda é possível apresentar o desarme, que consiste em que o aluno se antecipe à


troca de bola entre os adversários, onde deve também marcar em cima o jogador com
posse de
bola. De referir que, para a concretização do desarme, deve antecipar-se à movimentação
do adversário direto (Batista et al., 2013).

Remate
Pode ser efetuado com qualquer parte do corpo, exceto com os membros superiores.
Maioritariamente, é realizado com o pé e, por vezes, com a cabeça, dependendo do
momento do jogo (Batista et al., 2013).

 Remate com o pé
Aspetos fundamentais para a execução técnica:
- Colocar o pé de apoio ao lado da bola e dirigido para a baliza,
fletindo ligeiramente o membro superior;
- Olhar dirigido para a frente;
- Bater a bola na zona média;
- Inclinar o corpo para a frente no momento do batimento;
- Após efetuar o batimento, deve-se deixar que o membro complete o
movimento, isto é, extensão do membro inferior que efetua o
batimento.
Tabela 5: Componentes críticas do remate com o pé

 Remate de cabeça
Aspetos fundamentais para a execução técnica:

 Impulsionar o corpo na vertical com auxílio dos membros superiores,


efetuando um movimento de trás para a frente e de baixo para cima;
 Centrar o seu olhar na bola;
 Fixar os ombros, movimentando rapidamente a cabeça na direção da bola;
 Cabecear a bola com a testa, no ponto mais alto da impulsão;
 Realizar a receção em equilíbrio.
Guarda-Redes
Tem a função primordial de impedir que a bola entre na baliza da sua equipa, assim
como, promover o início do ataque. É o único jogador que pode tocar na bola com
qualquer parte do corpo quando se encontra dentro da área de grande penalidade, exceto
quando esta é devolvida por um colega de equipa com o pé de forma intencional. Neste
caso, o guarda-redes não pode utilizar os membros superiores (Batista et al., 2013).
Aspetos fundamentais que o guarda-redes deve ter em conta:
 Enquadrar-se com a bola, de modo a impedir o golo;
 Quando recupera a bola, deve (preferencialmente) passar a um jogador
desmarcado para iniciar o ataque.
Desmarcação
Segundo Viñaspre (2003) a desmarcação caracteriza-se por ser uma ação ofensiva,
onde se tenta tirar partido de um espaço vazio que um atacante ocupará. Durante a
desmarcação intervêm três elementos essenciais:

- A criação de espaço livre, que poderá ser resultado do jogo ou


produto de que um atacante o tenha deixado previamente livre,
“arrastando” com ele o seu marcador, com o objetivo de poder
ser ocupado por outro colega que esteja livre de marcação.
- A ocupação desse espaço é efetuada por um jogador
desmarcado;
- O aproveitamento do mesmo levado a cabo, mediante um
passe, por parte do companheiro que possui a bola até esse
momento.
Tabela 6: Componentes críticas da desmarcaçáo

Interceção
Existem várias formas de intercetar a bola que esteja em
posse do adversário. Na realização desta ação é importante
tocar sempre na bola em primeiro lugar, já que, caso
contrário, se a perna do defesa contata a do atacante antes, o
árbitro poderá considerar tal ação como falta (Viñaspre,
2003).
Illustração 1: Interceção - Obtido de: (Batista et al., 2012)

Marcação
É a ação defensiva de controlo dos movimentos do adversário. A marcação pode ser
realizada de várias formas:

 H x H ou individual – onde cada jogador se encarrega de vigiar especificamente


um adversário concreto;
 À zona – quando cada defesa se encarrega de defender uma determinada zona do
terreno de jogo, independentemente dos adversários que a ocupem;
 Misto – resulta da combinação dos dois de marcação anteriormente mencionados.

Illustração 2: Marcação - Obtido de: (Batista et al., 2013)


Pressão

Caracteriza-se por ser uma ação defensiva de pressionar com um ou vários


elementos o jogador adversário que possui a posse da bola, com o objetivo de lha
tirarem (Viñaspre, 2003).

Illustração 3: Pressão - Obtido de: (Batista et al., 2013)

O futsal, apresenta princípios técnicos e táticos semelhantes aos de futebol. Como a


matéria abordada é o futsal, e para complementar a informação anteriormente
mencionada, é referido de seguida as ações que são realizadas no futsal de forma mais
frequente.

Passe

Pode ser executado com todas as partes do pé, no entanto, as partes mais utilizadas
são a parte plantar e a parte interna do pé. De referir que, o pé de apoio deve estar ao
lado da bola no momento em que há contato (Batista, Rêgo & Azevedo, 2012).

Durante o jogo, utilizam-se vários tipos de passe:

 Passe curto – é um passe de grande precisão, sendo adequado para distâncias


curtas e também médias.
 Passe longo – é usado para distâncias longas, sendo executado com o peito do pé
que deve estar dirigido para o colega que vai efetuar a receção da bola.
 Passe em hipérbole – é utilizado para realizar passes de média ou curta distância.

Receção e domínio da bola

É maioritariamente efetuado com a parte plantar do pé. Está técnica permite um


controlo total da bola, diminuindo o risco de a perder, através de más receções de bola
ou pela interceção realizada pelo adversário. A necessidade da execução desta
técnica,
prende-se ao facto de que no jogo de futsal, os jogadores adversários, na maior parte das
situações, se encontrarem demasiado próximos (Batista et al., 2012).

Progressão com a bola

Pode ser realizada com com a planta ou a parte externa do pé. A bola deve estar
próxima do pé, de forma a que a condução seja feita em equilíbrio (Batista et al., 2012).

Marcação direta

O defensor do portador da bola deve assumir uma posição defensiva, tendo os seus
membros inferiores ligeiramente fletidos e os seus apoios colocados na diagonal. Os
apoios devem direcionar o adversário para a lateral ou para o local onde está a sua
cobertura defensiva (Batista et al., 2012).

Remate

O remate pode ser realizado com (Batista et al., 2012):

Peito do pé – é realizado a média e a longa distância ou quando se quer rematar com


grande potência.

Parte interna do pé – é utilizado quando se quer rematar a curta distância, e com


grande precisão.

Ponta do pé – é efetuado quando o jogador não tem tempo, nem espaço para armar e
executar o remate.

Organizações estruturais:

Nas organizações estruturais, isto é, a disposição dos jogadores em campo mias


utilizados são o “3-1” e o “4-0”.

Segundo, (Batista et al., 2013), no que se refere à organização estrutural de “3-1”, as


posições podem ser fixas ou não fixas. Pode-se também jogar de forma fixa apenas na
posição de pivot ou posição de fixo. É uma estrutura utilizada tanto para a defesa como
para o ataque.

Já no que se refere à organização estrutural do “4-0”, (Batista et al., 2013), não


existem posições fixas, o que assim, todos os jogadores assumem as várias posições,
sendo denominadas de jogadores universais. Atualmente as melhores equipas são
aquelas que conseguem jogar nas duas estruturas, com o objetivo de criarem mais
problemas e serem imprevisíveis para o adversário.
Segundo (Batista et al., 2013), as organizações estruturais permitem uma melhor e
mais equilibrada ocupação do espaço de jogo, logo, uma maior possibilidade de
alcançar o sucesso.

Na situação de jogo, ser capaz de decidir quais as ações tático-técnicas adequadas às


situações concretas. Assim na ações tático-técnicas, no ataque, temos:

Ações Tático-Técnicos
Penetração Procurar criar situações de vantagem
Apoiar o portador da bola, funcionamento como um
Cobertura ofensiva equilíbrio defensivo, no caso de a equipa perder a posse da
bola.
Procurar desequilíbrios no ataque através da
Mobilidade
criação/ocupação de espaços livres e linha de passe.
Espaço Organizar as ações ofensivas, dando amplitude ao ataque.
Tabela 7: Ações Tático - Técnicos de ataque - Adaptado de (Batista et al., 2013)

Já no que se refere à defesa, apresentam as seguintes ações:

Ações Tático-Técnicos
Criar dificuldades ao portador da bola, tirando-lhe tempo e
Contenção
espaço de execução.
Cobertura defensiva Apoiar o colega que faz a contenção.
Equilíbrio Fechar os passes entre os jogadores da equipa.
Procurar retirar amplitude às ações ofensivas da equipa
Concentração
adversária.
Tabela 8: Ações Tático - Técnicos de defesa - Obtido de: (Batista et al., 2012)
Regras de jogo de futsal
 O recinto de jogo
Segundo a Federação Portuguesa Futebol (2015) os jogos são disputados em
superfícies lisas, sem rugosidades e não abrasivas, preferentemente de madeira ou
material sintético.

Marcação da superfície de jogo:

A superfície de jogo deve ser retangular e marcada com linhas. Essas linhas fazem
parte integrante das áreas que delimitam e devem distinguir-se claramente da cor da
superfície de jogo.

As duas linhas de marcação mais compridas denominam-se linhas laterais. As duas


linhas de marcação mais curtas denominam-se linhas de baliza.

A superfície de jogo está dividida em duas metades, por uma linha média, que une
os pontos mediais das duas linhas laterais.

O centro da superfície de jogo está marcado com um ponto, a meio da linha média, à
volta do qual é traçado um círculo de 3 m de raio, vulgo círculo central.

Deve ser traçada uma marca no exterior da superfície de jogo, a 5 m do arco de


círculo de canto e perpendicular à linha de baliza, para assinalar a distância mínima que
os jogadores defensores deverão respeitar na execução de um pontapé de canto. A sua
largura é de 8 cm.

Devem ser efetuadas duas marcas adicionais na superfície de jogo, a 5 m para a


esquerda e para a direita da segunda marca de grande-penalidade, para assinalar a
distância mínima a observar na execução de um pontapé da segunda marca de grande-
penalidade. A sua largura é de 8 cm (FPF, 2015).

Figura 1: Superfície de
Figura 2: Dimensões da superficie de jogo

 Número de jogadores por equipa

Os jogos são disputados por duas equipas compostas por um máximo de cinco
jogadores, um dos quais é o guarda-redes. Um jogo não poderá iniciar-se se qualquer
das equipas for composta por menos de três jogadores. O jogo termina se, na superfície
de jogo, uma ou ambas a equipa tiver(em) menos de três jogadores (FPF, 2015).

 A duração do jogo

O jogo compreende dois períodos iguais de 20 minutos cada, salvo acordo mútuo
entre o árbitro e as duas equipas. Qualquer acordo para alterar a duração dos períodos
do jogo deve acontecer antes do início do jogo e respeitar as normas e regulamentos da
competição (FPF, 2015).

 Inicio e recomeço do jogo


Para se determinar o início do jogo, será lançada uma moeda ao ar, que determinará
a escolha do campo, sendo que caberá à equipa favorecida decidir a baliza em direção à
qual atacará durante a primeira parte. A outra equipa efetuará o pontapé de saída inicial
do jogo. A equipa que escolheu a superfície de jogo efetuará o pontapé de saída na
segunda parte do jogo. Contundo, na segunda parte do jogo, as equipas trocarão de
posição e atacarão no sentido contrário (FPF, 2015).

O pontapé de saída será o procedimento para iniciar ou reiniciar o jogo, nos


seguintes momentos:

 No início do jogo;
 Após ser marcado um golo;
 No começo da segunda parte do jogo;
 No começo de cada período do prolongamento, caso se realize;
 Não se poderá obter um golo diretamente de um pontapé de saída.
O procedimento do início e recomeço do jogo, caracteriza-se pela seguinte forma:

Todos os jogadores deverão estar colocados na sua própria metade do campo. Os


jogadores adversários da equipa que executará o pontapé de saída devem colocar-se a
uma distância mínima de três metros da bola, até que a mesma entre em jogo, sendo
que, a bola deverá estar imóvel sobre o ponto central.

É essencial ter em conta que, é o árbitro que dá o sinal do pontapé de saída, através
se um estímulo sonoro, usado pelo apito.

A bola entra em jogo logo que, pontapeada e se mova para diante, no sentido do
meio campo contrário.

De referir que, após uma equipa marcar um golo e desde que não tenha terminado o
período de jogo, a equipa adversária efetuará um pontapé de saída (FPF, 2015).

 Marcação de golos
Considera-se golo quando a bola cruza completamente a linha de baliza, entre os
postes e por baixo da barra, desde que a equipa que o marcar não infrinja previamente
as Leis do jogo de Futsal.

No entanto, um golo não será válido se o guarda-redes da equipa atacante lançar ou


atingir a bola intencionalmente com a mão ou com o braço, desde a sua própria área de
grande-penalidade, sendo o último jogador a tocar a bola. O jogo recomeça com um
lançamento de baliza, a favor da equipa adversária.

Se os árbitros, após ter sido marcado um golo e antes do respetivo pontapé de saída,
se aperceberem que a equipa que marcou o golo estava a jogar com um jogador a mais
ou tenha infringido o processo de substituição, o golo é invalidado e recomeçarão o jogo
com um pontapé-livre indireto, a favor da equipa adversária, a partir de qualquer ponto
da área de grande-penalidade. Caso o pontapé de saída já tiver sido executado,
sancionarão o jogador ou o substituto faltoso de acordo com a Lei 3, mas o golo será
válido. Os árbitros relatarão o facto às autoridades competentes.

A equipa que marcar o maior número de golos durante o jogo será considerada a
vencedora. Quando as duas equipas marcarem o mesmo número de golos ou nenhum, o
jogo terminará empatado (FPF, 2015).
 Bola fora e reposição da bola em jogo

A bola está fora do jogo quando tiver cruzado completamente a linha de baliza ou a
linha lateral, quer pelo solo, quer pelo ar; o jogo tiver sido interrompido pelos árbitros
ou tiver tocado no teto (FPF, 2015).

A reposição da bola em jogo é feita com os pés colocados fora da linha lateral ou
com um dos pés sobre a linha. A bola deve estar colocada sobre a linha lateral. Sempre
que a bola sai pela linha de baliza e é tocada por um defesa é realizado pontapé de
canto, de referir que, a bola deve ser colocada no quarto de círculo do canto do lado
mais próximo da linha lateral no local por onde terá saído. Quando uma equipa coloca a
bola para lá da linha de baliza da equipa adversária, esta deve ser recolocada em jogo
pelo guarda-redes utilizando a(s) mão(s) (Batista et al., 2013).

 Canto e pontapé de canto

O pontapé de canto é uma forma de recomeçar o jogo, é assinalado quando a bola


ultrapassa completamente a linha de baliza seja rente ao solo ou pelo ar, tocada em
último lugar por um jogador da equipa defensora, sem que se tenha marcado golo. Pode
ser marcado golo diretamente de um pontapé de canto, mas unicamente contra a equipa
adversária.

Neste momento do jogo, a bola deve estar no arco de círculo de canto mais próximo
do ponto onde a bola atravessou a linha de baliza. Já os adversários devem estar na
superfície de jogo e à distância mínima regulamentar de 5 m do arco de círculo de canto
até que a bola esteja em jogo.

O procedimento usado na execução do pontapé de canto, traduz-se pela bola ser


pontapeada por um jogador da equipa atacante, onde o executante deve efetuar o
pontapé nos 4 segundos posteriores a estarem reunidas as condições para a sua
execução. A bola entra em jogo quando é pontapeada e se move (FPF, 2015).

 Principais faltas e incorreções

As faltas e incorreções são infrações às Leis do jogo de Futsal e deverão ser


sancionadas da forma que segue:

 Faltas

As faltas são sancionadas com pontapé-livre direto, pontapé de grande-penalidade


ou pontapé livre indireto (FPF, 2015).
 Faltas punidas com pontapé-livre direto

Um pontapé-livre direto é concedido à equipa adversária do jogador que comete


uma das sete faltas seguintes de forma considerada pelos árbitros como negligente, por
imprudente ou com recurso a força excessiva:

- Dar ou tentar dar um pontapé num adversário;

- Passar uma rasteira a um adversário;

- Saltar sobre um adversário;

- Carregar um adversário;

- Atingir ou tentar atingir um adversário;

- Empurrar um adversário;

- Efetuar uma entrada contra um adversário.

Um pontapé-livre direto é igualmente concedido à equipa adversária do jogador que


comete uma das três faltas seguintes:

- Agarrar um adversário;

- Cuspir sobre um adversário;

- Tocar deliberadamente a bola com as mãos (exceto o guarda-redes dentro da sua


própria área de grande-penalidade).

De referir que, o pontapé-livre direto é executado no local onde a falta foi cometida.

As faltas acima referidas são consideradas faltas acumuladas.

 Faltas punidas com pontapé de grande-penalidade

É concedida uma grande-penalidade à equipa adversária do jogador que cometer


uma das dez faltas acima referidas dentro da área de grande-penalidade,
independentemente da posição da bola, bastando que a mesma esteja em jogo (FPF,
2015).

 Faltas punidas com um pontapé-livre indireto

É concedido um pontapé-livre indireto à equipa adversária do guarda-redes que


cometa uma das quatro faltas seguintes:

- Controlar a bola com as mãos ou com os pés ou de ambas as formas em conjunto,


na sua própria metade da superfície de jogo, durante mais de quatro segundos;
- Depois de jogar a bola, em qualquer parte da superfície de jogo, voltar a fazê-lo
após lhe ter sido cedida1 por um colega de equipa, na sua metade da superfície de jogo e
antes que um adversário lhe tenha tocado;

- Tocar a bola com as mãos dentro da sua área de grande-penalidade após lhe ter
sido cedida por um colega de equipa com o pé;

- Tocar a bola com as mãos dentro da sua área de grande-penalidade após lhe ter
sido cedida por um colega de equipa com o pé diretamente de um pontapé de linha
lateral.

Um pontapé-livre indireto é igualmente concedido à equipa adversária de um


jogador que, na opinião dos árbitros:

- Jogue de forma perigosa perante um adversário;

- Obstrui a progressão de um adversário;

- Impeça o guarda-redes de soltar a bola das mãos;

- Cometa, contra um colega de equipa, uma das nove faltas punidas com pontapé-
livre direto se cometidas sobre um adversário;

- Cometa qualquer outra incorreção não anteriormente mencionada ou em qualquer


outra Lei, pela qual o jogo seja interrompido para advertir ou expulsar um jogador.

O pontapé-livre indireto é executado no local onde a falta foi cometida (FPF, 2015).

 Marcação de livres
Os pontapés-livres são classificados como diretos e indiretos.

O pontapé-livre direto:

Um dos árbitros assinalará o pontapé-livre direto mantendo um braço na horizontal e


apontando o sentido em que será executado o pontapé-livre, enquanto com a mão do
outro braço apontará o solo, informando o terceiro árbitro e o cronometrista que se trata
de uma falta acumulada (FPF, 2015).

A bola entra na baliza:

- Se, no pontapé-livre direto, a bola penetrar diretamente na baliza adversária, é


concedido o golo;

- Se, no pontapé-livre direto, a bola penetrar diretamente na própria baliza, é concedido


um pontapé de canto à equipa adversária.
Faltas acumuladas:

-São aquelas sancionadas com pontapé-livre direto ou pontapé de grande-penalidade e


referidas anteriormente;

- Num documento próprio, são registadas as faltas acumuladas cometidas por cada
equipa, em cada período do jogo;

- Os árbitros podem permitir que o jogo prossiga, em observância à lei da vantagem, se


a equipa não tiver anteriormente cometido cinco faltas acumuladas e não exista uma
situação de golo iminente ou uma ocasião clara de golo da equipa adversária do infrator;

- Se aplicarem a lei da vantagem, logo que a bola deixe de estar em jogo os árbitros
indicam aos árbitros assistentes, utilizando a sinalética obrigatória, o averbamento da
falta acumulada;

- Sendo jogado prolongamento, as faltas acumuladas na segunda parte do jogo


continuam a acumular durante o prolongamento.

O pontapé-livre indireto:

Ambos os árbitros indicam um pontapé-livre indireto erguendo o braço acima da


cabeça, mantendo-o nessa posição até que o pontapé-livre indireto seja executado e a
bola seja tocada por outro jogador ou deixe de estar em jogo (FPF, 2015).

A bola entra na baliza:

Só pode ser validado um golo se a bola tocar outro jogador, além do executante,
antes de entrar na baliza pelo que:

- Se, no pontapé-livre indireto, a bola penetrar diretamente na baliza adversária, será


concedido um lançamento de baliza à equipa adversária;

- Se, no pontapé-livre indireto, a bola penetrar diretamente na própria baliza, será


concedido um pontapé de canto à equipa adversária.

Procedimento da marcação de livres

Tanto nos pontapés-livres diretos como nos indiretos, a bola deverá estar imóvel no
momento da execução (FPF, 2015).
Pontapé-livre direto a partir da sexta falta acumulada, de cada equipa:

- O executante do pontapé-livre deverá fazê-lo com a intenção de obter golo, não


podendo passar a bola a um colega de equipa;

- Após a execução do pontapé-livre, nenhum jogador poderá tocar a bola até que esta
tenha sido tocada pelo guarda-redes defensor, ressaltado dos postes ou da barra ou
deixado de estar em jogo;

- Se um jogador cometer a sexta falta acumulada no meio-campo adversário ou no


seu próprio meio-campo entre a linha imaginária que atravessa a segunda marca de
grande penalidade e a linha de meio-campo, o pontapé-livre será executado na segunda
marca de grande-penalidade, cuja localização é indicada na Lei 1. O pontapé-livre
deverá ser executado de acordo com o estabelecido em “Posição nos pontapés-livres”;

- Se um jogador cometer a sexta falta acumulada no seu próprio meio-campo entre a


linha imaginária que atravessa a segunda marca de grande-penalidade e a linha de
baliza, fora da área de grande-penalidade, a equipa a quem cabe a marcação do pontapé-
livre optará por fazê-lo na segunda marca de grande-penalidade ou no local da falta;

- É concedida uma prorrogação de tempo para a execução de um pontapé-livre direto


a partir da sexta falta acumulada, de acordo com a “Lei 7 – A duração do jogo”, quando
assinalado, no final de cada uma das partes do jogo ou no final de cada uma das partes
do prolongamento.

 Marcação da grande penalidade

É penalizada com um pontapé de grande-penalidade a equipa que cometer uma das


dez faltas punidas com pontapé-livre direto, dentro da sua própria área de grande-
penalidade, com a bola em jogo. Pode ser marcado golo diretamente a partir de um
pontapé de grande-penalidade. É concedida uma prorrogação de tempo para a execução
de um pontapé de grande-penalidade, de acordo com a “Lei 7 – A duração do jogo”,
quando assinalado no final de cada uma das partes do jogo ou no final de cada uma das
partes do prolongamento (FPF, 2015).
Na sua execução, é importante saber como deve-se proceder, relativamente à posição da
bola e dos jogadores:

A bola é colocada na marca de grande-penalidade. O executante do pontapé de grande-


penalidade deve estar devidamente identificado. O guarda-redes defensor deve posicionar-se sobre a
linha de baliza, de frente para o executante e entre os postes da baliza até ao momento em que a bola
esteja em jogo. Os jogadores, à exceção do executante, deverão encontrar-se na superfície de jogo,
estando fora da área de grande- penalidade e atrás da marca da grande-penalidade, cumprindo a
distância mínima de 5 metros da marca da grande-penalidade (FPF, 2015).

Procedimento da marcação da grande penalidade:

Após cada jogador ter ocupado a sua posição de acordo com esta Lei, um dos árbitros fará o sinal
sonoro para que seja executado o pontapé de grande-penalidade. O executante do pontapé de grande-
penalidade deve pontapear a bola para a frente. A bola entra em jogo quando é pontapeada e se move
para a frente.

Quando for executado um pontapé de grande-penalidade durante o tempo regulamentar, num


prolongamento ou numa prorrogação de tempo para a sua execução, um golo é concedido se, antes
de passar entre os postes da baliza e por baixo da barra: a bola tocar um ou ambos os postes, e/ou a
barra e/ou o guarda-redes.
EXERCICIOS

Exercício 1: Passe e receção com combinações

Descrição: Dispostos nos vértices que formam um quadrado, os jogadores terão de


fazer combinações diretas e indiretas com os colegas (tabelas), recorrendo ao passe e
receção. O aluno com bola passa para o colega, este faz a receção e, devolve ao mesmo.
De seguida, este realiza o passe na diagonal para o colega. A rotação é realizada sempre
para a direita.

Exercício 2: Condução de bola em zig-zag

Descrição: Dispostos em filas e em grupos de 3, os alunos realizam estafetas


integrando a bola. Ao sinal do docente, saem os primeiros de cada fila em direção aos
cones, realizando a condução de bola junto ao pé, contornando-os e regressam à posição
de partida. Posteriormente, sai o próximo da fila. Vence quem finalizar primeiro.

Variante: Conduz com o pé esquerdo e com o pé direito.


Exercício 3: Situação de superioridade
numérica 2x1 e 3x2

Descrição: Primeiramente, sai o um jogador com bola finalizando


numa das balizas, de seguida saem dois jogadores e o primeiro que
finalizou vai defender. Posteriormente, saem mais dois jogadores formando
um 3x2. Este exercício exige que o aluno recorra aos diferentes gestos
técnicos, bem como a criatividade, concentração e tomada de decisão.

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