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Sinésio Raimundo Gomes

Engenheiro Eletricista - CREA 5060689324


sinesiogomes@yahoo.com.br

1 CONTROLADOR LÓGICO PROGRAMÁVEL


O CLP foi concebido na indústria para substituir os quadros de relés de um circuito elétrico
sequencial ou combinacional para o controle
industrial de máquinas, equipamentos ou
processos.
Pode considerar-se um sistema
automatizado como sendo constituído por
dois grupos: a parte operativa e a parte de
comando.
As lógicas que compõem o programa
interno do CLP são criadas pelo usuário
(programador), utilizando um software de
programação dedicado, desenvolvido pelo
fabricante do equipamento e instalado em
um Computador Pessoal (PC).
Os primeiros controladores foram introduzidos no início dos anos 60, com o passar do tempo,
surgiram no mercado os controladores reprogramáveis, o que ocasionou um passo muito grande para a
evolução da automação. Como a aceitação desses equipamentos crescia cada vez mais, houve a
necessidade de controladores maiores e mais potentes.
A maioria dos fabricantes respondeu à altura,
criando linhas de pequeno porte (50 - 100 pontos
de E/S), de médio porte (150 - 500 pontos de E/S)
e de grande porte (500 - 4000 pontos de E/S).
Geralmente, os modelos não eram compatíveis uns
com os outros. Esses problemas foram sanados
com a introdução dos protocolos de comunicação
abertos por meio de canais de comunicação serial.
Nos anos 90, o mercado se desenvolveu e se
tornou ainda mais forte, pois entraram em cena os
controladores para microaplicações (menos de 50
pontos de E/S), o que exigiu uma redução de
tamanho e de custos por parte dos fabricantes de
controladores.
Hoje, são muito utilizados os conceitos de
remotas distribuídas pelo campo (controle
distribuído) e uma CPU em uma sala de controle.
Esse tipo de controle provém da tecnologia dos
sistemas do tipo SDCD (Sistema Digital de
Controle Distribuído), muito utilizado ainda hoje
pelas indústrias químicas e petroquímicas. Com o avanço das redes de comunicação com velocidades
cada vez maiores, existe a possibilidade de os CLPs de diversos fabricantes trocarem informações entre
si, e também com outros equipamentos.

Técnico em Eletroeletrônica. SRG Elaboração: 20/03/15.


Sinésio Raimundo Gomes
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1.1 Arquitetura do CLP


A arquitetura do CLP pode ser dividido em 5 partes,
como mostrado: Fonte de Alimentação; Unidade de
Entrada (Analógica e/ou Digitais); Unidade de Saída
(Analógica e/ou Digitais); Unidade Central de
Processamento (CPU, Central Processing Unit);
Comunicação.
A fonte de alimentação é responsável pelo
fornecimento de energia elétrica ao CLP. Fornece todos os
níveis de tensão exigidos para operações internas do CLP.
Como os CLP são modulares, algumas vezes é necessário
pensar em uma segunda fonte para suportar o aumento de
periféricos.
As unidades de Entrada e de Saída também são
conhecidas como Interfaces de Entradas e de Saída. São
nestas unidades que os atuadores e sensores irão se
comunicar com o CLP.
A Unidade Central de Processamento (UCP) é mais
conhecido pela sigla CPU, que, em inglês, significa Central
Processing Unit. É a CPU que executa a lógica de controle.
Alguns CLPs de pequeno porte ainda possuem uma
IHM (Interface Homem-Máquina) que permite o usuário desenvolver o programa. Porém a maioria dos
programas utilizados nos sistemas de
Automação Industrial atualmente são
complexos o suficiente para inviabilizar esta
prática. Então hoje é comum que os CLPs se
comuniquem com algum computador
pessoal para desenvolvimento do programa
de controle nestes computadores.
Na figura temos uma aplicação de CLP
no circuito simples em que ligamos
sensores de contato a um CLP para controlar a bomba que enche um reservatório. Quando o nível do
reservatório cai a ponto de acionar o sensor de nível baixo, a bomba é acionada. Um sensor de nível alto
desliga a bomba quando o reservatório está cheio.

1.2 Modos de Operação de um CLP


O controlador Lógico Programável funciona sequencialmente. Primeiro, ele “verifica” o estado dos
dispositivos ligados às suas entradas (discretas ou reais – digitais ou analógicas). Posteriormente, ele
“executa” a lógica de seu programa interno e, finalmente, “determina” o estado dos dispositivos ligados
às suas saídas (discretas ou reais – digitais ou analógicas). Ao terminar a Fase 3, o CLP volta à Fase 1 e
assim sucessivamente.
O tempo de ciclo (SCAN) de um CLP, com leitura cíclica, corresponde ao tempo decorrido entre a
leitura das entradas e a atualização das saídas.

Técnico em Eletroeletrônica. SRG Elaboração: 20/03/15.


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O programa que vai definir o


automatismo é constituído por uma série de
instruções e funções onde são operados os
bits de memória do CLP.
Estas instruções e funções, serão
introduzidas na memória do CLP, através
de um PC com software que gera e envia o
programa do PC ao CLP.
Os CLPs têm, basicamente, dois modos
de operação: o modo RUN - é o modo
normal de funcionamento do CLP, neste
modo o CLP executa o programa contido na memória e o modoPROGRAM ou STOP - é o modo para se
proceder à introdução do programa no CLP. Estes modos de funcionamento são selecionados através de
uma chave que geralmente está na parte frontal do CLP ou através do software de programação.
As áreas de memória têm designações diversas, as instruções e funções têm mnemônicas e códigos
diferentes e a sequência de teclas na console destinadas à programação difere de marca para marca. No
entanto, conhecendo um modelo, facilmente nos integramos no modo de funcionamento de um outro,
pela simples consulta do respectivo manual, uma vez que a lógica de programação dos sistemas
existentes no mercado não difere no seu essencial.

1.3 Controle de entradas e saídas do CLP


O fluxo de informações em um circuito de controle com CLP, é sempre indicado da Entrada (Input)
para o CLP (Lógica) e do CLP para a Saída
(Output).
As entradas, pode ser ativadas
manualmente por botoeiras ou
automaticamente por sensores de posição.
O CLP, é responsável por "tomar
decisões" de acordo com as instruções
programadas e atuar às saídas.
As saídas geralmente possuem
interfaces de relé que ativam os controles
através de válvulas pneumáticas, circuitos
hidráulicos ou contatores para energizar
motores.
Assim, a análise para determinar a
forma como o nosso sistema funciona é necessário saber o que desejamos mover, no exemplo iremos
abrir ou fechar uma porta de correr com um atuador pneumático de dupla ação. Além a circuito de
controle será necessário O circuíto de potência Hidráulico ou Pneumático.
O CLP é visto como uma unidade de controle, sua bateria interna é capaz de manter o programa de
operação salvo mesmo quando o CLP está desligado.
É necessário a conexão do CLP a uma fonte de alimentação com a mesma referência dos elementos
que estão a no controle (sensores, botoeiras, etc.).

Técnico em Eletroeletrônica. SRG Elaboração: 20/03/15.


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O programa vai fazer com a ativação


desses sinais de entrada modifique as saídas
que se comportam como desejamos para
mover as máquinas.
Alguns micros CLP's têm na parte
frontal teclas para programação e um visor
para indicar as instruções, neles não é
necessário utilizar o computador para o
programar.
Os micros CLP geralmente tem 8
entradas e um terminal comum a todas as
entradas, o terminal comum é normalmente
marcado com as letras "COM" se assim neste
terminal liga o neutro. O micro PLC
normalmente têm 4 conexões de saída que
podemos fechar ou abrir seu contato interno,
conforme indicado pelo programa.

1.4 Nomenclatura de referência para CLP


Em todos os diagramas elétricos, cada componente possui um nome de referência. Esta
nomenclatura nos ajuda quando desejamos procurar algum elemento no diagrama elétrico. Como
padronização, o nome dos elementos utilizados no diagrama Ladder geralmente possui as mesmas
identificações utilizadas no projeto elétrico. Normalmente, a identificação dos elementos começa com
caracteres, e é seguida de números.
Ao longo do tempo, foram
desenvolvidas muitas facilidades para o
nome dos elementos, porém as abreviaturas
utilizadas nos primórdios da programação
continuam sendo aplicadas ainda hoje. No
quadro temos a relação das nomenclaturas
utilizadas na maioria dos casos.
Apesar de esta nomenclatura ainda ser
utilizada, não significa que devemos manter
essa prática. Cada empresa ou projetista
pode desenvolver seu próprio padrão de
nomes. No caso de mais de um elemento
igual, como, por exemplo, o relé – CR, podemos utilizar a sequência numérica, do tipo CR1, CR2, CR3, e
assim por diante.
Para um bom projeto de automação, é importante o desenvolvimento de um guia utilizando as
ferramentas da informática, bem como de uma planilha eletrônica para gerar um mapeamento de
memórias em que constem todos os elementos utilizados dentro do CLP. Essa prática evita que um novo
programador cause sérios danos ao sistema quando realizar alterações.

Técnico em Eletroeletrônica. SRG Elaboração: 20/03/15.


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2 PROGRAMAÇÃO LADDER E SUAS FUNÇÕES


Contato normalmente
aberto (NA) - Este contato
procura uma condição de ON em
um determinado endereço.
Durante a execução do contato
normalmente aberto (NO), o
processador examina o endereço
referenciado no contato por uma
condição de ON ( Representado
na figura abaixo por I 1.0).
Contato normalmente
fechado (NF) - Este contato
procura uma condição de OFF
em um determinado endereço.
Durante a execução do contato
normalmente fechado (NC), o processador examina o endereço referenciado no contato por uma
condição de OFF (( Representado na figura abaixo por I 1.1 ).
Bobina normalmente aberta - Uma bobina de saída controla uma saída real ou um bit interno do
CLP. Durante a sua execução, o processador avalia todas as condições de entrada numa rung (
Representado na figura abaixo por Q 4.1 ).
Bobina normalmente fechada - Esta função funciona de forma oposta à anterior, ou seja, quando
não existe continuidade lógica nos contatos, a posição de memória afeta à saída vai ser zero (0) .
Circuitos lógicos - Para implementar circuitos lógicos, dispõem-se ainda das seguintes instruções:
AND - realiza um E lógico com o bit especificado; OR - realiza um OU lógico com o bit especificado e
NOT - nega o estado do bit ao qual está associado.
Função AND - A função
AND, em Ladder lógico, é
implementada com dois ou mais
contatos de entrada em série.
Veja-se o exemplo: pretende-se
implementar um circuito lógico
que apenas ativa a saída Q 4.0
do CLP, se as entradas I 0.0 e I
0.1 estiverem ativas (On).
Função NOT - A função
NOT em Ladder lógico
representa-se com um contato
normalmente fechado.
Função OR - A função OR,
em Ladder lógico, é

Técnico em Eletroeletrônica. SRG Elaboração: 20/03/15.


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implementada com dois ou mais contatos de entrada em paralelo (figura 20). Observe-se o seguinte
exemplo: Pretende-se implementar um circuito lógico que ative a saída Q 4.01, quando qualquer uma
das entradas I 0.2 ou I 0.3 estiverem a On (ligadas).
Função XOR - A função XOR, em Ladder lógico, é implementada com dois ou mais contatos de
entrada em paralelo (figura 20). Observe-se o seguinte exemplo: Pretende-se implementar um circuito
lógico que ative a saída Q 4.01, quando somente uma das entradas I 0.2 ou I 0.3 estiverem a On (ligadas).
Instrução SET - A instrução SET permite que, quando a condição lógica, que antecede a instrução
SET, vá a On, o bit associado à função comute para o seu estado lógico On, e assim permaneça mesmo
que a condição lógica, que antecede a instrução de SET, comute para Off .
Instrução RESET - Situação
semelhante acontece com a instrução
RSET, pois, quando a condição lógica
que antecede esta instrução vai a On, o
bit manipulado é, em simultâneo,
levado a Off permanecendo nesse
estado. Nota: Caso haja simultaneidade
da função de SET e RSET, é a condição
de RESET a predominante.
Função KEEP - A instrução KEEP
permite definir um bit de memória
como biestável, ou seja, o estado do relé
é definido por duas condições lógicas:
SET ou RESET (figura 23).

2.1 Criar um novo programa SLC - 500 MicroLogix


A família dos CLPs MicroLogix da Allen-Bradley tem característica modular, e a versão do
controlador disponível no laboratório é constituída por: chassi, fonte, módulo processador (CPU),
módulo de entradas digitais, módulo de
saídas digitais.
O software RSLogix500 é um programa
desenvolvido com o objetivo de configurar,
programar, monitorar e comandar os CLPs
da série MicroLogix e SLC-500 da Allen
Bradley. Após acessar o software vamos
criar um novo programa.
A comunicação do PC com o CLP
MicroLogix (Ou família SLC - 500) se faz
fisicamente por meio de um cabo de
comunicação que atenda o padrão RS-232, e
virtualmente por meio do software RSLinx. Por meio deste software, pode-se configurar o CLP,
transferir programas elaborados no RSLogix para o CLP (Download), transferir programas existentes no
CLP para o RSLogix (Upload), e ainda monitorar e comandar o CLP, em tempo real.

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Sinésio Raimundo Gomes
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Primeiramente, deve-se criar um driver para


comunicação do CLP com o PC. No software RSLinx,
clique em Communications / Configure Drivers. Em
Available Driver Types, selecione o driver desejado e
configure-o.
Neste caso o driver RS-232 DF1 device deve ser
selecionado. Em Comm Port, selecione a porta de
comunicação utilizada e em Device, selecione SLC-
CH0/Micro/PannelView. As outras informações
necessárias para configuração do driver podem ser
obtidas por meio do Auto-Configure. A Figura
apresenta um exemplo de tela de configuração do Driver
serial Linx.
Para criar um novo arquivo no RSLogix500, siga os
seguintes passos:
1 - No RSLogix, ao selecionar o menu File – New,
surgira uma lista com os processadores possíveis;
2 - Selecione a CPU Utilizada. Escolha “BUL. 1762-
Micrologix 1200- Series C” e clicar em OK;
3 - Selecione o Drive para comunicçãono menu
Comm, clicar em System Comms; isso abre o RSLinx e a
janela Communications, semelhante à anterior. Procurar
a estação correspondente ao CLP em uso, no canal DF-1.
Caso exista um “X” vermelho no ícone do CLP, está
ocorrendo uma falha na comunicação.
4 - No menu à esquerda, selecione IO
Configuration, fazendo surgir a tela de configuração de
entradas e saídas, onde é feita a configuração dos módulos que compõem as gavetas. Após observar que
o módulo do processador (CPU) já está
configurado para a gaveta 0, clique então
em Read IO Config para que o programa
leia os outros cartões acoplados ao CLP.
Os CLPs da família MicroLogix, são
programados por meio de uma combinação
entre a linguagem ladder com blocos de
função.
As instruções podem ser inseridas no
programa por meio de linhas de instruções.
Para isto, basta dar um duplo-clique na
linha desejada e em seguida digitar a
instrução e o endereço correspondente.
Pode-se também programar por
objetos gráficos, por meio da técnica de arrasta e solta dos símbolos do menu de instruções (Figura A.5).

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É necessário que se faça o endereçamento da instrução após a colocação da figura na posição desejada.
Como é mostrado na Figura A.6.
Após a programação de todo ladder estar finalizada, é recomendado fazer uma verificação lógica do
programa, por meio do botão . Havendo erros, eles serão enumerados e indicados na tela.
Após finalizar um programa no software RSLogix500, é necessário que o mesmo seja transferido
para o CLP; isto é denominado Download. Para efetuar o Download, deve-se seguir os seguintes passos:
1 - No menu Online do RSLogix500, mudar a
opção Offline para Download por meio da escolha de
opções .
2 - Para todas as janelas que aparecem em
seguida, deve -se escolher a opção Sim.
3 - Para voltar a programar, basta escolher a
opção Offline.

Referência: < http://controleeautomacaoindustrial3.blogspot.com.br/2013/07/aula-05-


programacao-ladder-e-suas.html >.

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