Partindo de nossa abordagem da terceira aula, como você conceituaria e
diferenciaria justificação, santificação inicial e inteira santificação?
O professor Vinícius Couto, com muita propriedade neste assunto na plataforma
moodle do STNB com slides Graça Justificadora, trás a luz um grande conteúdo sobre este tema. A justificação é caracterizada pelo período em que o ser humano percebe que é dependente de Deus, que ele não consegue mudar, e que precisa da ajuda de um ser superior (essa visão calvinista). Dieter explica que a posição soteriológica de Wesley é mais fácil de ser compreendida a partir de uma perspectiva teleológica, pois “o propósito predominante e supremo do plano divino de salvação é renovar o coração do homem à imagem e semelhança de Deus” e por isso ele cria que “pela graça, Deus haveria de nos restaurar a santidade perdida na Queda de nossos primeiros pais”. É o que Gutenson também explica ao dizer que a justificação, para Wesley, não é um fim em si mesmo, pois o objetivo está apontado para a restauração da imagem de Deus. Deste modo, a justificação é o ponto de partida no qual essa imagem é restaurada, existindo, assim toda uma jornada para o aperfeiçoamento dessa imagem recém restaurada na justificação. Deste modo, devemos entender, num contexto amplo do Novo Testamento, que a justificação é um ato judicial de Deus e que acontece instantaneamente e junto com a regeneração e a santificação inicial. A justificação, bem como os outros atos que ocorrem simultaneamente, configuram o que chamamos em nossa tradição de primeira obra da graça, pois fomos “justificados gratuitamente pela sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus” (Rm 3.24). Wiley definiu a justificação como um ato “declarativo de Deus pelo qual considera os que, com fé, aceitam a oferta propiciatória de Jesus Cristo, como absolvidos dos pecados, libertados da pena e aceitos como justos diante de Deus”. A palavra “absolvidos” sempre terá alguma relação com a justificação, isso porque essa doutrina tem ligação com julgamentos em tribunais. “Como podemos, sendo nós pecadores, entrar num relacionamento correto com Deus?” É a pergunta de Dunnan ao explicar a graça justificadora. “Como podemos fugir do sentimento de medo na presença de Deus e da sensação de constrangimento e de julgamento?” Só nos tornamos inocentes é porque Deus, por sua graça, justifica-nos, isto é, absolve-nos de nossa culpabilidade. Esta culpa é oriunda do pecado que é um crime não contra a lei, mas contra o amor de Deus. Wesley também seguia a visão reformada da justificação forense, mas se apartou dos reformadores no que diz respeito aos resultados da justificação: “Eu penso na justificação (...) exatamente como o Sr. Calvino. Neste aspecto, eu não diferencio dele em um fio de cabelo.” Neal, por exemplo, explica que no primeiro caso (a justificação forense) a teologia wesleyana entende que quando dizemos “sim” para Cristo recebemos a graça justificadora, a qual arranca fora a culpa de nossos pecados incorporando-nos no Corpo de Cristo. “Através da graça justificadora a perfeita justiça do Senhor é atribuída a nós e – mesmo que ainda sejamos pecadores – desta forma, Deus nos declara ‘inocente.’” Na inteira santificação ou perfeição cristã, chamamos perfeitas aquelas coisas que de nada carecem para o alcance do fim, por isso mesmo pode se dizer que o homem que corresponde ao fim para que foi criado é perfeito; e como Deus exige que o ser humano, o ame com todo o coração, alma e inteligência e com toda a força e ao próximo com o a si mesmo, aquele que assim procede é perfeito, cumpre o fim para o qual Deus o fez. Dr Adam Clarke.
No sentido critico, a perfeição cristã representa o aspecto mais positivo da
experiência una, conhecida teologicamente como a inteira santificação ou perfeição cristã, a inteira santificação, como designativo, aplica-se ao lado da purificação do pecado ou ao facto de tornar santo; enquanto a perfeição cristã ressalta a norma do privilégio garantido ao crente pela obra expiatória de Jesus Cristo. Quando isso acontece ele passa a ser uma terra fértil e absorve a palavra com amor e gratidão e procura viver em obediência. A palavra do Senhor é clara quando fala que ele é a videira verdadeira Jesus Cristo e todos nós somos o ramos se o ramo não estiver conectado na videira ele é cortado e lançado fora (Jo 15).