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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

INSTITUTO DE ESTUDOS COMPARADOS EM ADMINISTRAÇÃO DE CONFLITOS –


InEAC
DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA PÚBLICA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM SEGURANÇA PÚBLICA E SOCIAL
DISCIPLINA: HISTÓRIA, CIDADANIA E SEGURANÇA PÚBLICA
ALUNA: JONY KELSON RODRIGUES FERREIRA
NOME SOCIAL: ELIS RODRIGUES FERREIRA
SEMESTRE: 2021.2 – 2º Período

Segundo DaMatta, a cidadania seria como um indivíduo é visto e identificado no


meio de um coletivo, mostra a idealização de um indivíduo em seu certo local,
usando de suas peculiaridades e seu esquema de sobrevivência, mas também a
forma como a sociedade conseguirá enxergar como esse indivíduo se porta em
meio a um grupo social. O autor busca analisar além dos campos costumeiros de se
enxergar a cidadania e como esse cidadão se porta em sociedade usar também a
sociologia, já que para ele o indivíduo aprende a ser civilizado, a viver em conjunto,
e é aqui onde a sociologia se mostra vital.

Aqui é visto que o indivíduo além de ser um singular precisa saber que suas ações
serão analisadas e terão possíveis manutenção com o grande grupo chamado
nação, essa nação determina códigos e condutas, sendo direitos e deveres para
manter o local onde esse grupo em que esse cidadão se localiza seguro e funcional.
Aqui a cidadania passa a ser uma forma de retirar essa pessoa de sua singularidade
e inserir esse mesmo em um grande "corpo", saber que ele faz parte de um projeto
que se torna universal e que suas particularidades acabam se tornando somente a
respeito dele, e quando visto em meio ao todo é mais um.

Porém isso passa a ser somente um grande conto quando é analisado mais de
perto. Cada nação tem sua forma de tratar e gerir sua cidadania, e isso abre
brechas para problemas socioculturais, onde por exemplo em um determinado país
você ser tratado de forma mais humanizada somente se pertence aquele local,
estrangeiros são separados daqueles naturais daquele ponto. Ou como visto nos
séculos passados onde pessoas de cor eram separadas por não condizerem um
padrão que seria dado como "natural", logo a manutenção de cidadania se esvaia
por uma falsa ordem em um determinado grupo.

Diferente de países como os Estados Unidos temos o Brasil que passa por um
caminho oposto a outros países em relação a cidadania, onde o mesmo só
reconhece como indivíduo que carece de respeito aquele que passa por um
determinado e seleto grupo ofuscando e até mesmo denegrindo aquela classe vista
com mais olhos. Trata os cidadãos do país de forma desigual, isolada e colocando
cada um por si em uma luta diária, é quase impossível se manter em um grupo
privilegiado já que poucos conseguem e não pela meritocracia.

A cidadania relacional mostrada equivale a um determinado grupo sempre


relacionar um indivíduo ou erro de um a um erro de todos. Por exemplo: Dois caras
em uma moto sempre poderá ser um assalto até que se prove ao contrário, uma
pessoa vindo em uma rua vazia e escura a noite poderá ser um perigo em potencial.
Não existe um julgamento ou prejulgamento isolado de indivíduo a indivíduo, mas
sim quando esse indivíduo faz parte de um determinado grupo ou classe todos eles
passam a ser julgados por igual, tendo até mesmo o pré conceito já determinado em
inúmeras situações.

Referências:
Livro: DAMATTA, Roberto. Cidadania relacional (1997)

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