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Curso CEAP – Turma PGE/PGM 2019.2

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Direito Constitucional – Prof. Rodrigo Brandão - Aula 01

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Evolução histórica do Constitucionalismo.
Teoria da Constituição – Conceitos e Classificação.

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SUMÁRIO

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I – EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO CONSTITUCIONALISMO

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II – TEORIA DA CONSTITUIÇÃO

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II.1 - CONCEITOS

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II.2 - CLASSIFICAÇÕES

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Resumo elaborado pela equipe de monitoria do curso


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O resumo consiste em uma síntese das principais ideias da aula ministrada, de modo a auxiliar na
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fixação do conteúdo. Não se trata da transcrição do teor da aula.


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Direito Constitucional – Prof. Rodrigo Brandão - Aula 01

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Evolução histórica do Constitucionalismo.
Teoria da Constituição – Conceitos e Classificação.

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AULA 1

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I – EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO CONSTITUCIONALISMO

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O Constitucionalismo Moderno teve início com as Revoluções Burguesas (principalmente a

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Revolução Francesa e a Independência das 13 Colônias Norte-Americanas no séc. XVIII). Neste

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momento, surgiu o Estado de Direito, segundo o qual o poder político deve estar limitado pelo Direito,

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por meio da Constituição.

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1ª Fase: Constitucionalismo Liberal (final do século XVIII e início do século XIX).

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São instituições estruturantes do Constitucionalismo Liberal: os Direitos Fundamentais de 1ª

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Geração e a Separação dos Poderes.
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Os Direitos Fundamentais de 1ª Geração foram concebidos como direitos de defesa, exigindo


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um não-fazer estatal, uma abstenção de interferir na esfera individual por parte do Estado1. Trata-se de
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uma limitação ao Poder do Estado visando proteger os indivíduos.


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A separação dos poderes (desenvolvida por Locke e Montesquieu) visa fracionar as funções
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estatais para órgãos independentes entre si, de modo que não haja poder absoluto. A separação dos
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poderes foi aprimorada com o “Sistema de Freios e Contrapesos” (proposto por James Madison), que
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pressupõe a existência de mecanismos de controle recíproco, visando coibir abusos por parte de um
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órgão, entidade ou Poder.


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Após as Revoluções Burguesas, houve um resgate da ideia de democracia (no sentido de que
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todo o poder legítimo emana do povo - soberania popular). Mas a democracia direta era impossível de
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ser exercida, face ao elevado crescimento populacional. Sendo assim, assim adotou-se a democracia
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indireta ou representativa.
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Os termos constitucionalismo e democracia estão intrinsecamente ligados. O primeiro


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estabelece até que ponto o governo pode legitimamente interferir na vida dos indivíduos (limites
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jurídicos e éticos à atuação estatal postos pela Constituição). O segundo refere-se à fonte de
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legitimidade do poder estatal (a vontade popular).


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Para alguns juristas alemães, são normas de competência negativa (casos em que o Estado não pode atuar.
Prevalece a autonomia – o agir de acordo com a própria vontade - e não a heteronomia).
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Sob um certo aspecto há uma tensão entre o constitucionalismo e a democracia, refletida no

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que Alexander Bickel tratou como a dificuldade contramajoritária (ou aristocracia judicial). Esta tensão

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se revela no fato de que juízes não eleitos exercem o controle de constitucionalidade das normas

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elaboradas pelos representantes do povo, fazendo prevalecer o seu entendimento sobre as normas

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constitucionais.

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Apesar de haver esta tensão, a atuação contramajoritária do Judiciário é importante para a

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democracia. A democracia não significa somente a prevalência da “regra da maioria”. Em alguns

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momentos históricos, como nos regimes nazifascistas, os direitos fundamentais dos indivíduos foram

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violados com respaldo em normas aprovadas pela maioria. Para coibir tais violações, hoje fala-se em

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“democracias constitucionais”, que se traduzem no respeito aos direitos fundamentais, obtido

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principalmente pela via da atuação contramajoritária dos tribunais.

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No século XIX, o Constitucionalismo Liberal estabeleceu as condições para o amplo
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desenvolvimento do capitalismo (ambos pautados na ideia de Estado mínimo). O momento era de
intervenção mínima do Estado na vida dos indivíduos e na economia (laissez faire, laissez passer).
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Com o passar do tempo, foram observados uma série de problemas nas relações econômicas que
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geraram graves desigualdades sociais (muito claras, principalmente, no âmbito das relações de
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emprego). Assim, no final do século, o liberalismo econômico entrou em crise. Neste sentido,
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ganharam força movimentos socialistas que formularam críticas também ao Constitucionalismo


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Liberal, fazendo surgir o Constitucionalismo Social.


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2ª Fase: Constitucionalismo Social


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Neste momento foram estabelecidos e positivados os direitos sociais, face às reivindicações


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feitas principalmente pelos movimentos operários. Os principais documentos representativos do


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Constitucionalismo Social são as constituições: Mexicana de 1917, Weimar (Alemanha) de 1919 e


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Brasileira de 1934.
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Os direitos sociais, que marcam esta nova fase do Constitucionalismo, são também chamados
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de Direitos Fundamentais de 2ª Geração. O Estado deixou de ser inerte e passou a ser promotor de
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direitos fundamentais (Estado de Bem-Estar Social ou Welfare State), por meio da prestação de
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serviços públicos, tais como, saúde, educação, previdência e assistência social, moradia, lazer, etc.
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O Constitucionalismo Liberal tratou todos os cidadãos como iguais, adotando o modelo de


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indivíduo ideal; o que, na época, foi um grande avanço, pois a sociedade pré-Revolução Francesa era
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estamental. Entretanto, a noção de cidadão adotada no Constitucionalismo Social foi diferente, pois

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foram consideradas as necessidades individuais de cada um, ou seja, o indivíduo real. Assim,

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estabeleceu a ideia de que todos não podem ser tratados como iguais.

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O Estado de Bem-Estar Social teve novas atribuições que anteriormente não tinha e tal modelo

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funcionou bem entre as décadas de 1930 a 1970. A prestação de serviços públicos tem um custo social,

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cujo financiamento se dá por meio da tributação. Assim, o Estado, imbuído de uma série de

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competências constitucionalmente atribuídas, tornou-se grande e caro. Influenciadas pela crise

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econômica e a crise do petróleo, surgiram uma série de críticas dos movimentos neoliberais ao tamanho

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do Estado, ao seu alto custo e ineficiência.

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A Constituição Brasileira de 1988 (vigente atualmente) foi elaborada no contexto de crise do

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Estado de Bem-Estar Social. Ainda assim, positivou este modelo. Na verdade, trata-se de uma

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constituição compromissória, pois não é fruto de uma única ideologia, mas representa um consenso

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possível entre ideologias diversas (o constitucionalismo liberal e o social). Assim, a CF/88 traz um
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grande rol de direitos fundamentais visando conter eventuais abusos por parte do Estado (pois foi
elaborada pós-ditadura militar) e, ao mesmo tempo, assegura uma série de serviços públicos a serem
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prestados pelo Estado para tentar diminuir a desigualdade social.


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II – TEORIA DA CONSTITUIÇÃO
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A Teoria da Constituição foi desenvolvida na Alemanha, após a 1ª Guerra Mundial, pois na


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ocasião foram elaboradas constituições em diversos países da Europa. Os principais pontos da Teoria
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da Constituição são os diferentes conceitos de constituição formulados pelos teóricos e a classificação


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das constituições.
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II.1 – Conceitos
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a) Conceito geral
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No sentido antigo, a constituição é o modo de organização do poder político em uma


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determinada sociedade. Assim, pode-se dizer que toda sociedade teria a sua própria constituição
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(inclusive tribos africanas, indígenas, etc).


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Já no sentido moderno2, as constituições criam ou reconstroem o Estado (organizando e

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limitando o poder político) assim como, dispõem sobre direitos fundamentais e finalidades a serem

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perseguidas pelo Estado. A constituição moderna deve dispor sobre a estrutura do Estado, submeter a

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política e os poderes a parâmetros jurídicos (limitando o poder estatal) e delimitar as finalidades que o

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Estado deve perseguir (por meio das normas programáticas, que estabelecem fins a serem atingidos).

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b) Conceitos específicos

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- Conceito Sociológico de Ferdinand Lassale

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Para Lassale, a constituição deve reproduzir os fatores reais de poder de uma sociedade. Deve

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ser um retrato, o mais fiel possível, de como se estruturam as relações de poder. A constituição não

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deve ter a pretensão de mudar as relações de poder, devendo apenas reproduzi-las. Caso tente fazê-lo,

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será uma mera folha de papel varrida pelos ventos da realidade política (em suas próprias palavras).

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Pode-se dizer que a visão de Lassale é permeada pelo pensamento marxista, no sentido de que
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a infraestrutura econômica e as relações de poder definem a constituição. Lassale negava que a


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constituição tivesse força normativa.


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- Conceito Concretista de Konrad Hesse


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Para Hesse, a constituição não seria um livro de sociologia política, mas sim uma norma
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jurídica. Por isso, teria imperatividade e coercitividade. Deve ter a pretensão de mudar a realidade.
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Hesse desenvolveu a ideia de força normativa da Constituição.


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Para Hesse, a relação direito–realidade é uma via de mão dupla (há interferências mútuas)3, ao
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contrário de Lassale, para quem a realidade de sobrepunha à constituição, constituindo uma via de mão
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única.
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- Conceito Jurídico de Hans Kelsen


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Kelsen buscava ver o Direito de forma científica e objetiva. Tratou da dinâmica jurídica, ou
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seja, a forma como o direito dispõe sobre a elaboração das suas próprias normas. Com base na sua
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Consideradas as constituições surgidas após as revoluções burguesas.
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Luís Roberto Barroso explorou a tese de Konrad Hesse, abordando a força normativa da Constituição e a
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dialética entre norma e realidade. Para ele, tanto a realidade influencia o direito, que este deve evitar situações de
“insinceridade normativa”, posto que poderia prejudicar a força normativa da constituição, pois seria difundida a
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ideia de que ela seria mera retórica (letra morta).


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teoria, foi desenvolvida a pirâmide de normas jurídicas hierarquizada ou escalonada:

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Constituição

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Leis

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Decretos

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Resoluções

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Portarias

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Cada norma jurídica encontra fundamento de validade na norma imediatamente superior. Esse

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movimento não poderia ser eterno, logo deve haver uma norma hipotética fundamental. Segundo ela, a

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constituição seria o fundamento de validade de toda a ordem jurídica. Kelsen opunha-se à visão dos

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contratualistas, pois um fato (o contrato social) não pode constituir o fundamento de validade da ordem
jurídica, apenas uma norma (a norma hipotética fundamental). GL
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Quanto ao conteúdo, Kelsen dispôs que a constituição deve ser muito limitada. Trata-se de
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norma normarum, ou seja, uma norma sobre como devem ser elaboradas as outras normas.
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Excepcionalmente, poderia conter normas materiais, como os direitos de 1ª geração, que limitam o
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poder do Estado. No entanto, para Kelsen, a Constituição deve dispor essencialmente sobre a
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organização do Estado e a competência dos poderes.


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II.2 – Classificação
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a) Quanto à forma
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Sob este critério, as constituições podem ser escritas ou não escritas. As primeiras representam
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um documento único e sistemático, editado pelo poder constituinte originário. Não é necessariamente
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composta por textos escritos.


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Já as constituições não escritas são o amálgama de tradições, costumes, decisões judiciais, além
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de textos escritos, que são incorporados historicamente à constituição ao longo do tempo. Como
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exemplo, pode ser citada a Constituição Inglesa, que tem vários atos escritos na sua composição (como
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o Human Rights Act, o Habeas Corpus Act e o Bill of Rights), mas não todos.
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b) Quanto ao modo de elaboração

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São dogmáticas as constituições formadas pelos dogmas e ideias políticas fundamentais em um

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determinado momento, sintetizados em um texto único produzido pelo constituinte originário. São

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constituições necessariamente escritas.

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Por outro lado, são consideradas históricas aquelas constituições que resultam do evoluir das

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tradições, práticas e costumes, cuja reiteração e consenso geral acerca da sua obrigatoriedade os tornam

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a constituição do país. São não escritas.

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c) Quanto à origem:

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Pode-se dizer que as constituições promulgadas surgem de baixo para cima, ou seja, emergem
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autonomamente da sociedade, por meio de movimentos sociais espontâneos. Têm origem democrática,
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já que são aprovadas por uma assembleia nacional constituinte eleita pelo povo.
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Já as constituições outorgadas são impostas de cima para baixo por um governante. Não têm
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origem democrática (são autoritárias).


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As constituições cesaristas são concebidas pelo governante, que busca a sua legitimação
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popular, por meio de plebiscito ou referendo. Para a doutrina, são constituições que se aproximam das
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outorgadas.
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Por fim, as constituições pactuadas resultam de pactos entre a monarquia e o povo, visando o
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reestabelecimento do regime monárquico após a ocorrência das revoluções burguesas (foi o que
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aconteceu em alguns países da Europa no século XIX).


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Quanto à origem, as constituições brasileiras podem ser assim classificadas:


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Outorgadas – CF/1824, CF/1937, CF/1967 e EC 1/69.


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Promulgadas – CF/1891, CF/1934, CF/1946 e CF/1988.


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