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Disciplina: Controlador Lógico Programável - CLP 80h

Prof.: José Rogério Maciel


Jose.filho@ifce.edu.br
Controlador
Lógico
Programável
CLP: Perspectiva histórica
• Final do século XIX – Controle mecânico

• Década de 1920 – reles e contatores


✓ viabilizou o desenvolvimento de funções de controle
mais complexas e sofisticadas

• Década de 1970 – CI’s e primeiros computadores


✓ CI’s e relés lógica definida no hardware
✓ Computadores lógica definida no software
CLP: Perspectiva histórica
O Programmable Logic Controller (PLC) ou Controlador
Lógico Programável (CLP) foi desenvolvido a partir de uma
demanda existente na indústria automobilística norte-
americana.

Suas primeiras aplicações foram na Hydronic Division da


General Motors, em 1968, devido a grande dificuldade de
mudar a lógica de controla de painéis de comando a cada
mudança na linha de montagem.
CLP: Perspectiva histórica
CLP: Perspectiva histórica
Controlador Lógico Programável segundo o IEC (International
Electrotechnical Commission) :

"Sistema eletrônico operando digitalmente, projetado


para uso em um ambiente industrial, que usa uma
memória programável para a armazenagem interna de
instruções orientadas para o usuário para implementar
funções específicas, tais como lógica, sequencial,
temporização, contagem e aritmética, para controlar,
através de entradas e saídas digitais ou analógicas, vários
tipos de máquinas ou processos.”
De acordo com a definição da NEMA (National Electrical
Manufacturers Association), é:

"Um equipamento eletrônico que funciona digitalmente e


que utiliza uma memória programável para o
armazenamento interno de instruções para implementar
funções específicas, tais como lógica, sequenciamento,
registro e controle de tempos, contadores e operações
aritméticas para controlar, através de módulos de
entrada/saída digitais (LIGA/DESLIGA) ou analógicos (1-5
Vcc, 4-20 mA etc.), vários tipos de máquinas ou
processos.“
Em outras palavras, controlador lógico programável pode
ser visto como um equipamento eletrônico de
processamento que possui uma interface amigável com
o usuário que tem como função executar controle de
vários tipos e níveis de complexidade.
Utilização do CLP

Toda planta industrial necessita de algum tipo


de controlador para garantir uma operação
segura e economicamente viável.
Utilização do CLP

Embora existam tamanhos e complexidades


diferentes, todos os sistemas de controle
podem ser divididos em três partes com
funções bem definidas: os transdutores
(sensores), os controladores e os atuadores.
Sistema de Controle
Utilização do CLP

• Sensores/transdutores: transdutor é um
dispositivo que converte uma condição física do
elemento sensor em um sinal elétrico para ser
utilizado pelo CLP através da conexão às entradas
do CLP.
Utilização do CLP

• Atuadores: sua função é converter o sinal elétrico


oriundo do CLP em uma condição física,
normalmente ligando ou desligando algum
elemento. Os atuadores são conectados às saídas
do CLP.
Utilização do CLP

• Controladores: de acordo com os estados das


suas entradas, o controlador utiliza um programa
de controle para calcular os estados das suas
saídas. Os sinais elétricos das saídas são
convertidos no processo através dos atuadores.
Vantagens do CLP

• Flexibilidade para alterar os programas;


• Programa armazenado em memoria;
• Fácil gestão das falhas;
• Velocidade de operação;
Desvantagem do CLP em relação aos relés
• Custo mais elevado;
• Uso de algum tipo de programação no projeto,
técnicas que são desconhecidas por uma boa parte
dos eletricistas;
• Sensibilidade à interferência e ruídos elétricos,
comuns em instalações industriais;
• Necessidade de maior qualificação da equipe de
manutenção.
Estrutura do CLP
O CLP pode ser dividido em duas partes (simplificado):
• Unidade Central de Processamento (CPU)
• Interface de entradas e saídas (I/O)
Estrutura interna do CLP
Tipos de Memoria
As memórias podem ser separadas em duas categorias: voláteis e não-
voláteis.

• Memórias voláteis: perdem seu conteúdo quando sua alimentação elétrica é


removida. Memórias voláteis são facilmente alteradas e é recomendado para a
grande maioria das aplicações que utilizem uma bateria que mantenha sua
alimentação, mesmo na ausência de alimentação externa. As baterias são
chamadas de "bateria de backup".

• Memórias não-voláteis: retêm o conteúdo programado, mesmo durante


uma completa falta de energia, sem necessidade de uma bateria de backup.
Memórias não-voláteis podem ser reprogramáveis ou fixas.
Tipos de Memoria
Descrição dos principais tipos de memória e suas características:

• Memória ROM (Read Only Memory): projetada para


armazenamento permanente de um determinado programa ou de
dados. Após a gravação do seu conteúdo, somente pode ser lido e
nunca mais alterado. Desta forma, por natureza, as memórias ROM
são imunes a alterações por ruídos elétricos e perda de energia.
Utilizada para o sistema operacional e dados fixos usados pela CPU.
Tipos de Memoria
Descrição dos principais tipos de memória e suas características:

• Memória RAM (Random Access Memory): desenvolvida para que a


informação possa ser escrita ou lida em qualquer posição de memória
com alta velocidade. Esse tipo de memória é volátil, ou seja, não
retém a informação se a fonte de alimentação for desligada.
Tipos de Memoria
Descrição dos principais tipos de memória e suas características:

• Memória EPROM (Erasable PROM): é uma memória PROM que


pode ser reprogramada depois de ser inteiramente apagada por uma
fonte de luz ultravioleta.
Tipos de Memoria
Descrição dos principais tipos de memória e suas características:

• Memória EEPROM (Electrically Erasable PROM): é não-volátil e


oferece a mesma flexibilidade de programação que a RAM. A grande
maioria dos controladores de médio e pequeno porte usa EEPROM
como a única memória do sistema. Ela fornece armazenamento
permanente para o programa e pode ser facilmente alterada com o
uso de um dispositivo de programação
Tipos de Memoria
Descrição dos principais tipos de memória e suas características:

• Memória FLASH: é não volátil que pode ser eletricamente apagado e


reprogramado. Diversos fabricantes de CLPs já utilizam esse tipo de
memória nos seus CLPs.
Diagrama de blocos do CLP

Comunicação

Entradas Digitais Saídas Digitais


Unidade Central de
Processamento
Entradas CPU
Saídas Analógicas
Analógicas

Fonte de
Alimentação
Modo de Execução
No modo de execução (RUN), o CLP passa a executar o
programa do usuário.

O funcionamento do CLP é baseado num sistema


microprocessado em que há uma estrutura de software que
realiza continuamente ciclos de leitura, chamados de scan.
Modo de Execução
O scan é constituído de três processos:

1. Efetua a leitura dos dados através dos


dispositivos via interface de entrada.

2. Executa o programa de controle


armazenado na memória.

3. Escreve ou atualiza os dispositivos de


saída via interface de saída.
Modo de Execução

Para verificação de erros, é estipulado um tempo de


processamento, ficando a cargo de um circuito chamado
Watch Dog Timer (WDT) supervisioná-lo. Se esse tempo
máximo for ultrapassado, a execução do programa pela CPU
será interrompida, sendo assumido um estado de falha (fault)
Modo de Execução

Chama-se tempo de varredura (scan


time) o tempo gasto para a execução
de um ciclo completo.

Esse valor muda conforme o


controlador e depende de muitos
fatores (tamanho da palavra, clock,
arquitetura do processador etc.).
Características das entradas e saídas - E/S

Para que as CPUs dos CLPs possam realizar as suas funções


de controle, elas precisam receber informações externas e
enviar sinais de respostas aos atuadores do sistema.
Módulos de entrada

Os módulos de entrada fazem a interface entre os elementos de


sinais de entrada e o CLP.

Como exemplos de elementos que fornecem sinais de entrada


temos: microchaves, botões, chaves fim de curso, contato de relés,
sensores de proximidade etc.
Módulos de entrada

Esses módulos podem ser divididos em cartão de entradas


digitais (ou discretas) e analógicas (ou continuas)
Módulos de entrada

Esses módulos podem ser divididos em cartão de entradas


digitais (ou discretas) e analógicas (ou continuas)
Módulos de entrada digitais

Entrada discreta (digital): para esse tipo de cartão os


valores de entradas podem assumir unicamente dois valores
ou níveis bem definidos. Assim, uma entrada digital pode ter
os seguintes valores: 0 ou 1, ligado ou desligado, verdadeiro
ou falso
Módulos de entrada digitais

As entradas digitais de um CLP podem ser do tipo fonte


(sourcing), também chamadas de entradas PNP, ou do tipo
dreno (sinking), também chamadas de entradas NPN.
Módulos de entrada digitais

Sensor PNP conectado a uma entrada do tipo dreno (NPN) do CLP


Fonte: Controladores Lógicos Programáveis - Sistemas Discretos / Claiton Moro Franchi, Valter Luís Arlindo de Camargo. Érica, 2008.
Módulos de entrada digitais

Sensor NPN conectado a uma entrada do tipo fonte (PNP) do CLP


Fonte: Controladores Lógicos Programáveis - Sistemas Discretos / Claiton Moro Franchi, Valter Luís Arlindo de Camargo. Érica, 2008.
Módulos de saída

Os módulos de saída são elementos responsáveis por fazer a


interface entre o CLP e os elementos atuadores.

São constituídos de cartões eletrônicos, com capacidade de enviar


sinais para os atuadores, resultantes do processamento da lógica
de controle.
Módulos de saída

Esses módulos podem ser divididos em cartão de saída


digitais (ou discretas) e analógicas (ou continuas)

Cartão
de
saída
Analógica
Módulos de saída digital

Saída digital a relé: aciona cargas alimentadas por tensão


tanto contínua quanto alternada. Uma grande vantagem de
utilizar essa configuração de saída é o fato de se ter uma
saída praticamente imune a qualquer tipo de transiente da
rede.

Vida útil aproximada: 300.000 acionamentos


Módulos de saída digital

Saída digital a relé:


Módulos de saída digital

Saída digital a relé:


Módulos de saída digital

Saída digital a transistor: para esse tipo de módulo, o


elemento que efetua o acionamento pode ser um transistor
típico ou um transistor de efeito de campo (FET), o que
promove comutações com alta velocidade.

Vida útil aproximada: 10.000.000 acionamentos


Módulos de saída digital

Saída digital a transistor:


Módulos de saída digital

Saída digital a transistor:


Módulos de entradas analógicas

Entradas contínuas (analógicas): as interfaces de entrada


analógica permitem que o CLP manipule grandezas
analógicas que são normalmente enviadas por sensores
eletrônicos.

As grandezas analógicas tratadas por esses módulos são


normalmente tensão e corrente elétrica.
Módulos de entradas analógicas
Módulos de entradas analógicas
Conversor A/D

Quando o sinal de entrada analógica entra no CLP, ele passa


por um conversor A/D ou conversor analógico/digital. Este é
o componente no modulo/cartão de entrada analógica do
CLP que transforma o sinal analógico em sinais digitais.

São esses sinais digitais que finalmente fornecerão nossa


representação de valor binário no CLP.
Módulos de entradas analógicas
Resolução de Sinais Analógicos

É o número de bits que você tem para salvar o valor


analógico.

Ex: 8 bits /10 bits / 12 bits


𝑉𝑓𝑢𝑛𝑑𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑐𝑎𝑙𝑎
𝑅𝑒𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜 𝑒𝑚 𝑣𝑜𝑙𝑡𝑠 =
2𝑁 − 1
Módulos de entradas analógicas (2 bits)
10 10
𝑅𝑒𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜 𝑒𝑚 𝑣𝑜𝑙𝑡𝑠 = 22 −1= 4−1 = 3,33 V
Tensão Valor Binário Valor Decimal
0V 00 0
3,33 V 01 1
6,66 V 10 2
9,99 V 11 3

0v 3,33v 6,66v 9,99v


Módulos de entradas analógicas (3 bits)
Tensão Valor Valor
10 Binário Decimal
𝑅𝑒𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜 𝑒𝑚 𝑣𝑜𝑙𝑡𝑠 = 3 0V 000 0
2 −1
1,428 V 001 1
2,856 V 010 2
10
𝑅𝑒𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜 𝑒𝑚 𝑣𝑜𝑙𝑡𝑠 = =1,428 V 4,284 V 011 3
8−1
5,712 V 100 4
7,14 V 101 5
8,568 V 110 6
9,996 V 111 7
Módulos de entradas analógicas (10 bits)
10 10
𝑅𝑒𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜 𝑒𝑚 𝑣𝑜𝑙𝑡𝑠 = =
210 −1 1024−1
=0,009775V = 9,775mV
Módulos de entradas analógicas

No caso de tensão as faixas de utilização são:

0 a 10 Vcc,
0 a 5 Vcc,
1 a 5 Vcc,
Módulos de entradas analógicas
No caso de corrente as faixas de utilização são:

4 a 20mA
0 a 20mA
Módulos de saídas analógicas

Os módulos ou interfaces de
saída analógica convertem
valores numéricos em sinais de
saída em tensão ou corrente.

No caso de tensão
normalmente de 0 a 10 Vcc ou
0 a 5 Vcc, e no caso de corrente
de 0 a 20 mA ou 4 a 20 mA.

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