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1) Comunidade
As comunidades se estabelecem pela associação entre seus membros. Portanto, quando falamos em
comunidade humana estamos falando num tipo de sociedade. Costuma-se definir comunidade por quatro
características principais:
Nitidez: é o limite territorial claro da comunidade, ou seja, onde ela começa e onde acaba.
Pequenez: a comunidade é, em si, a unidade de observação pessoal ou, então, sendo um pouco maior,
porém homogênea, proporciona uma unidade de observação pessoal plenamente representativa do todo.
Homogeneidade: as atividades e o estado de espírito são muito semelhantes para todas as pessoas de sexo
e idade correspondentes; o curso de uma geração é semelhante ao da precedente.
Autossuficiência: é o que proporciona todas ou a maioria das atividades que atendem às necessidades de
seus membros.
A pequena comunidade é uma disposição que acompanha seus membros do berço ao túmulo.
b) Tipos de sociedades
Relembrando: as comunidades se estabelecem pela associação entre seus membros; quando falamos em
comunidade humana estamos falando num tipo de sociedade. Vejamos dois tipos de sociedade abaixo:
Sociedade Comunitária
É tipicamente pequena, com uma divisão simples do trabalho e, consequentemente, com limitada
diferenciação de papéis. Numa estrutura social dessa natureza o comportamento é largamente regulado pelo
costume; a ação flui por trilhas convencionais. Há pouca necessidade da lei formal; a lei pode-se dizer, faz parte
da tradição.
Sociedade Societária
As grandes metrópoles contemporâneas são uma síntese da sociedade societária. Ela se caracteriza pela
acentuada divisão do trabalho e pela proliferação de papéis sociais. Os indivíduos precisam enquadrar-se numa
complexa estrutura social, em que ocupam determinado status e desempenham muitos papéis diferentes e
frequentemente sem ligação entre si.
As divisões sociais tendem a ser transitórias, superficiais e impessoais. Os indivíduos associam-se uns aos
outros em função de propósitos limitados. São relações essencialmente instrumentais, cuja importância são as
finalidades, muitas vezes desprezando-se o meio para alcançá-las. Nessa estrutura social a família não ocupa o
lugar central que ocupa na sociedade comunitária.
No lugar da firme integração, característica da sociedade comunitária, a sociedade societária é
frouxamente articulada e o grau de consenso tende a diminuir. Isso pode sugerir uma frequência maior de
situações de conflito.
2) Cidadania
A cidadania é exercida por cidadãos. “Cidadão é um indivíduo que tem consciência de seus direitos e
deveres e participa de todas as questões da sociedade”. Embora a palavra cidadania possa ter vários sentidos,
atualmente sua essência é única: significa o direito de viver decentemente.
As condições da infância podem indicar o nível de desenvolvimento de um país e permitem fazer
projeções de como estará a situação futuramente. Outro indicador do grau de cidadania de uma nação é o
tratamento que se dá aos idosos. Crianças e idosos são os dois extremos frágeis de uma sociedade. Uma sociedade
que não respeita suas crianças e seus idosos põe em risco a vida de cada pessoa em particular.
a) Conceitos de cidadania
Historicamente, o conceito original de cidadania estava associado ao burguês, não ao povo todo. Portanto,
a começar pela formação da palavra, há uma separação entre o homem urbano e o homem rural, uma vez que a
palavra cidadão referia-se somente aos habitantes da cidade.
Como termo legal, cidadania é mais uma identificação do que uma ação. Como termo político, cidadania
significa compromisso ativo, responsabilidade. Significa fazer diferença na sua comunidade, na sua sociedade, no
seu país.
c) A cidadania ameaçada
A cidadania está ameaçada, e isso é uma realidade principalmente nos países pobres e emergentes. Para a
restauração da cidadania é preciso acrescentar à sociedade um terceiro setor aos dois já conhecidos, que são o
setor privado, das empresas, e o setor públicos, do governo. O terceiro seria um setor social autônomo. Pode-se
construí-lo pelas organizações comunitárias autônomas voltadas para o setor social, incentivando-as como novos
centros de cidadania. É o que se chama de sociedade civil, onde crescem organizações sem fins lucrativos, que se
estabelecem fora do mercado de trabalho e do governo, as organizações não governamentais (ONG´S).
3) Minorias
O processo de globalização promoveu a massificação, a homogeneização e a padronização cultural. Mas
desse panorama surge uma sociedade complexa e diferenciada. Nela, diversos grupos sociais minoritários – as
minorias étnicas, religiosas, políticas, regionais e etc. – buscam seu espaço social e geográfico, sua originalidade,
1) Grupo social
Grupo social é toda reunião de duas ou mais pessoas associadas pela interação. Devido à interação social,
os grupos mantêm uma organização e são capazes de ações conjuntas para alcançar objetivos comuns a todos os
seus membros.
Os grupos sociais são formas estáveis de integração social. Um fator mantém a estabilidade e a integração
do grupo: os contatos sociais são duradouros. Nos grupos sociais há normas e costumes próprios, divisão de
funções e posições sociais definidas. Como exemplos temos a família, a escola, a Igreja, o clube, o Estado, etc.
2) Agregados sociais
Profº Ulisses Martins
a) Multidão
Um grupo de pessoas observando um incêndio ou fugindo de um edifício em chamas, uma população que
se junta para um linchamento e um grupo que se encontra na rua para brincar o carnaval são exemplos de
multidão.
Principais características da multidão:
Falta de organização: apesar de poder ter um líder, a multidão não possui um conjunto próprio de normas;
seus membros não ocupam posições definidas no agregado.
Anonimato: os componentes da multidão são anônimos, pois, ao se integrarem à multidão, seu nome, sua
profissão ou sua posição social não são levados em conta, não têm importância alguma no agregado.
Objetivos comuns: os interesses, as emoções e os atos são coletivos numa multidão.
Indiferenciação: não há espaço para as diferenças individuais se manifestarem, o que torna iguais os
membros da multidão.
Proximidade física: os componentes da multidão ficam próximos uns dos outros, mantendo contato direto
e temporário.
b) Público
O público é um agrupamento de pessoas que seguem os mesmos estímulos. É espontâneo, amorfo, não se
baseia no contato físico, mas na comunicação recebida pelos diversos meios de comunicação.
O público se difere da multidão, pois a integração dos indivíduos é ocasional, enquanto na multidão ela é
mais ou menos intencional. Os modos de pensar, agir e sentir do público compõem o que é conhecido como
opinião pública.
c) Massa
As pessoas que assistem ao mesmo programa de televisão, veem o mesmo anúncio num cartaz ou leem
em casa o mesmo jornal constituem a massa. Portanto, a massa:
É formada por indivíduos que recebem, de maneira mais ou menos passiva opiniões formadas, que são
veiculadas pelos meios de comunicação de massa.
Consiste num agrupamento relativamente grande de pessoas separadas e desconhecidas umas das outras.
a) Liderança
A liderança é uma ação exercida por um líder. Este é o que dirige o grupo, transmitindo ideias e valores
aos outros membros. Há dois tipos de liderança:
Liderança institucional: deriva da autoridade que uma pessoa tem em virtude da posição social ou do
cargo que ocupa.
É entre os líderes pessoais que costumam aparecer os líderes carismáticos, ou seja, líderes dotados de um
encanto pessoal tão forte que são considerados frequentemente proféticos, iluminados ou mesmo sobrenaturais.
Relacionamos como exemplos: Antônio Conselheiro, Padre Cícero, Mao Tsé-Tung, Getúlio Vargas, Adolf Hitler.
Como peça importante de sustentação do grupo, o líder desempenha um papel integrador entre seus membros,
transmitindo-lhes ideias, normas e valores sociais, ao mesmo tempo em que representa os interesses e os valores
do grupo.
c) Símbolos
O símbolo é algo cujo valor ou significado é atribuído pelas pessoas que o utilizam. Em nossa sociedade,
por exemplo, a aliança é um objeto que simboliza a união e a fidelidade entre os cônjuges.
Os símbolos são convenções. Ou seja, cada sociedade ou grupo social pode se utilizar de símbolos
diferentes para exprimir o mesmo significado. A linguagem é a mais importante forma de expressão simbólica.
Sem a linguagem não haveria organização social humana, em nenhuma de suas manifestações: política,
econômica, religiosa, militar, etc. Sem ela provavelmente não existiria nenhuma norma de comportamento,
nenhuma espécie de lei, nenhuma criação literária ou científica tal como as concebemos hoje.
d) Valores sociais
A sociedade estipula o que é bom e o que é ruim, o que é bonito e o que é feio, o que é certo e o que é
errado. Assim, na vida em sociedade, as ideias, as opiniões, os fatos, os objetos não são avaliados isoladamente,
mas dentro de um contexto social que lhes atribui um significado, um valor e uma qualidade determinados.
Quanto maior o contexto social, maior a variedade de opiniões, de princípios, de valores sociais, muitas vezes
conflitantes.
Os valores sociais variam também e principalmente no espaço e no tempo, em função de cada época, de
cada geração, de cada sociedade. Os jovens geralmente acompanham e aceitam mais facilmente do que os mais
velhos as mudanças que ocorrem na sociedade. Esse fato faz com que geralmente eles se desentendam com a
geração anterior. Tal situação nada mais é que a indicação de uma crise de valores: os novos valores chocam-se
com os valores já estabelecidos, criando-se uma tensão entre jovens e adultos.
4) A sociologia da juventude
A juventude aparece como uma categoria social especialmente destacada nas sociedades industriais
modernas e pós-modernas; nas sociedades ocidentais ela aparece como um problema da modernidade. Esse é um
ponto importante da literatura sociológica em geral. A noção mais usual do termo “juventude” refere-se a uma
faixa de idade, um período da vida, em que se completa o desenvolvimento físico do indivíduo e uma série de
mudanças psicológicas e sociais ocorre, quando a pessoa abandona a infância para entrar no mundo adulto.
Quanto mais escassas as “vagas” num status a que se aspira, mais intenso o conflito entre os candidatos a esse
status.
b) Papel social
Papel social é o comportamento que o grupo social espera de qualquer pessoa que ocupe determinado
status social. Corresponde mais precisamente à tarefas, às obrigações inerentes ao status.
Exercícios
1. Responda:
a) Grupo, multidão, público e massa. O que caracteriza cada um desses tipos de agrupamento social?
b) Quais são os principais mecanismo de sustentação dos grupos?
2) Trabalho e matéria-prima
Toda atividade desenvolvida pelo ser humano – seja ela física ou mental – é considerada trabalho. Dela
resultam bens e serviços. É trabalho tanto a atividade do operário de uma indústria como a do arquiteto que
projeta os bens a serem produzidos por essa indústria.
Assim, tanto a atividade manual como a atividade intelectual são trabalho, desde que tenham como
resultado a obtenção de bens e serviços.
Não existe trabalho exclusivamente manual ou trabalho exclusivamente intelectual, mas, sim, trabalho
predominantemente manual ou trabalho predominantemente intelectual. Quanto à execução, o trabalho pode ser
classificado conforme o grau de capacidade exigido das pessoas que o exercem. Assim, temos:
Trabalho qualificado: não pode ser praticado sem um grau de aprendizagem.
Trabalho não qualificado: pode ser realizado praticamente sem aprendizagem.
Os elementos que, no processo de produção são transformados para constituírem o bem final são
chamados de matéria-prima. Antes de se transformar em matérias-primas, os elementos encontravam-se na
natureza sob a forma de recursos naturais.
Já o conceito de recursos naturais é relativo, isto é, ele varia no tempo e no espaço. O que é recurso
natural num processo de produção capitalista, acessível e incorporável à atividade econômica de uma nação, pode
não sê-lo numa sociedade primitiva. Assim, recursos naturais são os elementos acessíveis da natureza e que
podem ser incorporados à atividade econômica do homem.
3) Instrumentos de produção
Todas as coisas que direta, ou indiretamente nos permitem transformar a matéria-prima num bem final
são chamadas instrumentos de produção.
Os instrumentos de produção que nos permitem transformar diretamente a matéria-prima são as
ferramentas de trabalho, os equipamentos e as máquinas. Os instrumentos de produção que atuam de forma
indireta – mas não menos necessária – são o local de trabalho, as condições físicas necessárias.
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As forças produtivas alteram-se ao longo da História. Assim, até meados do século XVIII, a produção era
feita com o uso de instrumentos simples, acionados por força humana, por tração animal e pela energia
proveniente da água ou do vento. Com a Revolução Industrial (1750), foram inventadas as máquinas e passou-se
a usar o vapor e a eletricidade como fontes de energia. Alteraram-se, portanto, os meios de produção e também as
técnicas de trabalho. Houve uma profunda mudança nas forças produtivas.
No processo moderno de produção, a ciência e a tecnologia tornaram-se forças produtivas, deixando de
ser mero suporte do capital para se converter em agente de sua acumulação. Consequentemente, mudou o modo
de inserção dos cientistas e técnicos na sociedade – tornaram-se agentes econômicos diretos. E a força capitalista
encontra-se no monopólio dos conhecimentos e da informação.
5) Relações de produção
Para produzir os bens e serviços de que necessitam, os indivíduos estabelecem relações uns com os
outros. No processo produtivo, as pessoas estão ligadas entre si e dependem umas das outras. O trabalhado é um
ato social, no sentido de que é realizado na sociedade.
As relações que se estabelecem entre os seres humanos na produção, na troca e na distribuição dos bens e
serviços são chamadas relações de produção.
As relações de produção existem em todos os processos de produção e, de uma maneira especial, entre os
proprietários dos meios de produção, de um lado, e os trabalhadores, de outro. São essas relações de produção que
caracterizam o capitalismo.
Portanto, pode-se afirmar quer o elemento que determina a organização e o funcionamento das sociedades
e que caracteriza cada um dos diferentes tipos de sociedade são as relações de produção. São essas relações que
nos permitem distinguir um tipo de sociedade de outro.
6) Modos de produção
O modo de produção é a maneira pela qual a sociedade produz seus bens e serviços, como os utiliza e
como os distribui. É chamado também de sistema econômico. O modo de produção de uma sociedade é formado
por suas forças produtivas e pelas relações existentes nessa sociedade.
No caso dos impérios inca a asteca, também contribuiu para o seu fim a conquista do território pelos
espanhóis.
Exercícios
1. O que você entende por produção?
2. Quais sãos as principais atividades econômicas humanas?
3. Explique do ponto de vista sociológico o conceito de:
a) Trabalho;
b) Matéria-prima;
c) Recursos naturais.
4. Qual a diferença que existe entre as forças produtivas num país cuja principal atividade econômica seja a
agricultura (o Paraguai, por exemplo) e num outro bastante industrializado (o Brasil, por exemplo)?
5. O que você entende por modo de produção?
6. Quais os modos de produção que existiram ao longo da história?
7. Que diferenças existem entre o escravo e o servo?
1) Estratificação social
O termo estratificação social identifica um tipo de estrutura social que dispõe o indivíduo, com suas
posições e seus papéis sociais, em diferentes camadas ou estratos da sociedade: generalizando – classe alta (classe
A), classe média (classe B), classe baixa (classe C). Esses estratos correspondem a graus diferentes de poder,
riqueza e prestígio.
a) Principais tipos de estratificação social
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Desse procedimento obtemos uma generalização do que determina a estratificação econômica, de acordo
com o critério “nível de rendimento”:
Grupo ou classe ou camada A – pessoas de renda mais alta;
Grupo ou classe ou camada B – pessoas de renda média;
Grupo ou classe ou camada C – pessoas de renda baixa.
Veja na figura abaixo como esses grupos podem ser representados através de uma pirâmide social de
renda:
De acordo com a pirâmide de renda, podemos definir a estratificação social como a divisão da sociedade
em estratos ou camadas sociais. Dependendo do tipo de sociedade, esses estratos ou camadas sociais podem ser
organizados em:
Castas;
Estamentos ou estados;
Classes sociais
2) Mobilidade social
Mobilidade social é a mudança de posição social de uma pessoa num determinado sistema de
estratificação social. Quando as mudanças de posição social ocorrem no sentido de subir ou descer na
hierarquia social, dizemos que a mobilidade social é vertical. Quando a mudança de uma posição social a outra se
opera dentro da mesma camada social, diz-se que houve uma mobilidade social horizontal.
O fenômeno da mobilidade social varia de sociedade para sociedade. Em algumas sociedades ela ocorre
de maneira mais fácil; em outras, quase inexiste no sentido vertical ascendente.
Alguém que nasce e vive numa camada social elevada tem mais oportunidade e condições de se manter
nesse nível, ascender ainda mais e se sair melhor do que os originários das camadas inferiores.
a) Castas sociais
Existem sociedades em que, mesmo usando toda a sua capacidade e empregando todos os esforços, o
indivíduo não consegue alcançar uma posição social mais elevada. Nesses casos, a posição social lhe é atribuída
por ocasião do nascimento, independentemente da sua vontade e sem perspectiva de mudança. Ela carrega
consigo, pelo resto da vida, a posição social herdada.
As castas sociais são grupos sociais fechados, endógamos (os casamentos se dão entre os membros da
mesma casta), cujos membros seguem tradicionalmente uma determinada profissão herdada do pai. Um indivíduo
nasce numa casta e nela deve permanecer pelo resto da vida.
Vamos exemplificar a divisão social por castas, utilizando a sociedade indiana como exemplo, utilizando
a pirâmide social de casta:
Brâmanes
Xátrias
Vaixás
Sudras
b) Estamentos ou estados
Estamento ou estado é uma camada social semelhante à casta, porém mais aberta. Na sociedade
estamental a mobilidade social vertical ascendente é difícil, mas não impossível como nas sociedades de castas.
Na sociedade feudal os indivíduos só muito raramente conseguem ascender socialmente. Essa ascensão
era possível em alguns casos: quando a Igreja recrutava, em certas ocasiões, seus membros entre os mais pobres;
quando os servos eram emancipados por seus senhores, caso o rei conferisse um título de nobreza a um homem
do povo; ou, ainda, se a filha de um rico comerciante se casasse com um nobre, tornando-se, assim, também
membro da aristocracia. Mas normalmente as pessoas permaneciam no estamento em que haviam nascido.
Veja a pirâmide social do estamento durante o feudalismo como exemplo:
Comerciantes
Servos
burguesia
proletariado
O prestígio social está associado às relações entre as pessoas e os elementos da produção: os proprietários dos
meios de produção sempre gozam de maior prestígio social do que os trabalhadores. Também a distribuição do
poder está baseada na posição dos indivíduos em relação aos elementos da produção. É o nível do salário que
colocará o indivíduo em determinada classe social.
É possível então chegar ao seguinte conceito de classe social, em que a produção aparece como fator
decisivo: Todo grupo de pessoas que apresenta uma mesma situação com relação aos elementos de produção
constitui uma classe social.
Podemos classificar a sociedade quanto ao nível de consumo de seus membros. Assim, os proprietários
dos meios de produção podem adquirir bens e serviços de luxo; os que exercem um trabalho qualificado podem
adquirir bens e serviços de preço intermediário; e aqueles que exercem um trabalho nãoqualificado só podem
adquirir bens e serviços de primeira necessidade.
Daí ser possível representar a população de uma sociedade capitalista numa pirâmide social, conforme seu
nível de consumo, que é um reflexo do seu nível de renda:
Assim, não é possível compreender a estratificação em classe sociais, ou seja, o aspecto social da
sociedade capitalista sem levar em consideração seu aspecto econômico (a propriedade dos meios de produção).
Exercícios
1) Entendendo o conceito
Mudança social é qualquer alteração nas formas de vida de uma sociedade. Nenhuma sociedade é
perfeitamente igual a si mesma em dois momentos sucessivos de sua história.
Tomando como exemplo a abolição da escravidão, percebe-se que uma das mudanças sociais decorrentes
desse fato foi a modificação básica na instituição econômica. O trabalho passou a ser realizado por trabalhadores
livres, que recebiam salário. Isso provocou transformações em toda a estrutura social brasileira.
Toda invenção pertence a uma sociedade determinada. Embora nãoseja a sociedade em seu conjunto que
invente, mas sim os indivíduos, a sociedade fornece as bases, pois todo inventor utiliza o conhecimento
acumulado de sua cultura. Cada geração não parte da estaca zero, mas de uma herança social transmitida. O
patrimônio cultural e a necessidade social é que geram as invenções.
Para se modificar, uma sociedade não conta apenas com suas próprias invenções. Se fosse assim, as
mudanças sociais seriam mais lentas. Há uma força externa que ocasiona as mudanças sociais: é a difusão
cultural. É ela que aumenta e expande acultura das várias sociedades e acelera o ritmo de mudança.
No processo de difusão, o prestígio da cultura doadora também é um dado importante na aceitação ou não dos
valores que estão sendo difundidos. Os costumes e modas vindos dos EUA, por exemplo, espalham-se com
extrema facilidade nas cidades brasileiras.
Outro fator que influencia a aceitação é a novidade. Em geral, tudo que é novidade é aceito mais facilmente.
As novidades se referem quase sempre a aspectos não essenciais da cultura – um produto novo, um novo corte de
cabelo, amaneira de se vestir, etc.
Um grupo ou indivíduo pode ser conservador em alguns aspectos e reformista ou mesmo revolucionário em
outros.
Exercícios
1. Explique este conceito: “Mudança social é qualquer alteração nas formas de vida de uma sociedade. Nenhuma
sociedade é perfeitamente igual a si mesma em dois momentos sucessivos de sua história”. Dê um exemplo de
mudança social que reafirme esse conceito.
2. De que maneira uma mudança social pode alterar as relações sociais? A resposta pode ser dada através de
exemplo.
3. Que fatores determinam o ritmo das mudanças sociais?
4. O que você entende por forças endógenas e forças exógenas no estabelecimento da mudança social?
5. Como podemos classificar as atitudes individuais e sociais diante da mudança social?
6. Qual a diferença entre reforma e revolução?
CAP. 6: O SUBDESENVOLVIMENTO
a) Indicadores vitais
São quatro os principais indicadores vitais do subdesenvolvimento:
Insuficiência alimentar: um consumo inferior a 2.240 calorias diárias já caracteriza uma situação de
subalimentação.
Grande incidência de doenças: em razão das deficiências da alimentação, e das más condições sanitárias
reinantes, proliferam nos países subdesenvolvidos doenças que, embora inofensivas nas nações
adiantadas, apresentam aí um caráter fatal.
Intensa natalidade e altas taxas de crescimento demográfico: as nações subdesenvolvidas apresentam altos
coeficientes de natalidade. Em algumas, tais coeficientes são anulados pela elevada mortalidade, de modo
que as taxas de crescimento demográfico resultantes são reduzidas.
Composição etária com predominância de jovens: em virtude da grande natalidade, a porcentagem de
jovens é maior nos países subdesenvolvidos do que nos países desenvolvidos.
b) Indicadores econômicos
Os principais indicadores são:
Baixa renda per capita: é o resultado da divisão da renda nacional pela população do país. Em razão de
sua fácil apuração, é um dos indicadores mais comumente usados para indicar a condição de
subdesenvolvimento. Mas a renda per capita é imprecisa principalmente porque não leva em conta a
concentração de renda. Como é uma média, aparenta uma situação falsa, pois é como se todos os
habitantes do país tivessem a mesma renda.
Predominância do setor primário sobre o secundário: nas economias subdesenvolvidas, o setor primário –
agricultura, pecuária, pesca, extrativismo vegetal – apresenta maior importância que o setor secundário –
indústria, atividades extrativas minerais.
Problemas na agricultura: são basicamente três:
Baixa produtividade: a produtividade do trabalho é representada pela relação produto/trabalho,
que indica a quantidade de trabalho empregada para gerar um determinado volume de produto.
Subemprego ou desemprego disfarçado: caracteriza-se pela presença de trabalhadores agrícolas
com emprego temporário, geralmente com baixa produtividade.
Problemas na indústria: o setor secundário tem uma participação reduzida na vida econômica das
nações subdesenvolvidas. Além disso, predominam as indústrias de bens de consumo não
sofisticados, que não exigem uma infraestrutura industrial complexa.
Concentração de renda: a renda é muito mal distribuída nos países subdesenvolvidos, estando
concentrada nas mãos de poucas pessoas.
Problemas no setor externo: o setor externo é aquele que compreende as duas operações básicas
do comércio internacional: a exportação e a importação.
Subemprego ou emprego disfarçado: o subemprego consiste na existência de trabalhadores que não têm
um emprego regular. O subemprego nãose verifica apenas na zona rural, mas também na zona urbana.
Encontramos nas cidades um grande número de pessoas que, não estando integradas em atividades
realmente produtivas, exercem expedientes vários para sobreviver.
c) Indicadores sociais
Um fenômeno totalmente novo nos permite caracterizar os países subdesenvolvidos e distingui-los dos
países atrasados de outrora: pela primeira vez na História as populações desses países têm consciência de sua
miséria ou pobreza, ou de seu atraso em relação aos países industrializados.
Importante para esta tomada de consciência é o funcionamento do mecanismo de efeito-demonstração:
assim como nos países desenvolvidos as camadas inferiores da população tendem a imitar o estilo de vida das
d) Indicadores políticos
A tomada de consciência da miséria ou do atraso leva à formulação de planos para superar essa situação.
Tais planos são os projetos de desenvolvimento. Não é suficiente, porém, que existam projetos coletivos de
desenvolvimento: é necessário também que os grupos formuladores de tais projetos induzam o Estado à
realização de seu programa ou procurem fazer-se representar diretamente no Estado.
4) A origem do subdesenvolvimento
A origem do subdesenvolvimento dos países periféricos (antigas colônias) pode ser localizada exatamente
nas relações econômicas e políticas desses países com as nações centrais (que eram as metrópoles) ao longo da
História.
A colonização foi um processo de ocupação e exploração econômica e política de novas áreas. O
movimento colonizador que se afirmou a partir do século XV assumiu o caráter de “europeização do mundo”,
pois representou a integração de novas áreas à órbita econômica e política das nações europeias. Desse
movimento surgiram dois tipos de colônia:
Povoamento: formaram-se a partir das páreas ocupadas por levas de desempregados ou por grupos
submetidos a perseguições religiosas.
Exploração: formaram-se nas áreas ocupadas pelas nações europeias, com a finalidade de extrair delas
bens comercializáveis na Europa.