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O principal argumento é que as diferenças entre os dois estão associadas às más condições de
crescimento na periferia, que impõem constrangimentos ao processo de industrialização e ao
progresso tecnológico e exigem estratégias de crescimento coordenadas pelo Estado, uma vez que,
nessas condições, as forças de mercado não são suficientes, em si, para sustentar um crescimento
viável.
“Num país ainda em formação, como é o Brasil, a predominância da lógica das empresas
transnacionais, na ordenação das atividades econômicas, conduzirá quase necessariamente a tensões
inter-regionais, à exacerbação de rivalidades corporativas e à formação de bolsões de miséria, tudo
apontando para a inviabilização do país como projeto nacional” (Furtado, 1992: 35).
Uma excentricidade – e esse é o nosso ponto – que nos transformou numa peça secundária e quase
passiva da geopolítica do núcleo central, deixando-nos à margem da competição interestatal que
funciona há muito tempo – como vimos com Weber e Braudel – como um elemento estratégico da
multiplicação da riqueza capitalista.
Os dois “princípios” de que fala Polanyi são universais porque são manifestações político-
ideológicas de duas contradições essenciais – ou “materiais” – do próprio capitalismo: a contradição
entre o capital e o trabalho e a contradição entre a globalidade dos seus fluxos econômicos e a
territorialidade
de sua gestão política.
Não é difícil perceber que, desde nossa inscrição na periferia do capitalismo hegemonizado pela
Inglaterra, veio de São Paulo a principal força de sustentação do liberalismo econômico e de sua
orientação internacionalizante.
Pode-se dizer que, apesar de alguns momentos isolados, nossas elites econômicas nunca
tiveram necessidade de atrelar a defesa e acumulação de sua riqueza mercantil e patrimonial
a qualquer tipo de projeto nacional e popular.
Na verdade, este “país real” nunca precisou da ideia de nação e sua vontade política dirigente nunca
apontou efetivamente para a “construção de um sistema de decisões e produção capaz de definir e
hierarquizar por si mesmo, objetivos coletivos ou nacionais”.
O capital não criou as universidades, as ciências modernas, senão que se apropriou delas e as
reconfigurou no sentido de hipertrofiar o que nelas convalidam a manipulabilidade, a venalidade, o
controle, a calculabilidade, a homogeneização, a exploração.
O quadro histórico moldado pela revolução industrial será reconfigurado de forma persistente,
envolvendo pelo menos três tipos de mudanças que se superpõem: revoluções tecnológicas,
mudanças na hegemonia no sistema global e diversos acessos à “civilização industrial”.
**A posição hegemônica tem raízes na capacidade tecnológica – que se associa com poderio
militar.
**Furtado parte da ideia de que a má distribuição de renda seria responsável por orientar a estrutura
produtiva a um padrão de industrialização pouco empregador de trabalho, e reforçar a má
distribuição O aumento da industrialização ocasionava em cada vez menos mão-de-obra e maior
exigência de mercado consumidor.
Teoria de Osvaldo Sunkel (Associado à ideia de Dependência) O problema do
subdesenvolvimento residia no fato de que, enquanto no “centro” a maior parte dos trabalhadores
encontravam-se integrada ao mundo moderno, na “periferia” isso ocorria somente com uma
pequena fração da população.
Propostas para a retomada do Progresso Técnico A abertura tem que viabilizar, ao mesmo
tempo, a expansão das importações e das exportações, o que implica graduar a abertura em função
da disponibilidade de divisas e harmonizar a política cambial com as políticas de proteção tarifária e
de promoção de exportações, de modo a conferir neutralidade de incentivos entre produção para o
mercado interno e para as exportações.
No contexto emergente a relação entre confiança nos atores pode prejudicar o progresso técnico e
consequentemente, o desenvolvimento.
Ausência de mudanças estruturas esperadas para os países da América Latina, o que influencia no
desenvolvimento e progresso técnico da região (Necessidade de uma maior cooperação e
colaboração) Necessidade de romper com problemas estruturais arraigados no contexto, para se
alcançar índices mais elevados de desenvolvimento.
MST Necessidade de reforma da estrutura fundiárias (mas é entendido como baderna e “roubo”
da propriedade privada).
**PONTOS DE DISCUSSÃO**
O que são potenciais forças motrizes para investimentos, progresso e crescimento da produtividade
nas economias da América Latina hoje?
Quais são as conexões entre possíveis estratégias para alcançar a prosperidade econômica no futuro
e a distribuição de emprego e renda?