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CONDIÇÕES ECOLÓGICAS

Condições Ecológicas
I. Introdução

II. Distribuições e condições extremas

III. Condições como estímulos

IV. Temperatura
 Efeitos da temperatura
 Interação temperatura com outros fatores
 Vida em baixas temperaturas
 Vida em altas temperaturas

V. pH

VI. Salinidade

VII. Poluentes

VIII. Efeito estufa e aquecimento global

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Imagens de alta resolução mostram a tragédia em Banda Aceh, Sumatra.


Estas imagens feitas no dia 10 de janeiro de 2003 e 26 de Dezembro de 2004 Imagens do satélite Ikonos mostram a tragédia no norte de Sumatra. A violência das ondas sísmicas e os
mostram no que se transformou a região próxima à Baía de Banda Aceh, após tsunamis provocados pelo maremoto do dia 26 de Dezembro marcaram a história recente. Nada pode ser
ser atingida pelo violento terremoto de 9.0 graus e em seguida por ondas comparado. Nem mesmo a erupção do vulcão Krakatoa, na ilha de Java, no final do século 19 causou tanta
destruição. Naquele época 36 mil vidas se perderam. No Natal de 2005, um dos mais violentos terremotos da
gigantes que chegaram até a 15 metros de altura. Esta região foi a mais atingida
história, calculado em 9.0 graus Richter, liberou energia equivalente à explosão de 5 milhões de bombas
pela tragédia. A cidade praticamente foi destruída e até o dia 30 de dezembro já atômicas igual à que devastou Hiroshima na segunda Guerra Mundial. O resultado dessa descomunal força
se contava 80 mil mortos. Oficiais indonésios informaram à ONU que a contagem pode ser sentido em doze países, onde aproximadamente 150 mil pessoas perderam a vida.
dos corpos havia sido suspensa, já que não havia mais condições de contá-los.

Imagens de satélite mostra


Imagem de satélite mostra recuo do mar
Banda Aceh, ao norte de
após tsunami gigante.
Sumatra, submersa.
Imagens de alta resolução registradas pelo
Nestas imagens pode-se ver a
satélite Quikbird mostram a força
extensão da destruição da cidade
devastadora do maior tsunami registrado na
de Banda Aceh, na região norte
história moderna.
da ilha de Sumatra. A foto de
Estas cenas mostram a cidade turística de baixo foi feita após o tsunami, no
Kalutara, no Sri Lanka, no começo do ano de dia 28 de dezembro enquanto a
2004 e em 26 de dezembro de 2004. de cima mostra a mesma
localidade alguns meses antes,
Na imagem de cima vemos a orla marítima no dia 23 de junho.
normal, com uma estreita faixa de areia
utilizada pelos banhistas. Já na cena de Observe que toda a faixa costeira
baixo, feita algumas horas após, o recuo do está submersa. Até o dia 31 de
mar é nítido. Após invadir a cidade com dezembro era de 80 mil o número
ondas de até 10 metros de altura, as águas de mortos em Banda Aceh.
retornaram com a mesma intensidade rumo
ao mar, deixando descoberto pelo menos
150 metros de praia.
O maremoto do dia 26 foi tão intenso que as
ondas formadas se propagaram desde o
epicentro, na costa oeste de Sumatra, até a
costa leste da África, quase 6 mil quilômetros
de distância.

1
Folha de São Paulo 17/agosto/2007:
Família em balsa improvisada na
inundada Malabon, no norte da
Filipinas; as chuvas provocadas pelo
tufão Sepat deixaram ao menos 370
mil desabrigados.

Folha de São Paulo 21/agosto/2007:


(A) Vista aérea de Pisco, Perú. O
terremoto que atingiu 7,9 na escala
Richter, deixou parte da costa do Perú
em ruínas. (B) Vítimas do terremoto
fazem fila para receber comida em
Pisco, no Perú.

Folha de São Paulo 21/agosto/2007: Imagem de satélite mostra


o Furacão Dean se aproximando da península de Yucatán, no
México. O furacão atingiu a categoria 5 (a mais alta, com
ventos de 250 km/h).

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Folha São Paulo, 17/agosto/2007:


Prédios no centro da cidade de São
Paulo encobertos pela poluição, no fim
da tarde desta sexta-feira. O estado de
São Paulo está entre os 12 com alerta
para o baixo nível de umidade do ar.

Folha São Paulo, 16/agosto/2007: Estado de Minas 22/agosto/2007: No pior incêndio dos últimos quatro anos,
Pássaros sobre um iceberg em Ilulissat, fogo criminoso destrói 2 mil hectares da Serra do Cipó. Cactos do alto da
Groenlândia. A chanceler alemã Ângela serra, sempre-vivas, canelas-de-ema, bromélias e orquídeas viraram cinzas.
Merkel e o ministro do ambiente alemão Rabo-de-burro, jatobá, sucupira, palmeira, monjolo, pequi e cagaiteira também.
Sigmar Gabriel visitaram o local que Desapareceram matas de galeria e mata seca, formada sobre o calcário, que
sofre com o derretimento das geleiras. esconde as pinturas rupestres. “É como se a gente estivesse em uma guerra. Há
horas que você é mais forte que o fogo, mas em outras ele é mais forte”, afirma
Flor Santos, de 25 anos, voluntária do grupo do Ibama.

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Condições Ecológicas:
 Fator ambiental abiótico que varia no tempo e/ou espaço.
 Se é um fator ambiental, é externo ao organismo e o influencia.
 Exemplos: Temperatura, umidade relativa, pH, salinidade, concentração de
poluentes, radioatividade.
 Condições incluem também perigos aos quais os organismos estão
expostos: Furacões, vulcanismo, terremotos, incêndios, tufões, nevascas,
enchentes, tempestades destrutivas e turbulência.
 Uma condição pode ser modificada pela presença de outros organismos.
Exemplo: umidade relativa e a temperatura do ar e pH do solo podem ser
diferentes sob o dossel de uma floresta.
 MAS, ao contrário de recursos, condições não são consumidas ou usadas
pelos organismos.

 Condições são fatores ambientais abióticos que variam no tempo e


no espaço e que podem ser modificadas pelos organismos, mas não
Imagens do terremoto no Haiti em fevereiro/2010 são consumidas ou usadas por eles.
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Condições Ecológicas: A forma da resposta dos organismos à variação da condição muda (de
condição para condição), MAS podemos fazer representações gráficas
Para algumas condições, podemos reconhecer uma concentração ou generalizadas:
nível ótimo no qual um organismo tem sua melhor performance
(acima e abaixo do ótimo performance diminui).

Como definir "performance”?


 Para um ecólogo evolutivo, performance = aptidão Darwiniana (ou seja, sucesso
reprodutivo ao longo de muitas gerações; fitness).
 Na prática: Medimos efeito de condições em propriedades escolhidas.
 Exemplos: Atividade de uma enzima; taxa de respiração de um tecido; estados
fisiológicos; taxa de crescimento de indivíduos; taxa de reprodução; taxa de
sobrevivência.

Efeito da variação da condição no organismo não é o mesmo: FIGURA 3-1 [Townsend et al. 2006]. Curvas de respostas ilustrando os
O intervalo de valores da condição no qual um organismo sobrevive é maior que efeitos de uma série de condições ambientais sobre a sobrevivência (S),
intervalo no qual ele cresce, e este é maior que intervalo no qual ele reproduz. crescimento (C), e reprodução do organismo (R). (a) Condições extremas
Ou seja, à medida que condição se torna mais e mais adversa, o organismo deixa de são letais; condições menos extremas impedem o crescimento; apenas as
reproduzir, depois deixa de crescer, depois nem mesmo sobrevive [FIGURA]. condições ótimas permitem a reprodução. (b) A condição é letal somente em
IMPORTANTE! Em geral, existência continuada de uma espécie numa dada área intensidades altas; frequentemente se aplica à seqüência reprodução-
só é possível onde reprodução pode ocorrer (ou, dispersão contínua para crescimento-sobrevivência. (c) Similar a (b) mas a condição é exigida por
aquela área). organismos, como um recurso, em concentrações baixas.

Distribuições e Condições Extremas Distribuições e Condições Extremas (cont.)


A distribuição geográfica de muitas espécies parece definida muito mais Os cultivos agrícolas fornecem bons exemplos. Por que?
pelos extremos ocasionais das condições do que pela gama de
 Condições climáticas diferentes daquelas de seus ancestrais selvagens.
intensidades comumente experimentadas. A condição média é rara!
 Fracassos nos cultivos são devido a condições extremas ocasionais.
 Exemplo: Cacto saguaro no Arizona.  Exemplo: Café (Coffea arabica e C. robusta)
Os limites norte e oriental são
• Limites de cultivo: regiões onde temperaturas do mês mais frio permanecem
definidos pelo número de dias sem acima de 13°C.
desgelo. Está ausente onde há
condições ocasionalmente letais. • São Paulo e Paraná (mínima média = 20°C). Mas ventos frios ocasionais e
algumas poucas horas de temperatura perto do congelamento são suficientes
para matar ou lesar severamente as plantas.
 Um individuo só precisa morrer
uma vez para deixar de existir onde Mensagens de exemplos agrícolas:
ele antes antes existia!
 Condição limitante crucial pode ocorrer num local só raramente e
podemos ter que esperar muito para ver se população persistirá ou não.
 Mapas de níveis médios de uma condição não são tão úteis para definir
quais seriam os limites de uma espécie quando é a variância e os níveis
extremos que importam.
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Condições como Estímulos Temperatura


 Condições atuam primariamente no sentido de regular taxas de processos Em isolado, condição mais importante que afeta vida dos organismos!
fisiológicos.
Variação de temperatura na superfície da Terra tem uma variedade de
 Condições podem também servir de estímulo para o crescimento e o causas:
desenvolvimento do organismo.  Latitude e estação do ano: Variação na inclinação da Terra em relação ao
Sol Variação na quantidade de radiação solar que chega à Terra.
 Além disso, condições presentes podem preparar organismo para  Altitude: Cada 100 m de elevação faz diminuir 1°C em ar seco (0,6°C em ar
condições futuras (dependência de um relógio interno; fotoperíodo). úmido) = Resfriamento adiabático.
 Continentalidade: Mar tem efeito moderador nas temperaturas de regiões
 Exemplos: litorâneas. Em áreas distantes dos oceanos, amplitudes térmicas diárias e
1. Pele e plumagem de inverno em mamíferos e aves respectivamente. estacionais são maiores. Resultado da diferença de taxas com que a terra e a
água perdem calor.
2. Diapausa ou migração em insetos.  Microclima: Descida de ar frio, denso para o fundo de um vale à noite pode
3. Muitas espécies de plantas anuais de regiões temperadas, árticas e torná-lo até 30°C mais frio que o lado do vale 100 m mais alto. Temperatura
alpinas, necessitam de um período de resfriamento ou congelamento sob dossel florestal pode variar 10°C do chão até 2,6 m do solo.
(ou a alternância de temperaturas altas e baixas) para a germinação Existe grande variação microclimática, MAS é menos considerada.
de suas sementes. Adaptação para evitar que a planta germine antes  Variação microclimática pode ser extremamente importante.
do inverno ter acabado (primavera depois do inverno!).  O ambiente que um organismo experimenta é que importa para ele!
 Microclima e clima do local são conseqüência da modificação do clima geral
4. Sementes de plantas de deserto germinam logo após chuva.
por fatores locais.
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FIGURA 7-2 [Krebs 2001]. Variação média anual de temperatura (C) para
a Terra. A temperatura anual é definida como a diferença entre as
temperaturas médias dos meses mais quentes e mais frios. As variações de
temperatura são menores nas latitudes mais baixas e sobre os oceanos, e FIGURA 7-3 [Krebs 2001]. Distribuição global de precipitação anual média.
maiores nas latitudes mais elevadas e sobre os continentes.
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Efeitos da Temperatura A temperatura pode determinar a distribuição dos


 A temperatura afeta processos físico-químicos (e.g., evaporação, organismos interagindo com outros fatores:
difusão), que podem afetar processos vitais nos organismos vivos.
 Disponibilidade de alimento: Mariposa Coleophora alticolella e junco
 Metabolismo normalmente aumenta 2-4X para cada acréscimo de 10°C. Juncus squarrosus em pântanos da Inglaterra (ausente acima 600 m).
Isto porque o calor faz aumentar energia cinética das moléculas e acelera
reações químicas.  Competidores: Cracas Balanus balanoides e B. balanirides na costa
 Instabilidade de enzimas e outras proteínas em altas temperaturas (calor oeste da América do Norte.
do meio é transferido para molécula que perde sua estrutura terciária).
 Parasitas: Aceleração do desenvolvimento faz diminuir períodos latentes
 Estrutura (viscosidade) dos lipídeos pode se alterar de acordo com dos ciclos de vida, o que faz aumentar infestação.
temperatura (os lipídeos são componentes básicos das membranas
citoplasmáticas e reserva de energia dos animais).  Mutualistas: Uma planta e seu polinizador ou dispersor de sementes.
 Aumento de temperatura faz aumentar evapotranspiração (evaporação +
transpiração para regular temperatura corporal). Perda de água pode levar  Concentração de oxigênio dissolvido na água: Diminui com aumento
o organismo à morte. da temperatura. Regiões a montante e a jusante de rios.

DILEMA!! Transpirar para baixar temperatura ou conservar água e deixar  Umidade: Quanto maior a temperatura, mais adversa é uma dada
temperatura corporal subir? umidade relativa do ar.

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Vida em Baixas Temperaturas


 A maior parte do nosso planeta é fria (abaixo de 5°C).
Lesões por Resfriamento (sem formação de gelo intra ou extracelular).
Desestabilização da permeabilidade da membrana (ex.: bananas e muitas
espécies tropicais).
Lesões por Congelamento (com formação de gelo intra e/ou extracelular).
Gelo intracelular é letal!
Adaptações para Vida em Baixas Temperaturas
 Substâncias anticongelantes: Diminuem ponto de congelamento (propriedades
coligativas).
 Sal: Solução 10% NaCl diminui ponto congelamento em 10,5°C.
Problema! Danos à estrutura protéica.
 Gliceróis e glicoproteínas: Uma solução de 1O% de glicerol abaixa o ponto de
FIGURA 3.7 [Townsend et al. 2003]. A mudança de temperatura inverte o congelamento em 2,3°C. Exemplo: Peixe Pagothenia borchgrevinki (Antártica): Sal
+ Gliceróis + Glicoproteínas = Ponto congelamento -2,7°C versus -0,8°C de peixes
resultado da competição. À temperatura baixa (6°C) à esquerda, o peixe
marinhos típicos.
salmonídeo Salvelinus malma co-existe com S. leucomaenis, enquanto à  Glicoproteínas especiais: Encapsulam cristais de gelo que se formam (grãos).
12°C, à direita, S. leucomaenis conduz S. malma à extinção. Sozinhas,  Álcoois poli-hídricos: Estimulam a formação de gelo extracelular e impedem
ambas as espécies são perfeitamente capazes de viver nas duas formação de gelo intracelular.
temperaturas.  Manter temperatura do corpo acima do ponto de solidificação da água.
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FIGURA 3-5 [Townsend Vida em Altas Temperaturas
et al. 2006].
 PERIGO!!! Temperaturas letais para um organismo estão só alguns
(A) Alterações do graus acima do ótimo metabólico!!!
conteúdo de glicerol da
larva da mariposa da  Poucos organismos sobrevivem com temperaturas corporais acima de
“vara de ouro” (Solidago 45°C (alguns fungos, protozoários e bactérias termofílicas podem
virga-aurea; Asteraceae), suportar).
que a protege do
congelamento.  Tolerância: Eucariotos não-fungos << fungos << bactérias <<
actinomicetes << arqueobactérias.
(B) Temperaturas
máximas e mínimas  Forma geral de tolerar altas temperaturas = transpirar!
Calor latente de vaporização: quantidade de calor necessária para vaporizar líquido puro.
diárias.
 Exemplo: Cactos:
- Poucos estômatos
- Baixa superfície/volume
- Espinhos sombreiam superfície do cactos.
- Ceras e pêlos: refletem grande parte da radiação.
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Vida em Altas Temperaturas (cont.) pH


 Escala de medida da acidez de uma solução (concentração de íons H +).
 Estruturas dormentes (esporos dos fungos; cistos de nematódeos;
sementes de plantas) podem sobreviver a temperaturas corporais acima • Valores variam entre 0-14
de 45°C. • pH 7 = neutro (concentração íons H+ = OH-)
• Por definição, pH neutro = pH da água pura
 Comportamento noturno em animais.
Ex: Ratos-canguru passam dia em tocas subterrâneas, saindo à noite.  O pH do solo (ambientes terrestres) ou da água (ambientes aquáticos)
pode exercer forte influência na distribuição e abundância dos org’s.
 Grandes extremidades com alta relação superfície/volume (orelhas
 Efeitos diretos:
grandes são bons radiadores). Ex.: Elefante, raposa-do-deserto.
• Desequilibra osmorregulação, atividade enzimática, e trocas gasosas;
• Toxicidade de concentrações altas de íons H+ (pH<3) ou OH- (pH>9)
 Camelos: Baixa relação superfície/volume (se aquecem lentamente)
danificam células das raízes de plantas vasculares.
Organismos com alta relação superfície/volume se esfriam ou se esquentam mais rápido,
pois para cada unidade de volume, há várias unidades de área.
 Efeitos indiretos:
 Marmotas: Permanecem sob sol até quase o limite temperatura corporal e • O pH do solo influencia (i) concentração de toxinas e (ii)
voltam para se resfriar na toca, por irradiação e convecção, sem disponibilidade de nutrientes.
transpirar. • Exemplo: Em solos alcalinos, Fe+3 e fosfato P04 são fixos em
compostos relativamente insolúveis.
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Salinidade
FIGURA 2-7 [Ricklefs 2003].
 Refere-se à concentração de solutos no ambiente.
A escala de pH de
concentração do íon  Principal efeito: Criar problemas osmorregulatórios. A manutenção de
hidrogênio se estende de 0 desequilíbrio iônico entre o organismo e o meio contra as forças físicas da
(altamente ácido) a 15 difusão e da osmose (regulação osmótica) exige gasto de energia.
(altamente alcalino).
• Difusão de solutos = Íons de uma solução difundem-se através de membranas de
regiões de altas concentrações para regiões de baixas concentrações.
• Osmose = Movimento da água através de membranas em direção às regiões de maior
concentração iônica.
• Potencial osmótico = Tendência de uma solução atrair água. Quanto maior
concentração da solução maior seu potencial osmótico.

 Ambientes aquáticos de água doce: Organismos são hipertônicos em


relação ao meio. Ganham água continuamente. Têm que eliminá-la e reter
íons ativamente.

 Ambientes aquáticos marinhos: Muitos organismos são hipotônicos em


relação ao meio. Perdem água continuamente. Têm que absorver água
ativamente. Alguns são isotônicos: Não perdem nem ganham água. Têm
que absorver água ativamente.
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Poluentes Efeito Estufa e Aquecimento Global
 Efeito estufa causado pelo acúmulo na atmosfera de gás carbônico, metano,
Muitos poluentes (e.g., zinco e cobre depositados em minas) são elementos ozônio, óxido nitroso e clorofluorcarbonetos (gases do efeito-estufa).
necessários aos organismos mas em baixas concentrações. Os efeitos
tóxicos surgem quando em concentrações altas.  Concentração de CO2 atmosférico:
• Antes de 1850 = 280ppm
• Hoje = 350ppm e aumentando.
Efeitos dos poluentes sobre as comunidades: • Queima de combustíveis fósseis e desmatamento.
 Inicialmente, quando poluente é recente no meio ou está em  Gases do efeito-estufa formam uma camada na atmosfera que permite passagem
concentrações muito altas, ocorre o desaparecimento sucessivo da de radiação solar (energia de ondas curtas). Esta radiação aquece o solo e parte
maioria das espécies. dela é reirradiada para a atmosfera sob a forma de calor (energia de ondas
longas). Gases absorvem o calor e o aprisionam em torno da Terra, impedindo que
• Só indivíduos naturalmente tolerantes e/ou seus descendentes
se dissipe para espaço.
imediatos persistem. Comunidade com poucas espécies e poucos
indivíduos.  Mudança no clima será 30X mais rápida que o aquecimento desde o pico da
última era glacial (há 20 mil anos!).
 Depois, indivíduos tolerantes das espécies tolerantes proliferam e dão
origem a uma comunidade com baixa riqueza de espécies. Pode haver  Muitas espécies foram extintas no período interglacial atual porque não
conseguiram acompanhar a mudança climática.
alta densidade de indivíduos das espécies remanescentes.
• Efeito final = comunidade pobre em espécies.  Paisagem fragmentada pela ocupação humana obstrui caminhos que plantas e
animais poderiam usar para mudar sua distribuição (e se ajustar ao clima em
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mudança). Isto deve aumentar ainda mais a taxa de extinção.

1. Luz solar de comprimento


de onda curto passa
através da atmosfera.

2. A luz absorvida 3. Superfície aquecida emite


aquece a radiação infravermelha.
superfície.

4. A radiação infravermelha é
absorvida pela atmosfera (CO2
H2O) e convertida em calor.

FIGURA 2-31 [Ricklefs 2003]. Concentração de CO2 atmosférico no Observatório


Mauna Loa, Hawaii, expresso como fração de mole em partes por milhão de ar FIGURA 2-1 [Ricklefs 2003]. Esboço esquemático ilustrando como ocorre o
seco. A oscilação anual reflete os ciclos sazonais de fotossíntese e respiração da efeito estufa. Gases do efeito estufa (CO2, metano, ozônio, óxido nitroso, e os
biota terrestre no Hemisfério Norte. O crescimento na concentração de CO2 nos clorofluorcarbonetos) permitem a passagem da radiação solar (energia de ondas
últimos 40 anos é largamente devido à queima de combustíveis fósseis. curtas) e aprisionam a energia térmica irradiada pela superfície terrestre aquecida
pelo sol (energia de ondas longas). Isto eleva as temperaturas globais.
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FIGURA 28-15 [Krebs 2001]. Variações de longo prazo na temperatura global


(vermelho) e na concentração atmosférica de dióxido de carbono (azul) determinadas
a partir da amostra de gelo de Vostok, Antártica. O dióxido de carbono pode ser
medido a partir do ar aprisionado no gelo a medida que este se forma. Existe uma alta
correlação entre os níveis de CO2 atmosférico e a temperatura global.
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