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A empatia e a compaixão desenvolvidas e o sistema do cuidado.

Autor: Marcos Simões Bellini

Em tempos remotos, a humanidade, lutava pela sobrevivência e utilizava os sistemas


de defesa cerebral, nestes moldes os sistemas de sobrevivência. A exemplo, quando
observamos, o crânio, dos homens de Neanderthal, observamos um cérebro de cerca
de 1600 cm³, sendo que o nosso, tem cerca de 1 400 cm³, curioso, destacar que
nosso cérebro é menor, assunto que trataremos em uma próxima oportunidade. A
questão, é que a caixa craniana na dos Neandertais, apresentava, uma proeminência
para cima, na região parietal, indicando, mais destreza, relacionadas as questões
sensoriais, necessárias naquele tempo; destacamos, que a evolução, associada a
plasticidade cerebral, irá trazer modificações neste cérebro. Sabemos também, que na
linhagem primata, não é somente o homem, , com o privilégio, para o
desenvolvimento, destas plasticidades, que comparado a outros primatas, como, por
exemplo, os Rhesus, possuem a mesma capacidade e plasticidade para o
desenvolvimento, do lóbulo pré-frontal, mas que, pela chegada do fogo de “Prometeu”,
o Homo sapiens, pode se alimentar melhor, e adquirir proteínas necessárias para
desenvolver a sua massa cerebral. Mas convenhamos, não foi somente este fator,
este fator, solitário na equação, produzira resultados, vistos em lentes embaçadas.
Portanto, acrescentemos, neste campo causal, o contínuo da evolução, sob o prisma
dialético, e a lenta e complexa imersão do Ser e da consciência, da ponte Quíron, do
sensibilis para o inteligível. Continuando, estados de alerta constantes, contra
predadores e inimigos em potencial, eram utilizados nesta tarefa. O homem
necessitava do básico: teto, alimento e sexo. Este sistema precisava se aprimorar, era
necessário ser aprendido, uma vez que precisávamos perpetuar nossa espécie. No
presente, este complexo, de defesa, nos é útil e compreende respostas de proteção,
contra qualquer coisa, que nossa defesa neuronal conclua como ameaça. A questão é
que hoje, não encontramos mais predadores, como encontrados por nossos
antepassados; hoje o grande predador que nos ronda é o estresse social. E o que é o
estresse social? É a necessidade que temos de pertencimento, de sermos aceitos por
um grupo, por um segmento social, de sermos reconhecidos pelo outro, isto, somado a
necessidade de sobrevivência, sempre enviesada e distorcida pelo ter e pelo poder,
atributos reforçados em nosso tempo, pelo desenvolvimento e priorização de valores
predatórios de posse e domínio, arguidos sempre pela ameaça da sobrevivência. Se
funcionarmos somente sob a lógica deste sistema de defesa, como vem acontecendo,
com nosso mundo contemporâneo, estaremos sempre defendidos, estressados,
ansiosos e teremos a tendência de “coisificar” todos os objetos, inclusive as pessoas
ao nosso redor. Vivemos em uma época, onde a competitividade, o imediatismo e o
adoecimento das pessoas e das organizações são a conseqüência deste modo de
funcionamento. O que fazer? Necessitamos colocar em ação nosso sistema cerebral
do cuidado e exercitá-lo. Aplicando a empatia e a compaixão, localizados no córtex
pré-frontal e ampliar nossa visão social e de espaço social do sistema límbico.
Concomitantemente, devemos acrescentar os desdobramentos psíquicos decorrentes
desta ação, que nos serão favoráveis, uma vez, que ofertemos uma alternativa, outra,
para o sujeito, que não seja o estresse, e o tensionamento constante do psiquismo,
mas a possibilidade de regular o sistema, e utilizar de ferramentas adequadas e
plásticas, saudáveis e eficientes para lidar com as problemáticas que nos são
apresentadas em nossa interação com o meio, e os tangenciamentos que surgirão em
seta em nosso interior a partir desta ação. Precisamos saber ouvir, nos colocar no
lugar do outro, exercitar nosso autocuidado e o cuidado com o outro. Esta ação
desenvolverá nossa razão, somada a nossa maturidade emocional.

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