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INSTITUTO MÉDIO SALESIANO DE

INHARRIME

Especialidade: Electricidade Industrial

Trabalho de investigação sobre


Controladores Lógicos
Programáveis (CLP), apresentado ao
Formador do módulo em
cumprimento às exigências do
referido modulo, para fins
avaliativos

Formador:

___________________________

(Alirio Nhamize)

Inharrime,

Outubro de 2022
Resumo
Índic

Introdução...........................................................................................................................4
Objectivo Geral...................................................................................................................4
Objectivos Específicos........................................................................................................4
Controladores Lógicos Programáveis.................................................................................5
Histórico..............................................................................................................................5
Aplicações e vantagens.......................................................................................................5
Composição do CLP...........................................................................................................6
Princípio de Funcionamento do CLP..................................................................................9
Linguagens de Programação.............................................................................................10
Critérios para a selecção de CLP......................................................................................11
Exercícios..........................................................................................................................13
Conclusão..........................................................................................................................15
Referencias Bibliográficas................................................................................................16
1 Introdução

O uso de componentes físicos como reles, contactores, na protecção e accionamento


de máquinas eléctricas, requer um grande trabalho humano no que diz respeito a controlo do
seu funcionamento em diversos ramos da indústria, dai surge a necessidade de se usar um
dispositivo que reúne todas funcionalidades requeridas para os mesmos fins.

O presente trabalho fala sobre Controladores Lógicos Programáveis (CLPs) que vem a
ser aparelhos electrónicos digitais que utilizam uma memória programável para o
armazenamento interno de instruções para implementações específicas, tais como lógica,
temporização, contagem e aritmética, para controlar máquinas ou processos, através de
módulos de entradas e saída. Os CLP’s são aplicáveis na automação industrial, comercial e
residencial, controlando processos de micro a grande porte, desde o controle do sistema de
alarme de uma residência até o controle do processo de soldagem robotizado na produção de
automóveis.

1.1 Objectivo Geral

Falar dos princípios de CLP na automação industrial

1.2 Objectivos Específicos

Definir o CLP
Falar da composição do CLP
Falar do princípio de funcionamento do CLP
Ver as linguagens de programação
Executar a programação e dimensionamento de CLP

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2 Controladores Lógicos Programáveis
2.1 Histórico

O Controlador Programável (CP), também chamado de Controlador Lógico


Programável (CLP), e, pela sigla em inglês PLC (Programmable Logic Controller), surgiu em
função das necessidades da indústria automobilística.

Os painéis electromecânicos para controlo lógico utilizados anteriormente


dificultavam as alterações e ajustes de sua lógica de funcionamento, fazendo as montadoras
gastarem mais tempo e dinheiro a cada alteração na linha de produção.

Controladores Lógicos Programáveis (CLP) são aparelhos electrónicos digitais que


utilizam uma memória programável para o armazenamento interno de instruções para
implementações específicas, tais como lógica, sequenciamento, temporização, contagem e
aritmética, para controlar máquinas ou processos, através de módulos de entradas e saída.

Figura 1: Controlador Lógico programável

Fonte: Silva (2007).

2.2 Aplicações e vantagens

Os CLP’s são aplicáveis na automação industrial, comercial e residencial, controlando


processos de micro a grande porte, desde o controle do sistema de alarme de uma residência
até o controle do processo de soldagem robotizado na produção de automóveis.

As principais vantagens dos CLP’s em relação aos painéis electromecânicos são:

Maior confiabilidade e flexibilidade;

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Utilização de menos espaço;
Consumo de menos energia;
Fácil programação/reprogramação;
Reutilizável para outros processos;
Maior rapidez na elaboração dos projectos;
Capacidade de comunicar-se com outros dispositivos.

2.3 Composição do CLP

O CLP pode ser caracterizado em função da estrutura de hardware. Para compreender


melhor essa estrutura, é necessário conhecer os principais blocos que formam um CLP, são
eles:

Módulo de Entradas
Módulo de Saídas
CPU – Unidade Central de Processamento
Memórias
Fonte de Tensão
Interface para Programação
Interface para Operação

2.3.1 Módulo de Entradas

As entradas são as interfaces que permitem ao PLC receber informações sobre o


processo, é onde entram os sinais provenientes de botoeiras, contactos de relés, sensores,
encoders, e todos os tipos de dispositivos usados para monitorar o processo e fornecer um
retorno de informação ao PLC. É importante referir que as entradas podem ser digitais ou
analógicas e ainda podem ser internas ou externas. As entradas externas são aquelas por onde
entrará o sinal enviado por um sensor ao PLC e as internas são aquelas que recebem sinal de
outro componente interno do PLC, como por exemplo, o contacto de um temporizador
utilizado para ligar um outro componente interno ou uma saída externa.

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2.3.2 Módulo de Saídas

O módulo de saídas é responsável pela interface do CLP com o campo, ele é o que
acciona os dispositivos da saída do sistema, como lâmpadas, válvulas solenóides, motores,
cilindros pneumáticos, alarmes, entre outros.

2.3.3 CPU – Unidade Central de Processamento

CPU é o dispositivo mais importante de um CLP, ela é o cérebro de todo o sistema. A


CPU trabalha juntamente com as memórias de dados e programas e executa o programa do
usuário, ou seja, verifica os estados do módulo de entradas, compara com a lógica criada pelo
usuário e actualiza os dados no módulo de saídas, executa funções matemáticas, funções de
temporização e contagem, além de gerenciar todo o hardware do sistema.

2.3.4 Memórias

Os CLPs possuem, em sua estrutura, memórias programáveis para armazenamento dos


dados e programas desenvolvidos pelos usuários. Essas memórias são um espaço físico dentro
da CPU onde podemos armazenar, modificar e ainda manipular arquivos de programas e
arquivos de dados do sistema.

2.3.5 Fonte de Tensão

As fontes de tensão são responsáveis pelo fornecimento de energia ao CLP. Elas


convertem a tensão proveniente da rede eléctrica em níveis aceitáveis pela CPU e protegem os
componentes do CLP de flutuações e picos de tensão. Como o ambiente industrial
frequentemente recebe distorções em sua rede eléctrica, as fontes utilizadas em CLPs devem
suportar variações de 10% a 15% da rede e manter sua saída constante.

De modo geral, os padrões de tensões para alimentação dos CLPs e circuitos de


comando eléctrico estão na faixa de 24Vcc / 220Vca, porém não há impedimento para o
projectista trabalhar com outras faixas de tensão como 127Vca ou 12Vcc, mas vale lembrar
que a grande maioria dos dispositivos para automação que encontramos no mercado operam
na faixa de 24Vcc ou 220Vca.

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2.3.6 Interface para Programação

Existem duas formas de se programar um CLP, com um computador pessoal do tipo


PC, ou com um terminal portátil de programação - HHP – Hand Held Programer.

Os computadores são utilizados para criação dos programas do CLP com base em um
software fornecido pelo fabricante do equipamento. O programa é criado a partir da utilização
de símbolos gráficos na linguagem LADDER, não é necessário um conhecimento específico
para produzir programas, somente um entendimento prévio das ferramentas utilizadas pelo
software do fabricante.

Os HHPs são instrumentos de programação portáteis, não possuem a praticidade de


visualização semelhante ao computador, porém é uma poderosa ferramenta para o técnico em
campo. Para edição e visualização das aplicações, é utilizada a linguagem de instruções, o
programa é produzido com auxílio de mnemónicos, que substituem os símbolos gráficos
utilizados na linguagem LADDER. São muito utilizados para localização de falhas no campo,
o fato de ser portátil facilita a transferência dos programas do PC para a máquina, além de
trazer ao programador a facilidade se poder fazer a transferência de programas para mais de
um equipamento de forma rápida e prática, muito utilizados por fabricantes de máquinas.

2.3.7 Interface para Operação

Em um CLP, podemos notar que ele possui uma série de luzes indicadoras para os
diversos estados de funcionamento, como alimentação, falha, status das entradas e saídas,
além de outras indicações, porém essas indicações não são suficientes para que o operador
possa interagir com a máquina, para resolução destes problemas existem no mercado
dispositivos chamados de IHM (Interface Homem Máquina), que são destinadas a controlar e
indicar os estados do programa do CLP.

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2.4 Princípio de Funcionamento do CLP

Para entendermos o funcionamento básico de um CLP, podemos dividi-lo em três


partes básicas: entradas, unidade central de processamento e saídas, conforme a Figura 1.

Figura 2:Estrutura básica de um CLP

Fonte: Silva (2007).

Nas entradas do CLP são conectados os transdutores, dispositivos que informam


electricamente as variáveis do processo à Unidade Central de Processamento (CPU). Esta, por
sua vez, analisa as informações de entrada, a lógica de funcionamento do processo
programada pelo usuário, activando ou desactivando as saídas do CLP. As saídas do CLP são
conectadas a elementos actuadores, dispositivos que interagem com o processo, a fim de
controlá-lo.

Durante o seu funcionamento o PLC realiza uma sequência de operações denominada


de ciclo de varredura. Quando o PLC é ligado um programa semelhante a BIOS de um
computador faz a verificação geral de vários itens tais como reconhecimento dos módulos de
entradas e saídas ligadas ao PLC, estado da memória (verifica se existe um programa de
usuário instalado). A este processo é dado o nome de inicialização. Se todo o hardware está
em condições e se existe um programa de usuário instalado o programa de inicialização inicia
o programa do usuário e, a partir daí, começa a realizar um ciclo repetitivo denominado de
ciclo de varredura que consiste em verificar o estado das entradas e saídas, armazenar esta
leitura na memória, fazer a comparação desta imagem com o programa do usuário e actualizar
as saídas caso a imagem esteja diferindo do programa, conforme ilustra o diagrama abaixo:

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Figura 3: Ciclo de varredura de um CLP

Fonte: Silva (2007).

2.5 Linguagens de Programação

As linguagens de programação permitem aos usuários se comunicarem com o CLP e


definir as tarefas que o mesmo deverá executar. Pela normalização os CLP´s devem ter no
mínimo três linguagens de programação.

Ladder (diagrama de contactos – LAD)


Descritiva
Blocos Lógicos;

A Figura 4 mostra a estrutura de três linguagens de alto nível diferentes, utilizadas em


programação de CLP (blocos lógicos, descritiva e Ladder).

Podemos observar que ambas apresentam o mesmo programa, onde a saída digital Q1
estará fechada somente se as entradas digitais I1 e I2 estiverem em alto nível ao mesmo
tempo.

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Figura 4: Estrutura de diferentes linguagens de programação

Fonte: Silva (2007).

A linguagem Ladder reproduz a estrutura de um diagrama eléctrico, na qual a


combinação de contactos abertos, correspondentes às entradas, permitirá energizar uma
determinada carga, que corresponde à saída.

2.6 Funções básicas em Ladder

As funções básicas ou fundamentais na linguagem Ladder são:

Função NA: normalmente aberto (em inglês NO);


Função NF: normalmente fechado (em inglês NC);
Função E (em inglês AND);
Função OU (em inglês OR).

2.7 Critérios para a selecção de CLP

Os diversos critérios para a selecção dos CLPs são especificados abaixo:

2.7.1 Fonte de energia

Para a alimentação, é importante ter em conta os seguintes dados técnicos:

a) Nível da Tensão;
b) Potência admissível;
c) Frequência da rede;
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d) Capacidade da corrente;
e) Condições ambientais;
f) Índice de protecção.

2.7.2 Unidade de processamento central (CPU)

a) Capacidade de memória total (kb);


b) Tempo de execução;
c) Módulos de memórias;
d) Tempo de monitoramento de ciclo;
e) Número de entradas discretas;
f) Número de entradas analógicas;
g) Número de memórias internas;
h) Número de temporizadores;
i) Número de contadores;

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3 Exercícios
a) Programa de accionamento de um motor Trifásico de 6 Bornes

Vamos precisar de um CLP com as seguintes características:

Nível de tensão de 380V/50Hz


Capacidade de corrente e Potencia correspondentes a do Motor accionado
2 Entradas físicas
1 Saída física
b) Dimensionamento de CLP para accionamento de motor de portão residencial

Vamos precisar de um CLP com as seguintes características:

Nível de tensão de 380V/50Hz


Capacidade de corrente e Potencia correspondentes a do Motor accionado
5 Entradas físicas
2 Saída física
c) Dimensionamento de CLP para accionamento de bomba de água

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Vamos precisar de um CLP com as seguintes características:

Nível de tensão de 380V/50Hz


Capacidade de corrente e Potencia correspondentes a do Motor accionado
5 Entradas físicas
2 Saída física
d) Dimensionamento de CLP para accionamento de Lâmpadas controladas por
fotocelula

Vamos precisar de um CLP com as seguintes características:

Nível de tensão de 220V/50Hz


Capacidade de corrente e Potencia correspondentes a circuito das lâmpadas
1 Entrada física
3 Saída física
e) Programa de accionamento de um motor Trifásico na partida Estrela –
Triangulo

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4 Conclusão

Em virtude daquilo que foi abordado no desenvolvimento do trabalho, podemos


entender que os painéis electromecânicos para controlo lógico utilizados anteriormente
dificultavam as alterações e ajustes de sua lógica de funcionamento, fazendo as montadoras
gastarem mais tempo e dinheiro a cada alteração na linha de produção, onde podemos
perceber que os CLP’s vieram principalmente para suavizar os problemas registados
antigamente na automação industrial, comercial e residencial, controlando processos de micro
a grande porte, desde o controle do sistema de alarme de uma residência até o controle do
processo de soldagem robotizado na produção de automóveis.

Pode se concluir que durante o funcionamento do PLC, este realiza uma sequência de
operações denominada de ciclo de varredura. Quando o PLC é ligado um programa
semelhante a BIOS de um computador faz a verificação geral de vários itens tais como
reconhecimento dos módulos de entradas e saídas ligadas ao PLC, estado da memória
(verifica se existe um programa de usuário instalado)

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5 Referencias Bibliográficas

Daniel, Z. M. (2011). Controladores programáveis. (3. ed.). Santa Maria:


Universidade Federal de Santa Maria.

MARTINS, G. M. (2010). Princípios de Automação Industrial. Santa Maria: UFSM.

SILVA, M. E. (2007). Controladores Lógico Programáveis-Ladder.


FUMEP/EEP/COTIP

SILVA, M. E. (2009). Curso de Automação Industrial. FUMEP/EEP/COTIP.

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